Arquivo para cu

O Cu: Moleza com Sacanagem Total

Posted in Bizarro, Fanzines, Literatura, Quadrinhos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 8, 2018 by canibuk

Moleza com Sacanagem Total

I.

O deserto tentou me engolir. Pulei fora e rolei em direção de uma grande e úmida circunferência. Tal circunferência possuía um odor característico fácil de ser identificado. Sim, possuía odor de cu. Era um cu gigante logo abaixo de um imenso deserto de pele e não areia como os bobos imaginaram. Tudo estava claro agora, claro como uma trepada gostosa sobre a relva e eu sempre tive razão: O cu era uma circunferência, portanto, redondo. Beijo o cu gigante feliz porque sempre estive certo e os professores é que estavam errados. O belo cu é redondo !!! Re-don-do !!! Olhando diretamente para o buraco que havia no centro de tão enorme e poderoso cu, vejo uma luz no fim do reto. Fiquei deverás curioso, pensando cá com meus ovos, louco para saber o que poderia haver no fundo do cu, se é que cu tem fundo. Será que no fundo do cu haveriam criaturas monstruosas ? Vermezinhos falantes ? Lombriguinhas dançantes ? Bactérias fecais intelectualizadas pela Globo ? Realmente estou muito curioso…

II.

O amor caiu junto da sujeira e ficou sujo. Com um pequeno esforço consegui entrar no cu ciente que se não conseguir ver as criaturinhas do cu – Culenses ? – finalmente ei de saber o que é aquela luz que brilha no interior do cu.

III.

Caminhei sempre seguindo em direção a luz que brilhava no horizonte pomposo. Meus pés afundavam na merda amolecida a cada passo. Cansado sentei num caroço sangrento que havia na tripa grossa. Parecia ser o início de uma úlcera maligna. O sangue meio coagulado, meio líquido, molhou minha bunda. Ironia ou não do destino, mas o fato é que agora havia um cu dentro de um cu, ou seja, meu cu dentro daquele enorme cu solitário no deserto de pele. Melhor um cu dentro de um cu do que um cu com cu. Porém, para minha surpresa, o tal cu gigante possuía vários cuzinhos em seu interior. Suas paredes cheias de remelas e cascas fecais secas possuíam uma imensa galeria de cus de todos os tipos e variados cheiros. E para espanto geral, aqueles cuzinhos pequeninos falavam. Porra do caralho caralhudo, um cu gigante que tem vários cuzinhos e um cuzão dentro dele. Aliás, tem dentro dele um cuzão com seu próprio cu, perplexo, olhando descaradamente para a parede de cuzinhos falantes. Bem, aproveitarei a oportunidade e farei perguntas, como todo bom curioso deve se portar.

IV.

Sentado na úlcera pergunto aos cuzinhos do cu sobre a misteriosa luz que havia a nossa frente. Eles, sempre em coro – depois descobri que todos os cuzinhos faziam parte de um único cérebro pensante e todo poderoso – me respondem que aquela luz é o centro do Universo e que dali surgiu tudo já expurgado para dentro da humanidade. E completam ainda que todos são iguais perante a luz e aqueles que são diferentes são expurgados de volta a humanidade. Pensei: “Porra, eu sou diferente !!! Sou um cuzão humano com um cu e não um cu soberano com vários cuzinhos !”. Os cuzinhos gargalham debochando de mim. A luz, o centro de todo o Universo, faz um estrondo ensurdecedor e gases me carregam para fora do enorme cu que havia no deserto de pele. Enquanto vôo para fora do todo poderoso cu que rejeita os diferentes, fico pensando: “Bem que isso tudo poderia se chamar ‘O Centro Da Humanidade É Uma Luz Sem Forma Com Pequeninos Guardiões Que Falam Toda E Qualquer Língua’ !!!” e no chão caio, batendo minha cabeça no deserto, esfolando meu queixo. Finalmente sei de toda a verdade, mas acho que não irá adiantar nada pois certamente passarei por um profeta do caos enlouquecido e a esmo deverei vagar pela eternidade.

Texto de Petter Baiestorf.

Em 2000 o desenhista Reginaldo criou a HQ “O Cu“, inspirado no texto “Moleza com Sacanagem Total“, que editei no fanzine ARGHHH #29, e versava sobre o cidadão classe média brasileiro. Segue o resgate da HQ aqui:

Sangue, esperma, revolta e excrementos.

Posted in Bebidas, Bizarro, canibalismo, Música with tags , , , , , , , , on agosto 10, 2011 by canibuk

Se não existisse algo como rock ‘n roll, Cristo, eu seria, não sei, um Serial Killer, sabe? Alguma coisa… eu tenho toda essa raiva dentro de mim. Vou lhe dizer, minha música sempre soou dessa maneira. Eu não estava a espera de uma moda ou tendência, eu fazia por conta própria.

Depois de passar a madrugada toda ouvindo no Repeat o álbum “Freaks, Faggots, Drunks & Junkies” do GG Allin. tinha que postar qualquer coisa aqui desse podrão, coisa que já queria ter feito tem um tempo, mas sempre fui adiando.

GG Allin tinha pais religiosos e recebeu o nome de Jesus Christ Allin ao nascer no dia 29 de agosto de 1959 (em agosto só nasce gente foda e doida, não? ahahaha), nome que foi mudado por sua mãe logo antes dele entrar na escola. Ela achou que  o nome não combinava muito com a personalidade do filho. Mais tarde o mundo veria.

GG  teve várias bandas punk e acho que a palavra que define bem o cara artisticamente e pessoalmente é CAOS! Os shows eram famosos porque GG exagerava nas bizarrices, cagando no palco e comendo a merda, enfiando microfone no próprio cu, se cortando com cacos de vidro, batendo punheta e daí pra mais. O shows começaram a terminar sempre do mesmo jeito, com a polícia invadindo  e o  levando  preso.  O cara foi banido de praticamente todo o lugar onde tocou. GG era aquele tipo de pessoa que fugia completamente daquilo que a sociedade chama de convencional e, claro, começou a ser perseguido por isso, era perigoso, ia contra o que era pregado como moral e bons costumes. Era o mal exemplo ou “uma celebridade por todos os motivos errados”, como dizia seu boletim da condicional .

“São as pessoas do poder tentando delimitar e cercear, dizendo “ok, isso é aceitável, mas isto não é” e eu sou o que não é aceitável, porque eu não estou em uma grande gravadora. Em outras palavras estão dizendo o que é o underground. Eu sou o verdadeiro undergorund, e eles sabem, mas não querem que você saiba sobre mim, então eles estabelecem o limite. Eles dizem”qualquer coisa pior que isso é ilegal”, então ninguém irá olhar além, mas lá estou eu, eu sou o que está além do aceitável.”

Sua música não fugia do que ele era, uma guerra contra os valores sociais.  Letras depravadas e agressivas, com sangue, sexo,  violência e porrada.

Todos os discos são diferentes, cada um é um retrato do que eu vivia no momento. Eu sempre acho que o último é sempre o melhor.  “Freaks, Faggots, Drunks and Junkies ” ainda é maravilhoso.  Eu estava enlouquecendo na época, tinha gente querendo me matar. Eu estava mandando cartas desaforadas pra todo mundo que eu conhecia na época, xingando todo mundo. “Eat My Fuck” era jóia. A versão original acho que lancei 1500 cópias e fiz as capas eu mesmo durante um dia inteiro.  Eu comprei capas totalmente brancas e aí fiz o contorno do meu pau em cada uma delas com um pincel atômico, depois desenhei o esperma sendo ejaculado. A garota que eu estava na época ficou me fazendo sexo oral o dia todo, aí pude mantê-lo sempre no mesmo tamanho.  Mas isso já faz muito tempo, meu lance agora é muito mais político“.

O cara fazia o que queria e não se arrependia disso, propagava suas idéias e vontades e, claro, pagava as consequências, coisa que qualquer um que decide viver por sua própria conta e cabeça acaba passando em maior ou menor escala, seja sofrendo censura, preconceito, sendo ignorado ou chamado e tratado como louco e ameaça. Você pode mudar e  se moldar todo ou continuar sendo você mesmo, cagando,  jogando a merda no planeta e ficando de cara dura e erguida pra receber os respingos que voltam!

GG Allin morreu de uma overdose de heroína em junho de 1993.

O que você quer que o cidadão comum saiba sobre você?

Que eu estou falando sério. Que eu irei preso, que eu vou morrer pelo que acredito. Mas não sei se eles vão entender. Tire toda a merda do Rock ‘n roll e o que sobra sou eu.  Não preciso de mais ninguém, não tenho influências, não tenho heróis, é só eu mesmo. Eu vou mais além, acho que tenho feito tudo o que me propus a fazer. Faço o que quero. Quantas pessoas podem dizer o mesmo?