Arquivo para canibalismo

O Que Há Para o Jantar?

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 11, 2018 by canibuk

Parents (O Que há para Jantar?, 1989, 81 min.) de Bob Balaban. Com: Randy Quaid, Mary Beth Hurt e Bryan Madorsky.

“O Que Há para jantar?” vai além ao destruir a pacata e feliz família americana ao injetar o consumo da carne humana nos hábitos alimentares de uma classe-média suburbana neurótica e capaz de assassinar para a satisfação de seus ousados sentidos gustativos.

Conta a história do socialmente estranho garotinho Michael Laemle (Bryan Madorsky), cuja imaginação fértil e um trauma (por ter visto seus pais tendo relações sexuais), o fazem desconfiar que seus genitores, Nick (Randy Quaid) e Lily (Mary Beth Hurt), sejam monstros canibais capazes das mais estranhas bizarrices para colocar os suculentos bifes de gente na mesa da família.

O diretor, Bob Balaban, é mais conhecido do público por seus trabalhos como ator. Bob nasceu em família tradicional do cinema americano. Barney Balaban, seu tio, foi presidente da Paramount Pictures e seu padrasto foi Sam Katz, vice-presidente e homem forte da MGM. Em 1970 interpretou o Capitão Orr na comédia de humor negro “Ardil 22” (Catch 22), adaptação de Mike Nichols para a novela homônima de Joseph Heller e que trazia um elenco estelar com Orson Welles, Alan Arkin, Anthony Perkins e Jon Voight. Uma estréia carregada de responsabilidade. Bob Balaban também estrelou outros clássico. É a personagem David Laughlin em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (Close Encounters of the Third Kind, 1977), de Steven Spielberg. Poucos anos depois esteve no elenco do Cult “Viagens Alucinantes” (Altered States, 1980), do genial diretor surrealista Ken Russell.  Seu trabalho como diretor se destaca mais no comando de episódios para séries da TV americana, onde entregou episódios para séries como “Tales from the Darkside”, “Histórias Maravilhosas” (Amazing Stories) e “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, temporadas de 2002 e 2003), entre várias outras. Para o cinema dirigiu ainda “Namorado Gelado, Coração Quente!” (My Boyfriend’s Back, 1993), outra boa produção de humor negro. Bob continua vivo e produzindo muito.

No elenco de “O Que Há para o Jantar?” destaque para o sempre eficiente Randy Quaid no papel do chefe de família canibal. Comediante de mãos cheia, Randy foi descoberto por Peter Bogdanovich quando ainda era estudante. Bogdanovich lhe ofereceu um papel no hoje Cult “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show, 1971). E Bogdanovich gostou tanto de Randy que o escalou novamente para o elenco de “Essa Pequena é uma Parada” (What’s Up, Doc?, 1972) e “Lua de Papel” (Paper Moon, 1973). Nos anos de 1970, Randy foi trabalhando com todos os talentos que despontavam na Nova Hollywood: Divide cena com Jack Nicholson no clássico “A Última Missão” (The Last Detail, 1973), de Hal Ashby; se veste de mulher com Charles Bronson em “Fuga Audaciosa” (Breakout, 1975), de Tom Gries; faz um pistoleiro ao lado de Marlon Brandon em “Duelo de Gigantes” (The Missouri Breaks, 1976), de Arthur Penn; interpreta a personagem Jimmy Booth em “O Expresso da Meia-Noite” (Midnight Express, 1978), de Alan Parker; e ao lado de seu irmão Dennis Quaid é um pistoleiro no fantástico “A Cavalgada dos Proscritos” (The Long Riders, 1980), de Walter Hill, que trazia no elenco várias famílias inteiras de atores, destacando a Carradine e a Keach. Na década de 1980, Randy se especializou em papéis em comédias. Foi o primo Eddie no clássico “Férias Frustradas” (National Lampoon’s Vacation, 1980), de Harold Ramis, contracenando com um Chevy Chase inspiradíssimo; e dividiu cenas com Bill Murray e Geena Davis em “Não Tenho Troco” (Quick Chance, 1990), de Howard Franklin e Bill Murray, uma das comédias mais divertidas daquela década. De 2010 em diante Randy se manteve afastado das telas por problemas com a lei dos USA e Canadá, após ter forjado uma assinatura num contrato imobiliário.

Na equipe-técnica de “O Que Há para o Jantar?” encontramos o produtor Mitchell Cannold, do sucesso “Dirty Dancing” (1987), de Emile Ardolino, e do remake fracassado de “E Deus Criou a Mulher” (And God Created Woman, 1988), com direção de Roger Vadim, também responsável pelo original. Entre os músicos responsáveis pela trilha sonora encontramos Angelo Badalamenti, responsável pelas trilhas de alguns clássicos de David Lynch, aqui sob comando do compositor Jonathan Elias, que trabalhou em filmes de baixo orçamento como “Colheita Maldita” (Children of the Corn, 1984), de Fritz Kiersch, e “Vamp – A Noite dos Vampiros” (Vamp, 1986), de Richard Wenk. A direção de fotografia é da dupla Ernest Day, que trabalhou em “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange, 1971), de Stanley Kubrick, e Robin Vidgeon, responsável pela fotografia de “Hellraiser” (1987), de Clive Barker. O editor Bill Pankow é o mesmo de “Os Intocáveis” (The Untouchables, 1987), de Brian de Palma. E Derek Howard, dos efeitos especiais, trabalhou em “A Hora da Zona Morta” (The Dead Zone, 1983) e “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (Dead Ringers, 1988), ambos de David Cronenberg.

“O Que Há Para o Jantar?” teve um lançamento discreto sem boas críticas, mas que com o passar dos anos atingiu o patamar de cultmovie. No Brasil foi lançado na Coleção Dark Side (Vol. 8) da Vinyx Multimidia (antiga Brook Films, London Filmes, etc).

por Petter Baiestorf.

Veja uma cena do filme aqui:

Uma Gostosa Loucura Sangrenta

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 29, 2018 by canibuk

Frightmare (Loucura Sangrenta, 1974, 95 min.) de Pete Walker. Com: Rupert Davies, Sheila Keith e Kim Butcher.

“Loucura Sangrenta” é um dos mais notáveis trabalhos do diretor Pete Walker, que aqui narra a história de um casal cuja esposa, Dorothy, é uma canibal que conta com a ajuda do marido para manter sua peculiar dieta de guloseimas humanas. Após um tempo presos num hospício, o casal é solto e Dorothy tem uma recaída em seus desejos culinários, ao mesmo tempo que uma de suas filhas começa a se descobrir atraída pelas deliciosas receitas de sua mamãe.

Veja o Trailer:

O inglês Pete Walker, nascido em 1939, é filho do comediante Syd Walker. Começou cedo sua carreira de stand-Up, possivelmente influenciado pelo pai, em clubes de strip-tease, já revelando muito de sua personalidade anti-autoridades de qualquer tipo (em seus filmes geralmente as autoridades são figuras sádicas e/ou fascistas). Iniciou sua carreira cinematográfica realizando inúmeros curtas em super 8 até conseguir financiamento para “The Big Switch” (1968), seu primeiro longa, que contava uma história de crimes no submundo pornô de Londres. Após algumas comédias sexuais adolescentes para o mercado alemão, Pete emplacou com o filme de horror “The Flesh and Blood Show” (1972), onde um sanguinário maníaco matava atores com requintes de crueldade. Em 1974, ainda colhendo frutos de seu sucesso, Pete comandou dois pequenos clássicos do gênero horror: “House of Whipcord”, uma bem-vinda variação de W.I.P. (women in prison) com horror; e este “Frightmare” que você tem em mãos. Em seguida realizou “Schizo” (1976), produção onde mais uma vez investigava distúrbios mentais sob uma ótica bem demente. Seu último filme, “House of the Long Shadows”, conhecido aqui no Brasil pelo título “A Mansão da Meia-Noite”, é seu filme de maior destaque por conta de reunir no elenco os atores Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing e John Carradine. Após essa produção Pete Walker abandonou sua carreira de cineasta para se dedicar ao ramo imobiliário, mais lucrativo.

O papel de Dorothy Yates é interpretado por Sheila Keith, uma atriz de confiança de Pete – ela também está em vários outros filmes dele, como “House of Whipcord”, “House of Mortal Sin” e “House of the Long Shadows”. Sheila fez carreira televisiva em séries da TV inglesa.

Rupert Davies, que interpreta Edmund Yates, também era ator de séries de TV. Em 1965 fez parte do elenco do clássico “The Spy Who Came in from the Cold”, de Martin Ritt e estrelado pelo lendário Richard Burton. Alguns anos depois, em 1968, se destacou no gênero horror ao fazer parte do elenco de três clássicos no mesmo ano: “Witchfinder General”, de Michael Reeves, estrelado por Vincent Price; “Dracula Has Risen from the Grave”, de Freddie Francis, estrelado por Christopher Lee; e “Curse of the Crimson Altar”, de Vernon Sewell, novamente estrelado por Lee, só que agora acompanhado pela lenda viva Boris Karloff em final de carreira.

David McGillivray, co-roteirista de “Loucura Sangrenta”, era um especialista no gênero horror de baixo orçamento. São dele também os roteiros de “House of Whipcord” e “House of Mortal Sin”, ambos de Pete Walker; “Satan’s Slave” (1976), que se aproveitava da temática satanista que assolou o cinema mundial no final dos anos 70, e “Terror/O Ente Diabólico” (1978), exploitation envolvendo bruxarias pesadas, ambos os filmes dirigidos pelo picareta Norman J. Warren, numa tentativa de capitalizar com bruxaria e satanismo com o público de drive-ins e pulgueiros de calçadas.

“Frightmate/Loucura Sangrenta” foi lançado em DVD no Brasil pela distribuidora Vinyx Media (London/Dark Side/Brook Films/Empire Filmes/entre outros nomes) na coleção Dark Side Horror Collection, sendo o oitavo volume da coleção e fazendo parceria com o cult “Parents/O Que Há Para o Jantar?”, formando uma ótima dupla de filmes sobre o canibalismo.

por Petter Baiestorf.

Assista o filme aqui:

A Triste, Porém Alegre, História do Membro de Mao

Posted in Bizarro, canibalismo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 12, 2012 by canibuk

Mao Sugiyama quando criança adorava se vestir com as roupas das irmãs, ao que tudo indicava seria um transformista. Ao chegar na adolescência começou a se considerar o “Assexual de Tokyo”. Assexuais são pessoas que, em teoria (eu, na qualidade de tarado, não consigo imaginar alguém assexuado), não se interessam sexualmente por nenhuma criatura/objeto, seja homem, mulher, animais, enguias ou sofás. Ao completar 22 anos de idade Mao resolveu passar por uma cirurgia de remoção de seu incômodo órgão genital masculino e o guardou na geladeira de sua pequena kitnet. Alguns dias depois, já recuperado da complexa cirurgia, postou o seguinte tweet:

“[Por favor, retweet] Estou oferecendo meus órgãos genitais masculino (pênis inteiro, testículos, escroto) como refeição por 100 mil ienes. Será preparado cozido como desejar o comprador em local à ser combinado.”

No dia 13 de abril (passado), depois que exames comprovaram que o órgão era saudável, o membro de Mao foi cortado em pedacinhos e preparado com cogumelos e salsa italiana, acompanhado de pratos extras à base de crocodilo. Cinco pessoas se deliciaram com o, segundo eles, delicioso pênis de Mao. Uma sexta pessoa que iria participar do banquete desistiu e o evento foi uma atração para inúmeras pessoas que compareceram somente para ver tal ato histórico com seus próprios olhos.

No dia seguinte Mao Sugiyama postou fotos do banquete em seu blog (atualmente fora do ar). Como o banquete causou comoção entre os cidadãos mais conservadores do Japão, as autoridades foram chamadas e acabaram chegando a conclusão de que o banquete foi legal, já que não há leis contra canibalismo naquele país.

Sou um defensor de que as pessoas devem fazer o que curtem e achei que o governo japonês soube entender bem os desejos das pessoas envolvidas. Se Mao odiava seu pênis e hoje é mais feliz sem seu membro, ótimo! E aproveitar o membro num jantar que saciava os instintos canibais de cinco cidadãos livres, melhor ainda. Vivemos numa época que não se permite desperdícios (só não precisava servir carne de crocodilo junto do exótico prato culinário que Seabrook tanto adorou, como vegetariano não aprovo a morte de animais para alimentação). O que me preocupa é a sexta pessoa, que na hora “H” desistiu de experimentar tão rara iguaria, uma pessoa assim, que combina algo e não cumpre, tem problemas e deveria ser investigada.

Preparando o membro de Mao.

Raríssimo manjar já cozido e pronto para ser servido com cogumelos e salsa.

Eddy – O Colecionador de Bucetas Dissecadas

Posted in canibalismo, Serial Killer with tags , , , , , on março 7, 2011 by canibuk

Edward Gein é meu psicopata de extimação, seus crimes foram tão absurdos que já fazem parte do folclore americano, foi o psicopata que deu origem à clássicos do cinema como “The Psycho” (1960, Alfred Hitchcock), “The Texas Chainsaw Massacre” (1974, Tobe Hooper), “Deranged – The Confessions of a Necrophile” (1974, Jeff Gillen e Alan Ormsby) e até meu média-metragem “Vadias do Sexo Sangrento” (2008). Então, aplausos ensandecidos ao fenomenal Ed Gein, ou simplesmente, para os mais íntimos, Eddy!!!

No dia 16 de Novembro de 1957, o sherif de Planfield, Wisconsin, foi até a granja de Gein para fazer-lhe algumas perguntas relacionadas ao desaparecimento de Bernice Worden, a proprietária de uma tenda de frutos do mar onde populares viram, dias antes, várias vezes a camionete de Ed Gein estacionada.

Eddy era o único membro vivo do clã Gein. Sua mãe, uma mulher possessiva e extremamente cristã, doutrinadora e moralmente rígida na educação de seus filhos, havia morrido já há 12 anos, perturbada mentalmente com a morte de seu outro filho, um ano antes. Henry, o irmão morto de Eddy, havia falecido asfixiado enquanto queimava ratos vivos com seu adorável irmão. Na época ninguém deu tanta importância ao fato ocorrido.

O pequeno povoado ficou apavorado, anos mais tarde, com as várias pessoas que sumiam sem deixar vestígios. Eddy, então um solteirão de 51 anos, não se importava com os acontecimentos, preferia dar mais atenção as suas amigas de terceira idade, suas únicas amizades. Assim, Eddy vivia recluso em sua granja, só indo até o povoado para comprar mantimentos na tenda da senhora Worden e visitar suas velhinhas. Era considerado pelos habitantes de Planfield um homem tímido, amável com as crianças e pouco amigo de bares e diversões. Para o sheriff mongol, Ed era somente a última pessoa que viu Worden viva.

As 8 horas da noite do dia em que o sheriff visitou Eddy, vários agentes com suas enfraquecidas lanternas, entram num galpão da granja Gein. A luz fraca ilumina algo pendurado em ganchos de açougue. Era o corpo mutilado de uma mulher, agora indiscritível, com um grande talho da vagina até o pescoço, decepada e desprovida de suas vísceras. Isso era o que sobrará da pacata senhora Worden. Mas o horror ainda estava por vir. Na casa de Eddy encontraram o coração da vítima em uma panela sobre a mesa da cozinha, junto da parte superior de um crânio utilizado como prato e, finalmente, a cabeça da amável senhora dentro de uma bolsa plástica, com as unhas dos polegares atadas nas orelhas.

Ao amanhecer, entre uma e outra crise de vômito, os agentes foram fazendo novas descobertas, ainda mais chocantes do que as feitas durante a noite. Acharam utensilios domésticos forrados com pele humana, crânios utilizados como remate dos pés da cama e inúmeros outros artefatos feitos com ossos humanos. Também encontraram, colecionadas em caixas de sapatos, 8 vaginas dissecadas (exceto a última aquisição, que ainda era uma buceta fresquinha), inclusive uma delas pintada da cor prateada, mais quatro narizes, vários pares de lábios e um sortido jogo de recortes de peles faciais. Coladas na parede, havia ainda quatro máscaras arrancadas diretamente do crânio e postas para secar. Outros cinco crânios se encontravam dissecados, com os cabelos cuidadosamente penteados e os lábios pintados. Curiosos mesmo, eram os chinelos de Eddy usar dentro de casa enquanto descansava: Feitos de couro humano. Também possuía um avental confeccionado da pele tirada do torso de uma mulher, uma sórdida coleção de ossos esculpidos, membros genitais e peitos femininos dos mais variados tamanhos.

A sociedade americana escandalizou-se ainda mais com as posteriores confissões de Eddy, que relatou como fazia suas visitas aos cemitérios e profanava as tumbas para conseguir novos apetrechos para sua coleção bizarra, embora jurou que nunca chegou a praticar necrofília. “Fediam muito!”, declarou na ocasião. Também costumava dançar nas noites de lua cheia vestindo apenas as máscaras que confeccionava com a pele das vítimas e à comer a carne de algumas delas, cozida, lógico! Mas o mais incrível, principalmente para a população de Planfield, veio com a revelação de que os bolinhos de carne que as vezes ele vendia no povoado, eram feitos com carne humana. Várias foram as pessoas internadas no hospital com problemas estomacais ou crises nervosas.

As autoridades decidiram que Eddy não era uma pessoa normal, não estando em condições de ser julgado por um júri. Foi internado em vários centros psiquiatrícos, onde sempre era tido como paciente modelo. Eddy faleceu, de causas naturais, em junho de 1984.