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La Bestia Nello Spazio

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 4, 2012 by canibuk

“La Bestia Nello Spazio” (“The Beast in Space”, 1980, 92 min.) de Alfonso Brescia. Com: Sirpa Lane, Vassili Karis, Lucio Rosato, Maria D’Alessandro e Marina Lotar.

“La Bête” (1975), dirigido pelo mestre do erotismo Walerian Borowczyk, sobre um casamento arranjado entre duas famílias burguesas onde a noiva, para que possa receber a herança de seu falecido pai, precisa se casar com um homem deformado que cria cavalos, foi um marco do cinema erótico com suas ousadas cenas de sexo entre uma mulher (Sirpa Lane) e um monstro (a título de curiosidade: A seqüência do sonho onde o monstro estupra/é estuprado pela mulher foi filmado para ser um dos seis episódios do filme “Contes Immoraux/Contos Imorais” (1974), obra anterior de Borowczyk, mas na edição ele e outro episódio ficaram no chão da sala de montagem e o diretor resolveu usa-lo em seu grande clássico). “La Bête” e a tradição da bela sendo estuprada pela fera, que vem do inconsciente branco-cristão europeu antes mesmo da invenção do cinema, serviram de inspiração para a produção de “La Bestia Nello Spazio” de Alfonso Brescia (não confundir com a dupla de diretores Brescia do Brasil).

“La Bestia Nello Spazio” é uma mistura entre “Star Wars” (apesar que produções sci-fi européias sempre ficam mais prá “Barbarella” do que para “Star Wars”) e “La Bête” que conta a história de um grupo de soldados espaciais que recebem a missão de ir ao planeta Lorigon obter Antalium (o elemento chave para a construção da bomba de neutron). Assim que a equipe começa a missão, Sondra (Sirpa Lane, do elenco de “La Bête”) começa a ter sonhos envolvendo sexo violento. Logo chegam ao seu destino e pousam no planeta (o pouso da espaçonave lembra os filme de sci-fi de 30 anos antes, de tão tosco e mal executado). Para poupar dinheiro com cenários, logo o grupo de corajosos desbravadores encontra um bosque igualzinho à qualquer bosque aqui do planeta terra e sua primeira visão perturbadora em Lorigon é ver dois cavalos fazendo sexo (em cenas de stock footage, outra referência explícita à “La Bête”), visão essa que deixa as mulheres do grupo excitadas. Depois desta cena gratuita de sexo animal, encontram uma casa de design alienígena onde seu moderno equipamento detecta Antalium. Em uma entrada triunfal ficam conhecendo Onaph, o anfitrião do planeta, que lhes conta a história de Lorigon e do super computador Zocor. No banquete que é servido de boas-vindas, todos comem, bebem e ficam tarados, vítimas de uma alucinação sexual coletiva, e a pegação entre a tripulação tem início. Onaph se revela um fauno bestial movido a sexo e torna os pesadelos de Sondra reais com cenas de sexo onde as penetrações explícitas foram enxertadas (casualmente todos os closes de penetrações nas vaginas foram feitos na mesma buceta, reconhecível pelo pentelhos pavorosos). Assim que todos conseguem sair da alucinação, escapam da casa e travam uma batalha com robôs lorigonianos, culminando numa cena de absoluta cara de pau onde sacam seus sabres de luz a la “Star Wars”. No meio desta batalha nossos heróis encontram tempo para destruir Zocor, o super computador que se alimenta de Antalium, e até o próprio planeta (a explosão mal feita do planeta fecha o filme com chave de ouro).

Os cenários e figurinos são pobres, mas de cores chamativas como todo bom filme barato que se preze deve ter. As armas são um achado com seus canos montados sobre lanternas, a cada tiro a ponta da arma se acende e os inimigos caem mortos. Os efeitos especiais parecem ter sido feitos para um filme dos anos 60 de tão precários. O roteiro escrito por Brescia, com uma ajudinha de Aldo Crudo, é uma grande bobagem com a missão de mostrar cenas de sexo que são bem filmadas (a versão que assisti tem 92 minutos e mais 3 minutos adicionais de cenas de sexo explícito que acabaram ficando de fora da versão final, mas cuidado, há versões deste filme rodando por aí com duração variando entre 73 e 86 minutos). O super computador é uma caixa gigante colorida com luzes vermelhas que piscam, nada melhor para um filme que não se leva a sério em nenhum momento, dá prá notar que os atores estão se divertindo. A trilha sonora do filme foi composta por Marcello Giombini (sob pseudônimo de Pluto Kennedy).

Alfonso Brescia (nascido em 1930 e falecido em 2001) é mais conhecido pelo pseudônimo de Al Bradley (ou Bradly Al) e se tornou famoso por seus filmes de sci-fi de baixo orçamento (na linha dos filmes de Antonio Margheriti como “Assignment: Outer Space/Destino: Espaço Sideral” (1960) ou “Il Pianeta Degli Uomini Spenti/Battle of the Worlds/O Planeta dos Desaparecidos” (1961), ambos lançados em DVD double feature pela London Films) que valem a pena serem conhecidos. Filmes como “Battaglie Negli Spazi Stellari” (1977), “Anno Zero – Guerra Nello Spazio” (1977), “La Guerra dei Robot” (1978) e “Sette Oumini D’Oro Nello Spazio” (1979) foram todos produzidos para lucrar em cima do sucesso de “Star Wars”, mas são muito mais divertidos, com aquele sabor especial que somente os filmes vagabundos tem. Exploitation man por natureza, começou dirigindo peplum movies. “La Rivolta dei Pretoriani” (1964) e “Il Magnifico Gladiatore” (1964) são sua visão do império romano que, nos anos 60, estavam na moda. Versátil como todos os diretores de exploitations, foi mudando de gênero conforme o gosto do consumidor mudava. Já em 1966 abandonou a produção de peplum para se dedicar ao western e realizou “La Ley del Colt”, na cola do sucesso dos filmes de Sergio Leone. Seu melhor filme no gênero western foi “Killer Calibro 32” (1967). Quando os filmes de faroeste começaram a dar sinais de cansaço, fez o drama “Nel Labirinto de Sesso” (1969) e o filme de guerra “Uccidete Rommel” (1969), para ver qual caminho seguir. Nenhum, nem outro! No início dos anos 70 era o horror que começava a chamar atenção do público, assim fez “Il Tuo Dolce Corpo da Uccidere” (1970), estrelado por Eduardo Fajardo (figurinha fácil dos spaghetti westerns) e “Ragazza Tutta Nuda Assassinata nel Parco” (1972). Depois de algumas comédias onde destaco “Superuomini, Superdonne e Superbotte” (1975), que zoava com o mundo dos super-heróis, e de seus filmes de sci-fi já citados, Brescia teve problemas com Joe D’Amato ao lançar “Ator 3: Iron Warrior” (1986) sem autorização de D’Amato, verdadeiro dono da série. No final dos anos 80 lançou uma imitação barata de “Rambo” chamada “Fuoco Incrociato/Cross Mission/Missão Mortífera” (1988) que tentava lucrar com o gênero ação. Brescia é um diretor pouco citado por trashmaníacos, mas merece destaque por sua carreira cheia de obras muito bagaceiras com alto grau de diversão.

No elenco de “La Bestia Nello Spazio” temos atores/atrizes que topavam tudo que é tipo de filme para pagar o aluguel. Sirpa Lane foi lançada no cinema por Roger Vadim com o filme “La Jeune Fille Assassinée” (1974), thriller erótico que destacou a beleza da jovem e fez com que Borowczyk a chamasse para viver Romilda de L’Esperance, sua personagem mais famosa no cinema, em “La Bête”. Em 1978 Joe D’Amato realizou “Papaya dei Caraibi/Papaya – Love Goddess of the Cannibals” e lhe deu o papel de Sara. Nos anos 80 trabalhou em mais dois filmes que merecem destaque, “Le Notti Segrete di Lucrezia Borgia” (1982) de Roberto Bianchi Montero e “Giochi Carnali” (1983), dirigido por Andrea Bianchi, mesmo diretor dos cults “Malabimba” (1979) e “Le Notti del Terrore/Burial Ground” (1981). Vassili Karis já havia trabalhado com Brescia em “Battaglie Negli Spazi Stellari” e “Anno Zero – Guerra Nello Spazio” antes deste “Bestia”. Outros filmes onde Karis dá as caras são “È Tornato Sabata… Hai Chiuso Un’Altra Volta/O Retorno de Sabata” (1971, disponível em DVD pela MGM Vídeo) de Gianfranco Parolini, um divertido western estrelado por Lee Van Cleef; “Casa Privata per le SS/SS Girls” (1977), asneira nazixploitation de Bruno Mattei; “Le Porno Killers” (1980), comédia de humor negro de Roberto Mauro e “Scalps” (1987) da dupla Claudio Fragasso e Bruno Mattei, um western gore chato, mas lindo. Outro ator de “Battaglie Negli Spazi Stellari” que aparece nesta produção é Lucio Rosato que, como todos os atores italianos em atividade nos anos 60, 70 e 80, teve a oportunidade de trabalhar em muitos filmes divertidos. Não deixe de ver Rosato em ação nos filmes “Gli Specialisti” (1969), western do mestre Sergio Corbucci; “Carcerato” (1981), um drama musical onde foi novamente dirigido por Brescia e “The Barbarian” (1987), um adorável lixo cinematográfico de Ruggero Deodato.

Atentem ainda para a presença da pornostar sueca Marina Hedman Bellis (também conhecida pelos nomes Marina Frajese, Marina Lotar ou Marina Lothar) no elenco. Marina era modelo quando Lucio Fulci lhe deu um pequeno papel (não creditado) na comédia “La Pretora” (1976), estrelado por Edwige Fenech. Logo em seguida apareceu já em sua primeira cena de sexo hardcore no cult movie “Emanuelle in America” (1977) do esperto Joe D’Amato, que com este filme chamou atenção por usar algumas cenas que seriam de torturas reais (mas que sob olhar atento percebemos que são trucagens). Ainda com D’Amato ela fez outros filmes, como a comédia “Il Ginecologo Della Mutua” (1977) e “Immagini di un Convento” (1979), nunsploitation com seqüências de sexo explícito. Depois de trabalhar com D’Amato foi descoberta pelos diretores italianos e trabalhou com vários caras bons. “Pasquale Festa Companile a contratou para “Gegè Bellavista” (1978) e “Come Perdere una Moglie e Trovare un’Amante” (1978); com Dino Risi fez o drama “Primo Amore” (1978); o atento Jesus Franco a chamou para um papel na comédia “Elles Font Tout” (1979), estrelado por sua musa Lina Romay, lógico; e Federico Fellini a chamou para sua obra-prima “La Città Delle Donne/Cidade das Mulheres” (1980), divertido clássico estrelado por Marcello Mastroianni e Anna Prucnal (que faz a personagem Anna Planeta no cult absoluto “Sweet Movie” (1974) de Dusan Makavejev). Fazer cinema na Europa dos anos 70/80 era algo realmente mágico. Depois deste começo de carreira promissor, Marina Hedman resolveu seguir o caminho dos filmes de horror e hardcore e fez o terror adulto “Orgasmo Esotico” (1982) de Mario Siciliano, “La Bimba di Satana/Satan’s Baby Doll” (1972) de Mario Bianchi, “La Bionda e La Bestia” (1985) de Arduino Sacco, “The Devil in Mr. Holmes” (1987) de Giorgio Grand, entre muitos outros pornôs europeus.

Dificilmente “La Bestia Nello Spazio” será lançado em DVD no Brasil, mas deixo aqui a dica para quem quiser conhecer essa pequena peça do selvagem cinema italiano que, quando faliu, deixou saudades. O estilo de filmar dos cineastas italianos sempre foi uma grande bagunça que no fim dava certo e rendia ótimos filmes.

por Petter Baiestorf.

“La Bestia Nello Spazio” copiando a arte de “Zardoz” descaradamente.

El Baron del Terror e a Arte de Comer Cérebros Humanos

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , on dezembro 22, 2011 by canibuk

“El Baron del Terror” (“Brainiac”, 1962, 77 min.) de Chano Urueta. Com: Abel Salazar, Ariadna Welter, David Silva, Luis Aragón e René Cardona.

No ano de 1661 a Santa Igreja Católica, representada por um bando de inquisidores escrotos, condena a barão Vitelius de Astara (interpretado por Abel Salazar, também produtor do filme) à fogueira. Antes de morrer o barão jura vingança contra os descendentes de seus assassinos enquanto observa a passagem de um comenta nos céus do planeta Terra (que nada mais é do que um cometa desenhado numa folha, levemente desfocado, sendo mexido aos poucos). 300 anos depois este mesmo cometa pintado numa folha passa pela Terra novamente trazendo de volta o vingativo barão (o cometa caindo/pousando na Terra, com o fio de nylon que o segura a mostra, só não é mais ridículo do que a aparição do monstro que o barão se tornou – uma grotesca máscara de borracha pulsante, com uma colossal língua de lagarto usada para sugar o cérebro de suas vítimas e uma roupa em frangalhos com pelos colados em algumas partes dela), que logo trata de achar os descendentes de seus inimigos para sugar os cérebros de todos numa orgia de gosmas.

Após uma festa, onde o barão reencontra todas suas vítimas, as mortes começam a surgir em ritmo alucinante, obrigando uma dupla de investigadores (que psicologicamente lembram o Tor Johnson no “Plan 9 from Outer Space”, ou seja, verdadeiros inúteis) a trocar os mais estúpidos diálogos investigativos.

Filmado em estúdio, em duas semanas de trabalhos, “El Baron del Terror” tem os cenários mais falsos (e por isso mesmo divertidos) que já vi, um verdadeiro colírio camp aos olhos. E as mortes são todas bem engraçadas graças as caretas do inspiradíssimo elenco canastrão. Impossível não rolar de rir com a morte de uma das vítimas que, dominado telepateticamente pelo barão, é obrigado a abrir uma caldeira e se deixar consumir pela chamas do fogo. Aliás, cada vez que o barão se transforma no monstrengo (para matar as vítimas ele sempre se transforma), é um espetáculo único da completa falta de noção dos produtores (ainda bem) e com o andar do filme novas surpresas macabras vão sendo reveladas, como o baú do barão que em seu interior há um cálice gigante de cérebros humanos d’onde nosso vilão se serve de colherzinha. Aqui vou contar o final do filme, se você não quer saber, pule para o próximo parágrafo: No final temos a dupla de investigadores palermas que, como dois inquisidores modernos, aparecem portando lança-chamas e cozinham o barão pela segunda vez.

Chano Urueta (1904-1979) já era um veterano da indústria de cinema mexicano (seu primeiro filme, “The Fate”, é de 1928, ao todo ele dirigiu 117 filmes) quando dirigiu este clássico da vagabundagem para o produtor Abel Salazar, que foi o responsável por outros filmaços como “El Ataud del Vampiro” (1957), “El Hombre y El Monstruo” (1958), “El Mundo de los Vampiros” (1960), entre vários outros. O diretor e produtor René Cardona faz uma participação como as personagens Baltasar de Meneses/Luis Meneses e era outra lenda do cinema mexicano envolvida em “El Baron del Terror”. Cardona, além de ter dirigido diversos filmes com o lutador mascarado Santo, foi o responsável por mais de 145 títulos, coisas como “The Living Idol” (1957), “El Jinete Justiciero en Retando a la Muerte” (1966), “La Mujer Murciélago” (1968), “Entre Monjas Anda el Diablo” (1973) e muitos outros.

Salazar nos cenários pintados de "El Baron del Terror".

“El Baron del Terror” é um filme mexicano único (assim como em “La Nave de los Monstruos“, aqui todas as cenas tem importância, mesmo que absurdas, para a trama e o ritmo do filme é alucinante, com uma idéia exagerada atropelando outras duas), não há como imaginar que a dupla Urueta-Salazar tenha concebido “El Baron del Terror” como um filme sério cujo objetivo seria assustar os espectadores. É um filme para ser assistido em turma e para se encantar com sua cara de pau.

Veja aqui o filme completo:

The Creeping Terror

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , on setembro 7, 2011 by canibuk

“The Creeping Terror” (também conhecido pelos títulos alternativos “The Crawling Monster” e “Dangerous Charter”, 1964, 77 min.) de Vic Savage (sob pseudônimo de A.J. Nelson). Com: Vic Savage, William Thourlby, Shannon O’Neil e Jack King.

“The Creeping Terror”, que constantemente entra para essas listas de “piores produções de todos os tempos”, faz jus à sua fama de ruindade cinematográfica. No plot do filme, uma nave espacial cai no nosso planeta (numa tosca imagem de um foguete espacial “andando” para trás na tentativa de parecer uma “queda”) trazendo 2 lesmas gigantes comedoras de pessoas (ambas são o mesmo monstro, feito de um grande tapete, umas mangueiras coladas na sua cabeça, vários extras sob este tapete e, geralmente, vísivel os pés no primeiro cara que conduz o desajeitado monstro). Todas as cenas envolvendo os monstros são inacreditáveis (e não são poucas cenas, então a diversão tá garantida), com o monstro atacando em ritmo de câmera lenta e as pessoas que serão devoradas esperando pelo ataque enquanto gritam fazendo hilárias caretas de pavor. Perto do final, o herói e o cientista (interpretado por William Thourlby, o “malrboro man” original) deduzem que os monstros estão fazendo análises biológicas dos humanos que comeram para enviar estes dados ao seu planeta de origem. E os militares (a produção é tão pobre que os militares americanos são uns 8 soldados levados prá cá e prá lá numa camionete caindo aos pedaços com um adesivo na porta onde lemos: “U.S. Army”) fazem de tudo para aniquilar os monstrengos.

“The Creeping Terror” foi produzido, dirigido e editado pelo ator Vic Savage com um micro-orçamento nas mãos. Tendo isso em mente, Savage contratou Allan Silliphant, irmão mais novo do famoso escritor Robert Silliphant, para escrever o roteiro sabendo que seu sobrenome atraia investidores. Savage rapidamente espalhou a notícia de que Silliphant era o roteirista e vendeu inúmeras partes (cotas) do filme à pequenos investidores (em troca de uma parte dos lucros) e foi processado  várias vezes antes mesmo do lançamento do filme por fraude, até que desapareceu por completo (tendo, supostamente, falecido em 1975 de insuficiência hepética).

Duas histórias tragicômicas acompanham a produção de “The Creeping Terror”. A primeira delas sobre o som do filme, que diz a lenda, foi perdido no lago Tahoe (o que justificaria o narrador do filme que explica sempre para o espectador o que os atores estariam falando), história que seria facilmente desmentida pelo baixo orçamento do filme, já que Savage não teria dinheiro suficiente para gravar o som de maneira adequada. Já a segunda história diz que a primeira criatura desenvolvida para “The Creeping Terror” teria sido projetada por Silliphant e Jon Lackey e perdida pela produção (possivelmente foi roubada) e Vic Savage teve que recriar a criatura sem ajuda profissional e, assim, criou um dos monstros mais ridículos de toda a história do cinema.

À título de curiosidade, o assistente de direção deste clássico da chinelagem cinematográfica foi Randy Starr que, depois, alcançou notoriedade por ter sido o cara que conseguiu para a turma de Charles Mason a arma utilizada nos assassinatos de Sharon Tate. E aos estudiosos da sétima arte recomendo, além de ver este clássico absoluto, esperar pelo lançamento do documentário dramatizado “Creep!” (2010) de Pete Schuermann, sobre todas essasdeliciosas histórias de bastidores envolvendo sexo, drogas, assassinatos e assaltos à bancos.

Achei no vídeo google o filme inteiro para você assistir:

Trailer de “Creep!”

Anthony Steffen

Posted in Cinema, Literatura with tags , , on outubro 16, 2010 by canibuk

Anthony Steffen, originalmente batizado como Antonio Luiz de Teffé, playboy brasileiro filho de italianos fez a fama na Itália nos anos 60/70 quando estrelou vários spaghetti westerns. Algum tempinho atrás, os amigos Daniel Camargo, Fábio Vellozo e Rodrigo Pereira se reuniram e escreveram um livro delicioso, porém pequeno demais, sobre a vida e obra do cowboy brasileiro. Este livro é uma ótima introdução ao cinema western produzido na Itália (mas não recomendo aos leigos em spaghetti westerns).

Anthony Steffen estrelou inúmeros westerns italianos de quinta categoria que imitavam os grandes sucessos de Sergio Leone, Sergio Corbucci e Antonio Margheriti. Ganhou fama e dinheiro trabalhando nessas produções trashes que ganhavam distribuição no mundo inteiro. Eu, particularmente, acho o Steffen um dos atores mais medíocres do período, mas sempre rende boas gargalhadas suas interpretações.

O livro, “Anthony Steffen – a saga do brasileiro que se tornou astro do bangue-bangue à italiana” (ed. Matrix, 140 páginas) é rico em fotos e informações da infância de Teffé, conta várias anédotas, entrevista atores que contracenaram com ele, lista a filmografia completa (a maioria dos westerns estrelados por ele já foram lançado em DVD aqui no Brasil) e mostra como ele acabou encarnando inúmeras imitações de Django, Sabata, Ringo, Garringo e outros.

Tenho a impressão que este livro ainda pode ser achado fácil nos bons Sebos de Livros de sua cidade ou no Mercado Livre. Anthony Steffen fez parte de uma época que produtores vagabundos conseguiam fazer filmes hilários que giravam o globo terrestre todo e encontravam seu público. Sempre achei uma pena que Anthony Steffen não tenha feito um filme com o mestre Tony Vieira.

Segue uns trailers de filmes estrelados por ele: