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Experimentação do Caos Cósmico (demo-tape para download)

Posted in download, Música with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 17, 2018 by canibuk

Não sou músico, o que não me impede de retirar alguns dos ruídos que dançam na minha cabeça para compartilhar com você. Não sou músico, o que não me impede de parir um terceiro disco inspirado no meu guru musical, Gurcius Gewdner, que afirma: “Não saber tocar nenhum instrumento não é desculpa para não fazer!”.

Essa experimentação do caos cósmico também bebe da liberdade com que Jesus Franco fazia músicas, com seu free jazz realmente livre. O minimalismo das melodias de John Carpenter também me incentivaram na busca dos ruídos cósmicos do theremin e da sujeira do sintetizador.

Gravei essa demo-tape sem pretensão nenhuma. São testes iniciais de uma mente barulhenta que está usando estes instrumentos a 24 horas e, naquela hiper-atividade dos sem-noção, quis registrar as primeiras sonoridades arrancadas  dos desarranjos hiper nucleares espaciais.

Ouça no escuro, usando fones de ouvido, no volume máximo.

DOWNLOAD

BAIESTORF – EXPERIMENTAÇÃO DO CAOS CÓSMICO (Demo-tape)

Músicas:

1- Experiência da Desconstrução Cósmica – Você assistiu o filme Dark Star? Lembra do surfista espacial que desliza rumo ao cosmos infinito sobre os escombros da espaçonave? Pois bem, este som fala de uma canção cósmica que este surfista estelar ouve no infinito, só que aqui a imaginei com as notas batidas de forma invertida no vácuo do espaço gelado.

2- Experiência Espacial Plano 2 – Tentei compartilhar a melodia que ouço quando cavalgo a baleia espacial, seguida de corais de golfinhos, nos mais tenros rincões interestelares do passado imemorial.

3- Experiência Carvão Termo-Nuclear – Ontem teve um momento em que parei dentro de um milésimo. Sentei no milésimo e quis ficar olhando as notas do silêncio barulhento. O treco é que o chão do milésimo ondula, hora pra dentro, hora pra fora. Este ondular é mais intenso pra fora, diminuindo ao re-entrar. Musiquei este milésimo aqui.

4- Experiência Espacial Plano 4 – Às vezes o espaço-tempo tem coordenadas tão relativas restritas que o fundo do espaço faz uma dobra que dá nas fossas abissais do oceano terrestre onde vivem as sereias. Nesta faixa fiz uma reflexão na linguagem delas, que é um dialeto do baleionês.

5- Experiência Caótica do Plasma EspectralO free jazz que o Jesus Franco compôs para o seu filme Vampyros Lesbos serviu de inspiração para a composição dessa canção. Digamos assim que é uma volta aos prazeres profanos terrestres. Existe duas falhas nessa canção que não são falhas.

Baiestorf Experimentação do Caos Cósmico

Novembro de 2018

57 minutos.

Capa: Tsuneo Sanda (1991).

Theremin e Sintetizador: Petter Baiestorf.

Todas as desconstruções decompostas por Petter Baiestorf.

 

Você também pode gostar dos discos abaixo (ou não):

U – “Involução no Terceiro Planeta”

Baiestorf – “Abdução”

Baiestorf – “Stupid Stupid”

Baiestorf – “Zero”

Baiestorf – “Criaturas da Lua”

Super Chacrinha e seu amigo Ultra-Shit em crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Glauber Rocha

Posted in Cinema, download, Fan Film, Manifesto Canibal, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 24, 2016 by canibuk

Dando prosseguimento aos filmes que estou colocando para download, segue hoje a produção “Super Chacrinha e seu Amigo Ultra-Shit em Crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Glauber Rocha” (1997, 118 min.).

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“Super Chacrinha…” foi uma pausa nos filmes extremos que eu vinha fazendo naquela época. Não tem ligação nenhuma com os goremovies anteriores que tinha feito – como “O Monstro Legume do Espaço” (1995), “Eles Comem Sua Carne” (1996) ou “Blerghhh!!!” (1996) – , nem com os posteriores que foram ainda mais radicais ao misturar gore com pornografia – como “Deus – O Matador de Sementinhas” (1997), “Boi Bom” (1998), “Gore Gore Gays” (1998) ou “Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos” (1998).

“Super Chacrinha…” tem forte inspiração do filme “Abismu” (1977) do Rogério Sganzerla, entre outras produções experimentais (a citar algumas: “Matou a Família e Foi ao Cinema” (1970) de Júlio Bressane, “Cabeças Cortadas” (1970) de Glauber Rocha, “Meteorango Kid: O Herói Intergalático” (1969) de André Luiz de Oliveira e “Bang Bang” (1971) de Andrea Tonacci). Não ficou tão bacana quanto estes clássicos que o inspiraram, lógico,mas é um filme que gostei muito de realizar. Acredito que os envolvidos na produção se divertiram muito mais do que o público vá se divertir. Impossível saber quem pode gostar deste filme (já tive espectador me confidenciando que adorou cada momento do filme e espectador versando sobre o quanto é medíocre).

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As filmagens aconteceram em 4 meses durante o ano de 1997, com um roteiro que eu ia elaborando a cada dia durante a produção. Funcionava mais ou menos assim: Eu chegava num cenário com a equipe e bolava as cenas na hora. Inicialmente o filme teria 4 horas, mas quando estava editando, com ajuda de Carli Bortolanza, optamos por deixá-lo com a metade da duração originalmente planejada. O filme é uma espécie de road-movie marginal, foi filmado em uns 12 municípios de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, incluindo a cidade de Gramado onde acontecia o vigésimo quinto Festival de Gramado e, em sistema de guerrilha completo, entramos nas comemorações com nossas câmeras e filmamos algumas pontas de globais pro filme (não lembro de cabeça, mas acho que aparecem no filme, além do Ivan Cardoso, Marcos Palmeiras, Hugo Carvana, José Lewgoy e a mãe de Glauber Rocha). Todo o dinheiro arrecadado com bilheterias dos meus filmes anteriores sumiu realizando o “Super Chacrinha…”. Foi divertido para quem integrou a equipe desta produção (se não me falha a memória, Jorge Timm, Claudio Baiestorf, Carli Bortolanza, E.B. Toniolli e José Salles foram as pessoas que me acompanharam durante toda a produção).

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Para baixar o filme e assisti-lo é só clicar no nome dele: SUPER CHACRINHA E SEU AMIGO ULTRA-SHIT EM CRISE VS. DEUS E O DIABO NA TERRA DE GLAUBER ROCHA.

abaixo vídeo com Ivan Cardoso durante o Festival de Gramado de 1997 (essa entrevista foi realizada enquanto estávamos filmando o “Super Chacrinha…”).

Venom and Eternity

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , on agosto 21, 2011 by canibuk

Isidore Isou foi o fundador do Letrismo, um movimento literário (que englobava outras artes também) inspirado no Dadaísmo e Surrealismo. O escritor Guy Debord e o artista Gil J. Wolman trabalharam com Isou durante um tempo, até uma briga de êgos explodir e ser formada a dissidente Internacional Letrista, que se fundiu com o International Movement for a Imaginist Bauhaus e o London Psychogeographical Association para formar a Internacional Situacionista. Confuso? Menos confuso que os filmes deles, certamente!

Em 1951 Isidore Isou produziu o filme “Traité de Bave et D’Éternité” (“Venom and Eternity”, 1951, 120 minutos no IMBD, 78 minutos na cópia que tenho aqui em casa, 115 minutos na cópia do youtube), que é sua “revolta contra o cinema”, onde ele tenta discutir o que estava errado com o cinema, teorizando sobre os equívocos do cinema blockbuster. Stan Brakhage, que usou o filme em diversas aulas de cinema, diz: “É um trabalho formal, um dos mais belos trabalhos de Isou!”. Nas palavras de Jean Cocteau, “É ‘Venom and Eternity’ um trampolim ou é um vazio? Em 50 anos vamos saber a resposta. Afinal, lembre-se como Wagner foi recuperado!”.

Isou escreveu, dirigiu, atuou, fotografou e compôs a música de “Venom and Eternity”, que quando foi exibido pela primeira vez, no festival de Cannes, causou um motim e mangueiras de água foram colocadas para dentro da sala de cinema para expulsar os amotinados.

A estréia americana do filme foi no Frank Stauffacher’s Art in Cinema at the San Francisco Art Museum e novamente houve confusão porque um padre católico havia sido levado para alertar o público da decadência francesa.

“Venom and Eternity” foi feito apartir de pedaços de película encontradas no lixo dos laboratórios, combinadas com imagens originais filmadas por Isou em 16mm. Isou dizia na época: “Uma vez que o cinema está morto, vamos transformar o debate em uma obra-prima!”.

Links para assistir “Venom and Eternity” no youtube: