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Com uma pálida face de felina e sobrancelhas inclinadas para lá!

Posted in Arte e Cultura, Cinema, Fetiche, Televisão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 25, 2011 by canibuk

Nós do Canibuk adoramos as divas macabras e sexys que marcaram o cinema entre as décadas de 30 e 60, Carolyn Jones (Morticia Adams), Yvonne De Carlo (Lily Munster), Elsa Lanchester (Noiva do Frankenstein) e a mais recente, Cassandra Peterson (Elvira). Mas nesse post vamos falar daquela que certamente inspirou a maioria delas:  Vampira, personagem inesquecível da Maila Nurmi que ficou popular nos anos 50.

Maila Nurmi nasceu na Finlândia em 1922, mas foi ainda bebê pros EUA. Foi  atriz da Broadway,  onde trabalhou com a Mae West na Peça “Catherine Was Great” , sendo demitida pela mesma em 1944, porque, segundo consta, a West temia estar tendo seu brilho ofuscado. Também foi dançarina e modelo, chegando a modelar pro Alberto Vargas (o famoso pintor das Pin Ups) e Man Ray e fez pequenas participações em filmes de baixo orçamento.

A personagem  surgiu em 1953 num anual baile de máscaras que existia em Hollywood naquela época, inspirada no cartoon  “The New Yorker” de Charles Addams,  ela achatou os seios, usou uma enorme peruca preta e pintou o corpo com pó de lavanda pra ficar com aparência de morta. Derrotou, neste baile, vários concorrentes, ganhando o prêmio de melhor figurino. Chamou também a atenção do produtor de TV Hunt Stromberg Jr., que a perseguiu por uns 5 meses, conseguindo enfim seu número de telefone. Tudo isso lhe rendeu o convite para apresentar o programa de horror que se chamaria “The Vampira Show” e seria exibido tardes da noite numa espécie de chamadas que podemos comparar por aqui com o Cine Trash, apresentado pelo Zé do Caixão nos anos 90, e que era do caralho, diga-se de passagem. Pra não plagiar a criação de Addams, ela fez algumas modificações na personagem, tornando-a mais sexy e acrescentando elementos de outras influências culturais. Misturando o penteado e a cigarrilha da “Lady Dragon” dos quadrinhos “Terry and the Pirates“, a maquiagem e sobrancelhas da “Rainha Malvada” de “Branca de Neve“, a cintura fina e as longas unhas de dominatrixes tiradas de revistas especializadas em fetiche e pin ups.

Lady Dragon, os cabelos e cigarrilha - elementos que Maila incorporou na personagem Vampira.

O nome Vampira foi sugestão do seu marido Dien Riesner, que era um roteirista. A mulher alta e macabra de pele pálida, sobrancelhas exageradamente arqueadas, longos cabelos pretos, unhas vermelhas enormes, cintura finíssima, usando um vestido preto com uma fenda que revelava suas pernas vestidas numa meia arrastão, arrebatou de primeira uma legião de fãs, muitos do sexo masculino, com fã-clubes surgindo em todo o mundo. Conhecida como sendo mal-humorada e sem “papas na língua” confessou usar o sexo como sua arma, e que se utilizava, conscientemente, de  seus longos dedos e da cigarrilha pra passar idéia  de símbolos fálicos, –gostei demais dessa parte, ahahaha. Seguiu-se uma sucessão de aparições e shows que só aumentavam sua popularidade, foi indicada ao Emmy em 1954,  apareceu em diversos artigos de revistas e em shows especiais por volta de Las Vegas. O Vampira Show durou apenas um ano. Em 1955, Maila teve seu programa cancelado e foi demitida da TV por suspeita de inclinações comunistas, segundo anunciou um jornal da época.

Tendo chamado a atenção de Bela Lugosi, que quando a viu na TV se declarou fã e confessou a Ed Wood sua vontade de trabalhar com a vampira exótica, foi convidada, então,  para fazer a mulher de Lugosi no filme  “Plan 9 from Outer Space“.  Pouco depois do início das filmagens, Bela Lugosi faleceu, mas o filme foi concluído, pois Ed Wood já tinha filmado um bom material com ele.

Logo após as filmagens  de “Plan 9 from Outer Space“, Maila declarou estar consciente de ter cometido “suicídio profissional”, desacreditava tanto no roteiro do filme que pediu pra não ter falas. Revelou ter pena de Ed Wood e o chamava de “pouco inteligente”.  Ironicamente, hoje ela é mais conhecida  pelo papel nesse filme do que pelos shows e aparições que fez por onde quer que fosse.

No final dos anos 50, sua carreira entrava em declínio. Começou a fazer participações em filmes considerados “péssimos”, numa tentativa de estender a fama.

Em 1981, Maila foi sondada por uma TV de Los Angeles que surgiu com a idéia de reviver a Vampira na televisão. Colaborou com a produção do show onde teria os créditos de produtora executiva, mas, devido a incompatibilidade de idéias, largou o projeto. Em 2005, confessou a Bizarre Magazine que tudo aconteceu porque a emissora tinha contratado a atriz Cassandra Peterson sem a consultar. Como ela detinha os direitos sobre a personagem, não foi possível usarem o nome Vampira, então logo renomearam o show para “Elvira’s Movie Macabre“, com a Peterson como apresentadora. Maila processou Cassandra Peterson alegando que a personagem Elvira juntamente com todos os elementos do show não passavam de plágio.  Peterson se defendeu dizendo que Elvira nada tinha de Vampira, exceto o vestido e cabelos pretos. Maila perdeu o processo. Mas não restam dúvidas que a personagem  Elvira é fortemente influenciada pela Vampira, o que só aumenta a força  e importância dessa personagem que virou um ícone do horror.

The Vampira Show

Do dia 30 de abril de 1954 até 02 de abril de 1955, a rede ABC Television, de Los Angeles, através de sua afilhada KABC-TV, levou ao ar o show de variedades “The Vampira Show”, apresentado por Vampira e criado/produzido por Hunt Stromberg Jr., programa feito ao vivo (por este motivo, cenas com a Vampira apresentando este programa são verdadeiras raridades). Com um salário semanal de 75 dólares, Vampira apresentava para o público da TV vários clássicos do cinema de horror do passado. A música tema do programa foi criada a partir do movimento adagio do “Music for Strings, Percussion and Celesta” do compositor Bela Bartok, misturado com trechos de “The Planets” de Gustav Holst. A série foi cancelada em 1955, quando Maila Nurmi se recusou a vender os direitos da personagem para a rede de TV ABC (e foi acusada de ser comunista).

No youtube há umas poucas imagens do programa original, como é possível conferir no vídeo abaixo:

Após se aposentar, Maila virou pintora e começou a pintar retratos da Vampira.  Os quadros são muito procurados por colecionadores. Morreu dormindo, aos 85 anos, em janeiro de 2008.

Na música ela foi homenageada por bandas como Misftis, com a música “Vampira”:

E no Brasil, pela banda Zumbi do Espaço, com a música “Nos Braços da Vampira”:

Além da própria vampira, em carne e ossos, cantar duas músicas no EP “I’m Damned” com a banda Satan’s Cheerleaders em 1987.

Caça às Bruxas

A carreira de Maila Nurmi foi prejudicada quando ela foi acusada de ser comunista pelos macartistas comandados por Joseph Raymond McCarthy, um político de extrema direita que foi eleito senador pelo partido Republicano em 1946 (após ter sido rejeitado pelo partido Democrata) e, durante os próximos 10 anos de sua vida política, ele e sua equipe tornaram-se célebres pelas agressivas e infâmes investigações nos USA contra os simpatizantes do Comunismo. McCarthy propôs acabar com greves usando a força do exército e queria ainda levar quem se recusasse a trabalhar ao tribunal marcial. O período entre 1950 e 1956, quando as perseguições se tornaram mais fortes, é conhecido pelo nome Macartismo, “terror vermelho” ou, ainda, como “caça às bruxas”, numa alusão ao período da idade-média onde os católicos perseguiam seus inimigos acusando-os de bruxaria. Muitas pessoas tiveram suas carreiras destruídas pelos macartistas, várias chegando a se suicidarem. Por sorte, o senador McCarthy morreu em 02 de maio de 1957, vítima de hepatite aguda.

Filmes com Maila Nurmi/Vampira

Em 1947 Maila Nurmi, antes da fama, estreiou no longa dramático “If Winter Comes” de Victor Saville no papel não-creditado de uma convidada. No ano seguinte, 1948, fez outra figuração na comédia musical “Romance on the High Seas” de Michael Curtiz como uma passageira num navio, também não-creditada. Depois de seu programa na TV (além do “The Vampire Show”, ela ainda trabalhou nos programas “The Red Skelton Show”, “Vampira” (1956) e “Playhouse 90” (1957), este dois últimos, tentativas de retornar à personagem Vampira em outros canais de TV). Segue uma listinha de produções onde a Vampira interpreta personagens que merecem uma conferida:

“The Beat Generation” (1959, 95 min.) de Charles F. Haas, sobre um detetive em busca de um estuprador. Maila Nurmi interpreta uma poetisa.

“Plan 9 From Outer Space” (1959, 79 min.) de Edward D. Wood Jr., uma louca invasão de gays espaciais que pretendem dominar o mundo ressuscitando os mortos. Nurmi aparece creditada como Vampira e faz o papel dela mesma.

“The Big Operator” (1959, 91 min.) de Charles F. Haas, drama de investigação criminal estrelado pela Mamie Van Doren e Mickey Rooney. Nurmi aparece no papel de “Gina”.

“Sex Kittens go to College” (1960, 94 min.) de Albert Zugsmith, comédia adolescente estrelada por Mamie Van Doren onde Nurmi faz o papel de “Etta Toodie”.

“The Magic Sword” (1962, 80 min.) de Bert I. Gordon, fantasiadramática estrelada pelo astro Basil Rathbone onde Nurmi faz um pequeno papel.

“Dry” (1996, 10 min.) de Mika Ripatti, depois de ter ficado por vários anos afastada do cinema (depois de “The Magic Sword” ela só fez uma pequena participação não-creditada no longa “Population: 1” de Rene Daalder, no papel de uma mãe), Maila Nurmi reaparece neste curta “Dry” no papel principal.

“I Woke Up Early the Day I Died” (1998, 90 min.) de Aris Iliopulos, uma comédia com roteiro escrito nos anos de 1960 por Edward D. Wood Jr. e estrelado por Billy Zane, Tippi Hedren, Ron Perlman e Christina Ricci. Nurmi faz uma participação como uma mulher no lobby de um hotel.

“No Way In” (2000, 20 min.) de Sam Mussari, curta-metragem que marca a última aparição de Maila Nurmi no cinema, aqui no papel de uma mulher num bar.

Em 1994 Tim Burton realizou sua obra-prima “Ed Wood”, a cinebiografia do diretor/produtor/roteirista Edward D. Wood Jr., interpretado por Johnny Depp, onde a modelo Lisa Marie encarna, com perfeição, a Vampira e a apresenta para uma nova geração de fãs. Nesta produção de Burton temos um gostinho de como teria sido o programa “The Vampira Show” e sua popularidade em Hollywood durante a curta temporada da série. “Ed Wood” foi lançado em VHS/DVD no Brasil. Item obrigatório na coleção de qualquer cinéfilo que se preze.

Documentários Imperdíveis com Depoimentos de Maila Nurmi/Vampira

“James Dean: The First American Teenager” (1976) de Ray Connolly.

“The Incredibly Strange Film Show: Ed Wood Jr.” (1989) – Uma série de documentários sobre cineastas bagaceiros geniais, sempre apresentados por Jonathan Ross.

“Flying Saucers Over Hollywood: The Plan 9 Companion” (1992) de Mark Patrick Carducci.

“Vampira” (1995) de Mika Ripatti, sobre a carreira de Maila Nurmi, produzido na Finlândia.

“The Haunted World of Edward D. Wood Jr.” (1995) de Brett Thompson.

“Schlock! – The Secret History of American Movies” (2001) de Ray Greene.

“Monsterama: A Tribute to Horror Hosts” (2004) de Ed Polgardy.

“American Scary” (2006) de John E. Hudgens.

“Vampira: The Movie” (2006) de Kevin Sean Michaels, sobre a vida e obra de Maila Nurmi.

Creature from the Haunted Sea

Posted in Cinema with tags , , , , , , , on maio 25, 2011 by canibuk

“Creature from the Haunted Sea” (“Criaturas do Fundo do Mar”, 1961, 60 min.) de Roger Corman. Flashstar Vídeo.

Um espião americano se infiltra no grupo criminoso liderado pelo mafioso Renzo Capetto (Antony Carbone em atuação hilária) que foi contratado por um coronel cubano para transportar uma parcela da tesouraria cubana para fora da ilha e o olho gordo cresce em todos os picaretas envolvidos. O plano do grupo de Capetto é dos mais mirabolantes: Matar um a um os guardas do coronel e colocar a culpa num lendário monstro do mar que, lógico, acaba se revelando verdadeiro.

Em 1959, após concluir a produção de “The Little Shop of Horrors”, Roger Corman montou uma pequena equipe e elenco e foi para Porto Rico dirigir “The Last Woman on Earth” e produzir “Battle of Blood Island”. Já em Porto Rico Corman descobriu que se filmasse uma história criada lá teria incentivos fiscais e resolveu fazer mais um filme. O roteirista Charles B. Griffith (o mesmo de “The Little Shop of Horrors”) re-escreveu situações que já haviam sido filmadas nos roteiros de “Naked Paradise” e “Beast from Haunted Cave” e avacalhou geral com um senso de humor nonsense e farsesco que lembra em muito o cinema Marginal Brasileiro dos anos 60/70.

A criatura ridícula (dentro da fantasia está Robert Bean) foi criada com bolas de tênis para os olhos, bolas de ping-pong para as púpilas e uma espécie de capa plástica coberta por um tecido estranho e musgos diversos. Segundo o ator Antony Carbone: “Realmente tinha que fazer uma profunda concentração para não rir quando vimos isso!”.

Vários figurantes locais foram contratados para aparecer no filme ao preço de um dólar ao dia, que foi filmado em 5 dias. A música do filme, assinada por Fred Katz, foi originalmente para o filme “A Bucket of Blood”. Roger Corman queria música nova, mas segundo a lenda, Katz vendeu a mesma pontuação como se fosse música nova. Este score acabou sendo utilizado em 7 filmes, incluíndo os clássicos “The Wasp Woman” e “The Little Shop of Horrors”.

Trailer de “Creature From the Haunted Sea”

No youtube tem a versão com 14 minutos adicionais filmados por Monte Hellman, quem quiser conhecer pode conferir o filme inteiro (a versão lançada em DVD aqui no Brasil é a montagem original de Roger Corman com 60 minutos):

Invasion of the Bee Girls

Posted in Cinema with tags , , , , , on fevereiro 24, 2011 by canibuk

“Invasion of the Bee Girls” (1973, 86 min.) de Denis Sanders.

Trashão maravilhoso dos anos 70 que mostra uma investigação para descobrir porque vários homens estão morrendo de exaustão durante o ato sexual, logo, o investigador começa a suspeitar que mulheres-abelhas estão por trás dos estranhos crimes. “Invasion of the Bee Girls” é uma divertida Sci-Fi com momentos de horror, a primeira experiência cinematográfica do escritor Nicholas Meyer. Se tornou um cult movie com o passar dos anos e se encontra em domínio público, veja o filme completo no youtube:

The Fast and the Furious

Posted in Cinema with tags , , , , on novembro 27, 2010 by canibuk

 

Não, não e não!!! Não é um post sobre aquele bomba dos “Velozes & Furiosos” atual não!!!!!

“The Fast and the Furious” é uma produção de baixo orçamento do Roger Corman (dirigida por John Ireland & Edward Sampson) dos anos 50. Aqui, conta uma história de crime e mistério sobre um presidiário que foge da cadeia e consegue um carrão sport prá tentar limpar seu nome já que o mesmo é inocente (sim, na cadeia todos são inocentes). O sempre espetacularmente canastrão Bruno VeSota também está no elenco. Diversão garantida!

http://www.imdb.com/title/tt0046969/

O filme já está em domínio público e se encontra no youtube completo para assistir. É um bom filminho para esta tarde de sábado!!!

O Doce Avanço da Faca

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , on outubro 14, 2010 by canibuk

Fiquei alguns dias sem postar nada aqui no blog porque estava filmando meu novo curta-metragem independente de ação gore (mas Leyla fez atualizações aqui).

“O Doce Avanço da Faca” é uma história gore feminista sobre uma garota que aprende a usar facões afiados para vingar a morte de seu amado. Depois de ler várias críticas falando que “Machete” do Robert Rodrigues não era retardado o suficiente como seus fãs esperavam, resolvi filmar rapidamente um roteiro em cima da idéia de vingança por facas.

Como um Danny Trejo é feio demais, resolvi colocar uma menina no lugar do vingador mexicano se livrando de fanáticos religiosos (que são uma mistura de espíritas católicos com evangélicos e muçulmanos). Para o papel da vingadora Fúria chamei a novata Gisele Ferran que topou ousadas cenas de sexo.

Filmado em apenas cinco dias, “O Doce Avanço da Faca” traz no seu elenco figurinhas constantes dos meus filmes, como Jorge Timm, Coffin Souza, Elio Copini, Minuano e Airton Bratz.

Fiz um curta-metragem exploitation até a medula, filmado de forma barata/rápida e que pretendo lançar em Novembro deste ano ainda.

Voltarei a falar desta produção, por enquanto segue algumas fotinhos das filmagens:

 

Copini é o quebra galho da produção...

 

 

Baiestorf faz pose de diretor bagaceiro...

 

 

Coffin Souza & Gisele Ferran formam o casal feliz...

 

 

Baiestorf escolhendo os desenhos da Leyla Buk para close...

 

 

Jorge Timm é o Pastor dos fanáticos religiosos...

 

 

Um fanático religioso enfrenta a Fúria...

 

 

Jorge Timm, Gisele Ferran, Minuano e Baiestorf nas filmagens de "O Doce Avanço da Faca"...

 

 

Elio Copini encarna um dia de Fúria...

 

 

Baiestorf dirigindo Gisele Ferran & Elio Copini...

 

 

Copini com dor nas costas e má digestão...

 

 

Gisele Ferran é Fúria e Copini a força armada dos fanáticos religiosos...

 

 

Fanáticos religiosos rezando ao ar livre...

 

 

Fúria detona geral...

 

 

Fanático religioso: Ajoelhou tem que sangrar...

 

 

Bloody Tits no "O Doce Avanço da Faca"...

 

 

Gisele Ferran é a Fúria...

 

 

Violência sem limites na Vingança de Fúria...

 

 

Airton Bratz e Sigmundo Yankee estrelam o momento surreal do curta-metragem.

 

10 Clássicos Bagaceiros (anos 60) – parte 1

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 26, 2010 by canibuk

(Não teve jeito, tive que dividir essa década em duas partes porque é muita tralha cinematográfica genial prá escolher somente 10 filmaços maravilhosos).

Nos anos 60 os produtores vagabundos começaram a tomar conta do cinema mundial. Foi a década da sacudida no planeta Terra (que tá precisando de outra sacudida já) e dos roteiros inacreditáveis. Segue pequena listinha de 10 preciosidades (segunda parte da lista vem daqui uma semana) desta época de filmes feitos por um bando de marginaizinhos sem noção:

NUDE ON THE MOON” (1961) de Doris Wishman & Raymond Phelan.

Astronautas vão para a lua e descobrem um campo de nudismo por lá. Uma maravilha com interpretações geniais, bom humor e figurinos que inspiraram a NASA a fazer tudo certinho porque assim não dava prá ir pro espaço!!! Doris Wishman, na década seguinte, realizou uns filmes clássicos com a Chesty Morgan, voltarei a falar dela.

 http://www.imdb.com/title/tt0056293/

BATTLE OF THE WORLD(1961) de Antonio Margheriti, com Claude Rains e Giuliano Gemma.

Rains, o eterno homem invisível, faz um cientista ranzinza que prova a todos que está sempre coberto de razão em suas teorias e prevê todos os movimentos de um meteoro que vem em direção ao planeta Terra. Clássico dirigido pelo genial Margheriti (que foi responsável pela parte técnica do “Andy Warhol’s Frankenstein”) e realizou o clássico “Killer Fish” filmado no Brasil com aula de geográfia e de língua (caras vão de jipe da Bahia pro Amazonas em meia hora e nós falamos com sotaque de Portugal).

http://www.imdb.com/title/tt0054950/

KINGU KONGU Vs. GOJIRA(1962) de Ishirô Honda.

Delírios na produção que colocou King Kong e Godzilla frente a frente numa batalha entre meio à índios de olhos puxados. Na década de 60 Ishirô Honda só fez filmaços, outro dele que merece destaque é o “Matango” (1963) onde o povo cogumelo faz alguns reféns humanos numa sinistra ilha. O cinema japonês, nos anos 60, deu muitos clássicos pro cinema mundial, como “Jigoku” (1960, de Nobuo Nakagawa, o primeiro filme gore da história), “Onibaba” (1964, de Kaneto Shindô), “Kwaidan” (1964, de Masaki Kobayashi) e “Kyuketsuki Gokemidoro” (1968, de Hajine Sato, com uma cena copiada de forma descarada por Tim Burton quando fez “Mars Attack!”).

http://www.imdb.com/title/tt0056142/

“EL BARÓN DEL TERROR(1962) de Chano Urueta.

Um dos filmes mexicanos mais divertidos dos anos 60 onde um bruxo volta aos dias de hoje hoje para se vingar dos decendentes dos inquisidores que o mataram, com especial atenção nas cenas em que o bruxo vingador come o cérebro de seus algozes com colherzinha. A máscara de borracha do monstro é clássica (cada vez que ele aperta as mãos a cabeça de borracha pulsa falsamente) e os (de)feitos especiais lindos!!! Diversão imperdível!!!

http://www.imdb.com/title/tt0054668/

“SANTO CONTRA LOS ZOMBIES(1962) de Benito Alazraki, com: Santo, El Enmascarado de Plata.

Santo é um lutador mexicano que fez uma porrada de filmes de aventura que sempre misturavam elementos sobrenaturais/fantásticos em suas tramas. Santo é uma lenda no México. Neste filme aqui ele combate um cientista que está criando uma raça de zumbis canastrões. Na falta de um trailer pro filme em questão, posto vídeo de youtube que faz um apanhado bem bacana de quase toda a obra de Santo no cinema.

http://www.imdb.com/title/tt0055409/

INVASION OF THE STAR CREATURES(1963) de Bruno VeSota.

Lindas modelos extraterrestres vem ao planeta Terra com a intenção de dominar todo mundo. Bruno VeSota era um ator de filmes de baixo orçamento (fez vários com o Roger Corman, entre eles “The Wasp Woman”, “The Bucket of Blood”, “The Haunted Palace” e “I Mobster” e outros clássicos psychotronics como “Hells Angels on Wheels”, “The Wild World of Batwoman”, “Attack of the Giant Leeches” e muitos episódios em séries de TV como “Bonanza”, “Kojak” e “Mission: Impossible”) e como aprendeu com esses diretores pilatras, fez 3 longas divertidos demais (além do já citado “Invasion of the Star Creatures”, são dele ainda “Brain Eaters” de 1958 e “Female Jungle” de 1955).

http://www.imdb.com/title/tt0128274/

“THE MAN WITH THE XRAY EYES(1963) de Roger Corman, com Ray Milland.

Clássico da sci-fi mundial de todos os tempos, incrível o que Roger Corman fazia nos anos 60 com nada de dinheiro e muita criatividade. Nesta mesma década Corman ainda realizou vários outros filmes clássicos, como: “The Little Shop of Horrors” (1960), “Pit and the Pendulum” (1961), “Premature Burial” (1962), “Tales of Terror” (1962), “The Raven” (1963), “The Wild Angels” (1966), “The Trip” (1967), “The St. Valentine’s Day Massacre” (1967) e “Bloody Mama” (1970). Estavam querendo refilmar essa preocidade, mas espero que não saia essa refilmagem porque provavelmente vão estragar tudo com efeitos digitais modernos e algum ator com cara de adolescente idiota.

http://www.imdb.com/title/tt0057693/

SANTA CLAUS CONQUERS THE MARTIANS(1964) de Nicholas Webster.

Um dos meus filmes preferido de todos os tempos, aqui Papai Noel é raptado pelo Marcianos que estão interessados em recriar o Natal no planeta Marte. Genial!!!

Este filme serviu de inspiração para Tim Burton e Henry Selick quando filmaram o “The Nightmare Before Christmas” e a menininha deste filme, Pia Zadora, aparece no clássico “Hairspray” (1988) de John Waters no papel de uma beatnik.

http://www.imdb.com/title/tt0058548/

“THE INCREDIBLY STRANGE CREATURES WHO STOPPED LIVING AND BECAME MIXED-UP ZOMBIES” (1964) de Ray Dennis Stekcler.

Junto do clássico “The Horror of Party Beach” (também de 1964), este filme sobre desajustados que vivem num parque de diversões reclama prá sim o título de primeiro musical de horror da história do cinema. Mas na minha opinião nenhum dos dois é musical, em ambos os filmes há várias canções deliciosas, atores dançam, se divertem mas a música não é parte integrante da narrativa do filme. Ray Dennis Steckler fez ainda nos anos 60 um dos filmes que mais gosto: “Rat Pfink a Boo Boo”.

http://www.imdb.com/title/tt0057181/

THE HORROR OF PARTY BEACH(1964) de Del Tenney.

Aproveitando-se do sucesso dos filmes de praia que a produtora A.I.P. (dos produtores James H. Nicholson e Samuel Z. Arkoff que bancavam os filmes do Roger Corman nesta época) fazia nesta época, Del Tenney fez um filme de praia com muitas meninas de bikinis, monstros e surf music de primeira. Simplesmente adoro este filme e não me canso de reve-lo, o Monstro criado prá este filme é um dos meus preferidos de todos os tempos.

http://www.imdb.com/title/tt0058208/