Poesias de Coffin Souza
À TARDINHA
Entrego minhas forças em tuas ancas
dedicas tua dor a meu desejo
deposito minhas lágrimas em tua boca
soluças e cavalgas em meu beijo.
Entre mortos e feridos
gemidos e sussuros com suor
desfalecemos esgotados
prontos para ressuscitar excitados.
A próxima vai ser ainda melhor…
.
TÂNTRICO
Tomo goles
Comes gomos
Gostos…
Somos todos
Tolos
Tontos.
Tuas costas
Nuas…
Suo gotas
Tantas…
Como gostas!
Como, gosto!
Tenta-mes
Tento.
Tanto que
sedento
Tomo gotas
Tuas…
.
SINGELO ACIDENTE
Ofegantes, sufocados,
Atropelados
O meu e o teu calor
Embalados
Doces balas de suor
Esgotados
Sujo, surrados
Em súmula
Somos apenas peixes
Apaixonados…
.
O CÉTICO SENTIDO
Eu vejo pessoas mortas
em câmaras funerárias, em páginas policiais
em funerais onerosos
ou sentadas apáticas nas portas.
Eu vejo pálidos seres espectrais
desmotivados, operosos, escravizados
saíndo de fábricas, lojas e bares
robotizados
nesta cidade soturna
cemitério de fantasmas vivos
lobotomizados…
.
QUE COISA, HEIN?
Cada coisa que eu vi,
cada coisa que eu ouvi,
Cada coisa que eu li.
Cada coisa que imaginei,
Cada coisa que falei,
Cada coisa que nem sonhei.
Coisa grande, coisa feia, coisa nossa,
Coisa alheia.
Coisa estranha, coisa fina, coisa caída,
Coisa com margarina.
Mesma coisa, outra coisa, coisa alguma,
Coisa nenhuma.
Coisa horrível, coisa tola, coisa linda.
Coisa, que nem é coisa… Ainda.
poemas escritos por Coffin Souza (2004, 2005).
Para ler mais da obra de Coffin Souza, clique em:
& também conheça o blog She Demons.
maio 12, 2012 às 3:41 pm
não sabia que ele era poeta…
amei as poesias, intensas e deliciosas 🙂
junho 6, 2012 às 11:54 am
[…] Souza clicando em “O Evangelista de Sodoma“, “Cultura: Vide Bula” e “Poesias de Coffin Souza“. O poeta Coffin Souza. Gostar disso:GostoSeja o primeiro a gostar disso […]