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Naked Things Session Vol. 1 é composto de 5 EPs gravados no ano de 2019 e lançados pelo meu selo Petter Baiestorf, no Bandcamp. O estilo musical dos EPs variam entre dark ambient, space music e industrial com pegada mais eletrônica.
EP 1 – +8Gy – “Incubo sulla città contaminata” (2019, 28 minutos).
Altri Otto Gy é um projeto de Dark Ambient de inspiração no filme “Incubo sulla città contaminata” (Nightmare City, 1980), de Umberto Lenzi, tentando transformar algumas situações do filme em ondas sonoras. Contém seis músicas:
01 – Radiazioni nucleari (04′:29″)
02 – Contaminazione (05′:10″)
03 – Altri otto Gy (05′:41″)
04 – Città dei morti viventi (03′:40″)
05 – Dannato esercito (06′:07″)
06 – Sterminatore di innocenti (03′:48″)
EP 2 – Baiestorf – “Frankenstein Bipolar” (2019, 34 minutos).
O EP “Frankenstein Bipolar” é Space Music Eletrônica, conta com três músicas inéditas e uma regravação da música “Rio 80 Tiros”, que eu tinha lançado no EP anterior que você pode baixar aqui: RIO 80 TIROS. Contém quatro músicas:
01 – Frankenstein Bipolar (14′:00″)
02 – Spaceship 90-Cyr (05′:45″)
03 – Nebulosa Zghk3-c (10′:37″)
04 – Rio 80 Tiros (04′:45″)
EP 3 – Hal9000 – “Aliens” (2019, 14 minutos).
Space Music com uma pegada de industrial. O disco anterior, “Scape Odyssey” (2018), pode ser ouvido aqui: BAIXAR.
Este novo EP contém quatro músicas, quase um ensaio-experimentação para as possibilidades de músicas que poderão ser criadas para a trilha sonora do curta “Meu Amigo Barnabé“, assim como a experimentação da Robby Robot, “Forbidden Planet“. Ouça ROBBY ROBOT AQUI. O EP contém as músicas:
Este EP da Jurassick Aliens dá sequencia aos discos “A. I. 3W11 Zyrgon“, do Satellite, e “Voyage to the End of the Infinite Universe“, do Spacepongo. Ouça SATELLITE AQUI. Ouça SPACEPONGO AQUI. Contém as músicas:
Zaphyr Zy foi um EP ensaio para o disco do Pistola Édipo, “Viril Homem do Oeste“, que você pode ouvir clicando no nome PISTOLA ÉDIPO. Este EP é um eletrônico com momento de industrial harsh, incluindo a música “Busão” que foi gravada ao vivo na rodoviária de Porto Alegre, para o desespero dos transeuntes que por lá estavam. Contém cinco músicas:
O Lobisomem – O Terror da Meia-Noite, clássica produção de Elyseu Visconti Cavallero, foi disponibilizado para download no site MKO, que não é de acesso para todo mundo. Por este detalhe resolvi re-upar o filme em um link independente, para que todos tenha acesso à ele, dado sua importância para o cinema brasileiro.
Sinopse:
Um milionário habita um sinistro chalé, onde acontecimentos estranhos se desenrolam. Criatura maldita, ele se transforma em lobisomem e preside uma seita de sangue, cujos adeptos se espalham por toda a cidade circunvizinha, levando o ódio e o desespero e formando um verdadeiro clã de assassinos. Um dia o lobisomem se confronta com a Branca Justiça, que, convocando as forças benignas, fulmina-os e liberta-o do seu invólucro de maldades.
Nessa semana lancei o novo EP do projeto industrial U, que se chama “Fim de Mundo” e está disponível no meu Bandcamp.
“Fim de Mundo” apresenta duas composições: “Fim de Mundo” e “E o Caos que se Segue”, dando sequencia as experimentações que realizei com theremin/sintetizador/white noise nos dois álbuns anteriores, “Involução no Terceiro Planeta” (2018) e “O Som dos Planetas” (2019).
O EP pode ser ouvido pelo bandcamp: FIM de MUNDO (EP) ou, se você realmente curtir, pode ser baixado em link direto via mediafire.
U é um projeto que desenvolvo sozinho. Não sou músico (sou roteirista/escritor e produtor/diretor de vídeos de baixo orçamento), o que não me impede de fazer algumas experimentações sonoras envolvendo a exploração de ruídos, microfonias e outras sujeiras musicais para possível uso em trilhas sonoras de filmes meus ou de outros produtores, como no curta experimental “Purgatório Axiomático” (2019), de Fábio Marino, ou no curta ainda inédito “Brasil 2020”.
Em 2016 Vinícius Santos organizou e lançou o longa-metragem episódico “Contos da Morte”, que reunia os diretores Ulisses da Motta, Thiago Moyses, Rodrigo Brandão, Kayo Zimmermam, Julio Wong, Jeziel Bueno, Ivo Costa, Helvecio Parente, Calebe Lopes, Bruno Benetti e Ana Rosenrot, e que já está disponível no youtube para ser visto grátis:
Agora, Vinícius reuniu novos diretores, Ana Rosenrot, Cíntia Dutra, Danilo Morales, Diego Camelo, Janderson Rodrigues, Larissa Anzoategui e Lula Magalhães, para a segunda parte de “Contos da Morte”. O lançamento deste SOV que já nasce obrigatório está programado para outubro deste ano e o trailer já está disponível:
Fiz uma entrevista com os diretores da continuação:
Petter Baiestorf: Conte um pouco da sua trajetória nas produções brasileiras:
Vinícius Santos: Minha história com o cinema independente começou por acaso, em 2008 fiz meu primeiro curta caseiro e trash, com toques de humor negro. Foi o “Cereal Killer”, que ganhou alguns prêmios na época aqui em Jacareí, depois peguei uma paixão pelo cinema, ainda mais eu que adoro filme trash, então não vi dificuldade alguma pra realizar meus filmes trash. Fiz vários curtas desde então, alguns longas como “Steve Cicco”, “Iandara”, “Exorcistas Carinhosos”. Realizei meu sonho de conhecer José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão, até entregamos um prêmio a ele. Dirigi um documentário com Liz Marins e realizei um sonho de dirigir um filme meu com a Monica Mattos, ex atriz pornô. Comecei a mandar e exibir meus filmes em alguns festivais nacionais e internacionais, conheci também cineastas que já admirava, como Petter Baiestorf e Rodrigo Aragão, fiz novas amizades e parcerias também, acabei sendo convidado para participar na produção de um longa-metragem co-produção Brasil e Londres em 2017, um filme indígena que mistura drama e fantasia chamado “Goitacá”, tive prazer de conhecer alguns atores como Luciano Szafir, Lady Francisco e Leandro Firmino (o Zé Pequeno de “Cidade de Deus”), isso tudo graças aos filmes trash que desenvolvo, então percebi que estou no caminho certo.
Ana Rosenrot: O cinema sempre fez parte da minha vida, sou cinéfila por natureza e minha curiosidade me levou a pesquisar o cinema como um todo, buscando entender a importância da sétima arte para a cultura mundial e sua influência sobre as pessoas. Mas percebi que eu precisava participar da criação cinematográfica e em 2011 passei a fazer pequenos curtas experimentais, tudo muito simples, com a cara e a coragem, assumidamente trash e não parei mais. O primeiro curta que enviei para um festival se chama “Mistérios Obscuros”, ele foi premiado com o Troféu Corvo de Gesso em 2013, selecionado na 15ª Mostra do Filme Livre em 2015 e escolhido para compor a vinheta de abertura da sessão “Trash ou Cinema de Gênero?” da mostra. Em 2013, fui convidada para escrever sobre cinema para uma publicação Suíça, a Revista Varal do Brasil e criei a Coluna CULTíssimo, especializada em cinema e universo Cult. Também em 2013 juntei forças com a Vproduções Cinematográficas e participei como diretora, produtora e atriz em curtas e longas. Destaque para o longa-metragem “Steve Cicco – Missão Popoviski”, o curta-metragem “Samantha” (que dirigi com o Vinícius e protagonizei), as duas edições da Mostra Monstro e o projeto “Contos da Morte”. Em paralelo, me dedico a criação e a divulgação literária e continuo com minhas produções pessoais, rodando os festivais com curtas experimentais e vídeo poemas voltados para o ativismo cultural e as causas femininas. Já ganhei sete prêmios, participei de muitos festivais e mostras e pretendo seguir acreditando no cinema nacional e feminino apesar de todos os obstáculos.
Cíntia Dutra: Certamente assim como todos os envolvidos no “Contos da Morte”, sempre fui apreciadora do cinema de horror, independente da nacionalidade. Na verdade, me considero muito mais fã e pesquisadora do gênero horror, que realizadora. Mas isso, juntamente com a minha formação (em Fotografia) trouxe a possibilidade de realizar alguns projetos. Onde em 2007 dirigi o curta “Obsessão”, posteriormente em 2008, “Extrato”, em 2015 o “Retratos” e agora o “Entre Nós” que fará parte do projeto.
Danilo Morales: Em 2012 meu primeiro filme em HD foi “Adega de Sangue”. Em 2015 veio o projeto “Trilogia do Terror” com os filmes media metragem “Telecinesia – Entre a Cruz e o Balaço” e “A Corrente de Menon”. A produção de curtas foi intensa. Uma media de três por ano. Em 2016 “Astarte- O Assassino do enforc a Gato” e “Até que a Morte nos Separe”. Em 2017 “Quiromania Ninfomaníaca” e “O Lago”. Em 2018 “Vilarejo Libertino”, “Casa de Xangô” – o filme longa metragem “Cemiterio das Moscas”, antologia de três diretores. E “Contos da Morte 2”. Antologia com vários diretores envolvidos. Os filmes estão correndo festivais nacionais e internacionais.
Larissa Anzoategui: Eu comecei a experimentar o audiovisual em, acho que, 2008, quando fiz um curta maluco chamado “Zumbis do Espaço de lá” para o meu TCC do curso de artes visuais. Depois de um tempo fui morar em São Paulo para estudar fotografia e lá entrei em contato com outras pessoas que tinham vontade de produzir e tinham grana zero como eu. Nos juntamos gravamos um curta, o “Limerence’, com roteiro de Paula Febbe, que só foi ficar pronto mesmo no final do ano passado, mas estava gravado esperando finalização desde 2012. Gravo sempre quase com a mesma equipe desde o “Limerence”: Pedro Rosa na direção de fotografia, Renato Ramos Batarce ajudando na produção e o meu marido, Ramiro Giroldo, que hoje escreve todos os roteiros da Astaroth Produções. Até agora temos lançados quatro curtas (“Red Hookers”, “Natal Vade Retro”, “Limerence” e “A Janela da Outra”) e um longa (“Astaroth”). Tem agora o “Fatal” também, que faz parte do “Contos da Morte 2”. Meus filmes são de terror, minhas inspirações são aquelas produções dos anos 80, principalmente as que eram feitas para o mercado de VHS. Busco um terror meio aventura, algo divertido. Monstros que não existem. Nas minhas produções a força e o foco estão sempre nas personagens femininas. Afinal de contas, elas sempre estiveram presentes nos filmes de terror, mas ao invés de ser apenas mais uma vitima, a mocinha bonita gritando, aqui elas levantam e enfrentam o monstro que as vezes é a monstra também.
Diego Camelo: Sou Estudante de Cinema do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza, meu primeiro curta metragem foi o “Tirarei as Medidas do seu Caixão” que é um filme-homenagem ao personagem mais icônico do Terror brasileiro, que é o Zé do Caixão. O filme foi muito bem recebido por onde passou, consegui inclusive espaço para exibição do curta no Canal Brasil no programa “Pausa para o Café” e é também dos filmes que realizei até aqui, o que mais circulou por festivais afora. Ainda dirigi e produzi os curtas metragem “A Incrível História do Gorila” e “O Vampiro”. Todos os curtas estão disponíveis na internet.
Lula Magalhães: Comecei em 2013 com o filme “Mandala Night Club”. De lá pra cá não parei mais, sempre venho mantendo uma média de uma a duas produções por ano. Sempre produzi na esfera do terror e sempre produções 100% independentes, ou seja, sem dinheiro público.
Janderson Rodrigues: Comecei trabalhando em produtoras independentes até abrira minha há quatro anos. E estou tentando sobreviver até então.
Dor (Lula Magalhães)
Baiestorf: Como surgiu o projeto de Contos da Morte 2?
Vinícius Santos: Eu já havia feito projetos em parceria com cineastas de outras localidades e regiões, inclusive fora do país, sempre tive vontade de fazer algo parecido com o ‘’ABC da Morte’’ e resolvi convidar alguns cineastas para uma antologia chamada ‘’Contos da Morte’’, lançado em 2016. A idéia para o “Contos da Morte 2” surgiu dentro do Festival Boca do Inferno no lançamento do primeiro filme, durante um bate-papo, após a exibição me perguntaram se haveria uma continuação, deixei a possibilidade em aberto, mas muita gente pediu essa continuação e então resolvi juntar uma galera, a idéia era não repetir os cineastas do primeiro, e, ao invés de 12, nesse segundo seria apenas 10. Mas no fim muita gente não deu conta e desistiu, eu acabei tendo que entrar nos momentos finais do projeto devido ao prazo de entrega, não teríamos mais tempo de convidar novos cineasta pra se juntar ao grupo. Então esse segundo “Contos da Morte” conta com sete histórias e oito cineastas do cinema independente.
Ana Rosenrot: O projeto surgiu no Festival Boca do Inferno, durante o lançamento da primeira edição, quando o criador do projeto “Contos da Morte”, Vinícius J. Santos, foi questionado sobre a possibilidade de uma continuação e após o festival ele entrou em contato com outros realizadores e decidiram fazer uma sequência. Primeiramente a ideia era não repetir nenhum dos diretores do primeiro filme, mas, devido a algumas desistências, o Vinícius decidiu participar com um segmento e me convidou para dividirmos a direção. São ao todo sete filmes e oito cineastas participantes.
Cíntia Dutra: Em 2016, ao enviar o curta “Retratos” para algumas mostras, o Vinicius Santos o viu e fez o convite para realizar um novo curta para integrar o projeto.
Danilo Morales: O Vinicius me fez o convite. Ele fez o “Contos da Morte 1” e queria fazer uma sequência com novos diretores.
Diego Camelo: Fui convidado pelo idealizador do projeto Vinícius Santos, eu não conhecia o projeto e não tinha visto o filme anterior, mas curti bastante a proposta e quando rolou o convite aceitei de pronto, gosto dessa iniciativa da Antologia, juntar diretores de locais diferentes, fazendo filmes completamente diferentes sobre o mesmo assunto.
Lula Magalhães: Conheci o Vinicius quando meu filme “Invasor” participou da Mostra Monstro em Jacareí, SP. Surgiu o convite de participar da segunda edição e eu adorei a ideia.
Janderson Rodrigues: Estava fazendo a fotografia do filme “Cinco Cálices” quando o Vinicius me chamou para participar do projeto. Já tinha visto o primeiro em festivais e fiquei super feliz de participar do 2. Ai meu editor, na época, me pediu para escrever o roteiro, então falei que eu queria uma história que se passa na favela.
Diagnose Danação (Diego Camelo).
Baiestorf: Como chama seu episódio e qual a história?
Vinícius Santos: O segmento eu dirigi, junto da diretora Ana Rosenrot, também aqui de Jacareí, se chama “A Marca do Diabo’’ e é sobre uma moça que adquire um quadro de uma criança chorando, e coisas bizarras começam a acontecer até que ela descobre que aquele quadro tem uma história maligna por trás envolvendo pacto demoníaco e sacrifícios. História inspirada na lenda urbana dos Quadros das Crianças Chorando, muito famosa no Brasil na década de 80.
Ana Rosenrot: O episódio que dirijo com o Vinícius J. Santos se chama “A Marca do Diabo”, e é inspirada na maior lenda urbana dos anos 80: “Os Crying Boys” (quadros das Crianças Chorando). Ele conta a história de uma garota que depois de sofrer um terrível acidente, está internada num hospital e ao ser interrogada por policiais alega ter sido marcada pelo diabo após comprar um quadro de uma criança chorando.
Cíntia Dutra: O episódio chama-se “Entre Nós”, e conta a história de um casal, com uma relação um pouquinho turbulenta, regada a sangue e insanidade.
Entre Nós (Cíntia Dutra).
Danilo Morales: “Heterocromia”. Simmel sofre preconceito por ter heterocromia. Seu alter ego maligno, representado pelo olho azul, é desperto quando o demitem do serviço. Filme experimental em primeira pessoa, de humor negro, uma crítica social da crise em nosso país.
Larissa Anzoategui: Meu episódio é o “Fatal”. Conta a história de um rapaz que lança cantadas online e acha que vai se dar bem, mas acaba se metendo em uma enrascada.
Diego Camelo: O nome é “Diagnose Danação” e é livremente inspirado no livro Frankenstein da Mary Shelley, pode até ser temerário dizer que é livremente inspirado, por que imagino que alguém possa tentar fazer comparações ao livro, eu tinha acabado de reler a história quando o Vinicius chegou com o convite, alguns elementos da história da Shelley estavam muito vivo na minha memória por isso tentei pegar o mote central da história e adaptar. Fui atrás do filme Frankenstein da Hammer Filmes, com o Peter Cushing, e fiz algumas modificações. A história é basicamente a relação de um médico e um paciente que não queria ser salvo, depois de vários anos sofrendo de uma doença autoimune, o paciente tenta tirar a própria vida, mas o médico o salva, o paciente acredita que estar vivo é uma espécie de punição e culpa o médico, passando então a persegui-lo.
Diagnose Danação (Diego Camelo).
Janderson Rodrigues: O filme se chama “Morro dos Mortos”. A historia de Bento que fica preso durante 10 anos e ao sair tenta uma vida nova, mas os fantasmas das pessoas que ele matou voltam para cobrar algo .
Lula Magalhães: Se chama “Dor”. O filme narra a trajetória de três psicopatas insanos que alimentam uma estranha criatura com carne humana.
Dor (Lula Magalhães).
Baiestorf: Como foram as filmagens dele?
Vinícius Santos: Tivemos seis meses de gravações, até que foi bem rápido, não tivemos tanta dificuldade por ter muitas cenas com poucos diálogos, algumas locações bacanas como um antiquário e um hospital, que nem imaginávamos se conseguiríamos ou não, mas no fim deu tudo certo com o apoio da Prefeitura Municipal de Jacareí. Até achávamos que teríamos dificuldade, pois filme de terror não é visto com bons olhos em Jacareí, mas arte é arte e conseguimos até fazer as cenas com um Diabo por lá.
Ana Rosenrot: Até que foram bem tranquilas; claro que tivemos algumas dificuldades, o que é muito comum quando falamos em cinema independente, pois, trabalhar com baixo ou nenhum orçamento, equipe pequena e locações sem controle externo, sempre acarreta alguns atrasos ou imprevistos (a greve dos caminhoneiros nos afetou um pouco). O importante é ser capaz de improvisar quando é necessário e poder contar com pessoas engajadas no projeto e nisso tivemos muita sorte, os atores e a equipe estavam maravilhosos.
Bastidores de uma das cenas do filme:
Cíntia Dutra: As filmagens aconteceram na metade do ano passado (2017), em um final de semana bem corrido, onde tudo teve que ser filmado por conta dos recursos disponíveis. A equipe formada por amigos da faculdade e parentes, que tenho que agradecer por ter trabalhado por três xis burguers, é a mesma equipe que trabalhou no curta anterior, “Retratos”, o que tornou o processo muito agradável.
Danilo Morales: Foi um desafio. Nunca tinha gravado nada em primeira pessoa. O episodio foi gravado em um dia e teve um verdadeiro banho de sangue. Um boneco foi confeccionado para ter a cabeça esmagada. Ficou fantástico a cena da cabeça partida. Infelizmente a câmera travou nesse momento. A solução foi refazer a cena de forma desfocada, pois o boneco já estava estourado. Mas foi bem divertido. O episódio não foi feito para ser levado a sério. Tem muito humor negro e critica social.
Larissa Anzoategui: Foi muito rápido, em um dia gravamos tudo. Mas foi rápido assim porque reaproveitei uma cena do “Astaroth” que não ficou no corte final. Mas mesmo assim, tem o começo que está no corte final do longa e está também lá no curta, bem plena e cara de pau. Para fechar uma história com este reaproveitamento, tiramos um dia do final de semana para gravar. Equipe bem reduzida, eu dirigi, filmei, montei a luz e o cenário, o Ramiro ajudou bastante, sendo o assistente em todas essas funções. A terceira pessoa da equipe era a maquiadora, Palmira Nogueira, que sempre trabalha com a gente. Para compensar o elenco era maior que a equipe: Sete atrizes e um ator.
Diego Camelo: Foi bem caótico (risos). Muito por que tivemos muitos atrasos em relação a locações, principalmente. Tivemos problemas pra conseguir a locação do hospital, por exemplo. Lembro que num dos dias de gravação Fortaleza passou por uma onda de ataques a ônibus e isso dificultou todo tipo de transporte na cidade, atrasando bastante o dia de filmagem. O importante pra que tudo desse certo foi ter uma equipe e elenco que mesmo nas dificuldades se dispôs a fazer as filmagens darem certo.
Lula Magalhães: Foi bem louco. Muito cansativo. Quatro dias de gravações intensos. Gravar de forma independente exige muito mais da equipe porque os recursos são mínimos. Mas tudo muito satisfatório no final.
Janderson Rodrigues: Vou deixar o trailer do filme.
Baiestorf: Algo curioso que rolou nas gravações que pode contar para nós?
Vinícius Santos: Tem um fato curioso que aconteceu durante a escolha das locações, em uma das cenas do filme foi filmada em um antiquário. Tínhamos um bem chique, estava tudo certo para filmar, toda equipe aguardando no local, mas por algum motivo o dono da loja não apareceu e tivemos que adiar. O jeito foi utilizar nosso plano B, outro antiquário, era mais simples, mas acabou que combinou muito mais, pois o filme era inspirado em uma lenda dos anos 70 e 80 e o antiquário tinha peças da época, no fim. Deu super certo essa mudança de planos.
Ana Rosenrot: Estávamos numa locação e o nosso ator estava maquiado e pronto para entrar em cena. Enquanto aguardava ele ficou ensaiando e se movendo pelo local. Foi quando percebemos que um senhor que passava na rua estava olhando pela vidraça, ele ficou parado, com os olhos arregalados, horrorizado. E ficou ali por um tempo, indeciso, depois baixou a cabeça e saiu. Ele percebeu que era somente uma pessoa maquiada, pensou que era algum tipo de pegadinha, ou acreditou que estava vendo uma entidade demoníaca? Nunca saberemos, mas o episódio rendeu boas risadas e mostrou que, pelo menos, a maquiagem estava assustadora.
Carolina Venturelli em A Marca do Diabo (Vinícius Santos e Ana Rosenrot).
Cíntia Dutra: Há uma cena no curta que foi filmada em um hospital real, e foi necessário realizá-la na correria, pois segundo o médico que cedeu o leito hospitalar, em final de semana com feriado o risco de precisarem do quarto as pressas era grande. Por sorte não fomos interrompidos. Pagamos 50 reais pelo aluguel de um vestido de brechó. Isso é todo o orçamento do filme!
Elenco de Entre Nós com a diretora Cíntia Dutra.
Danilo Morales: O mecanismo utilizado para esguichar sangue do pescoço da vitima foi feito de forma bem arcaica e barato. Uma mangueira de nível acoplada a uma bomba de encher bicicletas foi a responsável, para de forma mecânica, esguichar o sangue. A faca utilizada era retrátil.
Diego Camelo: Não sei se responde bem a pergunta, mas houve algo engraçado durante as filmagens, fomos gravar uma das cenas mais importantes pro filme e do lado da nossa locação tava rolando uma missa a céu aberto e isso atrapalhou bastante principalmente na questão do som, aí a nossa atriz Gabriela Willis, maquiada com sangue no rosto, foi lá pedir gentilmente pra que os fiéis baixassem o volume (risos).
Lula Magalhães: Sempre digo que fazer filme de terror é muito mais divertido do que fazer filmes de comédia. Foram vários momentos hilários durante as filmagens. Fica até difícil de falar de um específico.
Janderson Rodrigues: No primeiro dia de filmagem estava marcado para começar as 17:30 e terminar as 20:30 e o ator principal não apareceu e ninguém conseguiu falar com ele, então quando estava para cancelar, ele apareceu com o joelho todo inchado e mão enfaixada porque tinha sofrido um acidente de moto e estava no hospital.
Larissa Anzoategui: Olha, as meninas tiveram que passar o dia semi nuas e com maquiagem de efeito na cara. Aí virou uma grande piada tudo o que elas faziam, elas mesmas ficavam tirando sarro umas das outras. Em certo momento, num intervalo, uma das meninas estava agachada olhando o celular, passou a Simone Galassi, que é super piadista e soltou: “Olha! O demônio cagando!”. Só coisas assim mesmo, acho que foi engraçado para quem estava lá. Meio que piada interna. Não aconteceu nada de sobrenatural, nada de luzes caindo ou pessoas levitando (risos).
Diagnose Danação (Diego Camelo).
Baiestorf: Como estão os preparativos (e expectativas) para o lançamento em Outubro?
Vinícius Santos: Estamos já mandando pra festivais nacionais e internacionais, aproveitando que logo o Halloween está aí, e o que mais rola é festivais de horror. Mas a expectativa é grande pra fazer a primeira exibição pública, pra ter um feedback da galera.
Ana Rosenrot: Estamos nos concentrando na divulgação, que deve ser muito bem coordenada com todos os outros diretores e esperamos que o público goste de todos os segmentos, aprecie a diversidade de estilo dos diretores, se assuste e se divirta muito com nossos contos mortais.
Cíntia Dutra: A expectativa é grande, por fazer parte de um projeto tão bacana e com gente super qualificada (falo dos outros curtas – risos). E claro, sempre há a vontade de conferir pessoalmente a estréia, se a rotina e a distância permitirem.
Danilo Morales: A expectativa é alta. Sabemos que o cenário de guerrilha independente não é fácil. A solução é a união dos diretores. Não somos adversários, somos parceiros em prol do fortalecimento do cinema de gênero na região.
Diego Camelo: Estamos ansiosos pro lançamento do “Contos da Morte 2” e vamos fazer um novo corte com mais cenas pro curta, já que havia um tempo limite pra cada curta metragem, muito provavelmente vamos disponibilizar direto pra internet.
Larissa Anzoategui: Eu não vejo a hora de ver todas as histórias! No grupo do facebook a gente ficava trocando informações, postando fotos de bastidores, testes, trailers. Tô muito curiosa para assistir os outros curtas que estão no projeto.
Lula Magalhães: As melhores possíveis. Parte dos outros integrantes são meus amigos e estou muito feliz com a participação e trabalhos deles.
Janderson Rodrigues: Bom, os preparativos estão por conta do Vinicius, e a expectativa é grande porque as pessoas envolvidas são muito boas e também estou muito feliz porque o filme “Cemitério das Moscas” vai ser lançado esse mês e depois vem o lançamento dos “Contos da Morte”.
Dor (Lula Magalhães).
Baiestorf: O público terá o filme disponível para venda em mídia física (ou link online) quanto tempo após o lançamento?
Vinícius Santos: O filme será exibido apenas em festivais em um primeiro momento, após o prazo de um ano. A V Produções Cinematográficas está planejando um terceiro “Contos da Morte”, pra fechar a trilogia e quem sabe a gente possa lançar um box dos três em DVD.
Cíntia Dutra: Espero que haja mídia física sim, afinal é sempre bom ter mais um filme na prateleira.
Diego Camelo: Aí vai depender do tempo que o longa metragem “Contos da Morte 2” ficar em circulação e exibição por festivais e mostras, mas assim que passar essa fase com a Antologia, vamos lançar uma nova versão do curta na internet.
Janderson Rodrigues: O filme vai correr festivais e depois não sei se vai ser lançado em mídia, mas por mim eu lançamos em mídia física sim, ainda sou das antigas.
A Marca do Diabo (Vinícius Santos e Ana Rosenrot).
Baiestorf: No momento você está trabalhando em algum novo projeto? Pode falar sobre ele?
Vinícius Santos: Estou desenvolvendo mais dois novos longas, um é o ‘’Steve Cicco – A Última Porrada’’, um filme paródia de espionagem, a terceira parte de uma trilogia. E também estou finalizando o roteiro do ‘’Sexo, Pizzas e Filmes de Terror’’ que será uma antologia da V Produções com três histórias malucas ambientadas nos anos 80. É um filme que presta uma homenagem a filmes trash da época.
Ana Rosenrot: Atualmente estou me dedicando mais a literatura e ao ativismo cultural. Em 2017 criei a Revista LiteraLivre, uma publicação voltada para a divulgação de autores que escrevem em Língua Portuguesa, de todas as partes do mundo e a experiência tem sido incrível. Também estou planejando o lançamento de um e-book com as edições da Coluna CULTíssimo, no período de 2013 até 2016; continuo escrevendo novas edições da coluna, agora para a LiteraLivre e me dedicado ao meu gênero de escrita predileto: contos e poemas de terror, que pretendo divulgar um pouco mais. Claro que ainda tenho vários projetos cinematográficos, uns curtas inacabados que pretendo finalizar, convites pendentes, enfim, com certeza ainda vem muito mais por aí.
Cíntia Dutra: Projetos sempre existem, nem que seja no âmbito da imaginação. Mas estamos elaborando um novo roteiro, que ainda está em uma fase bem inicial.
Larissa Anzoategui: No final do ano passado e começo deste reuni uma galera aqui em casa para fazer uma maratona de gravações. Em duas semanas gravamos material para quatro curtas e um longa. Dessa produção tem um só pronto: “Janela da Outra”. Mas como eu e o Ramiro somos malucos, acabamos gravando outro longa agora no meio do ano. Era para ser só um curta e para ele pedimos para um artista, o Joni Lima, transformar nossa sala em uma cripta, usando papel e tinta mesmo. Quando ficou pronto ficamos tão empolgados, o Ramiro mais ainda porque estava numas piras com as obras de Byron, que resolvemos gravar mais uns curtas. E no final das contas virou um longa de antologia. Para amarrar todas as histórias gravamos uma quinta e dessa vez eu me meti a atuar também. Oremos! (risos). Este longa de antologia vai se chamar “Domina Nocturna”.
Domina Nocturna (Larissa Anzoategui).
Danilo Morales: Sim. Com previsão de lançamento para 2019. “Cemitério das Moscas II – Os 7 Pecados Capitais”. Sete diretores, cada um dirige o segmento de um pecado. (“Cemiterio das Moscas” está sendo lançado no dia 17 Agosto 2018). Filme longa metragem ainda tem meu filme “Poço Profano”, faz parte de uma dobradinha de diretores. Será gravado em preto e branco.
Diego Camelo: Estou me preparando pra rodar meu primeiro longa metragem, um documentário, mas não posso falar mais sobre por que ainda estamos na fase de pesquisa.
Lula Magalhães: No momento estou fazendo a pós-produção do filme que rodei no ano passado. Acabei de lançar um filme de bruxas chamado “O Pequeno Baú” que rolou no POE – Festival de Cinema Fantástico de São José dos Campos – SP e vai rolar no Cine Horror em Salvador – BA em outubro. Final do ano sai uma ficção científica com horror chamada “O Cavalo Marinho” e início de janeiro um filme que rodei em 2013, chamado “Incógnito”, também estará sendo lançado.
Janderson Rodrigues: No momento estou editando o curta “Povo das Sombras”, com a Lane ABC no papel mais normal dela; e fazendo a fotografia do curta “Não Vacile”, do diretor Ricardo Corsetie. Comecei a pré-produção do longa “Contos”, título provisório.
Baiestorf: Se quiser divulgar seu último filme já lançado, o espaço é seu:
Vinícius Santos: Meu último filme ‘’Steve Cicco: Missão Popoviski’’:
E esse ano ainda lançaremos ‘’Exorcistas Carinhosos’’, trailer já disponível:
Ana Rosenrot: Meus últimos filmes lançados foram “O Atalho”, que dirigi em 2017 (este filme recebeu o Troféu Corvo de Gesso e foi selecionado e exibido no 13º Cinefest Gato Preto); e também participei como produtora, diretora de arte e atriz no curta “Dia de Exorcismo” (2018), dirigido pelo Vinícius J. Santos. Deixo aqui os links do trailer do filme e também do meu site para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho:
Larissa Anzoategui: “A Janela da Outra”. Quase um filme mudo, gravado em uma tarde, equipe muito pequena: Eu, Ramiro, Juciele Fonseca no som e a atriz, a maravilhosa Larissa Maxine. Sinopse: Quem está do outro lado da janela? O delírio, a paranoia e a fusão.
Cíntia Dutra: “Retratos” foi lançado em 2015 e felizmente foi exibido em algumas mostras.
Danilo Morales: Vou deixar o trailer do “Cemitérios das Moscas”.
Janderson Rodrigues: No momento não tenho eles disponíveis, entretanto, até o final do ano será lançado um DVD com os cinco filmes que dirigi.
Lula Magalhães: Acabo de lançar “O Pequeno Baú”, um filme de bruxas que narra uma versão da história de Lilith e de sua influência na vida de duas irmãs. O filme foi todo gravado dentro de uma garagem com fundos escuros, num esquema quase teatral.
Diego Camelo: Meu último filme foi “O Vampiro”, foi o filme que mais curti fazer e o que menos circulou, o filme já está a algum tempo disponível na internet, vejam por favor, foi feito com muito esmero. Segue o link:
Baiestorf: Obrigado pela entrevista e deixe aqui dicas para pessoal que esteja querendo fazer seu primeiro filme:
Ana Rosenrot: Eu é que agradeço pelo espaço e o apoio ao nosso trabalho e ao cinema independente. Sempre digo que o primeiro passo para fazer um filme é fazer um filme! Veja filmes (todo tipo de filmes, seja eclético), pesquise (temos muito material disponível na internet), estude (existem cursos ótimos, com bons preços e até gratuitos) e depois pegue sua câmera (de qualquer tipo) e filme o que der vontade, experimente, vá criando seus roteiros, chame os amigos, faça sozinho, mas faça, não fique a vida toda “pensando” em fazer. Não tenha medo de criar, seja paciente, não fique preso a falta de recursos, não se importe com o amadorismo, aprenda com seus erros, esteja preparado para suportar a crítica (que vai bater sem dó), insista até descobrir seu estilo, aceite que nunca agradará a todos e depois, é só deixar sua marca no mundo.
Vinícius Santos: A dica que dou pra quem está começando, ou pretende fazer seu primeiro filme, é pegar uma idéia, ou um roteiro, mesmo que simples e não pensar demais e nem inventar desculpas demais. É pegar e fazer. Não tem equipamento ou câmera? Faça com o seu celular, ou câmera emprestada, mas faça. Use o que tem na mão e sua criatividade, o importante é não desistir e fazer o que gosta!
Cíntia Dutra: Primeiramente eu que agradeço a oportunidade de divulgar o nosso trabalho, com certeza feito com muito carinho. E para o pessoal que deseja realizar seu filme, basicamente é: Vai e faz.
Janderson Rodrigues: Curtam a pagina no facebook Estrada Films. E para quem estiver fazendo seu primeiro filme, nunca desista, você só vai aprender na prática e sempre esteja preparado para escutar críticas positivas e negativas porque não existe filme ruim e sim gostos diferentes.
Diego Camelo: Eu que agradeço pelo espaço! As dicas que posso dar é estudar bastante, ver muito filme, juntar uma equipe que queira muito fazer os filmes e as suas ideias acontecerem e não desistir nunca! É isso, abraços!
Lula Magalhães: Paciência, organização, objetivismo, garra, criatividade, respeito pela equipe e um pouco de sorte são os ingredientes principais pra tocar uma produção de guerrilha.
Danilo Morales: Não desanimar. Não dar desculpas. Faça o filme com o que tiver em mãos. Um celular, uma câmera usada. Instale um programa de edição e sempre vá se aprimorando, buscando evoluir.
Larissa Anzoategui: Não espere a equipe perfeita ou fazer tudo certinho. Acumule funções mesmo! Faça como der, mas faça da melhor forma. Procure pessoas que realmente vão se compromissar com a produção, principalmente com parcerias que ninguém vai ganhar nada de dinheiro. Pesquise e teste gambiarras para fazer uma iluminação massa!
“Vadias do Sexo Sangrento” (2008, 30 min.) escrito, fotografado, produzido e dirigido por Petter Baiestorf. Maquiagens gore de Carli Bortolanza. Edição de Gurcius Gewdner. Com: Ljana Carrion, Lane ABC, Coffin Souza, PC, Jorge Timm e Petter Baiestorf.
Ao elaborar o “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007), já pensei numa espécie de trilogia da carne, que se seguiu com este “Vadias do Sexo Sangrento” (2008) e “O Doce Avanço da Faca” (2010). Todos com duração de média-metragens para, num futuro próximo, relançá-los como um longa em episódios intitulado “Gorechanchada – A Delícia Sangrenta dos Trópicos”. Inclusive neste ano de 2016 realizei uma exibição deste projeto “Gorechanchada” no Cinebancários de Porto Alegre com grande participação de público, como todos que ali estavam já conheciam os filmes rolou aquele climão de algazarra que tanto faz com que as sessões Canibal Filmes sejam a diversão que são.
“Vadias” foi filmado no início do inverno de 2008 em 4 dias de filmagens e um orçamento de R$ 5.000,00. Reuni praticamente a mesma equipe de “Arrombada” (que já estava afinada) acrescida de Lane ABC e Jorge Timm (que não estava no elenco do filme anterior por estar em Tocantins). Com um roteiro melhor em mãos, cheio de metalinguagem (tentando avançar nas ideias que estava desenvolvendo na época em produções como “Palhaço Triste” (2005) e “A Curtição do Avacalho” de 2006) e pouca abertura para improvisações, fomos pro Rancho Baiestorf rodar um filme que deveria parecer improvisado do início ao fim (gosto da leveza que o clima de improvisação dá numa produção).
Não lembro de nenhum contra tempo nas filmagens de “Vadias”. Foi um daqueles raros casos em que tudo deu certo e não tivemos problemas. Filmávamos apenas durante o dia (acho que apenas duas ou três seqüências que foram filmadas à noite) e ao anoitecer rolava um jantar regado à muita bebida, o que deixava a equipe e elenco bem descontraídos. O frio ainda não estava castigando, o que foi essencial para manter o bom humor do elenco que passava 90% do tempo pelado pelo set. Amo filmar com equipe reduzida, 12 pessoas no set (incluindo elenco) é o que considero o ideal, bem diferente de “Zombio 2” onde tivemos 72 pessoas trabalhando sem parar durante 23 dias.
O lançamento do filme rolou num esquema muito parecido com o que já havíamos feito com o “Arrombada” e o relançamento de “Zombio” (1999). Desta vez resgatamos e re-editamos o policial gore “Blerghhh!!!” (1996) para relançar e completar o programa das exibições. Logo nos primeiros meses computamos 5 mil espectadores para o filme (em salas alternativas, cineclubes e mostras independentes) e as vendas do DVD duplo do filme foram de quase mil cópias. Possibilitou a produção de “Ninguém Deve Morrer” (2009) e a parte final da trilogia, “O Doce Avanço da Faca” (2010).
Todas as histórias de filmagens de “Vadias” irei contar no livro de bastidores que estou elaborando. Aguardem!!!
Predadoras (2004, 22 min.) de Coffin Souza. Roteiro de DG e Coffin Souza. Elenco: DG e Everson Schütz. Produção do Núcleo de Vídeo Experimental de Palmitos. Inédito em DVD, mostras e festivais de cinema.
Sinópse: Um homem invade a casa de 4 mulheres misteriosas e vive uma noite de aventuras sexuais intermináveis.
DG: Musa de Coffin Souza e co-autora de “Predadoras”.
Este curta elaborado por Coffin Souza e DG em 2004 não foi oficialmente lançado na época, fazia parte de um longa em episódios, “Contos da Cidade dos Canibais”, que nunca foi finalizado. Até onde lembro apenas o Ivan Pohl também havia produzido um episódio, “Mike Guilhotina”, que seria acrescentado ao longa (se não me falha a memória houve um terceiro episódio, “Banco Mundial”, parcialmente filmado mas que, devido as filmagens caóticas, não foi finalizado, creio que era dirigido pelo Everson Schütz). Devido a falta de créditos no curta de Coffin Souza/DG, não lembro mais os envolvidos na produção (Everson Schütz e DG estão no elenco), mas lembro de comer amendoim com Carli Bortolanza e Elio Copini. Eu não me envolvia muito na parte criativa destes curtas do Núcleo Associado de Vídeo Experimental de Palmitos, até onde lembro fiz os trabalhos de câmera neles. Eram festas… Ops!… filmagens bem divertidas!
Souza dirigindo os efeitos de Carli Bortolanza.
Predadoras foi filmado em apenas um dia de inverno em 2004, sem orçamento nenhum, calcado nas ideias do “Manifesto Canibal” (para assistir o curta MANIFESTO CANIBAL clique no título), que infelizmente está com a tiragem do livro esgotada, aguardando uma segunda edição.
Uma equipe com cara do alcoolismo da produção nacional.
Fui o responsável pela distribuição deste curta mas, na época, ainda estava fazendo os lançamentos em VHS e ninguém mais queria fita VHS, as poucas cópias que preparei encalharam e, então, comecei a lançar os filmes em DVD no ano seguinte (o filme de estreia no formato foi “A Curtição do Avacalho“). Por me concentrar nas produções novas fui deixando este curta de lado e nunca o lancei e, até onde lembro, nunca foi exibido em mostras de filmes undergrounds. Compre os filmes da Canibal Filmes na MONDO CULT.
lembranças de Baiestorf.
Para assistir PREDADORAS clique no título e baixe o filme.
Elio Copini, Carli Bortolanza e um potinho de amendoins.
Assista aqui “Zombi X”, outra produção de Coffin Souza que fiz a distribuição:
Zombio (1999) é considerado o primeiro filme autenticamente brasileiro de zumbis*, então nada mais natural do que reunir a mesma equipe 14 anos depois, acrescida de novos talentos da gorechanchada celebrada pela Canibal Filmes,e realizar a continuação daquela modesta produção fundo de quintal.
Veja trailer de “Zombio” aqui:
“Zombio 2: Chimarrão Zombies” surgiu quase que por acidente. Eu vinha de projetos frustrados nos últimos 2 anos (em 2011 abortei o projeto “Páscoa Sarnenta”, longa episódico, por falta de dinheiro – mas tudo foi registrado pelo cineasta Felipe M. Guerra e pode virar um documentário ainda – e em 2012 foi extremamente caótico, quando tentei produzir dois médias – “Rabo por Rabo” e “Psicose Tropical” – que nem saíram do papel) e dois fatores me influenciaram a produzir “Zombio 2”:
1- O lançamento em DVD de “Zombio 1” nos USA (que depois foi suspenso porque a distribuidora fechou);
2- Em 2012 fui ator no longa-metragem “Mar Negro”, de Rodrigo Aragão, e numa pausa das filmagens falei zoando que ia voltar pra Santa Catarina e produzir um longa de zumbis pra lançar no mesmo final de semana de “Mar Negro”.
Só que fiquei matutando a ideia na cabeça e percebi que havia a possibilidade de conseguir realizar “Zombio 2” a tempo de lançar junto com “Mar Negro” durante o FantasPoa de 2013, fazendo uma espécie de dobradinha “Tropical Zombies” made in Brazil pra gringo ver. Só com a ideia na cabeça falei com os Fantaspoas (Nicolas e JP) e eles guardaram uma data pro lançamento. Então fiz um poster bagaceiro pra registrar a ideia e Leyla Buk desenhou o Storyboard de uma cena que eu iria incluir no roteiro – ainda não escrito – e comecei a reunir investidores e a equipe-técnica para 2 blocos de filmagens (que juntos representaram 23 dias de trabalhos duros). É uma tensão muito grande você ter até data de lançamento de um filme já confirmada e ainda não ter roteiro, nem dinheiro, nem equipe, nem data para iniciar as filmagens, mas foi um exercício de produção interessante.
Entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, escrevi o roteiro, consegui 9 produtoras para me apoiarem financeiramente e com equipamentos – El Reno Fitas, Camarão Filmes e Ideias Caóticas, SuiGeneris Filmes, Bulhorgia Produções, Shunna, Fábulas Negras Produções, Necrófilos Filmes, Zumbilly e Gosma – e levantei uns 40 mil reais. Em fevereiro já estávamos filmando nossos zumbis tropicais com todas as alegres cores da morte. Entre o primeiro e o segundo bloco achei que não seria possível conseguir finalizar o longa até a data do Fantaspoa (em maio de 2013), porque tivemos que marcar o segundo bloco de filmagens pra abril de 2013. Mas os FantasPoas pediram pra manter a data. Bem, voltamos pro set e terminamos as filmagens, imediatamente após o término voei pro Rio de Janeiro e fiquei trancado com Gurcius Gewdner durante 18 dias montando o filme (ele foi todo filmado com duas câmeras, quase 1 terra de material bruto) e, faltando 3 dias pro lançamento no FantasPoa 2013, conseguimos finalizar o primeiro corte do longa. Foi uma aventura muito divertida.
Veja o trailer de “Zombio 2” aqui:
E agora estou disponibilizando para download uma cópia de “Zombio 2: Chimarrão Zombies”, em baixa qualidade, para que você possa conhecer essa produção que nasceu quase por acaso. Se você quiser o filme em maior qualidade pode comprar pela loja MONDO CULT.
Para baixar o filme, clique no título: ZOMBIO 2: CHIMARRÃO ZOMBIES. E ajude a espalhar essa praga zumbi para todos os cantos do planeta Terra.
Por Petter Baiestorf.
*tem alguns outros filmes de zumbi filmados antes de Zombio (1999), mas são produções que não saíram de suas cidades. Eu mesmo, em 1993, havia lançado “Criaturas Hediondas” onde um zumbi marciano dá as caras. Em 1996 criei um zumbi sedento por drogas no “Blerghhh!!!” (cujo diário de filmagens você pode ler clicando aqui). Mas Zombio foi o primeiro com hordas de mortos-vivos podres comendo pessoas explícitamente, como num bom filme de Lucio Fulci.
Se eu tivesse que escolher o pior filme que já produzi , acredito que este “Caquinha Superstar a Go-Go” seria o escolhido (e olha que já produzi muita porcaria nestes meus 25 anos de produtor gorechanchadeiro). Tenho lembranças maravilhosas desta produção, mas simplesmente nada funciona com nada na tela. Não tem ritmo, não tem história, não tem produção. Mas assumo toda a culpa, ou pelo menos metade de toda a culpa, com certo orgulho. Metade porque o filme foi co-produzido pelo Coffin Souza e sei que ele também tem boas lembranças desta produção, já se gosta do filme nunca perguntei.
Caquinha meditando
Em 1996 eu tinha produzido apenas o “Eles Comem Sua Carne” com o Souza dividindo a função (no “O Monstro Legume do Espaço” ele tinha sido apenas ator) e como o filme teve uma boa aceitação no mercado underground, resolvemos produzir o “Caquinha Superstar a Go-Go” que seria continuação simultânea do Monstro Legume e do Eles Comem (temos cenas filmadas com o Caquinha interagindo com as personagens do Eles Comem, mas resolvi não incluir no filme sei lá porque). E mais, na época também queríamos filmar mais rápido do que o Roger Corman, então tivemos a brilhante ideia de jerico de montar um cronograma de apenas duas noite e um dia de filmagens (até porque o orçamento disponível pro filme não teria permitido muitos dias a mais). Como se isso não bastasse, o filme ainda era um musical e eu não tinha experiência nenhuma com o gênero além de ser fã. E, também, havia discordâncias minhas com Souza de como filmar aquele roteiro ruim. Então o desastre já se anunciava muito antes das filmagens terem início.
Caquinha e Tracy
Mas quando você tem um desastre anunciado na mão o que tu faz?… Vai com tudo de cabeça, certo?… E foi o que fizemos. Chamamos o E.B. Toniolli para interpretar o Caquinha, reunimos os outros desajustados que nos acompanhavam na época e filmamos na correria, sem cuidados técnicos, sem estrutura alguma e, o pior, discutindo o tempo inteiro. Foi uma experiência boa porque no filme seguinte que produzimos em parceria, “Blerghhh!!!” (também de 1996), Souza e eu nos acertamos quanto ao que cada um fazia na produção e tudo passou a funcionar melhor… Bem, melhor daquele jeito Canibal Filmes, lógico!
Jorge Timm e Coffin Souza
Não existem muitas histórias divertidas durante os dois dias de filmagens, até porque a gente trabalhou essas 48 horas sem parar (não lembro de ter dormido durante estes dois dias). Talvez o fato mais divertido caótico era o descontentamento do elenco com a produção, agravado pelo fato de que escrevi o filme se passando no verão mas filmei em pleno inverno do sul do Brasil e naqueles dois dias a temperatura estava numa média de zero graus, tendo sido um dos invernos mais rigorosos que o sul já teve notícia. Naquelas cenas em que as meninas de bikini encontram Caquinha, quase no fim do filme, o frio era tão intenso que as meninas tremiam sem parar sob minhas ordens que incluíam a cada minuto a frase: “ânimo meninas, é verão! É Verãoooo!”. Para as cenas internas da casa de Caquinha (filmamos numa casa abandonada que não tinha nem energia elétrica, nosso eletricista – Claudio Baiestorf – realizou um “gato” na rede pública) o frio era tanto nas madrugadas que cortamos um latão e mantivemos carvões queimando o tempo todo para esquentar o ambiente.
Na época o melhor produto relacionado ao filme foi a trilha sonora composta pela banda paulista Trap. Enquanto passávamos frio os paulistas estavam compondo músicas maravilhosas para o filme, até hoje lamento não ter conseguido fazer um filme à altura da fantástica trilha sonora que Johnny e companhia nos entregaram. Essa trilha sonora foi lançada em CD no ano seguinte, 1997, numa prensagem feita no Canadá e contrabandeada para dentro do Brasil para burlar os impostos. Não é fácil a vida de produtor vagabundo, tu acaba virando uma espécie de mafioso da cultura. Como este CD esgotou anos atrás, você pode ouvi-lo baixando no link a seguir: TRILHA SONORA DE CAQUINHA SUPERSTAR A GO-GO.
“Caquinha Superstar a Go-G0” teve seu lançamento feito num bar de Porto Alegre com direito a presença de toda a equipe, elenco e a banda Trap animando o público com a trilha sonora. Enquanto o filme era exibido botamos um ator fantasiado de gorila arrancando as roupas de algumas atrizes contratadas para o lançamento. O público delirava com o que via, era interação completa entre o filme e a plateia. É uma lei obrigatória para produtores de filmes vagabundos: Se você tem um filme ruim trate de animar o público de alguma maneira!
Mirindas Asesinas (1991, 11 min.) de Alex de la Iglesia.
Em seu curta de estreia Alex de la Iglesia já exercita seu peculiar senso de humor doentio. Aqui um psicótico (Álex Angulo, sempre genial) não consegue entender porque estão cobrando por uma Mirinda (um refrigerante de laranja que também era produzido no Brasil até o início dos anos 90) e mata o bodegueiro, obrigando um cliente do bar a substituí-lo.
É interessante perceber vários elementos que depois acompanharam a carreira de Alex de la Iglesia, como a construção do absurdo das situações que geralmente tem conclusões hilárias. Já neste seu curta de estreia vemos atores e técnicos que lhe acompanharam nos filmes seguintes, como Álex Angulo (1953-2014) que esteve presente nos longas “Accion Mutante” (1993), “El Dia de la Bestia” (1995) e “Muertos de Risa” (1999); Ramón Barea presente em “Accion Mutante” e “800 Balas” (2002) e o c0-roteirista Jorge Guerricaechevarría que também escreveu para Iglesia praticamente todos seus, sempre ótimos, roteiros. A Parceria Iglesia-Guerricaechevarría é uma das mais felizes e criativas do cinema atual. Aliás, já está em pós-produção “El Bar”, com lançamento previsto para 2017, a nova comédia doente da dupla.
Em “Mirindas Asesinas”, a título de curiosidade, Alex de la Iglesia também é o diretor de arte, repetindo a função que ele havia desempenhado de modo brilhante no curta “Mama” (1988) de Pablo Berger, diretor do excepcional longa “Torremolinos 73” (2003), lançado no Brasil com o ridículo título de “Da Cama para a Fama”.
Acabei de receber o “Segundo Anuário de Fanzines, Zines e Publicações Alternativas” editado por Douglas Utescher, com colaborações de peso, como Márcio Sno e Flávio Grão. O Anuário de Fanzines é uma publicação com um acabamento visual fantástico e muita qualidade (a capa leva uma encadernação vermelha em papel mais duro), que segue a linha do “QI” (“Quadrinhos Independentes”) de Edgard Guimarães, e tem o principal objetivo de divulgar a imprensa alternativa dos fanzines brasileiros e, também, da América Latina. Além de inúmeras resenhas (com endereços para contatos com os editores), o Anuário traz também várias mini-entrevistas (sempre de três perguntas) com editores como Wendell Sacramento, Edgar Franco, Daniel Linhares, Elydio dos Santos Neto, Denilson Rosa dos Reis, Eduardo Vomitotium, Debora Paula, Eduardo Delgado, Guido Imbroisi, Henrique Magalhães e vários outros. Além das resenhas, Márcio Sno assina um interessante texto, “Os Fanzineiros nas Bibliotecas e nas Telas”, com uma breve história dos fanzines. Para quem não sabe, Sno é o responsável pelo documentário “Os Fanzineiros do Século Passado”. Flávio Grão assina o texto “Os Fanzines Invadem as Universidades”, onde conta como o conceito dos zines está sendo introduzido em sala de aula.
Como diz Douglas no editorial, “Foi por necessidade que o fanzine nasceu. A grande imprensa, preocupada em dialogar com as massas, deixava abertas lacunas que eram preenchidas por seres apaixonados, ansiosos por conhecer e trocar informações com pessoas de interesses semelhantes”. E continua, “Acontece que a realidade neste início de século é bem diferente. As empresas estão cada vez mais atentas às demandas dos nichos específicos. Afinal, no mundo capitalista somos todos consumidores e nenhuma oportunidade pode ser desperdiçada”. E aí pergunta, “Então, porque se dar ao trabalho de pesquisar, editar, diagramar, imprimir, dobrar, grampear, distribuir e gastar dinheiro, se a informação pode ser disseminada com muito menos trabalho e seu custo algum?”. E ele mesmo se apressa em responder, “A resposta é simples e incrivelmente libertadora: Porque sim, oras!”.
O Segundo Anuário de Fanzines tem 62 páginas em tamanho grande, cheios de informações para aqueles que queiram tomar contato com os novos fanzines que surgiram (ou que nunca pararam de ser editados) deste novo milênio. Para ler, trocar, comprar, colaborar, incentivar toda uma nova geração de editores independentes. Fanzines é uma experiência bem diferente do que editar blog, por exemplo. Fanzine necessita da troca de informações entre leitores e editores para realmente ser um fanzine.
Para adquirir o “Segundo Anuário de Fanzines, Zines e Publicações Alternativas” mande e-mail para o editor, ugra.press@gmail.com; ou escreva para Douglas Utescher, Cx. Postal 777, São Paulo/SP, 01031-970; ou faça download da versão eletrônica pelo blog da Ugra Press.
Para adquirir o “QI” de Edgard Guimarães, que citei no texto, escreva para o e-mail edgard@ita.br ou Rua Capitão Gomes 168, Brasópolis/MG, 37530-000.
Veja aqui o trailer do “Os Fanzineiros do Século Passado”:
* Quem quiser ter seu fanzine, banda, filme – ou seja lá qual for o fantástico trabalho independente que você está realizando – divulgado no Canibuk, entre em contato pelo e-mail baiestorf@yahoo.com.br e teremos o maior prazer em ajudar para que seu trabalho chegue ao maior número possível de pessoas.