Aqui você encontra o que rola de melhor no mundo underground e espaço pra o tipo de arte que tenha algo interessante a dizer e mereça ser descoberta, apreciada e/ou resgatada. Se você quer ficar informado sobre festivais, shows, mostras, lançamentos e exposições que acontecem pelo mundo underground, se interessa por cinema independente, sons extremos e curiosos, arte erótica, fetiches variados, putaria da boa, bebidas, culinária vegetariana, HQs, resgate cultural, zines, filme B, anarquia, pensamento libertário, atéismo e senso de humor crítico, siga o Canibuk, o blog que tem a MEGALOMANIA como palavra de ordem!
Não sou músico, o que não me impede de retirar alguns dos ruídos que dançam na minha cabeça para compartilhar com você. Não sou músico, o que não me impede de parir um terceiro disco inspirado no meu guru musical, Gurcius Gewdner, que afirma: “Não saber tocar nenhum instrumento não é desculpa para não fazer!”.
Essa experimentação do caos cósmico também bebe da liberdade com que Jesus Franco fazia músicas, com seu free jazz realmente livre. O minimalismo das melodias de John Carpenter também me incentivaram na busca dos ruídos cósmicos do theremin e da sujeira do sintetizador.
Gravei essa demo-tape sem pretensão nenhuma. São testes iniciais de uma mente barulhenta que está usando estes instrumentos a 24 horas e, naquela hiper-atividade dos sem-noção, quis registrar as primeiras sonoridades arrancadas dos desarranjos hiper nucleares espaciais.
Ouça no escuro, usando fones de ouvido, no volume máximo.
1-Experiência da Desconstrução Cósmica – Você assistiu o filme Dark Star? Lembra do surfista espacial que desliza rumo ao cosmos infinito sobre os escombros da espaçonave? Pois bem, este som fala de uma canção cósmica que este surfista estelar ouve no infinito, só que aqui a imaginei com as notas batidas de forma invertida no vácuo do espaço gelado.
2- Experiência Espacial Plano 2 – Tentei compartilhar a melodia que ouço quando cavalgo a baleia espacial, seguida de corais de golfinhos, nos mais tenros rincões interestelares do passado imemorial.
3- Experiência Carvão Termo-Nuclear – Ontem teve um momento em que parei dentro de um milésimo. Sentei no milésimo e quis ficar olhando as notas do silêncio barulhento. O treco é que o chão do milésimo ondula, hora pra dentro, hora pra fora. Este ondular é mais intenso pra fora, diminuindo ao re-entrar. Musiquei este milésimo aqui.
4- Experiência Espacial Plano 4 – Às vezes o espaço-tempo tem coordenadas tão relativas restritas que o fundo do espaço faz uma dobra que dá nas fossas abissais do oceano terrestre onde vivem as sereias. Nesta faixa fiz uma reflexão na linguagem delas, que é um dialeto do baleionês.
5- Experiência Caótica do Plasma Espectral – O free jazz que o Jesus Franco compôs para o seu filme Vampyros Lesbos serviu de inspiração para a composição dessa canção. Digamos assim que é uma volta aos prazeres profanos terrestres. Existe duas falhas nessa canção que não são falhas.
Você está penetrando no Mondo Trasho da Canibal Filmes, clicando em qualquer um destes links abaixo disponibilizados você adentrará num universo onde o mal feito é glorificado como o mais valioso dos objetos sagrados, onde a falta de talento é incentivada, onde até mesmo o faxineiro de um grande estúdio conseguiria virar diretor de uma produção. Aqui ninguém é excluído do sonhos de virar uma estrela de cinema. Todas a produções abaixo disponibilizadas foram realizada nos anos de 1990, quando ainda não existiam bons equipamentos de filmagem que fossem baratos e a edição era feita se utilizando de dois vídeo cassetes, o que torna estes filmes ainda mais mongoloides. Estejam avisados, estes links contem o pior do pior, se você acha que possuí bom gosto, clique somente no link da Cadaverous Cloacous Regurgitous. Os links para download estão nos títulos em letras maiúsculas.
Cadaverous Cloacous Regurgitous (1993)
Demo-Tape
Antes de fazer um filme eu era fanático-radical por noise grind e, junto de meu amigo Toniolli, planejamos montar a banda mais suja do mundo, ou algo assim, afinal éramos apenas uns guris sem nada pra fazer. Eis que nas férias escolares de 1993 fomos para a casa dos pais de Toniolli e gravamos e mixamos a demo-tape “Ópera Indústrial” e intitulamos nossa banda de noise com o belo nome de “CADAVEROUS CLOACOUS REGURGITOUS“. Além de instrumentos tradicionais, também usamos folhas de zinco, motosserras, uma guitarra quebrada com uma corda e, no vocal, uma gravação que Toniolli tinha feito meses antes de porcos sendo castrados. Não satisfeito com essa primeira experiência envolvendo música, em 1999 – desta vez ajudado por meu amigo Carli Bortolanza – gravamos a demo-tape “Anna Falchi”, colocando pra funcionar um projeto de industrial harsh intitulado “Smelling Little Girl’s Pussy” que está junto no zip. “Smelling” não utilizou nenhum instrumento musical, todo o som é produzido com microfonias que criamos com estática de rádio, sujeira sonora e gravamos nos utilizando de uma ilha de edição de vídeo, muitos dos barulhos estranhos captados são oriundos de uma câmera de VHS apontando pra uma tela de TV.
Açougueiros (1994)
Petter Baiestorf em 1994
Logo após finalizar e lançar “Criaturas Hediondas” (1993), oficialmente minha primeira tentativa de fazer um filme, reunimos a mesma turma e fomos para uma casa abandonada (que depois foi reutilizada como cenário para as filmagens de “Eles Comem Sua Carne”) passar dois dias, tempo em que filmamos o “AÇOUGUEIROS“, sendo atacados por terríveis aranhas assassinas durante as madrugadas. Já na primeira noite percebemos que as aranhas era inteligentes e estavam a nossa espreita. Deitávamos em nossos colchonetes e, ligando as lanternas contra o chão, víamos as aranhas se aproximando de nossos corpos com suas oito patas famintas por carne humana. Não dormimos. No dia seguinte filmamos quase todas as cenas do “Açougueiros”, já montando o filme na própria câmera. Anoiteceu novamente. Com medo da volta das aranhas assassinas, todos da equipe dormimos em cima de uma mesa de sinuca. Tão logo desligamos as lanternas, já começamos a escutar os cochichos das malditas aranhas. A madrugada foi louca, com a gente correndo das aranhas pela casa e as eliminando sempre que possível. Lá pelas tantas as aranhas se tornaram mutantes com asas e vinham voando famintas contra a gente. O cozinheiro da produção foi o primeiro a tombar morto diante da fúria das aranhas malignas, tendo convulsões até desfalecer completamente sem vida. Sim, as aranhas haviam se organizado e queriam um banquete… E o banquete era nossa equipe!
Criaturas Hediondas 2 (1994)
Crianças Hediondas
Imediatamente após as filmagens de “Açougueiros”, resolvemos fazer uma continuação do primeiro filme e “CRIATURAS HEDIONDAS 2” tomou forma. As filmagens desta produção aconteceram no sítio de Walter Schilke, que entre outros, foi diretor de produção em “A Dama do Lotação” e de vários filmes de Os Trapalhões. Essas filmagens foram completamente sossegadas, com tudo dando certo e novos colaboradores aparecendo para ajudar o grupo. Após cada dia de filmagens todos retornávamos aos trailers da produção, ganhávamos massagens terapêuticas e participávamos de jantares de gala enquanto uma orquestra de querubins tocava sucessos de Beethoven. Depois de pronto foi exibido, no ano seguinte, na I HorrorCon em São Paulo com relativo sucesso. Neste mesmo ano explodiu a moda Trash no Brasil e ficamos bilionários fazendo filmes ruins.
2000 Anos Para Isso? (1996)
Toniolli em banho de sangue
Sabe-se lá porque, até 1995 eu só pensava em fazer longas-metragens (devia ser algum problema de ego). Mas em 1995 fiz uma experiência em curta-metragem e realizei “Detritos” (curta que atualmente está perdido, mas que continuo tentando achar uma cópia para disponibilizar), gostando bastante da simplificação dos problemas que uma filmagem sempre tem. Então, logo no início de 1996 filmamos “Eles Comem Sua Carne” e um festival de curtas gore da Espanha, tendo assistido “O Monstro Legume do Espaço”, me escreveu solicitando um curta para incluir no festival. Como “Detritos” não era gore, resolvi montar algumas cenas do “Eles Comem Sua Carne” no formato de curta e, assim, surgiu este “2000 ANOS PARA ISSO?“, meu primeiro flerte com cinema experimental.
Assista “O Monstro Legume do Espaço” aqui:
Bondage 2 – Amarre-me, Gordo Escroto!!! (1997)
Denise e Souza
Após as filmagens de “Blerghhh!!!” (1996), tive uma ideia fantástica que rendeu um belo punhado de reais: Fazer um filme de putaria assinado por uma diretora, então combinei com a atriz principal de “Blerghhh!!!”, Madame X, que ela iria assinar nosso próximo filme. Com orçamento mínimo escrevi um roteiro fácil de filmar (sob pseudônimo de Lady Fuck e Carla N. Toscan, afinal, melhor que uma mulher tarada, só três, não?). Fomos pra casa do Jorge Timm, nos trancamos lá durante uns quatro dias e cometemos “BONDAGE 2: AMARRE-ME, GORDO ESCROTO!!!“, com climão de filme de Boca do Lixo final dos anos 70. É uma produção extremamente simples, mas na época do lançamento alardeamos tanto que era escrito e dirigido por mulheres que todo mundo quis assistir.
José Mojica Marins e seu livro preferido.
Fase 98 (1997-98)
Ácido (1997) – este curta filmamos durante as gravações de “Blerghhh!!!” e só montamos um ano depois. Os efeitos de cores sobre as imagens captadas foram inseridas via uma ilha de efeitos analógicos. Acredito que foi meu primeiro vídeo arte, a concepção deste vídeo foi desenvolvida em parceria com o Coffin Souza.
Deus – O Matador de Sementinhas (1997) – No ano de 1997 Carli Bortolanza e eu cuidávamos do castelo da Canibal Filmes, local onde todo o equipamento de filmagem, maquiagens, iluminação e figurinos estavam guardados. Como o tempo de tédio era muito enquanto montávamos guarda para que ninguém invadisse nosso estúdio para roubar ideias e bens materiais, começamos a filmar vários curtas experimentais inspirados em Andy Warhol e Paul Morrissey e, assim, surgiram pequenas brincadeiras como “Crise Existencial”, “O Homem Cu Comedor de Bolinhas Coloridas”, “A Despedida de Susana – Olhos e Bocas” (1998), “9.9 (nove.nove)” e este “Deus – O Matador de Sementinhas”.
“Boi Bom” (1998) – Possivelmente meu filme mais polêmico. Antes de me tornar vegetariano realizei este brutal filme sobre a figura do homem se valendo de assassinato para se alimentar em pleno século XX. Em uma bebedeira falei com Jorge Timm e Carli Bortolanza sobre minha intenção de rodar algo extremamente brutal sobre alimentação envolvendo a matança de animais, mas a ideia ficou ali. Alguns meses depois o Jorge Timm apareceu com tudo combinado, ele já tinha encontrado um abatedouro clandestino que iria nos deixar filmar desde que não identificássemos o local. Chamei o Bortolanza e o Claudio Baiestorf e fomos até o abatedouro filmar. Em tempo: a carne deste boi que aparece no filme foi vendida pra um restaurante – pelo abatedouro, não pela gente – após as filmagens, só vindo a reforçar o que acho da alimentação envolvendo assassinatos. Hoje eu não faria outro filme com este teor, mas não renego o curta, está feito, faz parte de uma fase que eu me preocupava mais em chocar. PACK ÁCIDO+DEUS+BOIBOM.
Assista “A Despedida de Susana – Olhos e Bocas” aqui:
Mantenha-se Demente!!! (2000)
Bortolanza aplicando fx em Loures
Logo após lançar “Zombio” (1999) escrevi o roteiro insano de “Mantenha-se Demente!!!”, um longa gore que misturava a cultura da região oeste de SC com os delírios japoneses envolvendo putaria com tentáculos. Levantei uma parte do dinheiro necessário para as filmagens e chegamos até a rodar algumas cenas do filme. Mas tudo estava tão capenga e caótico que acabei abandonando o projeto para rodar o “Raiva” (2001). O material filmado acabou por se tornar o curta-metragem “FRAGMENTOS DE UMA VIDA“, montado em 2002. Particularmente, gosto bastante do resultado de surrealismo gore alcançado neste cura improvisado, o que sempre me faz pensar que poderia voltar, hora dessas, a realizar experiências nesta linha.
Entrevista com Petter Baiestorf no Set de Zombio 2 (2013)
Acabei de encontrar essa ENTREVISTA que o Andye Iore realizou comigo durante as filmagens de “Zombio 2” (2013). Estou visivelmente cansado mas até que bem lúcido falando sobre o caos que foram os primeiros 12 dias de filmagens de “Zombio 2”. Estou compartilhando com vocês essa entrevista de 17 minutos mais como uma curiosidade mesmo, ela deveria estar nos extras de “Zombio 2” mas por um estranho motivo foi esquecida durante a autoração do DVD oficial de “Zombio 2“. Enfim, palhaçadas de uma produtora de cinema completamente atrapalhada.
Memórias em tom de realismo fantástico de Petter Baiestorf.
Facão 3 Listras foi uma banda de Santo Antônio da Patrulha/RS que a dupla Daniel VillaVerde e Gustavo Insekto (que já tocavam nas bandas Scream Noise e Ornitorrincos) quis montar em sua cidadezinha natal, uma cidade do inteiror gaúcho com cerca de 30 mil habitantes, misturando música tradicional do Rio Grande do Sul com um grindcore dos mais rasgados. É bom que se explique aqui que Santo Antônio da Patrulha é conhecida por ser a terra da Cachaça e da Rapadura (a cachaça de lá é ótima, já as rapaduras nunca experimentei) e as músicas da Facão 3 Listras viraram uma espécie de hino oficial da população local (eu mesmo presenciei, após um show perto da rodoviária velha, os taxistas ouvindo a banda).
Insekto conta que o nome da banda surgiu apartir de duas músicas: “Facão Três Listras” (que o Teixeirinha fez ameaçando, supostamente, o Gildo de Freitas) e “Resposta do Facão Três Listras” (onde Gildo de Freitas dá sua resposta ao Teixeirinha). Confira as músicas:
Facão 3 Listras era formada por Doutor Gustavo Insekto (vocal), Daniel VillaVerde (bateria), Renato Müller (gaita ponto), André C. Freitas (guitarra) e Felipe (baixo). Com essa formação eles gravaram uma demo-tape ótima com 15 canções e uma belíssima introdução, que agora foi digitalizada e disponibilizada para download.
A banda Oficina do Diabo foi formada na cidade de Cordeirópolis/SP em 1993 pela dupla de amigos Charles Corvo e Lusfer (Luís Fernando), que resolveram unir rock’n’roll ao forró.
Conheci a banda mais ou menos por 1995/1996 e usei 2 músicas deles no meu média-metragem “Chapado” (1997). Lembro que naquela época, em qualquer festinha que a gente fazia na Canibal Filmes, rolava essa demo-tape genial da Oficina do Diabo. Ver o ator Jorge Timm (160 quilos de malandragem) dançar ao som da faixa “Não sei Enrolar”, não tem preço!!!
O melhor de tudo são as letras da Oficina do Diabo, que são poderosas. “A Revolução dos Bichos”, “Oração do Assassino”, “Não sei Enrolar”, “Eu Quero Viver Chapado” e o hino ateu, “Reza Braba”, são extremamente bem construídas (algo que se perdeu na música de hoje em dia).
“Reza Braba” diz:
“Eu acho que não tem deus nem virgem maria
Eu acho que não tem deus nem são joão
Eu acho que não tem deus nem santa luzia
Eu acho que não tem deus nem vida eterna
Eu acho que não tem deus nem nossa senhora
Eu acho que não tem deus nem papai noel
É díficil viver sem um mito
O que é que eu faço se eu não acredito
Minha mãe fica braba comigo
Mas é muito absurdo
E eu não consigo acreditar”
Oficina do Diabo ia lançar um CD de estréia em 1998, mas nunca mais ouvi falar nada deles (nem sei se a banda existe ainda). Segue fragmentos de uma entrevista com Charles Corvo que meu colega Carlos Evaristo realizou e publicou no seu fanzine “Beerbuns” e um resgate da demo aqui.
Nos arranjos vocês fazem uso de samplers, bateria eletrônica etc, além dos instrumentos, digamos, convencionais. Como você definiria então o termo “Forrock”? Charles Corvo: Quanto aos arranjos, fora a guitarra e o violão, o resto é eletrônico. A falta de feeling do sequencer é meio que um anti-feeling inigualável! Não vejo razão para humanos na cozinha, a não ser em shows. “Forrock” é muito mais um lance de marketing que uma definição do som da banda. “Forrock é provisório… espero em breve me livrar desse rótulo.
Falando agora sobre os vocais, em algumas faixas eles ficam parecidos com os de Raul Seixas. É proposital? Charles Corvo: Não é intencional, mas acho a referência a Raul Seixas extrememente elogiosa.
E a inspiração prás letras?
Charles Corvo: Basicamente eu falo o que eu estou pensando ou vivendo no momento. Eu nunca me sento para escrever, as idéias é
que vêm e me dão uma porrada na nuca.
De onde veio a oração do assassino?
Charles Corvo: “Oração…” é um caso à parte. É uma música que todo mundo acha trash, porra-louca, sádica e coisa e tal, mas é a única que nasceu de um conceito, que foi feita para ilustrar uma idéia clara e objetiva. O lance é o seguinte: a única filosofia de vida que consigo conceber é o Carpe Diem, ou seja, viva o agora intensamente, faça o que tiver vontade. E para uma regra de vida não pode haver exceção! É muito bonito dizer “Pô, o cara é gay, então sai do armário, lute pelo que quer!” ou então “Você quer fazer rock’n’roll? Chuta teu emprego, foge de casa, vai à luta!”. Até aí tudo bem… mas e o cara que tem vontades inconcebíveis para o nosso padrão social? E o freak, o tarado? Será que essas pessoas não têm o mesmo direito de viver intensamente? Por quê podemos e elas não? Com essa idéia na cabeça tentei imaginar um estilo de vida que ninguém, nem de longe, poderia aceitar: o cara gosta de matar criancinhas simplesmente porque gosta e ponto final. Não é um elogio nem uma crítica, é “Henry, Portrait of a Serial Killer” em forma de música. Daí veio a “Oração do Assassino”.
Como anda sua banda? Tem feito shows?
Charles Corvo: Bom, a banda não andou. Fizemos alguns contatos com gravadoras e percebemos a total falta de senso crítico, visão de mercado, sensibilidade e o que mais você quizer acrescentar ao rol de incapacidades de um diretor artístico (tanto em Majors quanto em independentes). Quase me deixei abalar com essa constatação (agora óbvia, antes não), mas aposto minha língua venenosa no potencial da Oficina do Diabo e resolvi mandá-los à merda. Estou tentando andar com as próprias pernas: Fazer, divulgar e comercializar (em pequena escala) meu próprio trabalho. “Eu fujo mas não desisto…”. Quanto aos shows, paramos por hora.
Poderia deixar uma mensagem para os leitores do Beerbuns ?
Charles Corvo: “A tradição é falta de imaginação”.
Gosto de usar o espaço aqui do Canibuk pensando nele como um grande fanzine eletrônico com a função informativa de divulgar assuntos interessantes e ajudar a espalhar por aí os lançamentos de outros batalhadores do underground brasileiro. Por isso alguns posts-dicas (como Leyla e eu chamamos), bem curtinhos, com intuíto de dar um toque sobre produções que são lançadas e não contam com o aparato da mídia oficial na divulgação, pipocam aqui pelo blog entre-meio a entrevistas e artigos mais compridos.
Essa semana recebi um inusitado lançamento, nadando contra a corrente, a banda punk/metal M-16 lançou uma demo-tape, em fitinha k7 mesmo, intitulada “Pesadelo Macabro”, contendo 10 músicas dedicadas aos cineastas José Mojica Marins, Lucio Fulci, Mario Bava e George Romero. Se você curte cinema de horror, quadrinhos (dedicam a demo-tape ao Nico Rosso também) e som pesado, pode dar uma especial atenção à este lançamento. São apenas 130 fitinhas (a minha aqui é a número 05, mas não bobeia não que 130 é pouquíssimo). Para maiores informações entre em contato com a banda:
Como a Canibuk é um espaço para todas as épocas, também aproveito este post para divulgar o lançamento do e-book “Prisioneiros da Eternidade 05 Anos”, livro editado pelo Oscar Mendes Filho (e-mail para contatos: oscar.mendes01@gmail.com) para comemorar os 5 anos de seu blog: www.prisioneirodaeternidade.blogspot.com
O e-book “Prisioneiro da Eternidade” tem 168 páginas de contos de horror com inúmeros escritores undergrounds, como A Wild Garden, Adriano Siqueira, Alfer Medeiros, Amanda Reznor, André Bozzetto jr., Evandro Guerra, Iam Godoy, Ravenna Raven, Susy Ramone, Tânia Souza e muitos outros.
Para baixar o livro “Prisioneiros da Eternidade 05 Anos” clique no link: