Acabou de ser lançado o segundo número da “Cineminha” (foi lançada em agosto, mas devido a greve dos correios só recebi agora), editada pelo grupo “Fudidos & Malpagos” em parceria com o grupo “Auê” (que no fim das contas deve ser todo o mesmo pessoal, mas não tenho certeza deste dado, ou seja, motivo mais do que suficiente prá entrevistar alguém do grupo).
“Cineminha # 2” vem com mais páginas do que a primeira. Já no editorial, o grupo “Fodidos & Malpagos” fala sobre “provocação, Cinema & Censura”, discutindo a censura financeira e estética que continua no Brasil mesmo sem os militares (e posso atestar que essa censura existe, faço filmes com blasfêmias religiosas e sexo, tudo misturado, à quase 20 anos e nunca estive sendo tão censurado, de maneira velada, lógico, como neste 2011). E a revista, que está muito mais interessante que a primeira, trás o ótimo texto “Por um Cinema de Busca”, de Bruno Nicoletti, que teoriza sobre o quanto o cinema e a arte estão vazios hoje:
“O cinema do Terceiro Mundo (e o Brasil pertence a ele) não tem e não pode ter a mesma função que em Hollywood. Existem questões sócio-cultural-artísticas mais prementes que a constituição de uma indústria do entretenimento universal.”
Daniel Mittman escreve sobre o cinema como “máquina de guerra”, Cesar Pereira teoriza sobre Glauber Rocha para as novas gerações (Usando o clássico “Limite” na equação), Bruno Nicoletti reaparece com texto sobre o curta-metragem “O Grande Lazarento” (de Priscyla Bettim), Cesar Pereira reaparece analizando o documentário “Delirium Dream’s”, Téia Camargo fala sobre o aúdiovisual como instrumento de educação e transformação, Lourenço Favari fala sobre o cinema do coletivo gaúcho “Cinema 8”, que além dos filmes, realiza o festival de cinema “FLõ – Festival do Livre Olhar” e fecha com o bonito cartaz do filme “O Retorno da Lua”.
Para conseguir um exemplar, escreva para fudidos & Malpagos.