Aqui você encontra o que rola de melhor no mundo underground e espaço pra o tipo de arte que tenha algo interessante a dizer e mereça ser descoberta, apreciada e/ou resgatada. Se você quer ficar informado sobre festivais, shows, mostras, lançamentos e exposições que acontecem pelo mundo underground, se interessa por cinema independente, sons extremos e curiosos, arte erótica, fetiches variados, putaria da boa, bebidas, culinária vegetariana, HQs, resgate cultural, zines, filme B, anarquia, pensamento libertário, atéismo e senso de humor crítico, siga o Canibuk, o blog que tem a MEGALOMANIA como palavra de ordem!
O café escorre pelos caminhos, trazendo junto minhas doses alcoólicas de antes, cartas velhas que nunca mandei, as bitucas de cigarro que carregou dos cantos do meu quarto, certa obsessão, certo desespero, certa solidão, noites sem dormir. Mergulhei lá dentro pra me encontrar com essas coisas e só achei uma privada cheia de sangue que eu mesma segurava sei lá pra quê. Joguei num liquidificador e de lá de dentro saiu um suco de tecidos ensaguentados, escuro, feio, mas seguro. Bebi, viajei e me salvei.
Ichiriduka é um artista japonês conhecido por sua arte extrema e altamente sádica. As ilustrações em 3D são fortes e hiper realistas, alguns associam seu trabalho ao filme japonês Batoru Rowaiaru (Batalha Real) de Kinji Fukasaku.
“Batman Dead End” (2003, 8 min.) de Sandy Collora é um dos melhores e, talvez, o mais famoso Fan Films já produzido na história do cinema. Não sou fã de super-heróis (heróis sempre são marionetes do sistema criados para manter os jovens ordeiros e calmos, super heróis como Super Homem ou Batman são as fadinhas dos adolescentes e adultos dos dias de hoje), mas confesso que achei este curta-metragem empolgante e com um aproveitamento fantástico dos poucos recursos da produção. Sandy Collora, o diretor, começou trabalhando no cinema com 17 anos para o Stan Winston Studios e foi assistente em filmes como “Leviathan” e “Alien Nation”, em 2009 dirigiu o longa-metragem “Hunter Prey”. Filmografia dele como diretor é composta de 5 filmes: “Solomon Bernstein’s Bathroom” (2000), “Archangel” (2002), “Batman Dead End” (2003), “World’s Finest” (2004) e “Hunter Prey” (2009).
Segue link do “Batman Dead End” no youtube, devidamente legendado em português:
“Noites Tropicais” (480 páginas, ed. Ponto de Leitura) de Nelson Motta.
O jornalista (e também compositor, produtor, diretor artístico e crítico musical, um verdadeiro multi-funcional) Nelson Motta acompanhou intensamente vários momentos da música brasileira e conta várias histórias envolvendo os grandes nomes da Bossa Nova, Jovem Guarda, Tropicalismo, MPB, Discoteca e Rock brasileiros durante o período de 1958 à 1992. Motta conta sobre o surgimento de cada um destes estilos musicais, passando pelos grandes festivais, a ditadura, histórias de bastidores, quem comeu quem até a decadência da música popular brasileira pós os anos 80 em uma narrativa ágil e com muitos momentos hilários, como, só prá citar um deles, quando Tim Maia voltou da gringolândia com ácido de presente para todo mundo que trabalhava na gravadora Philips. O único ponto negativo é ter que aguentar Motta chamando a cada 10 linhas gente como João Gilberto, Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso ou Gilberto Gil de gênios (tá certo que não sou chegado no estilo de som que esses caras faziam/fazem, acho que foram importantes durante um ou dois anos em suas respectivas épocas, mas depois acomodaram e não inovaram na sua arte, à exemplo de gringos como Bob Dylan, a turminha dos The Beatles em suas respectivas carreiras solo e muitos outros que ficaram parados no tempo e espaço). Mas o livro é obrigatório como parte da História cultural recente brasileira.
Em breve a Leyla vai começar a pintar uma série de quadros inspirados nos mais estranhos fetiches japoneses, tanto ela quanto eu adoramos as putarias extremas pensadas/criadas na terra do povo mais tarado do planeta.
Kegadoru é a arte onde mulheres e homens são enfaixados imitando corpos lesionados, ficou extremamente popular no Japão entre os freqüentadores de Harajuku nos anos 90 onde sempre era possível encontrar os adeptos do Kegadoru (nome que vem da palavra aglutinada Kega (lesão) e Idoru (ídolo), que em português fica algo como “ídolo lesionado”) usando tapa-olhos, gazes nas pernas, braços e cabeças, criando um fetiche inusitado e altamente erótico. Apesar de ter ficado popular entre os jovens somente nos anos 90, alguns cineastas da Nikkatsu, como o genial anarquista Koji Wakamatsu, já usavam elementos do Kegadoru nos seus filmes em plena década dos anos 60 e 70 do século passado. O fotográfo francês Romain Slocombe possui vários trabalhos exaltando o fetiche.
Hoje eu estava na correria o dia todo e acabei preparando pro almoço este prato extremamente rápido de fazer que fica uma delícia!
Ingredientes:
– Um pacote de Miojo,
– Uma Cenoura,
– Pimentão Amarelo,
– Pimentão Vermelho,
– Pimentão Verde,
– Uma cebola média,
– Vagens,
– Azeite de Oliva,
– Molho de Shoyo Kitano,
– Alcaparras,
– Sal.
Modo de Preparo:
Cozinhe a vagem numa panela em pequenos pedaços e deixe-a de lado.
Pique os legumes. Coloque um filete de azeite de oliva numa panela, jogue as alcaparras e logo na seqüência os legumes picados (gosto de colocar primeiro os pimentões com a cenoura, depois a cebola e por último a vagem e uma pitadinha de sal). Deixe refogar um pouco e coloque o molho Shoyo a vontade e deixe cozinhar por uns três minutos. Ao mesmo tempo cozinhe o Miojo sem tempero algum (no mínimo uma pitadinha de sal à gosto). Misture o Miojo ao molho de legumes refogado e encha a cara de vinho para acompanhar.
“The Brain That Wouldn’t Die” (O Cérebro Que Não Queria Morrer, 1962, 72 min., USA) de Joseph Green. Com adoráveis canastrões desconhecidos como Herb Evers, Virginia Leith e Leslie Daniel.
Um médico realiza experiências com técnicas pouco ortodoxas para transplantar a cabeça decepada de sua namorada (que a perdeu num acidente de carro). Esse é o argumento deste eletrizante clássico da Sci-Fi que foi filmado em 1959 sob o título “The Black Door” mas somente lançado em 1962 já com o clássico (e mais inventivo) título “The Brain That Wouldn’t Die”, e que serviu de inspiração para vários filmes como “The Incredible 2-Headed Transplant” (1971) de Anthony M. Lanza, o blaxploitation “The Thing With Two Brains” (1972) de Lee Frost e até a comédia de Steve Martin, “The Man With Two Heads” (1983), dirigida pelo Carl Reiner.
Sucesso nas sessões da meia-noite em Drive-Ins, o filme se encontra em domínio público e, provavelmente, por isso foi lançado aqui no Brasil pela Fantasy Music num DVD double feature com o também clássico “Beast From Haunted Cave” (1959), uma produção de Gene Corman (irmão de Roger Corman) e direção de Monte Hellman (que viria, muitos anos depois, a produzir o “Reservoir Dogs/Cães de Aluguel”, primeiro longa-metragem do Quentin Tarantino).
No youtube há uma versão completa do “The Brain That Wouldn’t Die”, bom divertimento:
Tokyo é uma cidade fetichista por excelência e é lá que existem os Maid Cafés (Cafeterias com as garçonetes vestidas, geralmente, como as personagens de mangás e animes) e uma dessas cafeterias, em especial pela temática que eu adoro, me chamou atenção porque suas garçonetes são Zumbis (meninas maquiadas como “zumboas” podreiras) e no cardápio tu encontra coisas deliciosas como sopa de olhos, bolo cabeça decepada, entre outros exóticos aperitivos. Fica a dica rápida prá quem estiver com viagem marcada prá Tokyio, mas atenção, as garçonetes não são prostitutas e os Maid Cafés tem códigos de conduta, então não fique fazendo gracinhas bestas, ok?
Viajo ao som das sandálias lisérgicas dos deuses no caótico reino de Hades que fica, as vezes, entre a padaria e o boteco onde costumo beber com estudantes de Teogonia infelizes devido ao fato de nunca encontrarem com seu objeto de estudo. Na padaria Chumbinho ri dos estudantes, vai parar de rir deles somente no dia em que levará uma facada no estômago, tripas com merda adocicada sobre a calçada suja será a única lembrança que nos restará do anão negão invocado do cinema nacional feito nos tempos em que nossos cineastas eram machos. No boteco o dono enfia seus dez dedos no nariz da garçonete mais gorda branquela e bebe mais do que seus fregueses, está em comemoração eterna por ter perdido sua mulher num jogo de caxeta cósmica com regras complicadas anotadas num livro de receitas etílicas. O dono do boteco bebe pinga do gargalo e bate punheta em público gritando que precisa de uma mulher que lhe ame, que lhe adore, que lhe satisfaça os desejos mais bizarros e que, ainda, lave o chão e a louça sem reclamar. Zeus grita com Pan, Baco embebeda as Divas noturnas e eu… Bem, eu simplesmente deixo tudo do jeito que está e tento equilibrar meu copão de pinga em minha barriga gordurenta. E bebo e resmungo e passo minhas mãos na bunda de Vênus já decadente, sem os dentes e vesga, usando um olho de vidro e o outro de gelatina. Retalhando palavras faço um amontoado de letras regurgitadas para que, com sorte, talvez, causem alguma estranheza no desocupado que se aventura por meus devaneios completos-incompletos-descompletos tal qual um jazz tocado por Kenton numa noite em que lhe deram nada para beber, nem mesmo uma vadia suja para lhe amar o tempo todo que durar seus centavos mal contados. E bebo e amo e adoro todas as mulheres gordas, estranhas, estúpidas, putas, tortas, caolhas, feias, desnutridas que dão bebidas para mim. E bebo e amo e adoro todas as bebidas que me oferecem. E bebo e amo e adoro todos os momentos em que esculhambo com os deuses inexistentes que sempre preocupam aqueles que ainda tentam levar a sério este mundo louco onde fomos atirados para morrer de tédio.