A Obsessão do Sangue
Acordou, vendo sangue… Horrível! O osso
Frontal em fogo… Ia talvez morrer,
Disse. Olhou-se no espelho. Era tão moço,
Ah! Certamente não podia ser!
.
Levantou-se. E, eis que viu, antes do almoço,
Na mão dos açougueiros, a escorrer
Fita rubra de sangue muito grosso,
A carne que ele havia de comer!
.
No inferno da visão alucinada,
Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,
Viu vísceras vermelhas pelo chão…
.
E amou, com um berro bárbaro de gozo,
O monocromatismo monstruoso
Daquela universal vermelhidão!
Poesia de Augusto dos Anjos.
abril 1, 2012 às 9:49 pm
o tal do cara que ia à frente do seu tempo… Bela referência.
abril 10, 2012 às 8:55 am
isso e uma porcaria.
setembro 12, 2012 às 12:57 am
A simplicidade e a grandeza de um poeta incomum e extraordinário ao mesmo tempo