Arquivo para bruno nicoletti

Cineminha 3

Posted in Fanzines, revistas independentes brasileiras, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 1, 2012 by canibuk

Acabou de ser lançado o terceiro número da revista de cinema independente editada pelo grupo Fudidos e Malpagos de Rio Claro/SP. Este novo número, uma homenagem ao diretor Carlos Reichenbach e ao ator Jorge Timm, abre com um texto humorístico escrito por mim e intitulado “Como Viajar de Graça Fazendo Filmes Baratos” que ensina aos jovens como unir o útil ao agradável. Cineasta independente pode se foder financeiramente o tempo todo, mas as viagens que seus filmes lhe proporcionam faz este sofrimento da eterna falta de grana ser tolerável. Em seguida há um interessante artigo de Bruno Nicoletti chamado “Cinema Terceiro Mundista Hoje”, teorizando sobre o cinema do terceiro mundo no Brasil emergente de hoje, que agora faz um cinema político inexpressivo. Um novo clássico como “O Bandido da Luz Vermelha” me parece impossível nos dias atuais, mas espero estar enganado! “A Odisseia Para Além do Humano”, de J.R. Sant’Ana, uma punhetagem sobre “2001” do Kubrick, e “Cinema de Esquina”, de César Felipe, sobre o documentário “Histórias de Esquina” (2006) de Felipe Diniz, estão na seqüência e são igualmente empolgantes. Aí tem um texto do Daniel Mittmann, “Por Um Manifesto Canibal-Caipira: Pensando um Cinema Tranqueira Gambiarra de Zumbis em Rioclaroville”, que toma o livro “Manifesto Canibal” (2004, escrito por mim e Coffin Souza) como base a ser aplicado nos pólos de cinema da cidade de Rio Claro/SP. Mittmann é certeiro num comentário sobre o cinema que tento fazer a mais de 20 anos com recursos próprios, quando escreve: “Souza e Baiestorf buscam, de alguma forma, construir um cinema perigoso”. É isso, não sei se o cinema que faço é perigoso ou não, mas tento fazer algo que possa incomodar os acomodados, atingir ou não o expectador é outra história! E fechando este número, mais um texto de Bruno Nicoletti, “O Andarilho”, que teoriza sobre os documentários brasileiros. Nestes tempos digitais não é brincadeira o que tem de cineasta independente documentando coisas, nem sempre com abordagens interessantes, infelizmente!

Enfim, mais um exemplar da “Cineminha” disponível, revista (na verdade é um fanzine fodão) que aos poucos está se tornando uma referência aos produtores independentes e ao público que aprecia filmes feitos sem a esmola estatal. Quero aproveitar e dar uma sugestão: no próximo número (que poderia ganhar mais páginas) seria bem vinda uma sessão com filmes independentes atuais resenhados/divulgados, o contato de seus realizadores e como o público interessado pode adquirir estes filmes, para criar um intercâmbio, um diálogo, entre cineastas independentes e público. Fazer filmes independentes não é um passatempo, fazer filmes com recursos próprios é uma filosofia de vida, é um compromisso com o cinema!

Já aguardo o quarto número da Cineminha, é louvável essa iniciativa e espero que mais grupos editem suas próprias revistas, quanto mais canais de divulgação para o cinema independente, melhor!

Contatos: fudidosemalpagos@gmail.com

por Petter Baiestorf.

* Quero aproveitar este post para pedir desculpas pela não atualização do Canibuk nos dias certos, o que acontece é que voltei das filmagens do “Mar Negro” (novo filme de Rodrigo Aragão) com uma gripe fodida que me derrubou e não consegui escrever novas matérias/resenhas pro blog. Como já estou melhor agora, espero normalizar tudo nesta semana, sempre com postagens inéditas nas segundas, quartas, sextas e domingos. Obrigado pela força pessoal!

Cineminha 2

Posted in revistas independentes brasileiras with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 6, 2011 by canibuk

Acabou de ser lançado o segundo número da “Cineminha” (foi lançada em agosto, mas devido a greve dos correios só recebi agora), editada pelo grupo “Fudidos & Malpagos” em parceria com o grupo “Auê” (que no fim das contas deve ser todo o mesmo pessoal, mas não tenho certeza deste dado, ou seja, motivo mais do que suficiente prá entrevistar alguém do grupo).

“Cineminha # 2” vem com mais páginas do que a primeira. Já no editorial, o grupo “Fodidos & Malpagos” fala sobre “provocação, Cinema & Censura”, discutindo a censura financeira e estética que continua no Brasil mesmo sem os militares (e posso atestar que essa censura existe, faço filmes com blasfêmias religiosas e sexo, tudo misturado, à quase 20 anos e nunca estive sendo tão censurado, de maneira velada, lógico, como neste 2011). E a revista, que está muito mais interessante que a primeira, trás o ótimo texto “Por um Cinema de Busca”, de Bruno Nicoletti, que teoriza sobre o quanto o cinema e a arte estão vazios hoje:

“O cinema do Terceiro Mundo (e o Brasil pertence a ele) não tem e não pode ter a mesma função que em Hollywood.  Existem questões sócio-cultural-artísticas mais prementes que a constituição de uma indústria do entretenimento universal.”

Daniel Mittman escreve sobre o cinema como “máquina de guerra”, Cesar Pereira teoriza sobre Glauber Rocha para as novas gerações (Usando o clássico “Limite” na equação), Bruno Nicoletti reaparece com texto sobre o curta-metragem “O Grande Lazarento” (de Priscyla Bettim), Cesar Pereira reaparece analizando o documentário “Delirium Dream’s”, Téia Camargo fala sobre o aúdiovisual como instrumento de educação e transformação, Lourenço Favari fala sobre o cinema do coletivo gaúcho “Cinema 8”, que além dos filmes, realiza o festival de cinema “FLõ – Festival do Livre Olhar” e fecha com o bonito cartaz do filme “O Retorno da Lua”.

Para conseguir um exemplar, escreva para fudidos & Malpagos.