Considerado o pioneiro da arte fetiche, John Willie (que na verdade se chamava John Alexander Scott Coutts) nasceu em 9 de dezembro de 1902, em Singapura, cresceu na Inglaterra e mudou-se, por volta dos 40 anos, pra Nova York, onde seu trabalho alcançou mais conhecimento. Desenvolveu vários trabalhos como fotógrafo fetichista, ilustrador e artista bondage.
Willie foi o criador da Bizarre Magazine, revista fetichista e cheia de estilo, que teve seus números publicados entre os anos 40 e 50, e trazia diversas fotografias (grande parte de sua esposa) e ilustrações de figurinos fetichistas, idéias que ele tirava de cartas que recebia dos leitores, e publicações das próprias cartas dos leitores. Mais tarde ele seria acusado de inventar essas cartas, mas sempre defendeu a veracidade das mesmas. A Bizarre só durou 20 edições e vinha recheada de sadomasoquismo, bondage, salto alto, espartilhos, meias e cinta-liga, acrotomofilia (fetiche por amputados), travestismo e body modification. Uma delícia que realmente faz falta hoje em dia para aqueles apaixonados pelo tema. Após a publicação das 20 edições, Willie mudou-se para Hollywood, descobrindo em 1961 um tumor cerebral que o fez parar de trabalhar. Inexplicavelmente, ele destruiu todos os seus arquivos e voltou pra Inglaterra onde morreu dormindo em 5 de agosto de 1962.
No cinema, ele pode ser visto no “The Notorious Bettie Page“, filme de 2005 que conta a história da pin-up Bettie Page, onde foi interpretado pelo ator Jared Harris.
Sem dúvida o cara é referência e fonte rica de inspiração pra todos os artistas e amantes da arte fetiche.