O Incrível Homem que Derreteu
“The Incredible Melting Man” (O Incrível Homem que Derreteu, 1977, 85 minutos) de William Sachs. Efeitos Especiais de Rick Baker. Com: Alex Rebar, Michael Alldredge e Burr DeBenning.
Um dos primeiros filmes que vi quando criança (tinha uns 8 anos de idade) e que ficou queimado na retina (junto de “O Último Cão de Guerra” de Tony Vieira, constatar isso explica muita coisa sobre minha paixão por cinema). “O Incrível Homem que Derreteu” conta a história do astronauta americano que foi exposto à radiação dos anéis de Saturno e que começou a derreter quando voltou ao Planeta Terra. Contaminado, o astronauta escapa do hospital (numa hilária cena envolvendo uma enfermeira gordinha) ao perceber que está derretendo e começa a cometer assassinatos para consumir carne humana (porque, como em todo bom filme vagabundo, a carne humana tem propriedades únicas que retardam o derretimento do astronauta).
Originalmente concebido como uma paródia aos filmes de horror, os produtores de “O Incrível Homem que Derreteu” pediram ao diretor William Sachs que deixasse o filme mais sério e violento (mais violento até pode ter ficado, mas prá nossa sorte, a parte de deixá-lo mais sério não funcionou). “O Incrível Homem que Derreteu” é uma espécie de remake gore do clássico “First Man Into Space” (1959, de Robert Day), com inspiração no também clássico “The Quatermass Xperiment” (1955, de Val Guest), sem se levar à sério em nenhum momento (perceba como os atores interpretam as personagens com um ar de incredulidade). Atente, também, às participações especiais de Jonathan Demme (no papel de uma vítima) e da atriz Rainbeaux Smith (especialista em aparecer em exploitation movies) no papel de uma modelo fotográfica atazanada por um fotografo tarado.
As maquiagens são de Rick Baker (antes de ganhar vários Oscars por suas maquiagens em super-produções de Hollywood), que criou quatro fases distintas no make-up do homem que derrete (que o ator Alex Rebar se recusava a colaborar nas sessões de maquiagens porque odiava ser maquiado), mas somente duas fases estão na edição final do filme. Uma cena onde as maquiagens de Baker se destacam até nos dias atuais, é quando uma cabeça decepada explode após cair numa cachoeira. Para conseguir o efeito desejado, Baker moldou uma cabeça falsa de cera e gelatina com sangue falso no interior. O resultado, filmado em câmera lenta, é lindo.
Na distribuição do filme a produtora/distribuidora American Internacional Pictures vendia o filme dizendo que os efeitos especiais eram do “mestre dos efeitos especiais do Exorcista” (que não foram feitos por Rick Baker, mas sim por Dick Smith), fato este que irritou tanto William Friedkin (diretor de “O Exorcista”) que ele vivia rasgando posters de divulgação do “O Incrível Homem que Derreteu”. Quando lançado nos cinemas o filme de William Sachs recebeu diversas críticas negativas, só encontrando seu público anos depois, quando o filme foi exibido na TV e distribuido em VHS.
Tenho adoração por este filme, tanto que em 2006 fiz um filme-homenagem à ele chamado “A Curtição do Avacalho” (73 minutos), onde desconstruí a idéia do filme original e coloquei um homem derretido lutando contra as dificuldades de se fazer cinema independente no Brasil.
outubro 24, 2011 às 1:21 am
Adoro esse filme, assisti quando criança. Tenho ele no PC. Gostaria de ter o DVD original.
maio 7, 2012 às 12:29 am
[…] 2006 eu estava com a idéia fixa de refilmar o clássico “The Incredible Melting Man” (1978) de William Sachs. Comecei a escrever um roteiro chamado “Meleca” que […]
maio 25, 2012 às 5:10 pm
[…] que mostrava como controlar os espectadores através da TV, com ótimos efeitos de maquiagens de Rick Baker; “The Dead Zone/A Hora da Zona Morta” (1983, Europa Multimedia) é a adaptação de um […]
julho 17, 2012 às 12:11 am
[…] of the Rings/O Senhor dos Anéis” (1978) de Ralph Bakshi e “Galaxina” (1980) de William Sachs, entre inúmeros outros clássicos do cinema de baixo orçamento. Uma de suas últimas aparições […]
agosto 14, 2012 às 4:54 pm
[…] Madureira 298, perto do metrô Vila Mariana. Mesmo sem filmes como “Galaxina” (1980) de William Sachs, “Metalstorm – The Destruction of Jared-Syn” (1983) de Charles Band, “Slave […]
agosto 20, 2012 às 12:06 pm
[…] livre de “O Incrível Homem Que Derreteu” (“The Incredible Melting Man“) transformada em história ateísta de histeria-pop com fundos de comédia anarquista na […]
setembro 17, 2012 às 1:44 pm
[…] de segunda unidade. Em 1977 foi responsável pelos incríveis efeitos de derretimento em “The Incredible Melting Man/O Incrível Homem Que Derreteu” de William Sachs e chamou atenção para seu talento. Por seu trabalho em “Um […]
outubro 8, 2016 às 2:35 pm
[…] muitos, e me incluo nestes muitos, “The Incredible Melting Man/O Incrível Homen Que Derreteu” é tido como uma refilmagem de “First Man Into Space”. Todos […]
agosto 8, 2018 às 1:17 pm
[…] e que foi a inspiração para a produção do clássico “O Incrível Homem Que Derreteu” (The Incredible Melting Man, 1977, de William Sachs. “Inferno” (Jigoku, 1960), de Nobuo Kakagawa, tomou como inspiração o […]