Zumbis – O Livro dos Mortos

Saiu no Brasil o livro “The Book of the Dead” (de 2005, título brasileiro: “Zumbis – O Livro dos Mortos”, 350 páginas) de Jamie Russell, com todo tipo de informação sobre os zumbis no cinema, histórias de bastidores das produções, uma delíciosa filmografia zumbi e, especialmente para a edição Brasileira, um capítulo de atualização com informações sobre “Mangue Negro”, “A Capital dos Mortos”, “Era dos Mortos” e “Porto dos Mortos” (“Zombio”, o primeiro filme de zumbis brasileiros, já se encontrava resenhado na edição original). James B. Twitchell, em sua pesquisa sobre o fascínio ocidental pelo terror, mostrou-se indiferente quanto aos mortos-vivos, disse:

“O mito do zumbi parece ter defeitos, por conta de sua falta de complexidade. O Zumbi é na verdade uma múmia em roupas casuais, sem vida amorosa e com grande apetite. Ambos são autômatos; nada habilidosos nem heroicos. Eles apenas zanzam por aí (Karloff chamava isso de “meus passinhos”), arrastando os pés como colegiais sem acompanhante antes do baile. Diferentemente do vampiro, que é engenhoso, circunspecto e erótico, seus primos são lesmas sub-humanas. O Zumbi é um cretino absoluto, um vampiro lobotomizado, e é isso que tende a levar (todos os filmes posteriores a “I Walked With a Zombie”, 1943) a ser pouco mais que veículos de violência explícita, cheios de gente (geralmente homens) se cutucando e ocasionalmente se alimentando uns dos outros. O zumbi é tão raso que até Abbott e Costello recusaram-se a encontrá-lo”.

Ou seja, poucos monstros de filmes de terror são tão malvistos quanto o zumbi e Russell corrige isso ao dar o verdadeiro destaque que os zumbis merecem em um livro imperdível sobre este sub-gênero do horror cultuado por hordas de zombie-fans fanáticos por sangue e vísceras ao redor de todo o planeta Terra. E prova com argumentos porque as produções com zumbis permaneceram marginalizadas na indústria cinematográfica, a passagem seguinte diz muito:

“Apesar do inegável sucesso de “White Zombie” (1932), poucos dos grandes estúdios estavam interessados em ir atrás dos mortos-vivos. Grandemente considerado como pouco mais que um feliz acaso de bilheteria, “White Zombie” não incentivou nenhum renomado produtor a considerar filmes sobre cadáveres que andam ou (sobre) o Caribe. A maioria das instituições de Hollywood considerava o zumbi pouco mais que um emergente irregular, um sucesso passageiro e de segunda linha. Não convencidos de que havia lucro em ver mortos caminharem, os grandes estúdios viraram as costas para os zumbis, e a antiga associação desses monstros com filmes de baixo orçamento e o desprezo da crítica começou.”

Aqui no Brasil, pessoal que acompanhava o maravilhoso mundo dos fanzines, deve lembrar de empreitada semelhante do fanzineiro Coffin Souza que, em 1999, lançou um “Suspiria Especial Zumbis” com uma pesquisa semelhante (que tentava listar todos os filmes com zumbis já produzidos).

O preço normal do “Zumbis – O Livro dos Mortos” parece ser R$ 45,00, mas já encontrei em sites de venda por R$ 35,00. Pode comprar que é tão delicioso quanto ver corpos podres andando por aí em busca de cérebros fresquinhos!

2 Respostas para “Zumbis – O Livro dos Mortos”

  1. Eu quero esse livrOoOoO

  2. […] e viajou para lá a fim de realizar suas próprias experiências. Jamie Russell em seu livro “The Book of the Dead” (Editora Barba Negra) nos conta que Seabrook foi apresentado aos zumbis haitianos por um […]

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