Edie Sedgwick

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O terremoto Jovem, é como foi apelidada pela Vogue americana. Edie era de família rica, mas foi ao se unir com o Andy Warhol que ela se tornou conhecida e virou a garota mais cool, chic e sexy do momento. Os cílios postiços carregados, os brincos enormes e pesados,  os vestidinhos soltos e as meias-calças que ela não tirava nunca viraram referência de moda e estilo e são copiados até hoje. Edie, apesar de pouco conhecida, caracterizou tanto a década de 60 e é, na minha opinião, tão interessante e inspiradora quanto a Twiggy e a Jane Birkin, por exemplo. Edie Sedgwick marcou sua passagem pela vida entre filmes undergrounds, escândalos e uma vida desequilibrada. Foi da fama à decadência. É  o tipo de personalidade trágica e caótica que eu adoro. Edie também pintava e desenhava, em Paris ela estudou arte mas largou tudo e se mandou pra Nova Iorque, onde conheceu o Andy e viveu os momentos mais intensos da sua vida. Um filme bacana que eu amo e conta bastante sobre ela, sua relação e trabalhos com o Andy, seu envolvimento com o Dylan, seus desequilíbrios e problemas com as drogas e família, é o Factory Girl (Uma Garota Irresistível). O Petter fez uma resenha ótima sobre o filme e indicou outros protagonizados pela própria Edie.

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Factory Girl” (“Uma Garota Irresistível”, 2006) de George Hickenlooper é a cinebiografia de Edie Sedgwick, uma socialite em busca de fama no mundo artístico que virou uma das Andy Warhol’s Superstars (nome que ele usava para essas pessoas carentes acharem que eram especiais). Filha de um riquinho (o avô dela inventou o elevador), Edie Sedgwick foi internada numa clínica de reabilitação (ainda bem jovem) por ter pego seu pai transando com uma vizinha e, ao contar para sua mãe, o pai a interna para tratamento. O pai foi o problema de tudo na vida dela, além de ter abusado constantemente de Edie na adolecência, foi o responsável pelo suicídio de Minty, irmão querido de Edie, ao não aceitá-lo como homosexual.

O  filme começa com ela chegando a New York e conhecendo Andy Warhol numa galeria de arte e resultando no convite de Warhol para ela ser atriz nos filmes amadores que ele produzia, convite este que ela levou à sério demais, passando a freqüentar a Fábrica (uma grande sala num prédio onde Warhol realizava seus filmes e pinturas e mantinha uma grande fauna de drogados) onde, diz a lenda, ela teria chegado pela primeira vez durante as filmagens de “Andy Warhol’s Horse”.

Mostra ainda as filmagens do curta “Vinyl”, com Gerard Malanga se mordendo de ciúme dela, e a pré-estréia de “Poor Little Rich Girl” (de Warhol estrelado pela Edie Sedgwick) em um cinema de arte em Paris onde são tratados como gênios da arte de vanguarda (UltraViolet, outra Superstar de Warhol, conta em sua autobiografia que a maioria das pessoas iam assistir os filmes de Warhol para colocar o sono em dia).

Edie foi uma das responsáveis por levar a arte de Andy Warhol para a classe alta americana, ela levava as amigas ricas de sua mãe à fábrica onde incentivava essas dondocas sociais à comprar os trabalhos dele por preços elevados.

Quando “Factory Girl” estava para ser lançado, Bob Dylan tentou impedir o lançamento porque se sentiu difamado. O Cantor sem nome que Edie Sedgwick namora no filme é uma referência aos flertes romanticos que Dylan e ela tiveram. Inclusive rola uma bela cena onde Bob Dylan é levado para a fábrica onde Warhol queria coloca-lo num de seus filmes (prevendo alguns minutos de fama às custas de Dylan) e no teste que Dylan faz fica zuando com a pobreza das produções de Warhol e diz prá Edie se afastar de um sanguessuga do calibre de Warhol.

Warhol tinha muito ciúme da relação de Edie e Dylan e nesta época começa a se afastar dela. Conhece Nico e começa a empressariar a banda Velvet Underground. Já Edie fica viciada em Speed (que tenta escapar do vício passando prá heroina) e entra em falência indo morar no Chelsea Hotel (incrível como ainda não tem um filme sobre este hotel decadente, local este onde quase todo artista dos anos 60/70 de New York já residiu em algum momento de sua vida). Nesta época ela se deixava filmar nua pelo seu traficante em troca de drogas.

Em 1970 ela voltou para um centro de reabilitação para se livrar das drogas, lá conheceu um interno que também estava se livrando do vício e casou com ele. Morreu de overdose em 1971 aos 28 anos.

Duas cenas se destacam no filme, aos 65 minutos de filme há uma bonita referência ao filme “Empire State Building” feito em 1964 por Andy Warhol e uma cena num restaurante onde Edie acusa, aos gritos, Warhol de ter arruinado sua vida (desculpa de 10 entre 10 drogados, sempre acham que alguém é culpado por eles serem tão fracos). Mas a pobre menina rica não usou Warhol para seus propósitos?… Para seus 15 minutos de fama?

http://www.imdb.com/title/tt0432402/

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FILMES COM A VERDADEIRA EDIE SEDGWICK:

Praticamente todos os filmes em que ela atuou são produções amadoras de diretores experimentais. Os filmes que estão com sinóspse bem simples são apenas descrição do filme, aliás, a maioria dos filmes do Warhol tinha essa particularidade do título do filme já ser auto-explicativo, exemplo: “Sleep” é isso mesmo, um cara dormindo por horas. São filmes feitos com pouquíssimo dinheiro que buscavam novas estéticas narrativas pro cinema. Recomendo que achem alguns títulos para download para conhecer essas produções que ousavam bastante em sua época.

“Vinyl” (1965, 70 min.) de Andy Warhol. Adaptação livre de Warhol para o livro “A Clockwork Orange” do escritor Anthony Burgess (que anos depois foi adaptado de maneira mais fiel pelo cineasta Stanley Kubrick (aqui no Brasil se chama “Laranja Mecânica” este clássico do Kubrick).

“Space” (1965, 66 min.) de Andy Warhol. Filme com fetiches dos atores envolvidos na produção.

“Restaurant” (1965, 33 min.) de Andy Warhol. Pessoas discutindo numa mesa de restaurante. Não confundir com o “The Nude Restaurant”.

“Poor Little Rich Girl” (1965) de Andy Warhol. Nesta produção Sedgwick fala sobre sim mesma.

“Kitchen” (1965) de Andy Warhol e Ronald Travel. Filmado da cozinha de Bud Wirtschafter.

“Horse” (1965, 105 min.) de Andy Warhol. Cowboys molestam um cavalo. Nesta temática dos cowboys gays, Warhol realizou ainda “Lonesome Cowboys” que eu gosto mais.

“Beauty Number 2” (1965, 66 min.) de Andy Warhol. Filme onde a amizade entre Sedgwick e Warhol já começava a ficar abalada com provocações, por parte de Warhol, durante as filmagens.

“Lupe” (1966, 72 min.) de Andy Warhol. Baseado na vida e morte da atriz Lope Velez (uma atriz mexicana que trabalhou em teatro de vaudeville e em 1924 passou a atuar em cinema).

“Outer and Inner Space” (1966, 33 min.) de Andy Warhol. Um diálogo entre atriz e imagem.

“The Andy Warhol Story” (1967) de Andy Warhol. Neste filme Warhol é interpretado pelo ator Rene Ricard e mostra ele com amigos em seu apartamento discutindo sua carreira.

“Color Me Shameless” (1967, 34 min.) de George Kuchar. Eddie Sedgwick fez este curta com o cineasta que inspirou John Waters à começar a fazer cinema. George Kuchar continua na ativa, fazendo filmes em vídeo, até os dias de hoje. Em 2007 fiz um curta chamado “Que Buceta do Caralho, Pobre só se Fode!!!” (23 min.) em homenagem ao Kuchar.

“****” (também conhecido como “****: The 25 Hour Movie”, 1967, 1100 min.) de Andy Warhol. Épico de Warhol com 25 horas para as pessoas dormirem no cinema.

“Ciao Manhattan” (1972, 84 min.) de John Palmer e David Weisman. Avant-garde americano inspirado nos filmes de Jean Luc-Godard. Um filme que mistura ficção com realidade que foi lançado 3 meses depois da morte de Eddie Sedgwick.

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Camiseta Edie Sedgwick. Camiseta pintada à mão. Disponível nas cores preto e branco. R$ 25,00 mais despesas de correios.

Para encomendar a sua camiseta com estampa da Edie, desenho lindo e único,  entre em contato pelo e-mail leylalua@hotmail.com

3 Respostas para “Edie Sedgwick”

  1. oi adorei a materia, gostaria muito de uma camiseta, como que eu faço? ja adicionei o contato, to esperando

  2. […] com David Bowie no final de 1971, (quando) Bowie era apenas mais um músico inglês passando por New York, Lou ainda estava se recuperando do colapso do Velvet Underground e Iggy já estava classificado […]

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