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Ateu Graças A Deus

Posted in ateísmo, Literatura with tags , , , , , , , , , , , , , , on setembro 5, 2013 by canibuk

O acaso é o grande senhor de todas as coisas. A necessidade só vem depois. Não tem a mesma pureza. Se entre meus filmes tenho uma ternura particular por Le Fantôme de la Liberté, é talvez porque ele aborda esse tema inabordável.

O roteiro ideal, com o qual sonhei muitas vezes, procederia de um ponto de partida anódino, banal. Por exemplo: um mendigo atravessa uma rua. Vê uma mão que se estende pela janela aberta de um carro de luxo e joga no chão a metade de um charuto. O mendigo para bruscamente para pegar o charuto. Outro carro o atropela e mata.

A partir desse acidente pode ser feita uma série infinita de perguntas. Por que o mendigo e o charuto se encontraram? Que fazia o mendigo àquela hora na rua? Por que o homem que fumava o charuto o jogou fora naquele momento? Cada resposta dada a essas perguntas gerará outras perguntas, cada vez mais numerosas. Nós nos encontraremos diante de encruzilhadas cada vez mais complexas, levando a outras encruzilhadas, a labirintos fantásticos, onde teremos que escolher nosso caminho. Assim, seguindo causas aparentes que na realidade são apenas uma série, uma profusão ilimitada de acasos, poderíamos remontar cada vez mais longe no tempo, vertiginosamente, sem uma interrupção, através da história, através de todas as civilizações, até os protozoários originais.

Claro está que é possível tomar o roteiro pelo outro sentido e ver que o fato de jogar um charuto pela janela de um carro, provocando a morte de um mendigo, pode mudar totalmente o curso da história e conduzir ao fim do mundo.

Encontro um magnífico exemplo desse acaso histórico num livro claro e denso que representa para mim a quintessência de uma determinada cultura francesa, Ponce Pilate de Roger Caillois. Pôncio Pilatos, conta-nos Caillois, tem todas as razões para lavar suas mãos e deixar que Cristo seja condenado. É essa a opinião de seu conselheiro político, que teme perturbações na Judéia. É esse também o pedido de Judas, para que se realizem os desígnios de Deus. É essa até a opinião de Marduk, o profeta da Caldéia, que imagina a longa sequência de acontecimentos que ocorrerão depois da morte do Messias, acontecimentos que já existem, uma vez que ele os vê e é profeta.

A todos os argumentos Pilatos só pode opor sua honestidade, seu desejo de justiça. Após uma noite de insônia, toma sua decisão e liberta Cristo. Este é recebido com alegria por seus discípulos. Continua sua vida, seu ensinamento e morre bastante idoso, considerado um homem muito santo. A seu túmulo, durante um ou dois séculos, acorrerão peregrinos. Depois será esquecido.

E a história do mundo, naturalmente, será inteiramente diferente.

Esse livro me fez meditar durante muito tempo. Sei bem tudo o que podem dizer-me sobre o determinismo histórico ou sobre a vontade todo-poderosa de Deus, que levaram Pilatos a lavar suas mãos. Recusando a pia e a água, ele mudaria toda a sequência dos tempos.

Quis o acaso que lavasse as mãos. Não vejo, como Caillois, nenhuma necessidade nesse gesto.

Claro está, se nosso nascimento é totalmente fortuito, devido ao encontro acidental de um óvulo com um espermatozoide (por que exatamente este entre milhões?), o papel do acaso desaparece quando se constroem as sociedades humanas, quando o feto e depois a criança se acham submetidos a essas leis. E assim ocorre com todas as espécies. As leis, os costumes, as condições históricas e sociais de uma determinada evolução, de um determinado progresso, tudo o que pretende contribuir para o estabelecimento, o avanço, a estabilidade de uma civilização à qual pertencemos pela boa ou má sorte de nosso nascimento, tudo isso surge como uma luta quotidiana e tenaz contra o acaso. Nunca totalmente aniquilado, vigoroso e surpreendente, ele tenta conformar-se à necessidade social.

Mas creio que é preciso evitar ver, nessas leis necessárias que nos permitem viver juntos, uma necessidade fundamental, primordial. Parece-me, na realidade, que não é necessário que este mundo exista, que não é necessário que estejamos aqui vivendo e morrendo. Já que somos apenas os filhos do acaso, a terra e o universo poderiam ter continuado sem nós, até à consumação dos séculos. Imagem inimaginável, a de um universo vazio e infinito, teoricamente inútil, que nenhuma inteligência poderia contemplar, que existiria sozinho, caos duradouro, abismo inexplicavelmente privado de vida. Talvez outros mundos, que não conhecemos, sigam assim seu curso inconcebível. Atração pelo caos que às vezes sentimos profundamente em nós mesmos.

Alguns sonham com um universo infinito, outros o apresentam a nós como finito no espaço e no tempo. Eis-me entre dois mistérios, um e outro igualmente impenetráveis. De um lado a imagem de um universo infinito é inconcebível. Do outro, a idéia de um universo finito, que um dia já não existirá, torna a mergulhar-me num Nada impensável, que me fascina e me horroriza. Perambulo de um a outro. Nada sei.

Imaginemos que o acaso não existe e que toda a história do mundo, bruscamente tornada lógica e previsível, possa resumir-se em algumas fórmulas matemáticas. Nesse caso, seria necessário acreditar em Deus, supor, como inevitável, a existência ativa de um grande relojoeiro, de um ser supremo organizador.

Mas Deus, que tudo pode, não teria podido criar, por capricho, um mundo entregue ao acaso? Não, respondem-nos os filósofos. O acaso não pode ser uma criação de Deus, já que ele é a negação de Deus. Esses dois termos são antinômicos. Excluem-se mutuamente.

Não tendo fé (e persuadido de que a fé, como todas as coisas, nasce frequentemente do acaso), não vejo como sair desse círculo. É por isso que não penetro nele.

A consequência que disso extraio, para uso próprio, é muito simples: crer e não crer dá no mesmo. Se me provassem, neste instante, a luminosa existência de Deus, isso não modificaria rigorosamente em nada meu comportamento. Não posso crer que Deus me vigie permanentemente, que se ocupe de minha saúde, de meus desejos, de meus erros. Não posso crer, e de toda maneira não aceito isso, que ele pudesse punir-me por toda a eternidade.

Que sou eu para ele? Nada, um vestígio de lama. Minha passagem é tão rápida que não deixa marca alguma. Sou um pobre mortal, não conto nem no espaço nem no tempo. Deus não se ocupa de nós. Se existe, é como se não existisse.

Raciocínio que resumi no passado nesta fórmula: “Sou ateu, graças a Deus.” Uma fórmula que só aparentemente é contraditória.

Luis Buñuel, retirado de seu livro “Mon Dernier Soupir”.

Buñuel.

Buñuel.

Roteiro de A Curtição do Avacalho

Posted in Roteiro, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 7, 2012 by canibuk

Em 2006 eu estava com a idéia fixa de refilmar o clássico “The Incredible Melting Man” (1978) de William Sachs. Comecei a escrever um roteiro chamado “Meleca” que abandonei e, chamando Coffin Souza prá me ajudar, re-organizei as idéias em um roteiro re-intitulado “Meleca Carne Líquida”. Quando começamos a filmar me toquei que estava ficando clichê demais e resolvi re-escrever o roteiro a mão mesmo (veja no final do post, scanner do roteiro escrito a mão), já com novo título de “A Curtição do Avacalho” e depois escrevi um roteiro mais detalhado (que posto scanner dele também porque perdi o word dele). Publicando aqui as quatro versões do roteiro que de refilmagem de filme gore se transmutou numa pequena peça de experimentação marginal autoral de política anarquista.

“A Curtição do Avacalho” produzi sem nenhum puto no bolso. Reuni amigos, algumas pessoas que me pediam para participar dos filmes e iniciamos as filmagens de final de semana (foram uns 5 finais de semana de gravações, o que deu uns 10 dias). Não paguei ninguém. Este longa-metragem foi finalizado em 5 técnicos/atores (eu, Elio Copini, Claudio Baiestorf, Ivan Pohl e Everson Schütz) se revezando nas funções (a cena final filmamos com a câmera no tripé e absolutamente ninguém por trás dela). Foi neste filme que fiz um de meus erros técnicos mais célebres. Meio desanimados (no último final de semana das filmagens), eu e os técnicos que restaram, começamos a encher a cara durante as filmagens (a parte final do filme foi toda filmada conosco bêbados) e acabei filmando duas vezes uma mesma seqüência sem perceber, mesmo com Everson Schütz dizendo “A gente filmou isso ontem!” e eu rebatendo irritado: “Não filmou não, fica atento!”. Editando o filme, eu e Gurcius já cansados e dormindo na mesa de edição, montamos errado a seqüência onde Kika derrete, assumimos este erro e o deixamos no filme. É gostoso demais errar!

Depois de pronto “A Curtição do Avacalho” foi exibido em algumas poucas mostras de cinema experimental e nunca encontrou seu público (por, talvez, não existir público pro cinema anarquista).

Para ler também o roteiro de “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007) e “Vadias do Sexo Sangrento” (2008), clique nos links.

PRIMEIRO ROTEIRO:

MELECA

roteiro de Petter Baiestorf.

homenagem à Splatter Night Fest

Seq. 01 – Casa Baiestorf/dia

música: “Brazuzan – Taller Than A Hill” (TUATHA De DANANN)  (?)

Santiago Segura Pinto, homem, solteiro, adulto, 23 anos + -, viciado em Coca-Cola.

Em casa abre uma latinha de coca-cola e bebe em sua sala.

Opções: * garrafa clássica sendo bebida ao pôr do sol na sacada.

* garrafa de plástico 600ml sendo bebida na cozinha.

* garrafa plástica 2 litros sendo bebida na privada durante evacuações.

* garrafa fresca-festiva sendo bebida na sala assistindo TV alienante.

Seq. 02 – Oficina Copini/dia

música: repete.

Repetição das opções de garrafas em locais do serviço. Seu companheiro de serviço sempre bebendo uns goles também. Bebe sempre, inclusive durante o serviço.

Opções: * copos plásticos da Coca-Cola.

* Bonés,camisas,calendários, etc… com a marca Coca-Cola.

Seq. 03 – Locais de lazer/dia

música: repete.

Repetições de opções de garrafas agora em locais de lazer da personagem.

OpÇões: * praça CNEC.

* Bar montado no prédio Apollo.

* praça central de Palmitos.

* piscinas da ilha redonda.

Seq. 04 – Casa Baiestorf/dia

música:

Close numa latinha de Coca-Cola sendo aberta. Santiago dá um gole sentado no sofá na frente da TV que exibia o filme “The Incredible Melting Man”.

Sente uma pústula de pus na cara (maquiadores definam o local), vermelha, irritada. Santiago começa coça-la. Quando sua empregada-faxineira lhe traz nova lata de Coca-cola.

EMPREGADA: É melhor o senhor não coçar isso aí, vai que vira em ferida!

SANTIAGO S.P. : Vou passar alguma coisa!

Levanta-se e sai fora, carregando a latinha de Coca-Cola.

Seq. 05 – Casa Baiestorf/dia

música:

Santiago entra no banheiro, bebe um gole de coca-cola e mexe com os dedos na pústula.

Aperta pensando ser uma espinha e faz a meleca interior respinga para longe.

Fica surpresso com o buraco pútrido que fica em sua testa.

Percebe novas pústulas em seu corpo.

De sua testa continua vazando gosmas malcheirosas.

Pega curativos e sai do banheiro.

Seq. 06 – Casa Baiestorf/dia

música:

Na cozinha a empregada lavava louça.

Santiago chega com curativos na mão.

SANTIAGO S.P.: Acho que é um berne!

EMPREGADA: Que coisa nojenta seu Santiago!… Vou fazer o curativo, mas não sou paga prá essas nojeiras!

Faz o curativo enquando seu braço fica próximo ao nariz de Santiago, que o cheira e num impulso primata lambe-o.

A empregada olha prá ele.

EMPREGADA: Seu Santiago… Hoje não tô a fim de sacanagens!!!

Santiago lambe e pega-a pela mão e morde furiosamente.

Sangue respingando no chão. Grito da empregada. Tombo da empregada. Facada no peito da empregada que tem suas miudezas retiradas de seu peito diretamente à boca de Santiago.

Gore básico.

Seq. 07 – créditos iniciais.

música:

CANIBAL FILMES

apresenta

 um filme de Petter Baiestorf.

 Seq. 08 – animação por computador.

música: repete.

Cara bebendo uma Coca-Cola, após bebe-la derrete formando o título do filme:

 MELECA

Seq. 09 – créditos iniciais.

música: repete.

Elenco:

Equipe-Técnica principal.

Seq. 10 – Ruas do interior de Palmitos que vai para Linha do Sr. Andrade/dia.

música: “número 19” (The Fugs) (?)

Rapaz está fugindo, já ferido com pústulas de pus iguais as de Santiago S.P., de João Travado (sujeito adulto, de óculos escuro, terno, barba por fazer) que leva em suas mãos um revólver.

Pelas plantações o rapaz em fuga ia tropeçando.

João Travado para ao lado da estrada, fica olhando-o correr.

Rapaz fugitivo entra na mata e após alguns minutos correndo para perto de arbustos, d’onde surge um ser quase mutante chamado FREAKY (mão esquerda possuí um facão, barba estilo caipiras americanos, roupa portando um colete de latas de coca-cola) que o sufoca com as mãos.

Rapaz cai ao chão morto.

João travado chega e descarrega seu revólver no morto. Depois pega um pedaço de pau e bate mais sobre o morto enquanto Freaky pica-o com sua mão facão. Depois uma motoserra e picam o defunto (vísceras animais espalhadas por todos os lados), depois pegam um moedor de carne e moem toda a carne do infeliz fazendo um amontoado pegajoso, depois jogam gasolina sobre o defunto capturado e tacam fogo.

Enquanto o infeliz queima os dois gargalham de prazer.

Pegam as cinzas numa latinha de cerveja que Freaky bebeu durante o fogo.

Seq. 11 – casa Baiestorf/dia

música:

Santiago Segura Pinto terminando de comer as vísceras da empregada. Closes em seus dentes mordendo as vísceras.

Ao que percebe o que estava fazendo.

Nota que suas mãos estavam gelatinosas.

Levanta-se e vai ao banheiro.

Seq. 12 – casa baiestorf/banheiro/dia

música:

Em frente ao espelho da pia percebe sua carne gelatinosa.

Enfaixa suas mãos e rosto e, após colocar uma jaqueta, sai do banheiro.

Câmera acompanhando-o sair do banheiro, passando pela sala, saindo pela porta, tomando um elevador,

Porta se fecha e a câmera fica registrando os números dos andares até chegar ao térreo.

Seq. 13 – Auto peças Bola/escritório/dia

música:

Os agentes entram em seu escritório.

Depositam as cinzas num cofre onde haviam outros recipientes com cinzas.

Sobre a mesa estava uma fita VHS. Colocam a fita num vídeo. Close da VHS dentro do vídeo funcionando.

Palestra do Dr. Marins começa na tela da TV.

< Dr. Marins falando >

< montar isto depois >

Na fita, uma voz anuncia que dentro de dez segundos a fita se destruirá. Os agentes ficam afobados, retiram-na com presa de dentro do vídeo cassete e com um martelo Freaky quebra-a histericamente.

Desligam a TV e sentam em seus sofás e cadeiras.

FREAKY: É bom que continue dando efeitos colaterais, assim teremos nosso emprego assegurado por um bom tempo TRAVADO: Isso mesmo… E com licença para matarmos!!!

FREAKY: Manter a ordem e os bons costumes, este é meu lema!

Seq. 14 – Rua/externa do Posto de Saúde/dia

música:

Câmera rente ao chão segue uma trilha de gosma pingada (podemos incluir uma orelha ?) até levantar e revelar que Santiago Segura Pinto estava caminhando pela rua entre meio aos pedestres.

Se dirige ao Posto de Saúde.

Seq. 15 – Consultório de Gabriel/dia

música:

Sala de espera abarrotada de pacientes.

Santiago entra e precisa esperar por algum tempo.

Além das vítimas habituais colocar um personagem com fratura exposta (braço quebrado com osso aparecendo) que conta para Santiago que foi atacado por um monstro verde do espaço.

PERSONAGEM 01: Sei lá o que aconteceu… Só sei que fui atacado por trás por um monstro verde, era um monstro legume…Ou vegetal…Ou algo assim do tipo hortaliças e o puto me arrebentou o braço…

Nisso a enfermeira chama Santiago. Que levanta-se e entra no consultório.

Seq. 16 – Auto-peças do Bola/dia

música: Han Bennink And ICP Orchestra (número 8)

Agentes descansando.

Freaky faz um casaquinho de lã usando um óculos para melhor enxergar, com as mangas de sua camisa arregaçadas revelando uma estranhas feridas.

Travado fumava um baseado, tira sua camisa revelando várias feridas em suas costas.

FREAKY: Tem algo estranho com estes caras derretidos… Acho que eles são radioativos!!!

TRAVADO: É… Também tô achando isso… (depois de um tempinho)… O que é radioativo???

Seq. 17 – Consultório Gabriel/dia

música:

Médico examina Santiago. Não fala muito, apenas resmunga consigo próprio.

MÉDICO: Acomode-o num quarto!!!

Após a enfermeira sair com Santiago Segura Pinto, o médico pega o telefone e liga para os agentes.

MÉDICO: Alô… Freaky???… Encontrei mais um viciado… Gostaria de tê-los por perto enquanto realizo alguns testes neste rapaz… Ele me pareceu mais consciente do que os outros… Certo!!! Certo… Tchau!!!

E desliga o telefone. Fica sentado em sua mesa pensativo.

Até que faz uma carreira de cocaína e dá uma fungadinha, sabe como é, pro dia ser mais hilário…

Seq. 18 – Auto-peças Bola/dia

Música: Julius Fucik (número 18 – grandes clássicos) “Marcha De Florencia”

Os agentes se vestem por vários ângulos, ajeitam suas armas, pareciam cansados com sua atividade, mas o dever os chamava pela milésima vez naquele mês.

Seq. 19 – quarto do hospital/dia

música:

Numa cama Santiago estava deitado, totalmente enfaixado (como no Incrível Homem Que Derreteu), com soro no braço.

Seq. 20  – Consultório Gabriel/dia

Música:

Médico conversando com os agentes.

MÉDICO: Este viciado me parece diferente dos outros, vou testar uma nova vacina nele para tentar reverter a situação… Qualquer progresso eu chamarei vocês, ok?

FREAKY: Certo Doutor… Só me responda uma pergunta:  Estes caras derretidos são radioativos, certo?

MÉDICO: Sim Freaky… Você e Travado estão tendo contato direto com radiação celular que se expande juntamente das gosmas carnículas desprendidas do corpo dos viciados…

Close nos rostos dos três personagens. Alguns segundos de silêncio.

FREAKY: Nós… Nós vamos morrer?

MÉDICO: Não fale bobagem Freaky, você está ficando sentimental… O que foi?… arranjou uma namorada nova?

FREAKY: Não, só que sou muito novo para morrer!!!

MÉDICO: Não se preocupe tanto, este tipo de radiação que se expande juntamente das gosmas carnículas tem cura, não é um câncer qualquer… (e o médico pega um pacote de hóstias dentro da gaveta) … Basta comerem três vezes ao dia estas hóstias sagradas pelo santo padre de roma para que os sintomas desapareçam ao final desta missão…

FREAKY: Obrigado Doutor!!!

MÉDICO: Não precisa me agradecer, agora vão que os chamarei quando for necessário!!!

Seq. 21 – Rua/externa do posto de saúde/noite

música:

Ângulo externo do posto de saúde a noite.

Seq. 22 – Quarto de hospital/noite

música:

Santiago se levanta e se olha num espelho. Fica revoltado ao retirar as bandagens e perceber que estava começando a derreter.

A enfermeira entra e ao vê-lo deixar cair sua bandeja com apetrechos hospitalares e sai correndo.

Santiago vai atrás dela.

Seq. 23 – Corredor de algo parecido com hospital/noite.

Música:

Enfermeira correndo em câmera lenta.

Visão do Santiago com suas mãos derretidas em primeiro plano.

Enfermeira arrebenta uma porta (?) e corre no estacionamento, onde é mutilada por Santiago, que a mutila com as mãos, remexendo seu estômago, arrebentando um de seus braços e abrindo-a para devorar seus deliciosos órgãos vitais internos.

Closes de tela cheia nas vísceras.

Closes de tela cheia em Santiago devorando os órgãos sangrentos.

Closes em melecas que caem ao chão.

Vísceras pisadas pelo Santiago.

Após se banquetear com a carne da enfermeira, Santiago pega o braço decepado e num único golpe enfia-o no rabo dela.

Caminhar com câmera num travelling humorístico se afastando do cadáver da enfermeira com o braço hilário saindo do rabo da enfermeira, como se fosse uma fina flor nascendo num estacionamento perdido num deserto de vazios existênciais.

(tranformar em uma mutilação completamente absurda e exagerada).

SEGUNDO ROTEIRO:

MELECA

roteiro de Petter Baiestorf

baseado em argumento de

Petter Baiestorf & Coffin Souza.

CANIBAL FILMES

apresenta

 01- noite

Sangue respinga contra algo meio branco.

Close numa cabeça detonada com sangue jorrando e algumas tripas vazando do estômago.

As tripas borbulhavam num vermelho escuro macabro de tão aproximado que está na tela.

Plano aberto revelando dois agentes. Seguram armas estranhas e possuem figurino fodão.

COFFIN: Será que ele está morto?

SÃO FODAS: Certifique-se disso!!!

Coffin mutila o corpo já morto fazendo tripas e mais sangue respingar para todos os lados, num banho de sangue repleto de ângulos tortuosos de câmera não parada, sempre na mão, ângulo com filmadora rente ao chão com tripas caindo contra ela até obstruir por completo a visão.

Fazer com a filmadora permaneça ali parada com uma montanha de tripas em tela cheia, para ouvir o diálogo:

COFFIN: Será que ele está morto?

SÃO FODAS: Acho que sim !!!

COFFIN: Então vamos… Hoje tem o último capítulo da novela das oito e não quero perder…

Passos são escutados, por detrás das tripas o espectador percebe que os agentes estão se afastando.

02 – dia. (rio Uruguai-rancho baiestorf).

Close em na boca de Schütz que está bebendo uma garrafa de 2 litros de coca-cola, câmera se afasta revelando sua sede por alimentos industrializados.

Schütz estava fazendo um piquenique com sua noiva que ainda não aparece.

De sua testa estava vertendo algo parecido com uma meleca pustulenta. Vai até o espelho de seu carro e aperta a ferida fazendo respingar uma gosma contra o espelho de modo exagerado. Verte gosmeira prá tudo que é lado, inclusive sobre uma fatia de pão que estava sobre uma toalha xadrez de pik nik no banco do carroneiro.

Schütz se levanta e sai em direção ao rio.

SCHÜTZ: Bela, Bela… Tira essa espinha nojenta da minha testa!!!

Bela sai de bikini das águas poluídas do Rio Uruguai. Caminha até Schütz e olha com nojo prá ferida melequenta. Espreme a ferida e respinga contra seu corpo, em jorros generosos e melequentos.

BELA: Aí, que nojo!!!… Você é um porco!!!

E dá-lhe um tapa na cara.

BELA: E acabou tudo entre a gente, não vou ficar saindo com um leproso sem educação…

SCHÜTZ: Mas o que é que eu fiz?

Fica parado com meleca vertendo de sua testa.

Bela senta-se no carro onde coloca uma camiseta branca (fica de bikini por baixo) e pega a fatia de pão levando-a boca e mastigando-a de maneira gulosa.

BELA: E vou embora de a pé… Adeus!!!

E sai caminhando determinada a ir embora.

Close em Schütz com sua cara surpresa, com meleca escorrendo por entre seu rosto.

Pega um pacote de Doritos da Elma Chips e come tristemente, bebericando mais coca-cola, diz;

SCHÜTZ: Sorte que tenho vocês que não me abandonam!!!

E abraça seus amiguinhos alimentícios industrializados numa demonstração de amor.

Respinga gosma contra a lente da filmadora ao se aproximar do rosto de Schütz.

03- dia

Agentes estão numa sala mal iluminada onde vemos seu chefe na penumbra, sem revelar nada de seu físico.

MASTER: Coffin, você e São Fodas deverão ir atrás de Schütz, outro elemento que começou a derreter… (entregando um envelope)… Aqui tem uma foto dele e de sua adorável noivinha…

COFFIN: Sim Master, Deixe essa divertida missão conosco, traremos os restos mortais deste viciado em alimentos industrializados para vosso delicioso projeto gastronômico intergaláctico magistral…

E os três gargalham de maneira clichê, tipo “dominarei o mundo”, após isso os dois agentes saem dali.

04- dia

Na floresta dos cogumelos saltitantes, Bela estava perdida.

BELA: Mas que merda, onde está aquela trilha… Schütz… Schütz… (chama por seu amado gritando).

Uma mão decomposta entra no plano da filmadora sendo colocada na árvore que está em primeiro plano no canto esquerdo da tela, com Bela ao fundo em segundo plano.

Bela se vira de frente para a filmadora e detrás da árvore surge Schütz derretido em boa parte de seu corpo visível.

Pega em Bela que se vira gritando e ao perceber que era ele, dá-lhe um tapa no rosto e grita:

BELA: Não me assuste mais, seu idiota!!!

Schütz desnorteado fica olhando-a e aí tenta mordê-la, leva um novo tapa no rosto.

BELA: O que é que tu tá fazendo, palhaço!!!

SCHÜTZ: Não sei… O cheiro da tua carne é delicioso, tenho vontade de comê-la… (e aí morde a BELA, arrancando um naco de carne)…

Ela empurra-o e ele rasga sua camiseta banca. Ela sai correndo e ele atrás.

05 – Dia – frente a sub-estação.

Garotona caminha em frente a sub-estação de Palmitos. Música estúpida com ângulos engraçados.

Revelar Coffin & São Fodas olhando para uma foto de Schütz.

COFFIN: Acho que é nosso infectadado… (diz isso com um sorriso debochado no rosto).

SÃO FODAS: É, sem sombra de dúvida é ele!!!

E os dois vão até lá e matam a mulher com requintes de crueldade. Preparar baldes e baldes de sangue e vísceras.

Após detonarem a vítima, Coffin mexe nos bolsos da vítima (antes retiram relógio de pulso, corrente, dinheiro, etc…) e pegando a carteira olha os documentos.

COFFIN: Nossa, não é ela…

SÃO FODAS: Que droga né, isso quer dizer que temos que nos livrar do corpo…

Ambos se entre-olham e cada um pega um naco de carne da gorda e começam a come-la alucinados. Câmera nervosa, closes nos dentes, gosmas ensangüentadas, etc…

06- Dia

Schütz perseguindo sua noiva, que cai num barranco e é morta por estacas pontiagudas, várias delas que respingam sangue por todos os lados.

Schütz morde-lhe o pescoço arrancando um pedaço de carne, mas ao mastigar percebe o que está fazendo e começa a chorar se lamentando de ter matado-a.

Retira-a dali e sai carregando o corpo de sua noiva.

07- Dia

Coffin & São Fodas terminavam de devorar o cadáver da mulher, quando um colono carregando uma enchada chega até eles.

COLONO: O que vocês estão fazendo aqui?

São Fodas atira no colono abrindo-lhe um buraco no peito. O Colono cai morto.

Ambos vão até no corpo e mexem nos bolsos, tirando as coisas de valor.

COFFIN: E esse cara também não é o Schütz!!!

SÃO FODAS: É, não é não!!!

COFFIN: (após olhar as horas no relógio do colono) … São seis da tarde, acabou o expediente porque logo vai escurecer e não gosto de fazer horas extras, amanhã a gente continua as buscas ao viciadinho em comida industrial…

08- Noite – frente a casa no rancho baiestorf.

Close nos olhos melequentos de Schütz.

De cima de um andaime revelar um cenário surreal com uma cama de solteiro, em volta dela pequenas árvores secas e fumaça.

Sobre a cama estava o corpo de Bela, morto, sem vida, mas com feridas brilhantes cortesia dos pedaços de galhos pontiagudos malvados matadores de menininhas que fogem pela mata.

Schütz entra no ângulo (filmado de cima do andaime) e caminha até perto da cama.

Deita-se ao lado de sua noiva morta.

Fumaça. Ângulos entre os galhos secos, close em Schütz, em seus olhos que ainda permaneciam um pouco humanos.

THE FLASHBACK:

09- (praça).

Schütz vestido de mendigo remexendo lixo numa praça pública, quando chega Bela. Olhares clichês do tipo “eu te amo para sempre neste filme” e ambos saem abraçados tipo “encontrei meu amor eterno”.

(casa baiestorf – cozinha)

Em casa, Schütz ainda vestido de mendigo, com uma banana saindo das calças, Bela agarra-a e sorri para ele que sorri de prazer.

(casa baiestorf – sacada da sala)

Schütz de banho tomado, cabelo penteado, comendo uma torta que Bela lhe dava com colherzinha.

(casa baiestorf – cama rick)

Bela deitada com Schütz tirando o chinelo dela e beijando as pernas, do pé em direção a coxa.

Pedir para Kika trazer várias roupas sexys para estes takes.

10 – Noite – frente a casa do rancho baiestorf

Fim do flashback.

Rosto de Schütz coladinho ao de Bela, ao afastar sua face da dela, uma gosmeira fica no lindo rostinho.

Câmera do alto do andaime revelando o cenário estranho.

Schütz beija sua noiva morta na boca.

Câmera na mão andando em volta da cama enquanto Schütz beija-a.

11- Dia – SALA CASA Baiestorf (tela dividida com seq. 12 – edição)

Close numa tela de TV que exibia cenas XXX.

Rapaz batia uma punheta em frente o televisor.

Vários ângulos para ter material para edição.

Ainda batendo punheta, Rapaz caminha até a sacada de sua casa onde tem um orgasmo com a cidade de fundo.

* Durante esta seqüência, deixar apenas gemidos de vagabas XXX).

12- rua einloff 38 (editar com tela dividida)

Diabo, Ivan, Com sua vestimenta bizarra e uma estrela de xerife (ou distintivo) no peito, olhando para cima, quando uma estranha gosma cai em seu rosto.

Segue caminhando (de baixo para cima) até virar a esquina…

13- subestação

Diabo, Ivan, caminhando perto da estação onde outros 2 detetives engravatados olhavam os corpos mutilados da mulher e do colono.

Diabo ergue o pano que cobria o rosto do colono.

Depois o pano que cobria a mulher e ao vê-la ele se levanta estranho.

DIABO: É minha irmazinha…

Close na mulher. Câmera se aproxima de Diabo, o detetive pohlinizado.

DIABO: … Vou matar todos os suspeitos que cruzarem meu caminho, o caos tomará conta do mundo, nada mais será como antes… (e gargalha sadicamente, tipo cientista louco) e sai dali caminhando em frente, para dentro do mato.

Os dois detetives se entreolham.

DETETIVE 01: O Diabo tá chapado… Ele nem tem irmã !!!

DETETIVE 02: Será que ele tem um baseado… (ao falar isso os dois saem atrás dele)…

E a Câmera desce até dentro das vísceras de uma das vítimas.

*** Dentro das vísceras colocar um papel onde se lê em letras garrafais:

CANIBAL FILMES

– apresenta –

14- créditos iniciais

M E L E C A

15- Dia – pátio do rancho baiestorf

*** Coffin e São Fodas estão parados (PM deles). Coffin bate palmas, igual quando se mata um mosquito com as mãos.

Close nas palmas das mãos de Coffin se abrindo, onde se lia num papel:

um filme de

PETTER BAIESTORF

Revelar que estão em frente a noiva de Schütz morta, mutilada e tal.

Coffin atende um celular…

Enquanto Coffin fica dizendo coisas do tipo “Sim, sim… Claro Master… Sim, entendido…Sim, tudo sob controle, etc…” … São Fodas Prepara uma dose de heroína e se injeta no pescoço (ou dentro da boca,  embaixo da língua, decidir com técnicos de fx).

Coffin desliga.

COFFIN: Schütz foi para o norte, o Master está rasteando-o com a ajuda dos militares de Brasília… Só temos um problema: Diablo, aquele policial louco da Federal se meteu no caso… Temos que tentar fazer aquela mula nos ajudar sem que perceba nada !!!

Câmera se aproxima dos dois, roda ao redor dos dois e baixa até os restos mortais de Bela dando seu adeus ao tão belo cadáver putrefacto.

16- Dia

Schütz encontra uma garota vendendo uma árvore de natal, mata-a (elaborar a forma com técnicos FX).

Árvore cai ao chão enquanto sangue e vísceras a decoram de forma fantasticamente gore-splatter.

Diabo chega ao local deste assassinato dando o flagrante.

Schütz e Diabo lutam e Schütz detona Diabo enfiando-lhe a árvore de Natal no rabo.

Schütz se manda sem devorar ninguém.

Diabo se levanta capengando com a árvore enfiada no rabo, sangue denso vertia das nádegas com alguns pedaços de tripas que ficavam penduradas pelas pernas.

17- Dia

Coffin e São Fodas encontram diabo ferido com a árvore enfiada na bunda. Arrancam-na de sua bunda fazendo com que respingue um absurdo muito grande de sangue.

DIABO: Mataram minha irmã… Preciso de vocês para pegar este tarado!!!

COFFIN:  Claro, também estamos atrás desta aberração… Vamos unir forças e extermina-lo!!!

Diabo vai seguindo em frente, Coffin cochicha baixinho para seu colega:

COFFIN: Vamos nos aproveitar deste maluco!!!

18- Dia/ mato

Schütz ataca os dois detetives que bebiam coca-cola no meio do mato. Elaborar uma sangueira de primeira grandeza (ver com fx man).

Após mata-los, devora alguns pedaços de carne humana com generosos goles de coca-cola.

19- dia/ Mato

Schütz se empanturrava com a carne dos detetives quando Coffin, São Fodas e Diabo aparecem por trás.

Montar um clima de faroeste italiano em tom de farsa. Enriquecer com vários closes e uma montagem dinâmica e música hipnótica para duelos fakes. Schütz pega uma arma dos detetives, lógico!!!

CLIMA, CLIMA, CLIMA…

Silêncio, nervosismo…

Sem diálogos…

São Fodas Saca um baseado e acende neste clima todo. E traga prazeirosamente.

O duelo é feito ao modo antigo.

E o resultado ? … O RESULTADO: Coffin é morto com um balaço na cabeça ! Diabo cai ao chão baleado quase que mortalmente no Saco Escrotal ! E São Fodas nada percebe, pois a maconha era da boa !!!

Schütz se aproxima do grupo pós o duelo e São Fodas lhe alcança o baseado que ele pega e traga majestosamente com um prazer gotejante. Diabo fuçava em sua ferida no saco para retirar a bala.

Schütz vai embora com o baseado,

São Fodas acende outro baseado,

Diabo arranca a bala do saco se contorcendo de dor.

20 – dia/ Pátio de festas do Rancho.

Close em um balde de tinta com as mãos de um artista de vanguarda se sujando todo de tinta, totalmente colorido. Ao fazer o plano aberto, revelar um artista se sujando de tinta defronte à um pano branco estendido no chão com vários outros sentando a sua volta tocando violão e bongôs.

Ele se atira sobre o pano branco criando arte. ARTE NÃO COMERCIAL!!!

E todos festejam de modo histérico uma volta a condição de primatas não pensantes.

O quadro fica pronto e é levado pelos festeiros até perto de umas árvores.

Câmera correndo junto deles, entre meio, loucura, sons, barulhos…

Junto a mesa, o artista discursa:

VANGUARDEIRO: A arte escapa do meu inconsciente como um peido alado que escapa de meu cu!!!

VANGUARDEIRO: A arte está acabada… Morte à arte antes que seja tarde demais!!!

E gritando como índios estendem o pano e o encharcam de gasolina e tacam fogo. Tudo se queima. Quem guardou a obra na cabeça preencheu um pouco do seu vazio existencial, já quem não memorizou não perdeu nada.

VANGUARDEIROS: Mate a arte antes que o curador apareça com um cheque polpudo!!!

VANGUARDEIROS: Vamos comer a arte comercial!!!

VANGUARDEIROS: Canibalizar, Canibalizar, Canibalizar a arte!!!

E servem um banquete com DVD’s comerciais (filmes de Hollywood), fitas VHS de grandes filmes, livros de grandes autores de best-sellers, revistas estúpidas, CD’s, etc…

Mostrar os artistas comendo tudo, devorrando a arte que devorra  nossos cérebros…

21- dia

Vanguardeiros estavam fazendo a sesta, alguns bebiam chimarrão, alguns dormiam em redes, alguns bebiam vinho do gargalo da garrafa, alguns escreviam poemas em pedaços de papel usado, etc…

Schütz aparece para eles no horizonte.

VANGUARDEIRO: Pelo amor do acaso, este homem é uma criatura derretida, olhem as formas dadaístas orgânicas dele…

Todos se levantam cercando Schütz admirados com sua forma derretida.

Schütz num gesto amistoso alcança o baseado para um artista que pega-o e fuma.

VANGUARDEIRO: Estamos diante da evolução humana, quando as mãos do artista conseguirão domar a podridão da carne para criar novas formas para o corpo humano…

VANGUARDEIRO: Conte-nos o segredo mestre do sonho amorfo…

VANGUARDEIRO: Mostre-nos o caminho sagrado ao cogumelo perfeito que revelará para nós os métodos de criação sem limites formais e morais…

VANGUARDEIRO: Mostre Mestre, mostre mestre, mostre mestre…

E um vanguardeiro trás um corpo podre sobre uma mesa.

Câmera se aproxima do corpo podre, autopsiado, putrefacto e uma cruz cristã se levanta de seu interior… E depois mais outra e mais outra e mais outra criando um jardim cristão putrefacto que todos olham admirados e gritam:

VANGUARDEIROS: Mostre-nos o caminho mestre!!! (e ficam repetindo isso enquanto a câmera se afasta).

22- anoitecer

São Fodas e diabo sentados num local deserto com o sol se pondo às suas costas. Carregavam suas armas.

São Fodas espalha uma carreira de cocaína e cheira. Diabo também faz uso da substância.

Se levantam fazendo pose de atores de filmes de ação pronto para matar todos os seres do planeta…

23- noite/ Rancho/ Trovões e chuva.

Artistas bebiam com Schütz na chuva, estavam festejando a chegada do messias dadaísta…

VANGUARDEIROS: Com a chegada do Mestre, Messias do Caos, a criatura iluminada, sentimos que é o momento de criarmos a zona autônoma de Kanibaru onde todos serão iguais e criarão obras-primas que durarão segundos…

Close numa espingarda que dispara.

O vanguardeiro que falava tem sua cabeça arrebentada e cai morto.

Cria-se o caos com gente para todos os lados, tiroteio, mortos ensanguentados, perdendo tripas com simples tiros e chuva e raios e trovões e cãmera nervosa no meio de todos…

Todos vão sendo mortos, Diabo leva uns balaços e cai morto, sendo mutilado por um vaguardeiro de facão numa cena gore extrema…

Schütz ataca São Fodas que também é arrebentado, revelando seu sangue de cor VERDE ESCURO.

Todos os Vanguardeiros estão mortos, a verdadeira arte nem teve tempo de nascer.

Barros e lama, alguns se arrastando pelo chão, Schütz caminha embora,etc…

Bolar muita coisa de improvisso na hora. COMBINAR os fxs possíveis antes…

24- Dia/ rancho

Galinhas comendo entre meio aos cadáveres sujos de sangue e vísceras exageradas. São Fodas se levanta e sai cambaleante.

Escolher uma música tocante climatica.

E ele caminha em direção a cidade (revelar a cidade ao fundo, filmar num dos morros perto de palmitos)

25- dia/

São Fodas entra numa sacristia onde um padre lhe abençoa. Eram conhecidos um do outro. O padre lhe aplica uma dose de heroína na veia e bebe uisque da garrafa rotando como o verdadeiro porco que sua profissão lhe obrigava a ser.

São Fodas fica melhor com a dose de heroína.

SÃO FODAS: Preciso ir até o Master!!!

PADRE: Sim, eu sei… O Master está te esperando…

26- dia (filmar a noite pelo clima)/oficina Copini.

São Fodas e o padre entram numa sala onde o Master estava sentado na penumbra (revelava somente metade de seu corpo) junto de engravatados, fumava um charuto que cada pouco se acendia no escuro, uma grande ponta vermelha.

MASTER: Sentem-se…

São Fodas e o padre sentam-se.

MASTER: Logo localizaremos o Schütz, o exército já está cuidando disso… O mais importante é que fechei negócios com mais fábricas de comida industrializada para infectarmos os humanos e com isso teremos papinha de terráqueos para nossos bebês por muito tempo… Nosso negócio de papinhas para bebês alienígenas  se tornará um monopólio imperial em todos os cantos do sistema solar… Sucesso absoluto do capitalismo neo-liberal…

Todos os engravatados aplaudem…

Um militar entra na sala.

MILITAR: Senhor Master, localizamos o Schütz no quadrante Souza…

MASTER: Ótimo, eu mesmo comandarei essa caçada, afinal, eu também quero me divertir…

Ao falar isso ele se levanta.

Música do THE CRAMPS – “Mojo Man From Mars” no áudio.

Câmera sobe até perto do peito, corte.

Câmera faz travelling da direita para esquerda até o peito, corte.

Câmera faz travelling da esquerda para direita até o peito, corte.

Câmera sobe da cintura até no rosto ainda na escuridão, aí Master dá um passo para a frente e revelar se um Monstro Legume de óculos escuro, que gargalha cafajestemente.

São Fodas se levanta também e retira sua máscara humana se revelando também um monstro legume do espaço sideral.

Ambos caminham contra a Câmera.

27- dia/escombros de pesagem em Maravilha.

Schütz estava derretendo nos escombros de uma construção sob sol forte perto da cidade de Maravilha.

Levanta-se derretendo e sai caminhando naquele labirinto de escombros, revelando um mosaico caótico.

Sai para fora da construção após caminhar pelos escombros internos revelando o solão insuportável.

Um carro para perto dele e os dois Monstros legumes saem do carro.

Novo duelo em homenagem ao cinema western spaghetti. Criar todo clima clichês, desta vez com Schütz derrendo, pingando líquidos, etc…

Tiros…

Schütz cai morto.

28- dia/ pesagem Maravilha

Monstro colocam a carne de Schütz (que ainda derretia) numa lata com uma pazinha. Após isso vão embora deixando para trás partes impuras e roupas de Schütz (idéias FX Man ???).

Câmera rente ao chão, em primeiro plano os restos derretidos de Schütz, ao fundo o carro se afstando…

Fade-out???

29- Oficina copini

Carregando latas de carne derretida.

Master fiscalizando tudo.

Elaborar algo que talvez lembre uma porta de Espaçonave. Isopor, cola e criatividade…

30- ???

Espaçonave levando tudo ao planeta ML.

Elaborar ela saindo do planeta terra, etc…

Talvez com uma sequencia do punheteiro vendo a nave partir de sua sacada no Apolo???

Elaborar algo deste gênero.

31- dia/ Sala Baiestorf apollo.

Numa sala os ML + padre + engravatados + militar estavam assistindo Mojica falar sobre o quanto Coca-cola faz mal prá saúde.

Um publicitário entra na sala com uma fita VHS na mão. Diz ser o novo comercial que incentiva os humanos a comer mais o consumo de comida industrializada.

Fita no Vídeo. Close interno nas engrenagens dele funcionando.

32-

Sobre imagem de inúmeros rótulos de produtos multinacionais (principalmente comida e bebida) colocar um texto (bolar ainda) incentivando a comer estes produtos, como se fosse importante para sua sobrevivência.

33- Créditos gerais finais…

Música:

34- Rodar aqui mais um pedaço do filme, utilizando mais uma aventura do Monstro Legume, elaborar algo bem divertido e trasheira anos 50, tipo filme de MONSTERS. Filmar após concluir as filmagens anteriores do “Meleca”, para depois revelar que o filme não acabou com os créditos finais.

Fazer várias ligações complicadas com personagens que achamos estarem mortos, como Diablo (que não morreu) e outras supressas que revelarei no sermão da colina.

até mais velhino!!!

TERCEIRO ROTEIRO:

QUARTO ROTEIRO (oficial):

Oficina do Diabo – Forró for All

Posted in Música with tags , , , , , , , , , , , , , on outubro 8, 2011 by canibuk

A banda Oficina do Diabo foi formada na cidade de Cordeirópolis/SP em 1993 pela dupla de amigos Charles Corvo e Lusfer (Luís Fernando), que resolveram unir rock’n’roll ao forró.

Conheci a banda mais ou menos por 1995/1996 e usei 2 músicas deles no meu média-metragem “Chapado” (1997). Lembro que naquela época, em qualquer festinha que a gente fazia na Canibal Filmes, rolava essa demo-tape genial da Oficina do Diabo. Ver o ator Jorge Timm (160 quilos de malandragem) dançar ao som da faixa “Não sei Enrolar”, não tem preço!!!

O melhor de tudo são as letras da Oficina do Diabo, que são poderosas. “A Revolução dos Bichos”, “Oração do Assassino”, “Não sei Enrolar”, “Eu Quero Viver Chapado” e o hino ateu, “Reza Braba”, são extremamente bem construídas (algo que se perdeu na música de hoje em dia).

“Reza Braba” diz:

“Eu acho que não tem deus nem virgem maria

Eu acho que não tem deus nem são joão

Eu acho que não tem deus nem santa luzia

Eu acho que não tem deus nem vida eterna

Eu acho que não tem deus nem nossa senhora

Eu acho que não tem deus nem papai noel

É díficil viver sem um mito

O que é que eu faço se eu não acredito

Minha mãe fica braba comigo

Mas é muito absurdo

E eu não consigo acreditar”

Oficina do Diabo ia lançar um CD de estréia em 1998, mas nunca mais ouvi falar nada deles (nem sei se a banda existe ainda). Segue fragmentos de uma entrevista com Charles Corvo que meu colega Carlos Evaristo realizou e publicou no seu fanzine “Beerbuns” e um resgate da demo aqui.

Nos arranjos vocês fazem uso de samplers, bateria eletrônica etc, além dos instrumentos, digamos, convencionais. Como você definiria então o termo “Forrock”?
Charles Corvo: Quanto aos arranjos, fora a guitarra e o violão, o resto é eletrônico. A falta de feeling do sequencer é meio que um anti-feeling inigualável! Não vejo razão para humanos na cozinha, a não ser em shows. “Forrock” é muito mais um lance de marketing que uma definição do som da banda. “Forrock é provisório… espero em breve me livrar desse rótulo.

Falando agora sobre os vocais, em algumas faixas eles ficam parecidos com os de Raul Seixas. É  proposital?
Charles Corvo: Não é intencional, mas acho a referência a Raul Seixas extrememente elogiosa.

E a inspiração prás letras?

Charles Corvo: Basicamente eu falo o que eu estou pensando ou vivendo no momento. Eu nunca me sento para escrever, as idéias é
que vêm e me dão uma porrada na nuca.

De onde veio a oração do assassino?
Charles Corvo:
“Oração…” é um caso à parte. É uma música que todo mundo acha trash, porra-louca, sádica e coisa e tal, mas é a única que nasceu de um conceito, que foi feita para ilustrar uma idéia clara e objetiva. O lance é o seguinte: a única filosofia de vida que consigo conceber é o Carpe Diem, ou seja, viva o agora intensamente, faça o que tiver vontade. E para uma regra de vida não pode haver exceção! É muito bonito dizer “Pô, o cara é gay, então sai do armário, lute pelo que quer!” ou então “Você quer fazer rock’n’roll? Chuta teu emprego, foge de casa, vai à luta!”. Até aí tudo bem… mas e o cara que tem vontades inconcebíveis para o nosso padrão social? E o freak, o tarado? Será que essas pessoas não têm o mesmo direito de viver intensamente? Por quê podemos e elas não? Com essa idéia na cabeça tentei imaginar um estilo de vida que ninguém, nem de longe, poderia aceitar: o cara gosta de matar criancinhas simplesmente porque gosta e ponto final. Não é um elogio nem uma crítica, é “Henry, Portrait of a Serial Killer” em forma de música. Daí veio a “Oração do Assassino”.

Como anda sua banda? Tem feito shows?

Charles Corvo: Bom, a banda não andou. Fizemos alguns contatos com gravadoras e percebemos a total falta de senso crítico, visão de mercado, sensibilidade e o que mais você quizer acrescentar ao rol de incapacidades de um diretor artístico (tanto em Majors quanto em  independentes). Quase me deixei abalar com essa constatação (agora óbvia, antes não), mas aposto minha língua venenosa no potencial da Oficina do Diabo e resolvi mandá-los à merda. Estou tentando andar com as próprias pernas: Fazer, divulgar e comercializar (em pequena escala) meu próprio trabalho. “Eu fujo mas não desisto…”. Quanto aos shows, paramos por hora.

Poderia deixar uma mensagem para os leitores do Beerbuns ?

Charles Corvo: “A tradição é falta de imaginação”.

O Professor Filósofo – Marquês de Sade

Posted in Arte Erótica, erótico, Literatura with tags , , , , , , , , on agosto 23, 2011 by canibuk

De todas as ciências que se inculca na cabeça de uma criança quando se trabalha em sua educação, os mistérios do cristianismo, ainda que uma das mais sublimes matérias dessa educação, sem dúvida não são, entretanto, aquelas que se introjetam com mais facilidade no seu jovem espírito. Persuadir, por exemplo, um jovem de catorze ou quinze anos de que Deus pai e Deus filho são apenas um, de que o filho é consubstancial com respeito ao pai e que o pai o é com respeito ao filho, etc, tudo isso, por mais necessário à felicidade da vida, é, contudo, mais difícil de fazer entender do que a álgebra, e quando queremos obter êxito, somos obrigados a empregar certos procedimentos físicos, certas explicações concretas que, por mais que desproporcionais, facultam, todavia, a um jovem, compreensão do objeto misterioso.

Ninguém estava mais profundamente afeito a esse método do que o abade Du Parquet, preceptor do jovem conde de Nerceuil, de mais ou menos quinze anos e com o mais belo rosto que é possível ver.

– Senhor abade, – dizia diariamente o pequeno conde a seu professor – na verdade, a consubstanciação é algo que está além das minhas forças; é-me absolutamente impossível compreender que duas pessoas possam formar uma só: explicai-me esse mistério, rogo-vos, ou pelo menos colocai-o a meu alcance.

O honesto abade, orgulhoso de obter êxito em sua educação, contente de poder proporcionar ao aluno tudo o que poderia fazer dele, um dia, uma pessoa de bem, imaginou um meio bastante agradável de dirimir as dificuldades que embaraçavam o conde, e esse meio, tomado à natureza, devia necessariamente surtir efeito. Mandou que buscassem em sua casa uma jovem de treze a catorze anos, e, tendo instruído bem a mimosa, fez com que se unisse a seu jovem aluno.

– Pois bem, – disse-lhe o abade – agora, meu amigo, concebas o mistério da consubstanciação: compreendes com menos dificuldade que é possível que duas pessoas constituam uma só?

– Oh! meu Deus, sim, senhor abade, – diz o encantador energúmeno – agora compreendo tudo com uma facilidade surpreendente; não me admira esse mistério constituir, segundo se diz, toda a alegria das pessoas celestiais, pois é bem agradável quando se é dois a divertir-se em fazer um só.

Dias depois, o pequeno conde pediu ao professor que lhe desse outra aula, porque, conforme afirmava, algo havia ainda “no mistério” que ele não compreendia muito bem, e que só poderia ser explicado celebrando-o uma vez mais, assim como já o fizera. O complacente abade, a quem tal cena diverte tanto quanto a seu aluno, manda trazer de volta a jovem, e a lição recomeça, mas desta vez, o abade particularmente emocionado com a deliciosa visão que lhe apresentava o belo pequeno de Nerceuil consubstanciando-se com sua companheira, não pôde evitar colocar-se como o terceiro na explicação da parábola evangélica, e as belezas por que suas mãos haviam de deslizar para tanto acabaram inflamando-o totalmente.

– Parece-me que vai demasiado rápido, – diz Du Parquet, agarrando os quadris do pequeno conde muita elasticidade nos movimentos, de onde resulta que a conjunção, não sendo mais tão íntima, apresenta bem menos a imagem do mistério que se procura aqui demonstrar… Se fixássemos, sim… dessa maneira, diz o velhaco, devolvendo a seu aluno o que este empresta à jovem.

– Ah! Oh! meu Deus, o senhor me faz mal – diz o jovem – mas essa cerimônia parece-me inútil; o que ela me acrescenta com relação ao mistério?

– Por Deus! – diz o abade, balbuciando de prazer – não vês, caro amigo, que te ensino tudo ao mesmo tempo? É a trindade, meu filho… É a trindade que hoje te explico; mais cinco ou seis lições iguais a esta e serás doutor na Sorbornne.

Donatien Alphonse François de Sade, o  Marquês de Sade,  foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médio sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos – na concepção moderna do termo. Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana. Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade – como por exemplo o “Princípios da Moral e Legislação” de Jeremy Betham – uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os “bons costumes” da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade. Em seu romance 12o Dias de Sodoma, por exemplo, nobres devassos abusam de crianças raptadas encerrados num castelo de luxo, num clima de crescente violência, com coprofagia, mutilações e assassinatos – verdadeiro mergulho nos infernos.

Tanto o surrealismo como a psicanalise encamparam a visão da crueldade egoísta que a obra de Sade expõe despudoradamente. Um exemplo de influência do Marquês de Sade na arte do século 20 é o cineasta espanhol Luis Buñuel, que em vários filmes faz referências explícitas a Sade: em A Idade do Ouro, por exemplo, retrata a saída de Cristo e dos libertinos do castelo das orgias de “Os 120 Dias de Sodoma“. O sadismo também está explícito nas imagens mais surrealistas produzidas por Buñuel, como a navalha cegando o olho da mulher em “O Cão Andaluz“. Também há fortes referências sadianas em “A Bela da Tarde” e em “Via Láctea”, no qual aparece uma Cena em que Sade converte uma indefesa menina ao ateísmo. A influência de Sade pode ser notada também em autores como o dramaturgo francês Jean Gente, homossexual, ladrão e presidiário, que retoma muitos dos temas do marquês, também desenvolvidos em ambientes carcerários franceses. (Fonte: Wikipédia)

Café

Posted in Bebidas with tags , , , , on janeiro 24, 2011 by canibuk

Leyla e eu somos apreciadores viciados de café e hoje eu acordei numa ressaca fodida só pensando em beber café e café e mais café. Café, porra, café salva sempre!!!

Diz a lenda que o café foi descoberto por um pastor chamado Kaldi, lá pelo Século IX, que observava que suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro, então ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge, informado por Kaldi, passou a fazer infusões de café para espantar seu sono na hora das rezas (tá vendo, café salva até do tédio que são essas orações idiotas).

O conhecimento sobre o café se disseminou no século XVI, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia. Na Turquia Otomana o café era conhecido como “kahve” cujo significado também era vinho, dada a importância que o café possuía (nada mais justo, já que o café é tão delicioso quanto o vinho). Por volta de 1570 o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas era proibido aos cristãos por ser considerado uma bebida maometana (religiosos realmente são bobos demais), só sendo liberado seu consumo após papa Clemente VIII ter experimentado e adorado (passou a usar para não dormir nos cultos).

Em 1727,no Brasil, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta (cara desenhado aí do lado) recebeu a missão de conseguir mudas de café que já possuíam um grande valor comercial. Palheta, como um pré-agente secreto, foi prá Guiana Francesa e lá se aproximou da esposa do governador de Caiena e após várias investidas conquistou a confiança da moça e conseguiu com ela uma muda de café-arábico e a trouxe clandestinamente ao Brasil (a muda de café, não a esposa do governador). Genial a história de como o café foi trazido ao Brasil, daria um ótimo filme!

Enfim, como sempre digo (e Leyla me lembrou desta frase porque de ressaca meu cérebro anda em câmera lenta): “Café é melhor que Jesus Cristo. Jesus só salva cristão, café salva todo mundo!!!”.

fonte das informações: Wikipedia.

Santa Igreja da Roubalheira Consentida

Posted in Literatura, Nossa Arte with tags , , , , on novembro 12, 2010 by canibuk

Uma gata prenhe cheia de pulgas olha gordos trovões e seios amolecidos iluminados pelos relâmpagos na noite das orgias gastrostomicas lançadas via intravenosa por crianças com pernas amputadas e transgênicas senhoras calçando chinelos podres que sonham em transar com o Bispo da Santa Igreja Católica da Roubalheira Consentida, abarrotada de ouro Latino, que gargalha da sorte dos indígenas excluídos bebedores de raízes e água poluída vertente das entranhas da Mãe-Terra infestada de minhocas Euro-Mutantes cheias de perninhas-mãozinhas gatunas invisíveis que proíbem  os nativos de se rebelarem. ( Índio falastrão, fique deitado na sombra, não pense, não grite, não discuta !!! Índio falastrão, espere em silêncio que o belo pelicano de busto siliconizado Made In U.S.A. te devore !!! ).

Mande-me uma cereja rosa, pingando líquidos cheirosos, para mim esfrega-la na cara !!! Mande-me uma cereja peluda para arrancar os pentelhos da guria com os dentes e faze-la gemer o Pai-Nosso durante o gozo masoquista !!! Mande-me uma cereja virgem que clama por uma estátua do Papa lhe rasgando o hímen enquanto tenta se concentrar para visualizar o exato instante do casamento do anão judeu negão com seu padre pedófilo arrependido ( mas de véu e grinaldas ) adorado por toda uma geração de velhas fêmeas cegas que se banham na putrefacta água benta dos pântanos do cristianismo secular !

A secura das pupilas da garota que cai no abismo da eternidade me pertence tanto quanto o convento repleto de dançarinas rodopiantes que lambem o umbigo peludo das santas madres superioras bebedoras de líquidos etílicos construídos na montanha de Jodo durante uma tempestade maligna provocada por guerrilheiros que fugiram do hospício em que você reside !!!

Chame o padre e lhe diga que tua mão não mais irá alimenta-lo !!! ( Neste meio-tempo reunirei todas as bíblias do mundo e com elas construirei casas populares para os pobres… ).

Os cavalos ateus da liberdade rasgarão ao meio o Papa e toda a corja de parasitas que o acompanham e o estouro das tripas papais sagradas imitarão o som da vitória e o riso das mocinhas inocentes se misturarão ao sangue excrementado de Cristo ( aquele que sente falta de uma cruz para que você, leitor, sinta pena dele e o carregue para todo o sempre na tua corcunda inútil adoradora da miséria humana e escrava dos nunca vistos nem sentidos castigos divinos !!! ).

poesia de Petter Baiestorf.