Conhecendo a Gatorra Cósmica

Que diabos é uma Gatorra?

É uma bateria eletrônica misturada com sintetizador em formato de guitarra que Tony (Antônio Carlos Correia de Moura), um gaúcho nascido em Esteio, criou no final dos anos 90 (que no Brasil foi uma década extremamente produtiva para a cultura independente).

Eu nunca tinha ouvido falar neste instrumento até alguns dias atrás quando o Alex Vieira (da Revista Prego) publicou que havia comprado uma Gatorra (a primeira do estado de Espírito Santo). Como sou curioso por natureza e gosto de conhecer as coisas, dei uma pesquisada para saber mais sobre a Gatorra (conhecimento é a única coisa que ninguém tira de você).

Segundo artigo na Wikipédia, Tony estudou no Patronato Agrícola, um internato agrícola administrado por padres para meninos de 8 à 14 anos (que seu pai havia conseguido bolsas após conversar com o governador Leonel Brizola). Após deixar o internato, Tony tornou-se aprendiz em uma empresa metalúrgica onde aprendeu a trabalhar com o torno mecânico. Pela metade dos anos 90 começou a trabalhar como técnico eletricista, d’onde veio seus conhecimentos para a criação da Gatorra, instrumento que lhe deixou conhecido no underground gaúcho.

Criando canções pós-punk (sintetizadores já criaram ótimas trilhas de filmes, como do genial “Liquid Sky“) com letras de portesto, Tony começou a circular por bares de Porto Alegre com seu curioso instrumento até conseguir um contrato com a gravadora paulista Slag. Tony tem dois álbuns lançados: “Só Protesto” (2005) e “The Terror of Cosmic Loneliness” (2010).

A Gatorra possui, além de sintetizador, alavanca de distorção, timbres de percussão, efeitos de vibrato e até ritmos pré-programados. Cada Gatorra leva em torno de dois meses para ficar pronta e custa uma média de 2 mil reais. Mas sua banda nunca mais será a mesmice de sempre com uma Gatorra fazendo barulhos na linha de frente.