O Solitário Ataque de Vorgon
“O Solitário Ataque de Vorgon” (2010, 6 min.) de Caio D’Andrea. Conceito e realização do monstro de Boris Ramalho.
O curta-metragem “O Solitário Ataque de Vorgon” começa com uma manchete de jornal que fala da luta dos monstros gigantes “Vorgon” e “Vorga” que teriam destruído a cidade durante o dia. A noite “Vorgon” volta à cidade sozinho. Ao olhar um coração desenhado num prédio (igual estes que jovens amantes desenham em árvores) onde se lê “Vorgon + Vorga”, ficamos sabendo que a luta da tarde tinha sido uma briga de amor. Neste desespero por ter brigado com sua namorada “Vorga”, nosso monstrengo herói chora lágrimas de ácido (que caem sobre um fusca que derrete entre fumaça e gritos dos cidadãos histéricos), derruba um prédio e come vários humanos como se fossem deliciosos petiscos para acalmar a terrível dor do amor. Mais eu não posso contar sob risco de estragar a diversão. Mas posso adiantar que o final do curta é hilário, senti muito orgulho em ver um filme-homenagem aos Kaiju Eiga terminar assim.
A produção deste curta de Caio D’Andrea é ótima, com takes planejados (acredito que ele deve ter seguido o storyboard fielmente, porque está com um ritmo muito bom), maquetes ótimas, soluções cenográficas bem elaboradas (a cena final dos helicópteros sendo sugeridos, com suas providênciais luzes, fica queimada no cérebro de quem assiste o filme) e o conceito e realização do monstro “Vorgon” é de encher os olhos. Se o monstrengo não funcionasse, não sei se o curta tinha dado tão certo quanto deu. “Vorgon” foi elaborado pelo jovem técnico de cinema Boris Ramalho, que fez poucos trabalhos por enquanto em curtas, mas que é bom ficar de olho nele. Outro aspecto técnico lindo do filme é sua trilha sonora, que conta com uma belíssima música de Márcio Greyck, que reforça o final fantástico do curta (sem a música de Greyck não teria o mesmo impacto). Márcio Greyck é um mineiro que fez bastante sucesso nos anos de 1960/1970 entre os apreciadores da Jovem Guarda e as adoráveis breguices que faziam parte do pacote todo.
O diretor do filme, Caio D’Andrea, eu conheci no FantasPoa 2011, que foi quando ele me deu uma cópia do “O Solitário Ataque de Vorgon” (mas que não consegui assistir logo por vários problemas alheios a minha vontade), também foi co-diretor no ótimo feijoada-western “Duas Vidas Para Antonio Espinosa” (2010) que resenharei nos próximos dias. Não pretendo perder de vista essa talentosa dupla por trás do “Vorgon”, os caras são batalhadores e seu trabalho merece ser conhecido.
E-mail para contato com o diretor Caio D’Andrea: caiofigo@gmail.com
novembro 22, 2012 às 12:14 pm
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