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2592 Posters de Horror & Sci-Fi para Download

Posted in Arte e Cultura, Cinema, download, Ilustração, Posters with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 28, 2018 by canibuk

Alguns meses atrás o poster da primeira sessão de cinema da história foi leiloado em Londres por 40 mil libras (mais ou menos 200 mil reais). Este primeiro poster (reprodução abaixo) foi desenhado por Henri Brispot para uma exibição especial dos primeiros curtas dos irmãos Lumière, em dezembro de 1895.

Originalmente criados para uso exclusivo dos cinemas, não demorou muito para que os posters logo virassem item de colecionadores, principalmente artes criadas para filmes exploitations, sempre com cartazes muito mais criativos do que os próprios filmes, e, também, as artes produzidas para a divulgação de produções de horror e ficção científica. Inclusive, o preço record já pago por um único cartaz pertence à sci-fi Metropolis (1926), de Fritz Lang, negociado por 690 mil dólares.

Inicialmente os posters eram feitos no tamanho dos cartazes usados para a divulgação dos shows de Vaudeville. Quem definiu o tamanho padrão foi Thomas Edison, com as medidas de 27″x41″, em folha única fixada nas fachadas e paredes dos cinemas.

Para comemorar os posters de cinema, upei um arquivo com 2.592 cartazes de cinema nos gêneros horror e Sci-Fi, a maioria com artes belíssimas e dignas de serem festejadas como pequenas obras-primas da criatividade humana.

Para fazer o download, clique em BAIXAR POSTERS.

Abaixo alguns posters que integram o arquivo disponibilizado para download:

 

 

Uma Gostosa Loucura Sangrenta

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 29, 2018 by canibuk

Frightmare (Loucura Sangrenta, 1974, 95 min.) de Pete Walker. Com: Rupert Davies, Sheila Keith e Kim Butcher.

“Loucura Sangrenta” é um dos mais notáveis trabalhos do diretor Pete Walker, que aqui narra a história de um casal cuja esposa, Dorothy, é uma canibal que conta com a ajuda do marido para manter sua peculiar dieta de guloseimas humanas. Após um tempo presos num hospício, o casal é solto e Dorothy tem uma recaída em seus desejos culinários, ao mesmo tempo que uma de suas filhas começa a se descobrir atraída pelas deliciosas receitas de sua mamãe.

Veja o Trailer:

O inglês Pete Walker, nascido em 1939, é filho do comediante Syd Walker. Começou cedo sua carreira de stand-Up, possivelmente influenciado pelo pai, em clubes de strip-tease, já revelando muito de sua personalidade anti-autoridades de qualquer tipo (em seus filmes geralmente as autoridades são figuras sádicas e/ou fascistas). Iniciou sua carreira cinematográfica realizando inúmeros curtas em super 8 até conseguir financiamento para “The Big Switch” (1968), seu primeiro longa, que contava uma história de crimes no submundo pornô de Londres. Após algumas comédias sexuais adolescentes para o mercado alemão, Pete emplacou com o filme de horror “The Flesh and Blood Show” (1972), onde um sanguinário maníaco matava atores com requintes de crueldade. Em 1974, ainda colhendo frutos de seu sucesso, Pete comandou dois pequenos clássicos do gênero horror: “House of Whipcord”, uma bem-vinda variação de W.I.P. (women in prison) com horror; e este “Frightmare” que você tem em mãos. Em seguida realizou “Schizo” (1976), produção onde mais uma vez investigava distúrbios mentais sob uma ótica bem demente. Seu último filme, “House of the Long Shadows”, conhecido aqui no Brasil pelo título “A Mansão da Meia-Noite”, é seu filme de maior destaque por conta de reunir no elenco os atores Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing e John Carradine. Após essa produção Pete Walker abandonou sua carreira de cineasta para se dedicar ao ramo imobiliário, mais lucrativo.

O papel de Dorothy Yates é interpretado por Sheila Keith, uma atriz de confiança de Pete – ela também está em vários outros filmes dele, como “House of Whipcord”, “House of Mortal Sin” e “House of the Long Shadows”. Sheila fez carreira televisiva em séries da TV inglesa.

Rupert Davies, que interpreta Edmund Yates, também era ator de séries de TV. Em 1965 fez parte do elenco do clássico “The Spy Who Came in from the Cold”, de Martin Ritt e estrelado pelo lendário Richard Burton. Alguns anos depois, em 1968, se destacou no gênero horror ao fazer parte do elenco de três clássicos no mesmo ano: “Witchfinder General”, de Michael Reeves, estrelado por Vincent Price; “Dracula Has Risen from the Grave”, de Freddie Francis, estrelado por Christopher Lee; e “Curse of the Crimson Altar”, de Vernon Sewell, novamente estrelado por Lee, só que agora acompanhado pela lenda viva Boris Karloff em final de carreira.

David McGillivray, co-roteirista de “Loucura Sangrenta”, era um especialista no gênero horror de baixo orçamento. São dele também os roteiros de “House of Whipcord” e “House of Mortal Sin”, ambos de Pete Walker; “Satan’s Slave” (1976), que se aproveitava da temática satanista que assolou o cinema mundial no final dos anos 70, e “Terror/O Ente Diabólico” (1978), exploitation envolvendo bruxarias pesadas, ambos os filmes dirigidos pelo picareta Norman J. Warren, numa tentativa de capitalizar com bruxaria e satanismo com o público de drive-ins e pulgueiros de calçadas.

“Frightmate/Loucura Sangrenta” foi lançado em DVD no Brasil pela distribuidora Vinyx Media (London/Dark Side/Brook Films/Empire Filmes/entre outros nomes) na coleção Dark Side Horror Collection, sendo o oitavo volume da coleção e fazendo parceria com o cult “Parents/O Que Há Para o Jantar?”, formando uma ótima dupla de filmes sobre o canibalismo.

por Petter Baiestorf.

Assista o filme aqui:

Arrepios Sangrentos do Cinema (1960-1980)

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 8, 2018 by canibuk

O cinema sempre foi terreno fértil para a exploração do corpo. Se nas décadas de 1950 e 1960 o cinema era mais sugestivo do que apelativo (mas com a sci-fi e seus monstros e aliens deformados já apontando os rumos que a nova audiência exigia), foi na ressaca da contracultura, nos anos de 1970, que o cinema foi tratando de ficar mais explícito e cínico, culminando numa explosão de corpos monstruosos/pegajosos nas telas do cinema da década de 1980, onde a crítica social-niilista-pessimista da década anterior cedeu lugar à auto paródia do terrir.

Podemos afirmar que a auto paródia que o cinema dos anos de 1980 viveu, principalmente o americano, tem suas raízes nos filmes da dupla H. G. Lewis e David F. Friedman, principalmente na trinca de goremovies “Banquete de Sangue” (Blood Feast, 1963), “2000 Maníacos” (2000 Maniacs, 1964) e “Color Me Blood Red” (1965), que aproveitaram para extrapolar, para deleite do jovem público de drive-ins, o bom gosto estético, aproveitando até mesmo idéias de mortes exageradas dadas por seus filhos pré-adolescentes. O corpo humano deixava de ser um templo sagrado e, agora, estava disponível para todo o tipo de mutilações que os técnicos de efeitos especiais conseguissem elaborar. E mais, agora o tabu do canibalismo também caia por terra e o corpo humano servia de alimento às sádicas personagens.

No final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960, a cinematografia gore ainda foi discreta, com obras como “First Man Into Space (1959), de Robert Day, sobre um astronauta que começa a derreter e que foi a inspiração para a produção do clássico “O Incrível Homem Que Derreteu” (The Incredible Melting Man, 1977, de William Sachs. “Inferno” (Jigoku, 1960), de Nobuo Kakagawa, tomou como inspiração o inferno concebido por Dante e ousou mostrar, em cores, os horrores explícitos de um purgatório onde os pecadores sofriam todo tipo de violência na carne. “Six She’s and A He” (1963), de Richard S. Flink, contava a história de um astronauta feito de prisioneiro por uma tribo de lindas mulheres que costumavam realizar incríveis banquetes com os membros decepados de seus algozes. “Six She’s and A He” é uma espécie de irmão bastardo dos filmes da dupla Lewis-Friedman, já que seu roteirista é o ator William Kerwin, que atuou em “Blood Feast” e “2000 Maniacs” usando o pseudônimo de Thomas Wood. “Está Noite Encarnarei no teu Cadáver” (1967), de José Mojica Marins, à exemplo de “Jigoku”, também mostrava em cores os horrores do inferno com muitos membros decepados, sofrimentos diversos e inventivos demônios feito com parte dos corpos de seus alunos de curso de cinema.

No ano seguinte o horror ficou ainda mais explícito com duas obras seminais: Mojica realizou um banquete canibal em seu longa de episódios “O Estranho Mundo de Zé do Caixão” (1968), no episódio “Ideologia”, e o Cult “A Noite dos Mortos-Vivos” (The Night of the Living Dead, 1968), de George A. Romero, que trazia o canibalismo explícito para as telas com a virulenta modernização dos zumbis, desta vez se deliciando com tripas e toda variedade de carne humana, de crua à carbonizada, dando apontamentos do caminho que o cinema de horror viria a tomar nos anos seguintes.

Jigoku (1960)

Charles Manson e a Família haviam acordado a América de seu “American Way of Life” e os horrores do Vietnã eram televisionados nos jornais do café da manhã, toda uma geração insatisfeita queria voz. Na década de 1970 o cinema de horror ficou mais insano, pessimista e violento para com as instituições oficiais. Jovens cineastas perceberam, ensinados por H.G. Lewis e George A. Romero, que o cinema independente era o caminho natural para adentrar no mundo das produções cinematográficas, e o melhor, o horror niilista tinha público fiel ávido por “quanto pior melhor”.

Tom Savini em Dawn of the Dead (1978)

Inspirados por Charles Manson e “A Noite dos Mortos-Vivos”, no Canadá, a dupla Bob Clark e Alan Ormsby profanaram os defuntos com seu clássico “Children Shouldn’t Play With Dead Things” (1972), podreira sobre um grupo de degenerados comandados por uma espécie de guru fake a la Manson que desenterram alguns corpos num cemitério isolado e realizam um verdadeiro show de barbaridades e imaturidade. Aliás, Ormsby deve ser atraído por personalidades problemáticas, já que na seqüencia realizou o clássico “Confissões de um Necrófilo” (Deranged, 1974), co-dirigido por Jeff Gillen, inspirado na figura do psicopata Ed Gein e que, na minha opinião, é a melhor abordagem cinematográfica já feita sobre Gein, que inspirou, entre outros, também os clássicos “Psicose” (Psycho, 1960), de Alfred Hitchcock, e “O Massacre da Serra-Elétrica” (The Texas Chainsaw Massacre, 1974), a obra-prima de Tobe Hooper, realizado no mesmo ano de “Deranged” e que contava com efeitos do ex-fotografo de guerra Tom Savini, que se inspirava nos horrores reais que presenciou para criar as maquiagens mais podreiras possíveis. Os corpos dos mortos agora não eram mais sagrados, podiam alimentar psicopatas dementes ou, até, se tornarem grotescas obras de arte ou peça de happenings.

O público clamava por histórias mais adultas, além da violência explícita, o sexo também gerava curiosidade. Andy Warhol e Paul Morrissey foram para a Europa filmar, com ajuda do italiano Antonio Margherity, “Carne para Frankenstein” (Flesh for Frankenstein, 1974), uma releitura sexual-splatter de Frankenstein de Mary Shelley, com litros de sangue, referências à necrofília e abordagem erótica da história do cientista que brincava de Deus, dando especial atenção ao detalhes sórdidos e eróticos. No Canadá David Cronenberg previa as epidemias de doenças sexualmente transmissíveis ao realizar “Calafrios” (Shivers, 1975), com roteiro sério que discutia o sexo, sem deixar de incluir taras, fetiches e doenças como a pedofília em roteiro genial (o final do filme continua poderoso).

De volta à América, o cineasta underground Joel M. Reed lançou em 1976 o perturbador e doentio “Bloodsucking Freaks” (The Incredible Torture Show), com a personagem de Sardu, ajudado por um anão tarado, que raptava jovens mulheres que se tornavam deliciosas iguarias para seus banquetes explícitos onde até mesmo sanduíches de pênis era devorados. Ainda em 1976, os exageros do cinema gore se encontraram com a falta de limites do mundo da pornografia e o jovem Michael Hugo cometeu o, ainda hoje, obscuro “Hardgore”, uma carnificina envolvendo sexo explícito com todo o tipo de perversões na história de uma inocente mocinha internada numa instituição mental. “Hardgore” parecia preparar terreno para “Cannibal Holocaust” (1980), do italiano Ruggero Deodato, produção que extrapolou qualquer limite do bom gosto ao assassinar, em frente às câmeras, todo tipo de animais, incluindo a famosa cena da tartaruga, filmada com verdadeiros requintes de crueldade.

Mas um pequeno curta independente, filmado em super 8 por um grupo de amigos, anunciava que o cinema de horror voltaria a ficar mais artístico (sem assassinatos reais ou pornografia): “Within the Woods” (1978), de Sam Raimi, produzido com os amigos Robert Tapert e Bruce Campbell, era um ensaio para a produção do Cult “A Morte do Demônio” (Evil Dead, 1981), que influenciaria meio mundo nos anos de 1980 e 1990 com sua ensandecida história envolvendo jovens possessados por demônios numa cabana isolada. O cinema de horror começava a sair dos cinemas pulgueiros para tomar de assalto toda uma nova geração que descobriria os filmes malditos com o videocassete.

De certo modo “Evil Dead” preparava o público para a exploração do corpo que o cinema da década de 1980 realizou. Nunca na história da indústria cinematográfica tivemos outra época tão rica na exploração de anomalias, doenças, mutações e toda uma rica gama de deformações genéticas. Era a época da disco, da cocaína acessível e barata, do “viva rápido, morra jovem”, então… Pro inferno com a seriedade, o negócio agora era a auto paródia e o cinema de horror, principalmente o americano, soube não se levar em sério e por toda a década de 1980 cineastas como Lloyd Kaufman, Stuart Gordon, Dan O’Bannon, Fred Deker, Roger Corman, Fred Olen Ray, Jim Wynorski, entre outros, conseguiram passar através de seus filmes o clima de curtição que os anos de 1980 possuíam.

por Petter Baiestorf

Veja os trailers aqui:

Outros Posters:

The Incredible Melting Man

Blood Sabbath

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 26, 2016 by canibuk

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Blood Sabbath (1972, 86 min.) de Brianne Murphy. Com: Anthony Geary, Dyanne Thorne, Susan Damante, Sam Gilman, Steve Gravers, Kathy Hilton, Jane Tsentas e Uschi Digard.

Um veterano do Vietnã está viajando a pé pelos USA quando sofre um acidente e é encontrado por uma ninfa d’água por quem se apaixona. Alotta (Dyanne Throne), a rainha das bruxas e inimiga da ninfa d’água quer o jovem soldado para ela e, com seu clã de feiticeiras, seduz não só o soldado como, também, um padre e Lonzo, um andarilho da floresta que abrigou o soldado em sua casinha.

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Filmado em apenas 10 dias, “Blood Sabbath” é uma grande diversão que não se leva a sério em momento algum. O roteiro é todo furado, todas as atrizes ficam peladas o tempo todo, o trabalho de câmera é toscão e os diálogos nonsenses foram captados num sistema de som extremamente vagabundo, bem no clima das produções sem grana que produtores exploitations realizavam de qualquer jeito no início dos anos de 1970 para suprir a demanda por lixos cinematográficos em drive-ins e grindhouses.

blood_sabbath2“Blood Sabbath” foi dirigido pela atriz inglesa Brianne Murphy em clima de curtição (o filme parece uma grande brincadeira de amigos). Em 1960 Brianne atuou em “Teenage Zombies” de Jerry Warren e se apaixonou pela produção vagabunda americana (tendo se casado com o ator/produtor/diretor Ralph Brooke que concebeu asneiras como “Bloodlust!” de 1961). Ainda no início da década de 1960 se tornou diretora de fotografia e trabalhou em filmes de Hollywood como “Fatso” (1980) de Anne Bancroft e inúmeras séries de TV. Curiosidade: Brianne foi a primeira diretora de fotografia a trabalhar num grande estúdio de Hollywood (a função é dominada por homens).

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Ainda na equipe técnica de “Blood Sabbath” encontramos Lex Baxter assinando (como Bax) a trilha sonora do filme. Com mais de 100 trilhas nas costas, Baxter já havia trabalhado em filmes como as produções de baixo orçamento “The Bride and the Beast” (1958), de Adrian Weiss, e realizações da A.I.P., muitas dirigidas por Roger Corman, como “House of Usher/O Solar Maldito” (1960); “Tales of Terror/Muralhas do Pavor” (1962) e “The Raven/O Corvo” (1963).

blood-sabbath_frame2No elenco vemos Dyanne Thorne se divertindo horrores no papel da bruxa Alotta. Nascida em 1943 se tornou atriz e surpreendeu no softcore “Sin in the Suburbs” (1964) de Joe Sarno. Sempre adepta das produções de baixo orçamento esteve no pequeno clássico da ruindade “Wham! Bam! Thank You, Spaceman!” (1975), de William A. Levey, e entrou definitivamente para a história do cinema vagabundo ao encarnar a oficial nazista Ilsa em uma série de nazixploitations de Don Edmonds com “Ilsa: The She Wolf of the SS” (1975); “Ilsa, Harem Keeper of the Oil Sheiks” (1976) e “Ilsa the Tigress of Siberia” (1977), desta vez dirigida por Jean LaFleur (sem contar “Greta Haus Ohne Männer/Ilsa – The Wicked Warden” (1977), uma picaretagem do Jesus Franco). Sem nunca ter se livrado da personagem Ilsa, Dyanne Thorne apareceu em “House of Forbidden Secrets” (2013), produção do videomaker Todd Sheets, onde contracenou com Lloyd Kaufman da Troma. Entre as garotas peladas de “Blood Sabbath” encontramos ainda Jane Tsentas (atriz em mais de 40 sexploitations, incluindo deliciosas bobagens como “The Exotic Dreams of Casanova” (1971) de Dwayne Avery e “Terror at Orgy Castle” (1972) do especialista em satanismo retardado Zoltan G. Spencer), Kathy Hilton (atriz em mais de 60 produções, incluindo “Sex Ritual of the Cult” (1970) de Robert Caramico, um filme satânico tão imbecil quanto “Blood Sabbath”; “The Toy Box” (1971) de Ron Garcia e “Invasion of the Bee Girls/Invasão das Mulheres Abelhas” (1973) de Denis Sanders) e, segundo o site IMDB, Uschi Digard (atriz que dispensa apresentações aos fanáticos por filmes bagaceiros), que não consegui identificar na cópia ruim que tenho do inacreditável “Blood Sabbath”.

Por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Assista “Blood Sabbath” aqui:

Chiquitas Rosas na Cauda do Cometa

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 11, 2016 by canibuk

The Pink Chiquitas (1987, 83 min.) de Anthony Currie. Com: Frank Stallone, Bruce Pirrie, Elizabeth Edwards e Claudia Udy.

pink-chiquitas-1987A década de 1980 foi um celeiro mundial de cinema nonsense com senso de humor cretino, legando para a eternidade inúmeros filmes idiotas impossíveis de serem levados a sério, como este “The Pink Chiquitas”. Aqui um meteoro rosa caí na pequena cidade de Beamsville onde Tony Mareda (Frank Stallone), o maior detetive particular do mundo, está sendo perseguido por mafiosos. Durante um tiroteio no drive-in local (que exibia o filme falso “Zombie Beach Party 3”) acabam encontrando o meteoro rosa que transforma as mulheres em ninfomaníacas. Tony Mareda, com ajuda de alguns bobos locais, começa a investigar os estranhos acontecimentos que envolvem as pacatas mulheres da cidade, agora transformadas em doidas varridas independentes que matam homens durante o sexo. Organizadas sob a liderança da bibliotecária Mary Ann (Elizabeth Edwards), vestidas com roupas rosas, armadas até os dentes (incluindo um tanque de guerra com camuflagem rosa), as novas fêmeas da cidade pretendem tornar todos os homens em verdadeiros zumbis sem energia nem vontade própria. Quando Tony Mareda é capturado pelas ninfomaníacas é escolhido pelo meteoro rosa para ser o reprodutor de uma nova raça, até que um de seus parceiros descobre que o meteoro pode ser combatido com… água! Pura bobagem oitentista imperdível!!!

the-pink-chiquitas2“The Pink Chiquitas” é o único longa do canadense Anthony Currie, curta-metragista que escreveu e dirigiu “These Foolish Things” (1977), “Sentimental Fool” (1978) e “Productivity and Performance By Alex K.” (1984), todos eles estrelados por seu amigo Bruce Pirrie. Como a maioria das produções canadenses, o filme se disfarça de norte-americano e traz Frank Stallone, irmão de Sylvester, completamente a vontade com sua simpática canastrice. Frank nasceu em New York no ano de 1950 e se tornou ator e compositor. O início de sua carreira foi como cantor de jazz e conseguiu emplacar um sucesso, “Far From Over”, música que está na trilha sonora de “Staying Alive/Os Embalos de Sábado Continuam” (1983), genial (talvez eu seja o único que acha isso) continuação de “Saturday Night Fever/Os Embalos de Sábado À Noite” (1977) dirigido por Sylvester onde, além da música, aparece fazendo um pequeno papel como guitarrista de uma banda. Tendo feito pequenos papéis nos filmes do irmão (está na série “Rocky” e em “Paradise Alley/A Taberna do Inferno”), “The Pink Chiquitas” foi sua estreia num papel principal e revelou que Frank leva muito jeito para a comédia. Em seguida Frank trabalhou em “Barfly” (1987), de Barbet Schroeder, filme escrito por Charles Bukowski; “Fear/Momentos de Terror” (1988), ação de Robert A. Ferretti e, então, começou a ser chamado para inúmeros filmes B como o horror “Masque of the Red death” (1989), de Alan Birkinshaw, com roteiro baseado em conto de Edgar Allan Poe; “The Roller Blade Seven/Patinadores do Futuro” (1991) e sua continuação “Returno f the Roller Blade Seven” (1992), ambos do divertido diretor Donald G. Jackson; o terror “Night Claws” (2013), de David A. Prior, até a comédia musical “Zero Dark Dirty” (2013) de Lex Lvovsky e Joe Walser. Nos últimos anos Frank Stallone tem aceitado papéis em vários curtas-metragens, como “ChupaCobra” (2013) de Ricky Lloyd George.

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Frank Stallone

O responsável pela trilha sonora de “The Pink Chiquitas” foi Paul Zaza, veterano compositor do cinema canadense que compôs para quase 100 filmes, incluindo aí várias produções de Bob Clark e filmes ultra divertidos como “Prom Night/A Morte Convida Para Dançar” (1980), horror de Paul Lynch; “My Bloody Valentine/Dia dos Namorados Macabro” (1981), de George Mihalka; “The Brain/O Cérebro” (1988), alucinada produção de Ed Hunt sobre um programa religioso de auto-ajuda que enlouquece a audiência; e “Flesh Gordon Meets the Cosmic Cheerleaders” (1990) de Howard Ziehm, continuação do clássico erótico “Flesh Gordon” de 1974.

the-pink-chiquitas“The Pink Chiquitas” tem um climão de farsa típico da década de 1980, muitas cenas do filme parecem saídas de uma história em quadrinhos da revista MAD, como quando Tony Mareda está pescando e é puxado por um peixe e sai esquiando no lago com duas tábuas do píer grudadas em seus pés fazendo as vezes de Sky aquático ou quando o gay da cidade tenta se passar por uma chiquita e o meteoro rosa detecta-o como homem. É uma pena que o diretor Anthony Currie não tenha conseguido rodar mais comédias nesta linha. “The Pink Chiquitas” vai agradar em cheio aos fãs de filmes como “Midnight Movie Massacre/Aconteceu à Meia-Noite” (1988) e “Lobster Man From Mars/O Fim do Planeta Marte” (1989).

Infelizmente continua inédito (e pouco conhecido) no Brasil.

Por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Assista “The Pink Chiquitas” aqui:

Six She’s And A He em Agonia na Ilha Sangrenta da Deusa do Amor

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 19, 2014 by canibuk

Six She’s and A He (“Love Goddesses of Blood Island”/”Kiss Me Bloody”, 1963, 46 minutos) de Richard S. Flink. Com: Laura Hodges, Bill Rogers, Liz Burton, Carol Wintress, Dawn Meredith, Laura Wood e Ingrid Albert.

Six She's and A HeUm astronauta cai numa ilha habitada por seis amazonas e é mantido como escravo, tanto para trabalhos manuais como arar a terra, quanto para satisfazer as taras sexuais das seis estranhas garotas. Entre alguns números de dança temos o flashback da tortura de um soldado nazista, o escravo sexual anterior, que é explicitamente eviscerado e decepado em efeitos ultra-sangrentos mais bem elaborados do que no clássico “Blood Feast” (1963) de H.G. Lewis, com inúmeros closes valorizando as tripas ensanguentadas que são arrancadas do estômago do pobre soldado. Exausto de tanto sexo e trabalhos forçados na lavoura das garotas, o astronauta Rogers e uma das meninas se apaixonam e resolvem fugir juntos, iniciando uma luta sangrenta que envolve cabeças esmagadas à pedradas e corpos trespassados por lanças pontiagudas.

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six shes and a he pressbook“Six She’s and A He”, originalmente filmado sob o título de “Love Goddesses of Blood Island”, é uma espécie de mistura entre os filmes de H.G. Lewis e os Nudies dançantes que surgiram no final da década de 1950. Trazendo maquiagens extremamente violentas para a época em que foi produzido, o filme tem um tom de farsa como nas produções de H. G. Lewis (talvez o filme gore mais violento e perturbador do início do subgênero gore no cinema seja mesmo o japonês “Jigoku” (1960), de Nobuo Nakagawa, que era uma realização séria, plasticamente bem executada e trazia torturas sangrentas em um inferno colorido meia década antes do nosso José Mojica Marins). Na época do lançamento de “Six She’s and A He” uma meia dúzia de cópias do filme circularam apenas pela região de Miami para logo sumir do mercado e permanecer por mais de 30 anos como um filme perdido, até que a distribuidora Something Weird conseguiu achar uma cópia de 46 minutos do clássico e o relançou no mercado de home vídeo (o IMDB aponta que a duração do filme é de 72 minutos, mas até o momento a versão que circula pelo mundo é essa da Something Weird). De qualquer modo, é um filme que precisa ser resgatado/descoberto pelas novas gerações de fãs do cinema gore e, se possível, uma cópia completa precisa ser descoberta para um futuro (e digno) lançamento deste trabalho tão importante.
Six She's and A He2O filme foi a primeira produção/direção do empreiteiro de Miami Richard S. Flink, que assinou o filme com o pseudônimo de Gordon H. Heaver. Construindo casas durante o dia e administrando um drive-in de sucesso durante a noite, o Sr. Flink se sentiu seguro para entrar na produção de cinema independente. Embora “Six She’s and A He” tenha sido visto por poucas pessoas e tenha passado desapercebido, foi o suficiente para que ele produzisse ainda, pela sua recém formada produtora Thunderbird International, o trashão “Sting of Death” (1965) com direção de William Grefe, uma deliciosa mistura de sci-fi e horror realizada pelo homem que anos mais tarde faria o imperdível “Mako: The Jaws of Death/Mako, O Tubarão Assassino” (1976). Depois destes filmes Richard S. Flink desapareceu do mercado cinematográfico e seu paradeiro (e história) permanecem desconhecidos até hoje.
Six She's and A He3Tido como a primeira imitação do cinema gore da dupla Lewis-Friedman, “Six She’s and A He” não deixa de ter relação direta com os filmes do mestre do gore já que seu roteirista é o ator William Kerwin e seu irmão, Harry Kerwin, o responsável pelos repulsivos efeitos especiais do filme. William nasceu em 1927 (tendo falecido em 1989) e atuou em mais de 130 filmes, se tornando conhecido principalmente por estar no elenco de inúmeros filmes dirigidos por H.G. Lewis, incluindo os clássicos “Blood Feast”, onde conheceu e se casou com a atriz Connie Mason, “Two Thousand Maniacs!/Maníacos” (1964) e “A Taste of Blood” (1967) onde atuava, geralmente, sob o pseudônimo de Thomas Wood. Outros filmes da dupla Lewis-Friedman onde trabalhou foram “Living Venus” (1961); “The Adventures of Lucky Pierre” (1961); “Boin-n-g” (1963); “Goldilocks and the Three Bares” (1963); “Bell, Bare and Beautiful” (1963); “Scum of the Earth” (1963); “Jimmy, The Boy Wonder” (1966) e “Suburban Roulette” (1968). Como curiosidade, em 1983 ele interpretou a personagem Boa Man no “Porky’s 2” de Bob Clark, creditado no filme com o pseudônimo de Rooney Kerwin. Já seu irmão Harry Kerwin, a mente doentia por trás das ótimas maquiagens gore de “Six She’s and A He”, era diretor de séries para a TV. Harry nasceu em 1930 e faleceu precocemente de câncer em 1979, com apenas 48 anos de idade. Seu filme mais famoso é justamente o último de sua carreira, “Barracuda” (1978) com co-direção de Wayne Crawford, uma produção de horror que tentava lucrar com o sucesso de “Jaws” de Steven Spielberg. Harry amava o cinema e se aventurou como ator em alguns filmes como o horror “Flesh Feast” (1970) de Brad F. Grinter, sobre um grupo de nazistas que quer reanimar o corpo de Adolf Hitler para dominar o mundo. Também produziu, escreveu, montou e trabalhou no departamento elétrico de outras produções de baixo orçamento como “Campus Heat” (1969) de Tom Rich e “Scream Baby Scream” (1969) de Joseph Adler (que contava com roteiro de Larry Cohen).
Six She's and A He1Do grupo de atores presentes neste curioso filme obscuro, vale apontar que Bill Rogers, o astronauta, fez poucos filmes mas aparece em curiosidades como “Santo Vs. Las Mujeres Vampiro” (1962), de Alfonso Corona Blake, no papel do professor Orloff (não creditado); “Adam Lost His Apple” (1965), uma comédia assinada por Earl Wainwright; “Shanty Tramp” (1967) de Joseph P. Mawra e “A Taste of Blood” (1967) de H.G. Lewis. E das garotas no elenco apenas Laura Wood tentou seguir carreira tendo aparecido em alguns outros filmes, em sua maioria participações em episódios de séries de TV como “Star Trek”.
Six She's and A He_CoverÉ interessante observar que o assistente de direção de Richard S. Flink foi o também diretor Joseph P. Mawra (creditado no filme como José Prieto). Mawra é mais conhecido por ter sido o diretor da série de filmes com a personagem Olga do produtor George Weiss, para quem realizou “Olga’s House of Shame” (1964); “White Slaves of Chinatown” (1964); “Olga’s Girls” (1964); “Chained Girls” (1965) e “Mme. Olga’s Massage Parlor” (1965).
“Six She’s and A He” é uma produção barata, tecnicamente capenga e com atuações amadoras, mas tem um lugar garantido na história do cinema por ter sido realizado no momento em que os produtores de cinema estavam explorando e testando todos os limites do bom gosto e a audiência clamava por obras que fugissem do lugar comum. Pode ser um filme vagabundo sem a importância de um “Blood Feast”, mas ver aquele bando de sorridentes atores desconhecidos, dançando e sangrando alegremente numa história cheia de momentos absurdos, faz o dia bem melhor.

escrito por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Veja aqui um dos efeitos ultra gore de “Six She’s And A He” (1963):

Hard Rock Zombies

Posted in Cinema, Soundtracks with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 27, 2012 by canibuk

“Hard Rock Zombies” (1985, 98 min.) de Krishna Shah. Com: E.J. Curcio, Geno Andrews, Sam Mann, Mick Manz, Lisa Toothman, Jack Bliesener e Phil Fondacaro.

Lá por 1989 eu vi na TV um filme chamado “American Drive-In” (1985), que depois descobri ser dirigido por Krishna Shah, uma comédia adolescente que imitava “American Graffiti/Loucuras de Verão” (1973, Universal Home Video) de George Lucas. O filme do indiano Shah era muito mais divertido do que o de Lucas e no filme exibido na tela do Drive-in americano em questão, pipocavam umas intrigantes cenas de um anão deformado se auto-devorando e de outro anão zumbi maluco tentando comer uma vaca viva. Por anos fiquei tentando saber mais sobre o filme até que um dia, sem querer, encontrei numa locadora o filme “Hard Rock Zombies” e, para minha surpresa, era o filme que era projetado naquele divertido “American Drive-In”. “Hard Rock Zombies” se tornou meu trash-movie de estimação e foi uma grande influência para mim quando filmei “Criaturas Hediondas” (1993).

Como não gostar de um filme que tem hard rock farofa grudento e completamente brega, Hitler casado com uma Eva Braun lobiswoman, anões tarados, zumbis mongolóides, humor retardado na linha do genial “Attack of the Killer Tomatoes/O Ataque dos Tomates Assassinos” (1978) de John DeBello, anão deformado comendo sua própria carne com saleiro e colherzinha, entre muitas outras cenas hilárias. A história do filme (que tem um roteiro do próprio diretor em parceria com David Allen Ball, bagunçado e bem confuso) é mais ou menos assim: Depois de um show onde nossa banda de hard rock tem a dura obrigação de tirar fotos com meninas, eles partem para Grand Guignol, uma pequena cidadezinha que não gosta de hard rock e cabeludos abusados. No caminho Jesse (interpretado por E.J. Curcio), líder da banda, compõe uma música que ressuscita os mortos (provado na hora por um mosquito que é morto e ressuscita dentro da van onde eles viajavam). No caminho eles dão carona à uma loira fatal e são convidados para ficar na mansão da família dela, onde descobrimos que Hitler, então com 95 anos e ainda traçando Eva Braun com grande categoria, está vivo e, com ajuda de seus netos anões, tem um novo grande plano de dominação da América.

“Hard Rock Zombies” é um filme que defende o rock’n’roll, mostra a sociedade das pequenas cidadezinhas como um bando de caipiras fascistas com medo do que não conhecem. Este filme tem muitas cenas memoráveis: O anão deformado se auto-devorando é a melhor cena de “Hard Rock Zombies, o outro anão tentando comer uma vaca também é divertida, a banda transformada em zumbis (que caminham dando passinhos de dança) fazendo um show para o olheiro de uma grande gravadora, todos os números musicais, a garota atrás da cabeça decepada de seu namorado, o plano para escapar dos zumbis envolvendo cartazes com grandes cabeças de ídolos americanos (Jimi Hendrix, Marilyn Monroe, Elvis Presley, entre outros), as mortes mal filmadas, os membros decepados claramente de látex, a virgem que é dada aos zumbis como se fosse uma oferenda de um ritual religioso primata, os zumbis sendo mortos numa câmera de gás colorido, e muito mais, fazem deste filme o clássico bagaceiro que se tornou.

A trilha sonora do filme é uma delícia de tão grudenta, todos os sons foram compostos por Paul Sabu inspiradíssimo. Sua banda Only Child fez relativo sucesso nos anos de 1980, mas foi como músico de apoio de estrelas como David Bowie e Alice Cooper que Sabu ganhou dinheiro. Sua música aparece na trilha de vários filmes, como “Ghoulies 2” (1988) de Albert Band (com produção de seu picareta filho Charles Band), “Meatballs 4” (1992) de Bob Logan e “To Die For/Um Sonho Sem Limites” (1995) de Gus van Sant (que conta com uma participação especial de David Cronenberg em divertido papel). Sabu já ganhou o prêmio Emmy, uma pequena mancha na carreira do compositor da trilha sonora de “Hard Rock Zombies”.

Krishna Shah nasceu na Índia mas, após graduação em Yale e UCLA, começou a trabalhar em peças de teatro da Broadway. Em 1972 realizou seu primeiro filme, “Rivals”, um drama psicológico que é tido como um clássico do gênero (ainda não assisti). Seu filme seguinte, “The River Niger” (1976), estrelado por Cicely Tyson, James Earl Jones e Louis Gossett Jr., ganhou vários prêmios e o levou a dirigir “Shalimar” (1978), uma aventura estrelada por John Saxon e filmada em sua terra natal. Com “Cinema Cinema” (1979) realizou um documentário sobre o cinema indiano. Aí algo saiu errado e Shah fez simultaneamente os dois trash-movies, “American Drive-In” e “Hard Rock Zombies”, clássicos da bagaceirada cinematográfica que o mantiveram afastado da direção até 2011, quando voltou a função com a série de TV “Dance India Dance Doubles”.

Os efeitos especiais de “Hard Rock Zombies” (e também a direção da equipe de segunda unidade) são de John Carl Buechler, nascido em Belleville, Illinois, fez sua estréia em 1978 no departamento de maquiagens do filme “Stingray” de Richard Taylor. Em 1980 trabalhou na comédia fantástica “Dr. Heckyl and Mr. Hype” de Charles B. Griffith já no departamento de efeitos especiais. Com Roger Corman trabalhou em alguns filmes divertidos como “Forbidden World/Mutant” (1982) de Allan Holzman com roteiro de Tim Curnen inspirado numa história de Jim Wynorski e R.J. Robertson. Fez sua estréia na direção de um segmento no filme em episódios “Ragewar” (1984), que também trazia episódios de cineastas como Dave Allen, Charles Band, Steven Ford, Peter Manoogian, Ted Nicolaou e Rosemarie Turko. Sua primeira direção solo foi com o incrivelmente ruim “Troll” (1986), seguido do mais ruim ainda “Cellar Dweller/O Monstro Canibal” (1988) e seu filme mais conhecido: “Friday the 13th part VII: The New Blood/Sexta-Feira 13 parte 7 – A Matança Continua” (1988), uma verdadeira inutilidade que não agrada nem aos fanáticos pela série do Jason. No total, até agora, Buechler já dirigiu/destruíu 17 filmes, incluindo um remake de “Troll” em fase de pré-produção mas que aposto que vai ficar pavoroso. Entre seus melhores trabalhos de efeitos especiais estão produções como “TerrorVision/A Visão do Terror” (1986) de Ted Nicolaou; “From Beyond/Do Além” (1986) de Stuart Gordon; “Slave Girls from Beyond Infinity/Rebelião nas Galáxias” (1987) de Ken Dixon, os três produções de Charles Band; “A Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master/A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos” (1988) de Renny Harlin; “Bride of the Re-Animator/A Noiva de Re-Animator” (1990) de Brian Yuzna; “Carnosaur” (1993), uma produção de Roger Corman dirigida pela dupla Adam Simon e Darren Moloney; “Dinosaur Island” (1994) da dupla Fred Olen Ray e Jim Wynorski em uma produção de Corman reciclando o dinossauro usado em “Carnosaur”; e, “Bikini Drive-In” (1995), pequeno clássico inspirador de Fred Olen Ray.

Nos USA “Hard Rock Zombies” foi distribuido pela Cannon Group Inc.; aqui no Brasil saiu em VHS pela América Vídeo em 1988.

resenha de Petter Baiestorf.