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Cerveja Falada

Posted in Bebidas, Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 2, 2011 by canibuk

“Cerveja Falada” (2010, 15 minutos) de Guto Lima, Demétrio Panarotto e Luiz Henrique Cudo. Com: Rupprecht Loeffler e sua Cervejaria Canoinhense.

Você já viu um filme que dá sede?… “Cerveja Falada” é este filme, recomendo ter a mão algumas garrafas de cerveja quando for assistir este documentário que versa sobre a feitura das cervejas artesanais. Em 2008 a produtora Exato Segundo fez um média chamado “Histórias da Cerveja em Santa Catarina”, que serviu de ponto de partida para a realização deste documentário exclusivamente sobre a figura de Rupprecht Loeffler e sua Cervejaria, a Canoinhense. “Cerveja Falada” é a história oral do mais antigo mestre cervejeiro vivo do Brasil, seu Loeffler, que completou em 2010 (época da realização do documentário) 93 anos de vida dedicados à confecção de cervejas artesanais. Santa Catarina é um estado com significativa produção de cervejas artesanais de fino paladar, recomendo, aos turistas em visita ao estado, que nunca deixem de conhecer as diversas cervejarias familiares que o estado possuí.

Muito mais interessante do que o próprio documentário é o material extra do DVD, que incluí o documentário original “Histórias da Cerveja em Santa Catarina” (2008) que são 27 minutos de depoimentos de historiadores, mestres cervejeiros e entusiastas da cerveja, um importante registro histórico sobre as pequenas cervejarias artesanais catarinenses; “Conhecendo a Cervejaria”, uma animada vinheta de um minuto onde os diretores desnudam, como se fosse um strip-tease, a cervejaria Canoinhense; “Fórmula da Cerveja”, onde Rupprecht Loeffler nos explica como fazer 1800 garrafas de cerveja (e da certo, já testei aqui em casa); uma versão comentada pelo diretores do documentário que revela interessantes curiosidades sobre a cidade de Canoinhas e a cervejaria que não estão no ducumentário; “Outros Clientes” que são 12 minutos de bate-papo com várias figurinhas típicas de pequenas cidades, todos fregueses habituais da cervejaria e uma infinidade de fotografias antigas, imagens de bastidores, trailer e uma linda bolacha para colocar seu copo de cerveja enquanto assiste o filme.

bolacha de copos que vem de brinde no DVD.

“Cerveja Falada” é co-digirido por Demétrio Panarotto, Guto Lima e Luiz Henrique Cudo, todos bem atuantes na produção alternativa do estado de SC. Demétrio é um dos irmãos Panarotto da cultuada banda “Repolho”. Guto Lima é dono da produtora Exato Segundo que fica localizada numa rua ao lado da Travessa Ratcliff em Florianópolis, num prédio que também abriga um puteiro. É engraçado ver Guto Lima contando histórias onde as garotas da produtora são confundidas com prostitutas, ele (e os homens da produtora) com clientes tarados e no elevador do prédio é fácil encontrar putas levando grandes sacos de lixo cheios de lençóis para serem lavados. E Luiz Henrique Cudo é músico e apresentador do programa de TV “Patrola”, que faz grande sucesso em SC entre os jovens (nunca assisti o programa porque TV não é minha praia tem mais de 20 anos).

Então o negócio é encher o copo de cerveja (ou chopp) e brindar à esta ótima iniciativa dos documentaristas. Segue o trailer disponível no youtube e cópias do DVD podem ser compradas através do e-mail contato@exatosegundo.com.br

Tyto Livi: Memórias de um Certo Louco

Posted in Música with tags , , , , , , , on novembro 20, 2011 by canibuk

Em 1977 Tyto Livi (Ortenilo Azolini) lançou o primeiro disco independente do rock catarinense (e provavelmente um dos primeiros do Brasil). Tyto Livi nasceu em Vargeão/SC, mas logo adotou a cidade de Chapecó/SC (cidade que hoje abriga a banda Repolho que, na minha opinião, dá seqüência ao estilo de Tyto, que aliás, pesquisando agora encontrei uma boa matéria escrita pelo Demetrio Panarotto, da banda Repolho, onde tiro as dúvidas sobre influência ou não), seu compacto “Memórias de um Certo Louco” (infelizmente seu único lançamento) foi gravado em São José, grande Florianópolis, e lançado de forma independente. Conta a lenda que Tyto Livi vendia de porta em porta o disco numa tentativa de juntar dinheiro para concluir o curso universitário de direito (para nosso azar ele abandonou a música e se tornou um advogado).

As 4 músicas do compacto “Memórias de um Certo Louco” estão disponíveis na net para ouvir ou até fazer download, já que conseguir cópia do original em vynil é tarefa quase impossível. O instrumental das músicas é morno (como a maioria dos sons dos anos 70), mas as letras de Tyto são ótimas, com um fino humor sarcástico, inclusive a de “Memórias de um Certo Louco” que é pré-Falcão, como atesta os seguintes versos:

“Por ser acéfalo

Tornei-me ectiófago

Sou genicófago

É o que me dizem.”

Tyto Livi nos dias de hoje.

E na minha preferida do disco, “O Mundo não Perdoa” (que tem que estar na trilha sonora da versão longa-metragem do meu filme “Ninguém Deve Morrer”), onde a letra diz:

“Ando perdido na escuridão

Eu já perdoei o mundo

Mas o mundo não dá perdão!”

“O Mundo não Perdoa” é uma balada triste e alegre ao mesmo tempo, impossível ouvi-la sem um grande sorriso nos lábios!

Em 2007 (ou 2008) conheci uma sobrinha de Tyto Livi que trabalhava ao lado da loja Cérebro (do lendário Gurcius Gewdner), mas por ainda não ter ouvido os sons do Tyto Livi, acabei perdendo a chance de tentar marcar uma entrevista com ele. Odeio quando dou essas bobeadas! Mas fica aqui a dica para conhecer esse belíssimo compacto do rock nacional que, mesmo que você não curtir os sons, é importante por ter sido um dos primeiros lançamentos independentes.