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Boca do Lixo Style: Download do Sexo Sangrento

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“Vadias do Sexo Sangrento” (2008, 30 min.) escrito, fotografado, produzido e dirigido por Petter Baiestorf. Maquiagens gore de Carli Bortolanza. Edição de Gurcius Gewdner. Com: Ljana Carrion, Lane ABC, Coffin Souza, PC, Jorge Timm e Petter Baiestorf.

lane-abc-chainsaw-em-vadias-do-sexo-sangrentoAo elaborar o “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007), já pensei numa espécie de trilogia da carne, que se seguiu com este “Vadias do Sexo Sangrento” (2008) e “O Doce Avanço da Faca” (2010). Todos com duração de média-metragens para, num futuro próximo, relançá-los como um longa em episódios intitulado “Gorechanchada – A Delícia Sangrenta dos Trópicos”. Inclusive neste ano de 2016 realizei uma exibição deste projeto “Gorechanchada” no Cinebancários de Porto Alegre com grande participação de público, como todos que ali estavam já conheciam os filmes rolou aquele climão de algazarra que tanto faz com que as sessões Canibal Filmes sejam a diversão que são.

ljana-carrion-coffin-souza-em-vadias-do-sexo-sangrento“Vadias” foi filmado no início do inverno de 2008 em 4 dias de filmagens e um orçamento de R$ 5.000,00. Reuni praticamente a mesma equipe de “Arrombada” (que já estava afinada) acrescida de Lane ABC e Jorge Timm (que não estava no elenco do filme anterior por estar em Tocantins). Com um roteiro melhor em mãos, cheio de metalinguagem (tentando avançar nas ideias que estava desenvolvendo na época em produções como “Palhaço Triste” (2005) e “A Curtição do Avacalho” de 2006) e pouca abertura para improvisações, fomos pro Rancho Baiestorf rodar um filme que deveria parecer improvisado do início ao fim (gosto da leveza que o clima de improvisação dá numa produção).

vadias-do-sexo-sangrentoNão lembro de nenhum contra tempo nas filmagens de “Vadias”. Foi um daqueles raros casos em que tudo deu certo e não tivemos problemas. Filmávamos apenas durante o dia (acho que apenas duas ou três seqüências que foram filmadas à noite) e ao anoitecer rolava um jantar regado à muita bebida, o que deixava a equipe e elenco bem descontraídos. O frio ainda não estava castigando, o que foi essencial para manter o bom humor do elenco que passava 90% do tempo pelado pelo set. Amo filmar com equipe reduzida, 12 pessoas no set (incluindo elenco) é o que considero o ideal, bem diferente de “Zombio 2” onde tivemos 72 pessoas trabalhando sem parar durante 23 dias.

ljana-baiestorf-e-coffin-em-vadias-do-sexo-sangrentoO lançamento do filme rolou num esquema muito parecido com o que já havíamos feito com o “Arrombada” e o relançamento de “Zombio” (1999). Desta vez resgatamos e re-editamos o policial gore “Blerghhh!!!” (1996) para relançar e completar o programa das exibições. Logo nos primeiros meses computamos 5 mil espectadores para o filme (em salas alternativas, cineclubes e mostras independentes) e as vendas do DVD duplo do filme foram de quase mil cópias. Possibilitou a produção de “Ninguém Deve Morrer” (2009) e a parte final da trilogia, “O Doce Avanço da Faca” (2010).

Todas as histórias de filmagens de “Vadias” irei contar no livro de bastidores que estou elaborando. Aguardem!!!

Para ler o roteiro de Vadias do Sexo Sangrento.

Para baixar VADIAS DO SEXO SANGRENTO.

Comprar DVD duplo de “Vadias do Sexo Sangrento” com extras e inúmeros curtas da Canibal Filmes de brinde, entre na loja MONDO CULT.

por Petter Baiestorf.

Fotos de bastidores de Vadias:

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Lane ABC e Ljana Carrion.

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Filmagens tão animadas que todos dançavam o tempo inteiro.

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Sangue cor de rosa.

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Bortolanza preparando o elenco.

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Ljana Carrion.

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Lane ABC, Ljana, Bortolanza e Jorge Timm.

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Lane, Ljana e Bortolanza.

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Jorge Timm.

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Lane e Ljana.

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Tapando as vergonhas.

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Souza e Ljana prontos para filmar.

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PC sendo preparado por Bortolanza para a massagem anal.

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PC tento prazeres incontroláveis com a massagem anal.

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Claudio Baiestorf cuidando das motosserras.

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Lane e Souza in Brazilian Chainsaw Massacre.

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Eu olhando pro pinto de Souza.

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Bortolanza, PC e Jorge Timm: Equipe dos sonhos delirantes.

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“Me dê uma expressão de horror!”

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Carli Bortolanza.

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Souza olhando pro pinto de PC.

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Elio Copini, Souza e Timm fiscalizando o orifício pomposo de PC.

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Jorge Timm pronto para receber Lane ABC em seu interior.

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Lane ABC autografando a barriga de Jorge Timm.

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Eu subindo numa árvore para tomadas aéreas.

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Eu tentando descobrir ângulos.

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Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Download!!!

Posted in Cinema, download, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 21, 2016 by canibuk

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“Arrombada – Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!” (2007, 42 min.) escrito, fotografado, produzido e dirigido por Petter Baiestorf. Maquiagens gore de Carli Bortolanza. Edição de Gurcius Gewdner. Com: Ljana Carrion, Coffin Souza, PC, Gurcius Gewdner e Vinnie Bressan.

Inspirado pelo caso do Juiz Lalau escrevi o roteiro de “Arrombada” em uns 3 dias e chamei uma equipe extremamente reduzida para filmar tudo em 4 dias. Minha ideia era realizar um sexploitation, com muitas cenas de sexo quase explícito, que fosse uma crítica ao poder, mostrar um senador (que também era juiz de direito) se aproveitando da impunidade no Brasil para cometer os mais terríveis crimes, sempre ajudado por seus cães fiéis (um religioso e um profissional liberal, não incluí um militar no bando porque queria deixar a segurança completamente de fora do filme, sem mostrar absolutamente nenhum cão fardado). O filme está cada vez mais atual diante o cenário político – e social – brasileiro, apesar de minha abordagem com toques de humor nonsense em algumas partes do filme.

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As filmagens de “Arrombada” aconteceram no inverno de 2007 e foram extremamente rápidas e sem contratempos. O único problema mais grave que aconteceu durante as filmagens foi que nossa câmera parou de funcionar numa madrugada de externas por causa da umidade, fazendo-nos perder aquela madrugada de trabalhos já que tínhamos apenas uma câmera na produção. Sim, o filme foi feito com orçamento nenhum (acredito que gastamos, ao final de tudo, R$ 1.500,00 na produção). Durante as filmagens algo engraçado era ver a agonia de Coffin Souza com aquele bigodinho Adolf Hitler Stylle, ele estava visivelmente envergonhado de estar usando o bigode daquele jeito, tanto que quando encerramos as gravações a primeira coisa que fez foi ir no banheiro retirar o tal bigodinho da vergonha. Um de nossos passatempos durante as filmagens era convidar ele pra ir até no mercadinho da vila onde estávamos filmando (ele nunca foi junto, lógico).

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Vinnie Bressan, Gurcius, Souza (já sem o bigodinho da vergonha) e Ljana na bebedeira de encerramento das filmagens de “Arrombada”.

Por ser frio demais durante as filmagens, a equipe e elenco se aquecia bebendo vinho vagabundo. Acho que a equipe completa foi Carli Bortolanza, Ljana Carrion, Vinnie Bressan, Gurcius Gewdner, Coffin Souza, PC, Elio Copini, Claudio Baiestorf e eu. Como não rodamos making off desta produção posso estar esquecendo alguém.

cartazarrom“Arrombada” foi lançado em alguns cinemas de SC ainda em 2007, fazendo uma espécie de complemento ao longa-metragem “Mamilos em Chamas” do meu grande amigo Gurcius Gewdner, era uma sessão bastante única na história do cinema brasileiro e o público se divertia demais, nenhuma das sessões foi comportada. No lançamento de “Arrombada” botamos a banda de industrial harsh A Besta para animar o público antes e depois da sessão, também promovemos o re-lançamento de “Zombio” (1999) para essa ocasião e depois desmembramos o programa, com “Arrombada” fazendo sua bilheteria e “Zombio” tendo o re-lançamento à parte. Para as sessões na região de Palmitos/SC, mandei confeccionar um grande cartaz onde se lia “Filmado com meninas da região” e “Não ria!!! Sua irmã pode estar neste filme!!!”, claro que lotou as sessões de caras sedentos pelas garotas da região (Ljana era de Florianópolis, mas a magia do cinema exploitation deve ser mantida). Essas sessões de Palmitos realizamos, ainda, em clima de “proibição”, pessoal chegava meio que escondido nas sessões, tendo um gostinho de estar vivendo nos tempos da lei seca ou da censura militar brasileira. O público adora se sentir parte de algo secreto, é importante fazê-los acreditarem que estão participando de algo fora-da-lei. Claro que o que funcionava 10 anos atrás não quer dizer que ainda funcionará nos dias de hoje.

Para ler o roteiro de Arrombada.

Para baixar ARROMBADA – VOU MIJAR NA PORRA DO SEU TÚMULO!!!

Comprar DVD de Arrombada com extras e inúmeros curtas da Canibal Filmes de brinde, entre na loja MONDO CULT.

por Petter Baiestorf.

Veja o trailer de “Arrombada” aqui:

Algumas fotos de bastidores:

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Gurcius experimentando o olho arrombado.

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Preparando a carne para o churrasco dos poderosos.

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Baiestorf dirigindo Ljana e Souza.

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Ljana repensando a vida e passando frio.

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Ljana sendo maquiada por Carli Bortolanza.

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Repassando o roteiro.

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Elenco se diverte enquanto a equipe técnica prepara alguma tomada.

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Ljana e Souza.

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Baiestorf, Souza e PC.

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Elio Copini colocando as fraldas em Carli Bortolanza.

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Gurcius e Vinnie.

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Erros de gravação geram risadas intermináveis.

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Vinnie e Carli em seu momento Zatoichi.

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Carli Bortolanza preparando o sapato do senador.

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Como cegar um senador.

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Claudio Baiestorf, Ljana, Vinnie e Souza se aquecendo na madrugada fria.

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Repassando o roteiro na madrugada.

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Bortolanza empalando Vinnie.

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Mangueirinhas do chafariz anal.

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Ljana e Gurcius esperando a chamada pra filmar.

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O Chafariz anal de “Arrombada” funciona!!!

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Vinnie e Claudio Baiestorf.

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A Cor que caiu do Espaço

Posted in Cinema, download, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 23, 2016 by canibuk

Em 2015 fui convidado para realizar um dos episódios do longa-metragem coletivo “13 Histórias Estranhas”. No mesmo dia comecei a pesquisar projetos abandonados do cinema mudo e me deparei com um projeto de curta que iria adaptar o conto “The Colour Out of Space” de H.P. Lovecraft no ano de 1928. O roteiro de tal projeto era escrito pelo próprio Lovecraft adaptando seu conto escrito no ano interior. Achei que seria uma boa tentar fazer uma versão baiestorfiana daquela ideia e assim comecei a pré-produção do episódio “A Cor que caiu do Espaço”.

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Como estava completamente sem dinheiro por aquelas épocas (por conta da produção de “Zombio 2: Chimarrão Zombies“), apresentei o projeto para minha amiga Shunna (que foi uma das investidoras de “Zombio 2”) e ela disponibilizou o dinheiro necessário para levantar a produção e pagar atores/técnicos envolvidos no projeto. Filmamos tudo em uma madrugada com uma equipe bem pequena (se não me falha memória, no set estavam comigo apenas Leyla Buk, Carli Bortolanza e os atores Coffin Souza, Elio Copini, Jessy Ferran e o Airton “Chibamar” Bratz) e depois editei com o E.B. Toniolli em mais uns dois dias de trabalhos no intuito de sujar as imagens (hoje me arrependo de não ter sujado ainda mais).

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Com “A Cor que caiu do Espaço” tentei realizar um mix entre cinema experimental, sci-fi e cinema marginal, que são três de minhas paixões. O resultado é este curtinha que vocês podem baixar aqui: A COR QUE CAIU DO ESPAÇO.

Quanto ao longa-metragem coletivo “13 Histórias Estranhas”, não faço ideia de quando será lançado oficialmente.

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Storyboard de uma cena de Zombio 2: Chimarrão Zombies

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 21, 2012 by canibuk

Em primeiro lugar quero pedir desculpas aos leitores do Canibuk pela falta de atualizações (colaborações de qualidade são bem vindas e serão publicadas), mas como todos sabem estou trabalhando na pré-produção do meu novo longa-metragem e o tempo livre pro blog tem sido nulo. Acho que após abril (que é quando quero editar o filme com o Gurcius Gewdner) tudo voltará ao normal aqui. Mesmo assim, em breve, publicarei pequenos artigos sobre filmes independentes (filmes como “Psicofaca – O Maníaco das Facas”, filmado em Iraí/RS, “Punhos em Ação” e “No Rastro da Gang”, de José Sawlo, cineasta de Queimadas/PB) e algumas HQs, como “Transação Macabra”, a pedidos).

Chibamar Bronx.

Chibamar Bronx.

A pré-produção do “Zombio 2: Chimarrão Zombies” segue com Coffin Souza elaborando os efeitos de maquiagens gores (nas filmagens contaremos com o maquiador Alexandre Brunoro, do “Confinópolis“, nos ajudando), Leyla Buk desenhando os figurinos e storyboard de algumas seqüências do filme e eu, Gisele Ferran e Elio Copini correndo atrás de outros detalhes.

Yoko.

Yoko.

A produção de “Zombio 2” é um pouco maior do que dos meus filmes anteriores, estou atrás de dinheiro que nos ajude a fazer este filme com maiores cuidados, se você tem interesse em nos ajudar, leia “Como Investir no Zombio 2” e entre em contato comigo no e-mail baiestorf@yahoo.com.br

Klaus.

Klaus.

As possibilidades de se fazer um filme ultra gore, divertido e cheio de referências a cultura underground são infinitas e “Zombio 2” vai seguir nesta linha! Para o elenco já temos confirmado Airton Bratz repetindo o papel do detetive Chibamar Bronx, Miyuki Tachibana no papel da viúva negra Yoko, Coffin Souza no papel do mendigo debochado Klaus, Elio Copini no papel do faconeiro Américo Giallo e Gisele Ferran no papel da sexy Nilda Furacão. Como diretor de fotografia teremos o genial Leo Pyrata que já fez inúmeros filmes de arte lindos. E o filme contará ainda com inúmeras participações especiais que vou divulgando em postagens futuras.

Nilda Furacão.

Nilda Furacão.

Segue o storyboard da seqüência 24 desenhado pela Leyla Buk, ansioso por começar as filmagens de mais este pequeno filme de guerrilha repleto de vísceras, humor cafajeste e nudez gratuita para as comemorações de 20 anos de produções da Canibal Filmes.

Por Petter Baiestorf.
Ilustrações e Storyboard de Leyla Buk.

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Palhaço Triste

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 29, 2012 by canibuk

“Palhaço Triste” (“Sad Clown”, 2005, 32 min.) de Petter Baiestorf. Com: Coffin Souza, Elio Copini e Eder Meneghini. Edição de Gurcius Gewdner.

Em 2005 a Canibal Filmes estava falida, sem pessoal para trabalhar nos filmes, sem equipamentos digitais, sem dinheiro algum. Sempre fui um cara cabeça dura e teimoso, gosto de insistir. Peguei uma grande filmadora S-VHS que tinha em casa e chamei amigos pessoais (Coffin Souza, Elio Copini e Eder Meneghini) prá uma bebedeira. Lógico que eu tinha segundas intenções! Estávamos a mais de um ano sem filmar nada e sem conseguir lançar DVDs, eu queria filmar qualquer coisa. E, bêbados, fomos prá um banhado de água podre filmar um roteiro que eu ia bolando na hora. na minha cabeça demente aquilo ali tinha o maior sentido do mundo. Vejamos: Um Palhaço Triste (o povo) vive bêbado num casebre sem infra-estrutura básica, um engravatado (a burocracia, os políticos, o estado) e seus fantasmas (indústrias poluidoras, falta de educação, etc…) dançam pela vida do Palhaço Triste e mijam e cagam (poluição) no seu habitat, na sua vida. “Palhaço Triste” acabou ficando um filme estranho, principalmente por causa daquele efeito lisérgico que resolvemos meter nas imagens, mas era necessário ao meu entender, já que isso dava uma estrutura de sonho ao “roteiro” e deixava mais forte aquele diálogo nonsense que há no filme. Lógico que depois que o filme ficou pronto inventei uma ladainha que era uma auto-biografia minha, só para causar mais caos e confusão.

“Palhaço Triste” possivelmente teria sido arquivado sem edição se, na época, Gurcius Gewdner não tivesse colocado uma placa de captura de vídeo analógico no computador dele (e estava aprendendo a mexer num programa de edição). Quando ele ficou sabendo que eu iria para Florianópolis, com passagens pagas pelo estado de Santa Catarina para participar de um debate sobre os rumos da cultura catarinense, me ligou e ofereceu seus serviços digitais e salvou a porra da Canibal Filmes de ficar mais alguns anos sem a possibilidade de fazermos mais e mais filmes.

Bem, pensando bem, “Palhaço Triste” não é filme para ser analisado, nem mesmo é filme para ser assistido. “Palhaço Triste” é para ser sentido! Disponibilizamos ele no youtube, assista e se divirta com um fragmento de sonho de um cineasta maldito que ousou sonhar (e continua sonhando) com um cinema independente brasileiro, sem as esmolas do estado. Leia mais sobre “Palhaço Triste” no blog sueco Surreal Goryfication.

por Petter Baiestorf.

Assista “Palhaço Triste” aqui:

“Palhaça Triste”, quadro que Leyla Buk pintou em homenagem ao filme.

Roteiro de Ninguém Deve Morrer

Posted in Roteiro, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on julho 20, 2012 by canibuk

Com a proximidade do Guarú Fantástico resolvi postar aqui o roteiro de “Ninguém Deve Morrer”, western musical que escrevi/produzi/dirigi em 2009 e que ganhou no Guarú prêmio de melhor direção, produção e edição pelo voto popular. “Ninguém Deve Morrer” teria sido um filme bem ruim se numa das minhas conversas com a Leyla Buk ela não tivesse me enviado a música “Porque Brigamos?” de Diana e essa música deu um estalo do que eu precisama fazer prá transformar uma idéia de jerico em algo, no mínimo divertido. Ao fazer um filme minha primeira preocupação é a de divertir quem for ver o filme, acho que por isso dificilmente vocês verão um filme de Petter Baiestorf metido a sério, pois eu realmente não curto filmes metidos à sério. Aliás, como eu adorei a experiência de produzir um musical, é mais fácil eu fazer outro novo musical, a idéia me persegue desde 1996 quando falhei tentando realizar o muito ruim “Caquinha Superstar a Go-Go” como musical.

Segue o que teria sido o segundo roteiro (a primeira idéia do que seria um projeto chamado “Ninguém Deve Morrer” é outro argumento, mas como é algo que ainda quero filmar não vou colocar a idéia aqui), antes de incluir a estética musical no projeto:

Tela escura com créditos: CANIBAL FILMES & BULHORGIA PRODUÇÕES apresentam.

Tela escura com créditos: UM FILME DE PETTER BAIESTORF.

Seq. 01 – estrada seca com pedras (Rancho baiestorf)/ Dia – Sol intenso.

Música:

Cena:

Câmera estática mostrando pedras e sol, respinga sangue, muito sangue sobre as pedras, personagem solta grito abafado, escuta-se um corpo caindo. Outro personagem está gemendo, nota-se pelo som que está ferido, câmera se ergue um pouco e consegue pegar o Ninguém caindo contra o barranco do local da luta com a barriga aberta por um faconaço, pedaços de tripas são vistas na tela entre os dedos da personagem. Câmera se aproxima do rosto suado em agonia e dor, permanece por alguns segundos sobre ele.

Personagem recoloca suas tripas para dentro, com um pedaço de arame retirado de seu bolso e um barbante de amarar fumo ele se costura. Closes explícitos nessa operação. Estando pronto ele pega seu facão e se levanta olhando para o cadáver ensangüentado ao seu lado.

E sai cambaleante pela estrada de pedras determinado na sua sede de vingança.

Câmera colocada rente ao chão, em primeiro plano os pés com tripas do morto e em segundo plano, se distanciando, a personagem sem nome cambaleante.

Seq. 02 – estrada seca com pedras (rancho baiestorf)/dia – Nublado intenso.

Música: ZORBA the Gregus

Cena:

Ninguém segue cambaleante (ao ritmo da música) pela estrada, segurando suas tripas e deixando pedaços caídos pela estrada.

Closes em seu rosto suado nojento.

Closes em seu estômago arregaçado com moscas dançarinas ao redor.

Closes em pedaços de tripas que por ventura caírem na estrada.

Respingos de sangue pelo chão.

Ninguém para sua caminhada, câmera caminha em direção ao personagem, enquadra seu rosto na tela.

VOZ em off de NINGUÉM: “Eu sinto um gosto de sangue em minha boca… Somente a vingança saciará minha sede de violência!!!”

Depois de sair cambaleando de novo, corte brusco para câmera caída no chão, por trás de pedras, como uma visão voierística dos espectadores filhos da puta.

Ou algo assim.

Seq. O3 – estrada seca (rancho baiestorf)/dia – chuva controlada pelo pensamento.

Música:

Cenas:

Ninguém cambaleante para novamente, olha fixo para o nada em direção ao céu, se ajoelha (mais caindo pela dor do que por querer se ajoelhar)…

  • aparição da NOSSA SENHORA APARECIDA (aqui chamada de Circe Circense)… (Filmar em separado essa joça).

Ninguém esfrega os olhos, não acredita em sua aparição, era Ateu.

Câmera permanece enquadrando meio Ninguém por um bom tempo

VOZ em off de NINGUÉM: “Puta que o pariu, assim não dá, preciso de um trago!!!… Preciso matar meia dúzia de cristão filho da puta!!!… Preciso sentir meu facão rasgando a carne desses filhos duma égua!!!”

Ninguém se levanta e continua sua caminhada cambaleante.

Câmera do alto de uma colina mostrando Ninguém na estrada caminhando, um corpo de pobre entra na visão da câmera, carregava uma foice, sai em direção à Ninguém com rapidez…

Seq. 04 – Estrada seca – canavial (rancho baiestorf/dia do jeito que estiver

Musica:

Cenas:

Câmera em close no rosto de Ninguém, afasta-se para registrar o Colono da foice chegando por trás e dando o golpe. Ninguém cai ao chão…

Colono com foice parado (filma-lo meio de lado, com tripé).

Close no sangue escorrendo pela foice.

Ninguém coloca sua mão nas costas e olha para seus dedos. CLOSE nos dedos ensangüentados. Ele se levanta apoiando-se em seu facão.

Os dois estão se estudando (ao fundo se vê um canavial).

ENXERTO: da Circe Circense-nossa senhora olhando de longe a briga…

Ninguém parte para cima do colono e acerta o primeiro faconaço (Se eles não conseguirem lutar, filmar de longe alternando planos bem fechados e editar a porqueira do jeito que der e foda-se).

Colono cai ao chão com sua tripas meio que vazando do peito (isso mesmo mane, do peito né!!!), fica ajoelhado de costas pro Ninguém, que se aproxima dele e com o facão corta a jugular do colono fazendo o sangue respingar bonito.

Colono fica com as mãos no pescoço enquanto o sangue verte grosso.

Plano aberto dele se levantando e saindo com as mãos no pescoço em direção ao canavial, entra no canavial e Ninguém entra logo atrás. Arranca e come o olho do Colon0.

Ver qual que é do canavial e bolar uma perseguição meio comprida dentro do canavial.

Câmera na mão o tempo todo, closes nas feridas, expressões de medo, pavor, etc…

ENXERTOS ALEATÓRIOS da Circe Circense

Terminar essa desgraça de cena com Ninguém Dando várias faconaços no Colono dentro do canavial. Colono não morre. Ninguém sai do canavial em direção a old house.

Seq. 05 – Casa Velha do Blerghhh/ dia

Música:

Cenas:

Câmera filma de longe Ninguém vindo em direção a casa onde filmamos o Blerghhh (desta vez filmada do lado da árvore grande).

Câmera na mão caminhando junto do Ninguém, ele para…

ENXERTO de Circe Circense sentada ao lado da casa…

Close do rosto de Ninguém.

Casa sem Circe – Nossa Senhora…

Ninguém caminha até a casa, encontra cachaça e bebe generosos goles.

Ninguém senta-se na sujeira, limpa seu rosto suado/ensangüentado…

Câmera sai caminhando de Ninguém, mostrando o chão, depois erguendo à altura de um metro e sessenta até chegar e enquadrar um cabeludo metaleiro futurista decadente mendigo portando uma motosserra já ligada sobre sua cabeça. Imitando um viking o Cabeludo grita e sai correndo em direção a casa velha, câmera tenta acompanha-lo… Tremedeira do caralho, barulho da motosserra, copada das árvores, correria, gritos, essas porras prá editar depois…

Corta para Ninguém se levantando rápido, se desviando do ataque.

Close na parte da serra da motosserra entrando com fúria dentro de uma madeira.

Ninguém ergue o facão e acerta nas costas do cabeludo (agora tipo facada, tem de arrumar uma cabo de facão para prender nas costas do cabeludos).

Close no rosto do cabeludo que grita de dor largando a motosserra ligada para tentar inutilmente tentar tirar o facão de suas costas.

Cabeludo se afasta um pouco.

Ninguém fica olhando-o.

Cabeludo tentando tirar o facão.

Ninguém pega a motosserra e parte contra o cabeludo.

Closes de muito sangue, motosserra penetrando o corpo do cabeludo (ver manequim ou algo assim vestido com a roupa do cabeludo), tripas e sangue a rodo, muito.

Closes no cabeludo gritando com muito sangue contra ele.

Closes no Ninguém com baldes e baldes de sangue contra ele.

TRABALHAR ESSA CENA TODA NO TRIPÉ

Terminar com o cabeludo desmembrado caindo no chão entre tripas e seus membros decepados. Mesmo depois de morto Ninguém continua a violência contra o corpo.

Um enxame de moscas pousando no corpo do cabeludo para deliciarem com as imundices.

Ninguém larga a motosserra, pega seu facão retirando-o das costas do cabeludo morto e caminha entre as árvores…

XXXXXXXXXXXX (fim do primeiro final de semana de filmagens)

Seq. 06 – rancho baiestorf/qualquer lugar

Música:

Cenas:

Ninguém para ao lado de uma árvore, senta-se contra ela, olha fixo para sua visão santa

Plano médio da Circe-Nossa Senhora olhando para Ninguém, ela começa a caminhar em direção ao moribundo. Ao lado de Ninguém um batedor de terra de construção.

Plano aberto de longe mostrando a Circe/Nossa Senhora chegando próximo à Ninguém, parando em frente dele.

Fechado em Ninguém se abraçando à Nossa Senhora, abraçando-a toda nas pernas, ele olha para cima.

Close no rosto dela olhando-o.

Plano aberto com os dois, a mão de Ninguém larga o facão e desliza para baixo do vestido/pano extravagante da Nossa Senhora esfregando e apalpando as coxas dela.

Ninguém agarra a Nossa senhora e a puxa para si, fazendo-a sentar em seu colo.

Close em Ninguém babando sua taradice.

Esfrega sua mão (por baixo do vestido) no ventre de Nossa Senhora, fazendo-a ofegar meio assustada.

Mão esquerda aperta os seios de Nossa Senhora, abrindo o pano ele aperta os bicos do seio da Nossa Senhora…

Ninguém se levanta e abre seu zíper.

Close na Nossa Senhora olhando-o séria.

Ninguém puxa o rosto da Nossa Senhora contra seu ventre.

Close em Nossa Senhora abrindo a boca.

Close no rosto de Ninguém sentindo prazer.

Plano médio com a Nossa Senhora ajoelhada na frente de Ninguém simulando um boquete.

Close no rosto de Ninguém que goza de prazer.

Durante o Gozo suas mãos apertam com força a cabeça de Nossa Senhora contra seu ventre.

Plano médio com Nossa Senhora se afastando do ventre de Ninguém.

Close no rosto de Nossa Senhora, de sua boca escorre esperma (Souza, arranjar alguma coisa com cor e consistência de porra) pelo canto da boca…

NOSSA SENHORA: Você não devia ter feito isso!!!

NINGUÉM: Porque não vagabunda???

NOSSA SENHORA: Porque eu vim à Terra para anunciar que você é o novo profeta e será sacrificado pelos homens…

Ninguém Gruda um tapão no rosto dela derrubando-a no chão.

Plano aberto dos dois, ele ergue o vestido dela, arranca as calcinhas e enraba a Nossa Senhora.

Nossa senhora grita de dor.

Sangue escorre pelas pernas de Nossa Senhora.

Plano fechado no rosto de Nossa Senhora e Ninguém por trás estuprando-a…

NINGUÉM: Sempre quis comer uma santinha!!!

NOSSA SENHORA: Isso não irá mudar em nada a profecia… (neste momento ela solta um suspiro de prazer)… Aí desgraçado… Faz Dois mil anos que ninguém me come direito… hãããããããããã…

Ninguém Goza pela segunda vez, deita-se ao lado dela…

NINGUÉM: Na verdade eu odeio Santas…

NOSSA SENHORA: Eu não sou santa, eu sou a Nossa Senhora, mãe, irmã, amante do escolhido… (diz isso com um sorriso de satisfação nos olhos)

NINGUÉM: Sério vadia ??? … Me chupa de novo então… (e puxa com sua mãos ela em direção ao ventre)…

Nossa Senhora lambe sua barriga, passa a língua pela pele, chupa seus pelos em close (de maneira erótica, com pouco de cuspe), até chegar ao ventre…

Ninguém segura-as pela cabeça, apertando-a contra seu ventre, delirava de prazer…

Close em Ninguém, que de repente grita de dor.

Sangue espirra de seu ventre.

Nossa Senhora ergue a cabeça com o pênis amputado dentro da boca, sangue escorre pelos lábios.

Ninguém segura seu ventre decepado/inutilzado…

Gritando de dor se levanta e pega o batedor de chão de construções e ataca a Nossa Senhora batendo com vontade nela.

Muito sangue contra ele, exagerar o máximo possível que pudermos.

Closes de Nossa Senhora gritando de dor diante das porradas que levava com o batedor de terra.

Sangue, muito sangue espirrando para todos os lados, tripas e amontoados de melecas, violência até sobrar apenas as vestimentas dela completamente ensangüentadas com carne esmigalhada e merda para todos os lados.

Ninguém tinha muito sangue em suas calças saídas de seu ventre agora sem pênis…

Pega seu facão e sai dali…

Seq. 07 – créditos:

Música:

‘NINGUÉM DEVE MORRER’

Seq. 08 – qualquer lugar.

MúSica:

Cenas:

Um ferro em brasa contra uma ferida em carne viva.

Plano aberto para ninguém largando o ferro quente ao chão, de seu ventre saia uma fumaça com cheiro de queijo mofado com cobertura de morangos silvestres batidos com açúcar caramelizado.

Ninguém bebe generosos goles de cachaça.

Ninguém estava ensandecido, sai caminhando com muita raiva.

XXXXXXXXXXXXX

Primeiro dia de filmagens com:

Coffin Souza (Ninguém)

Primeiro Morto (Cláudio Baiestorf)

Colono com Foice (Elio Copini)

Cabeludo da Motoserra (Petter Baiestorf)

Neste ponto eu já havia desistido de escrever essa porcaria de roteiro que, com certeza, não iria prá lugar algum. Quando desisti deste roteiro que aconteceu da Leyla Buk me enviar a música que deu estalo na cabeça, faíscas explodiram os neurônios, tudo pegou fogo e ficou claro na cabeça como eu deveria fazer o filme. Segue o roteiro oficial de “Ninguém Deve Morrer”:

Seq. 01 – Dia/Mato Rancho Baiestorf

Música:

Elenco:

Cenas:  Artista plástico Uzi Uschi apresenta para câmera sua nova intervenção anti-carros na natureza.

UZI USCHI: Meu nome é Uzi Uschi e estou aqui hoje para organizar os carros anti-frutos, um protesto anti-carros, essas caixas de poluição ambulantes que acredito que deveriam ser exterminadas do Planeta Terra enquanto ainda temos planeta.

Usando roldanas, o carro (carcaça batida) é levantado numa árvore e colocado ali como um fruto do progresso em uma árvore da natureza e esse blá blá blá de sempre.  Alguém vestido de modo extravagante é parte da intervenção tendo que segurar a corda do carro.

Câmera perto do rosto de Uzi Uschi (em primeiro plano), com carro pendurado ao fundo.

UZI USCHI: Esta caixa de poluição ambulante agora oprime essa árvore. Esta caixa de poluição ambulante é um peso para esta árvore e para todo o globo terrestre.  Esta caixa de poluição ambulante que você transformou em um altar do progresso precisa ser modificada… (Câmera começa a se afastar)… Ei, prá onde você está indo… Volte aqui, volte aqui que ainda não terminei minha explanação contra o uso dos carros, tenho mais coisas para falar… Volte aqui!!!!… Porra, sempre assim, quando se fala do problema das caixas de poluição ambulante ninguém quer ouvir, ninguém se importa…

E a câmera chega até o lugar onde Olga está sentada com Ninguém numa mesa. Olga chorando.

Seq. 02 – Noite/Pátio da casa do Blerghhh/Rancho Baiestorf

Música: BARROS DE ALENCAR – “Prometemos não Chorar”.

Elenco:

Cenas: Elaborar a cena como um vídeo clip prá música “Prometemos não chorar” de Barros de Alencar. Decupar todos os ângulos desta cena em separado. Usando NINGUÉM, Olga (mulher de Ninguém), 3 caras travestidos para fazer o backing vocal da música + um Garçon. Este cenário é composto de duas cadeiras e uma mesa de bar somente. Minimalismo total. Cenário sem cenário.

Terminar a cena com Ninguém saindo do Bar. Olga fica na mesa chorando com as mãos no rosto, desesperado porque perdeu seu grande e único amor.

Seq. 03 – Dia/ Mangueira

Música:

Elenco:

Cenas: Ninguém chega até na mangueira onde a equipe-técnica de filmagens do Coronel Bajon o aguardava (coronel, operador de câmera S-8, iluminador com rebatedor, boizinho).

Travelling até rosto do Coronel Bajon.

CORONEL BAJON: Porra Ninguém, onde tu tava? Estamos aqui te esperando prá filmar!!!

NINGUÉM: “Eu estou cansado (pausa), vamos falar sobre isso amanhã!”*

CORONEL BAJON: Tudo bem, preparem o boi e vamos filmar.

Equipe começa a filmar. Ninguém começa a passar a mão no boi. Mão dando a impressão que vai descer até no pau do boi.

Alternar closes do Coronel dirigindo e da equipe filmando.

Ninguém para a ação no meio e se levanta olhando para o Coronel.

CORONEL BAJON: Porra, quem mandou parar seu viado!!!

NINGUÉM: “Vá pro inferno!”*

CORONEL BAJON: O que? Perdeu a cabeça, tá me desrespeitando??? Faz o que eu mandei!!!

NINGUÉM: “Seu Canalha!”*

E começa a chutar e a bater no Coronel que caí no Chão. Derruba os técnicos também e saí correndo d’onde estava.

Coronel se levanta limpando o sangue que saia de sua boca.

CORONEL BAJON: Sinto um gosto de sangue em minha boca!!!… (pega no ombro do iluminador)… Chame o Vieira… Esse puto vai levar chumbo quente no rabo!!!

Câmera permanece tempinho no rosto em close do Coronel Bajon.

Seq. 04- Créditos Iniciais/pintados.

Música:

Cenas:  Pinturas da Leyla com desenhos de pistoleiros atirando e morrendo (enviar antes, prá ela, personagens caracterizados prá ela se basear) com os nomes:

PINTURA UM:  Canibal Filmes e Bulhorgia Produções apresentam:  (FUNDO VERMELHO COM DOIS  PISTOLEIRO PRONTOS PRÁ SACAR AS ARMAS, UM OLHANDO PRO OUTRO, CENA CLÁSSICA DE DUELO, COLOCAR SOM DO TIRO QUANDO SACAR A ARMA DE UMA SEQUENCIA PRÁ OUTRA, NO CORTE DAS IMAGENS).

PINTURA DOIS: NINGUÉM DEVE MORRER (FUNDO VERMELHO COM UM DOS PISTOLEIROS COM MÃO SOBRE ESTOMÂGO, FERIDO, CAMBALEANDO PRÁ CAIR, COM SOM DE ALGUÉM FERIDO JUNTO DA MÚSICA).

PINTURA TRÊS: roteiro, produção e direção: Petter Baiestorf (FUNDO VERMELHO COM O PISTOLEIRO MORTO DEITADO ESTILO MORTO COM MÃOS CRUZADAS SOBRE PEITO COM UMA FLOR BRANCA SAINDO DE SUAS MÃOS).

Seq. 05 – Noite/casebre beira de rio/puteiro.

Músicas: DIANA – “Porque Brigamos?”

Elenco:

Cenas: Ajeitar aquele casebre como se parecesse uma casa pobre de ninguém e Olga. Uma rede de dormir à vista, fogo no fogão com fumaça, etc…

Olga sozinha, pós briga no bar, canta de maneira bem brega a música “Por Que Brigamos?” de Diana.

Alternar com Ninguém correndo pelo campo, Coronel Bajon mandando o iluminador ir buscar os capatazes (decidir se no puteiro).

Terminar a cantoria com Olga ainda em casa, Ninguém correndo pelo potreiro que dá prá casa de Olga e os Capatazes chegando na mangueira set de filmagem do Coronel Bajon.

O GRUPO DE CAPATAZES ENCONTRA FRAGA APÓS A MÚSICA TER TERMINADO, METROS ANTES DA MANGUEIRA, SEGUE ESTE DIÁLOGO E PÓS O DIÁLOGO ELES VÃO ATÉ O CORONEL BAJON COMO DESCRITO NA PRÓXIMA SEQÜÊNCIA:

VIEIRA: “Esporro-me todo ao vê-lo!”*

FRAGA: “Satisfação prá caralho!”*

Seq. 06 – Dia/mangueira.

Música:

Elenco:

Cenas: Capatazes chegando junto do Coronel Bajon e do operador de câmera. (Tony) Vieira (magrela afeminado com visual pós-punk feito por garota), (ody) Fraga (cara grande estilo gigôlo anos 70), (ozualdo) Candeias (colonão com capim na boca) e (Francisco) Cavalcanti (pistoleiro estilo gaúcho) + o iluminador.

CORONEL BAJON: Mil reais pela cabeça de Ninguém!!!

VIEIRA: “O Negócio é provocar uma confusão e pegar ele de calça curta!”*

FRAGA: “Deixa com a gente que não tem Xabu!”*

ILUMINADOR: “Vamos embora… Mas não me comprometa, meu negócio é outro!!!”*

CORONEL BAJON: Vivo ou morto!!!

CANDEIAS: “Cortar a garganta de uma garotinha é como cortar manteiga quente!”*

VIEIRA: “Ele Vai queimar no fogo do inferno quando eu acabar!”*

CAVALCANTI: “E você acredita que ele nos vá criar qualquer problema!”*

CORONEL BAJON: Vai criar problema nenhum… Matem o desgraçado!!!

Todos os capatazes (incluindo o Iluminador) montam em seus cavalos imaginários (DUBLAR AQUI CAVALOS) e saem dali em cavalgada.

Seq. 07 – dia/casebre beira do rio

Música:

Elenco:

Cenas: Ninguém abraçado de modo clássico em filme de westerns com Olga.

NINGUÉM: “Tenho que cumprir meu destino!”*

OLGA: “Não vá, pode ser perigoso!”*

Ninguém pega sua espingarda e seu facão. Sobre em seu cavalo.

NINGUÉM: “Tchau querida!… Tchau amor!”*

E sai galopando com seu cavalo imaginário também.

Câmera se volta prá Olga.

OLGA: “Ai eu to tão nervosa, eu quero um sorvete!”*

E fica abanando em despedida ao seu grande amor.

Seq. 08 – dia/mangueira

Música:

Elenco:

Cenas: Coronel Bajon e o operador de câmera abrem um isopor de cerveja e começam a beber algumas.

CORONEL BAJON: O negócio agora é esperar pela vingança bebendo uma cervejinha!!!”

OPERADOR DE CÂMERA: “É Vivendo que se aprende!”*

E mete o gargalo da cerveja goela abaixo.

Seq. 09 – Noite/casebre beira do rio.

Música: ADILSON RAMOS – “Olga”.

Elenco:

Cenas:

Os capatazes chegam até a casa de Olga que estava parada olhando-os chegar.

Todos param de frente prá ela, descem dos cavalos imaginários. Empunham seus facões.

Vieira chega próximo de Olga.

VIEIRA: “Eu tenho uma coisa prá dar prá você que vai gostar!”*

OLGA: “Sai da minha casa!”

VIEIRA: “Onde está seu amigo?… Eu perguntei prá onde ele foi!”* (e já dá uns tapas fazendo Olga cair).

Olga em primeiro plano. Vieira caminha até ela e a pega pelos cabelos. Filete de sangue escorre da boca dela.

VIEIRA: “Vamos, seja boazinha!!!”*

OLGA: “E daí?… Sou mulher até debaixo d’água, rola prá mim tem que ser por metro!!!”*

FRAGA: “Caralho!”*

VIEIRA: “Vou te mandar prá puta que te pariu!” (risadas e todos os capatazes sacam seus facões) e começam a chutar e a bater nela com eles.

CORTA PRÁ NINGUÉM SOBRE SEU CAVALO IMAGINÁRIO QUE COMEÇA A CANTAR “Olga” de Adilson Ramos.

NÃO ESQUECER DO TRIO DE DRAG QUEENS AQUI PRÁ FAZER BAKING VOCAL DA MÚSICA, ESTARÃO NO CENÁRIO QUE NINGUÉM ESTÁ E TAMBÉM NO CENÁRIO EM QUE OCORRE O ESPANCAMENTO.

Alternar Ninguém cantando “Olga” com Olga apanhando dos capatazes, elaborar chutes, faconaços, etc… tudo com cortes bem rápidos.

Ao encerrar a música os capatazes deixam Olga caída no chão cheia de cortes e sangrando. Montam em seus cavalos imaginários e saem cavalgando em linha reta, e logo alguns metros mais a frente começam a se separar em direções contrárias.

A Música “Olga” servirá de trilha pro espancamento e para mostrar o quanto Ninguém ainda amava sua mulher.

Seq. 10 – dia/potreiro estilo pampas.

Música:

Elenco:

Cenas: Ninguém tomando seu chimarrão. Estava sentado sobre pedras. Quando o chimarrão roca anunciando seu final, ele o coloca de lado. Pega sua espingarda e começa a acaricia-la. Coloca-a entre suas pernas e começa a masturbar o canos da espingarda até o jorro de um líquido branco acontecer de maneira inesperada.

Era ninguém mostrando ao público sua intimidade com suas armas.

Seq. 11 – dia/casebre de beira do rio

Música:

Elenco:

Cenas: Puta encontra Olga no casebre toda ensaguentada, coloca-a de pé e deixando que ela se apóie em seu ombro, leva-a consigo.

(TALVEZ EDITAR ESSA CENA COM MENOS QUADROS POR SEGUNDO PRÁ DIALOGAR COM CINEMA MUDO).

Seq. 12 – dia/potreiro estilo pampas.

Música:

Elenco:

Cenas:  Ninguém escuta o relinchar e cavalo e pega sua espingarda. Caminha até atrás de uma grande pedra.

Vê o iluminador bebendo água agachado num riozinho. Ninguém faz mira (câmera subjetiva mostrando o tiro) e mata o iluminador com um tiro certeiro pelas costas. O Iluminador cai ensangüentado e já morto dentro do rio. Fica boiando.

Close no iluminador morto dentro do rio. Ninguém se levanta de trás das pedras e volta para se acampamento e sobe sobre seu cavalo imaginário e se manda dali.

(TALVEZ EDITAR ESSA CENA COM MENOS QUADROS POR SEGUNDO PRÁ DIALOGAR COM CINEMA).

Seq. 13 – dia/potreiro estilo pampas.

Música:

Elenco:

Cenas: Vieira encontra o iluminador morto na água, puxa-o para fora da água e revista os bolsos do iluminador tirando as moedas que ele trazia no bolso.

Termina de roubar os pertences do iluminador e acende um cigarro quando os outros capatazes (Fraga, Candeias, Cavalcanti) chegam ali também fazendo barulho com seu cavalos imaginários.

Close no rosto do iluminador, que abre os olhos e diz:

ILUMINADOR: “Me enterre, não me deixe pros animais!”*

VIEIRA: “Queres tomar no cú outra vez?”*

E Vieira mete o dedo dentro do ferimento do tiro na garganta do iluminador…

ILUMINADOR: “HAAAAAAAAAAA!!!”* (morrendo devagar).

CAVALCANTI: “Lá se foi meu cú prá merda, porra!”*

VIEIRA: “Negócio é o seguinte meu irmão, o dono do pedaço aqui sou eu, falou!”*

FRAGA: “Mas é claro, eu sou esperto!”*

VIEIRA: “Vamos!”*

E todos eles saem com seus cavalos. Câmera tendo em primeiro plano o rosto morto do iluminador.

Seq. 14 – dia/puteiro

Música:

Elenco:
Cenas:
Capatazes chegam no puteiro e começam a barbarizar as quatro putas mais Olga enfaixada sobre uma cama. Cada capataz com suas taras que não são sexuais.

Vieira molesta sexualmente com uma banana Olga enfaixada. Pouco antes ele obriga Olga a se ajoelhar e limpar seus sapatos com um lenço onde ele cuspiu.

Fraga derruba outra puta contra uma cama e com um chicote ou pá de madeira espanca na bunda, como um pai que pune a filha.

Caprichar no visual de Olga com suas bandagens. Filmar essas cenas de estupro como se filma naqueles faroestes antigos, meninas vestidas com grande vestidões prendados e etc…

Terminar com os capatazes montando  em seus cavalos e seus cavalos e saindo dali.

Trabalhar essa cena ainda. (TALVEZ EDITAR ESSA CENA COM MENOS QUADROS POR SEGUNDO PRÁ DIALOGAR COM CINEMA MUDO).

Seq. 15 – Noite/pátio da casa do blerghhh!!!

Música:  LOS LOBOS – “Só Vejo Você”

Elenco:

Cenas: Ninguém chega na casa abandonada de alguém. Procura algo prá comer, encontra um velho pão e parte um pedaço com suas próprias mãos e come.

Enquanto está comendo é empurrado por Vieira por um chute nas costas, cai no chão deixando seu pão voar pela terra. Vieira fica chutando-o fazendo rolar pelo chão. Os outros capatazes vão aparecendo aos poucos.

Vieira começa a cantar “Só vejo você” dos Los Lobos. DESTA VEZ OS BACKING VOCALS SERÃO FEITOS PELOS OUTROS CAPATAZES.

Durante a música, Ninguém fica sendo espancado. Na parte do backing vocal (perto do final), Vieira e amarrado ao estilo de filmes de faroeste e os capatazes ficam socando-o e cantando.

Ver storyboards.

Seq. 16 – dia/puteiro

Música:

Elenco:

Cenas: Olga se levanta do chão totalmente enfaixada com suas gazes, Sangrava por alguns pontos. Ajuda outra das putas levantar. Puta limpa sangue que escorria da boca.

Olga pega um pedaço de tábua com pregos . Olha prá suas amigas do puteiro e diz:

OLGA: A gente mesmo precisa acabar com esses filhos da puta!!!

As outras putas concordam com a cabeça. Uma pega um garrafa de cachaça já quebrada (uma garrafa de cachaça de plástico, cortar ela em formato clássico de garrafa quebrada) e outra uma xícara.

As putas saem dali lideradas por Olga enfaixada.

Seq 17 – dia/pátio da casa do Blerghhh!!!

Música:

Elenco:

Cenas: Ninguém estava amarrado com cordas presas no teto. Aquele estilo clássico de westerns.

Só Candeias estava por ali cuidando de Ninguém com uma grande faca. Ninguém consegue imobiliza-lo com os pés e obriga-o a cortar uma das cordas.

NINGUÉM: “Está com medo, valentão!”*

CANDEIAS: “Caralhos que me fodam!!!”*

NINGUÉM: “Não tem cu vai tu mesmo!!!”*.

E Candeias corta a corda. Ninguém dá gravata nele com apenas uma das mãos e corta a outra corda.

Vieira aparece com os outros dois capatazes (Fraga e Cavalcanti).

VIEIRA: “Merdinha!”*

FRAGA: “Pode Matar!”*

Vieira dá tiro que explode algo atrás de Ninguém e ele sai correndo dali.

CAVALCANTI: “É um gigante prá ninguém botar defeito!”*

Vieira e Fraga olham prá ele. Candeias levanta ficando em primeiro plano.

VIEIRA: “Você é um cornô sem-vergonha!”*

Seq. 18 – dia/mato rancho baiestorf

Música:

Elenco:

Cenas:

Mesmo cenário onde Uzi Uschi falava sobre sua intervenção anti-carros.

Ninguém passa correndo por baixo da árvore onde havia o carro de Uzi Uschi e ao passar o carro cai sobre ele.

Fazer essa seqüência com câmera sobre tripé, ao estilo dos cortes bruscos de monty python.

Deixar aparecendo no ângulo o carro pendurado (sem aparecer as cordas), Ninguém correndo por baixo. Corta imagem quando ele está reto embaixo do carro e sem mudar ângulo nenhum já coloca carro despencando sobre a cabeça de ninguém (no mesmo estilo que Monty Python filmava aquele peso de 16 toneladas caindo sobre seus membros).

Corta prá expressões de felicidade no rosto dos capatazes.

Seq. 19 – Noite/mato rancho baiestorf

Música: FÁBIO – “Lindo Sonho Delirante”

Elenco:

Cenas:

Capatazes chegam até no carro que estava sobre Ninguém quase morto. Metade do seu corpo estava esmagado sobre o carro. Tripas e merda por todo o corpo e rosto de Ninguém. Seus braços se debatiam um pouco ainda.

Começa o som de Fábio – “Lindo sonho delirante”. Ninguém mesmo quem canta.

Enquanto ninguém canta, alternar com os capatazes arrancando seus braços aproveitando para puxa-lo pelos braços já que ele estava preso nas ferragens.

Alternar também as putas saindo do puteiro armadas com armas ridículas a definir ainda.

Quando termina a música os capatazes saem cada um prá um lado e Ninguém morre de vez.

Seq. 20 – dia/mangueira

Música:

Elenco:

Cenas:

Coronel Bajon e o operador de câmera estavam filmando outro freak zoofílo comendo o boizinho, engatadão atrás do boi.

Câmera filmava alucinadamente.

Coronel bebia cerveja se babando de prazer.

Vieira chega até ali.

CORONEL BAJON: Corta!!! (se virando pro Vieira completa)… Mataram o filho da puta???

VIEIRA: “Deu merda novamente, mas o problema já foi resolvido!!!”*

OPERADOR DE CÂMERA: “Meu jovem, você é mais perigoso que a bomba atômica!”*

VIEIRA: “Mas é claro, eu sou esperto!”*

Coronel Bajon gargalha. Todos gargalham.

CORONEL BAJON: Ação!!!!!

E recomeça as filmagens.

Seq. 21 – dia/mato rancho baiestorf

Música:

Elenco:

Cenas:

Olga e as putas caminhando devagar. Colocar aqui um som dos El mariachis tocando Queen (ou algo com clima assim).

Elas passam por um cara penitente que chicoteava suas próprias costas já ensaguentadas. Câmera passa pelo penitente devagar, alternando closes do rosto das meninas com as chicoteadas nas costas.

Caminham mais um pouco em encontram um engravatado com seus pés presos em blocos de cimento tentando caminhar mas não conseguindo por causa do peso.

Olga e as putas encontram Ninguém morto, despedaçado, com as tripas saindo debaixo do carro.

Olga se ajoelha perto de Ninguém e coloca a cabeça dele contra seu colo.

OLGA: A gente vai vingar você amor!!!

Outra puta pega do chão os dois braços arrancados de ninguém e fica olhando-os. Começa a levantar os braços…

Seq. 22 – dia/barreira

Música: ENNIO MORRICONE & SERGIO CORBUCCI – “Il Grande Silenzio”.

Elenco:

Cenas:

Contra o céu azul os dois braços de Ninguém são cruzados formando um “X” mórbido.

Câmera abre a revela que as putas estão na barreira, desertinho, com os braços de Ninguém como uma espécia de símbolo de uma novo culto que estaria surgindo naquele axato momento. Um culto enebriante que a igreja católica se empenharia com seu representante máximo a tomar prá si.

Puta segurava os braços ao alto. Outra segurava a bandeira que já usamos em filmes como “A Curtição do Avacalho” e “Arrombada”.

Olga com seu pedaço de tábua com pregos na ponta ergue-o e grita:

OLGA: “vamos a matar companheiros!!!”* (começa a tocar a música exatamente no diálogo de Olga).

As três putas saem cavalgando seus cavalos imaginários, cada uma prá um lado. Enquanto toca a música de Morricone/Corbucci.

Olga encontra Fraga e o mata com pauladas da tábua com prego.

Puta 1 encontra Candeias e o mata com uma xícara na testa.

Puta 2 encontra Cavalcanti e o mata com um balde escrito “lixo nuclear”.

Queima completamente o Cavalcanti que vira uma massa de pus e sangue e foge para avisar seus amigos que as putas estão rebeladas. Fazer referências aqui ao Toxic Avenger pós ter caído dentro do tonel de lixo tóxico.

Seq. 23 – dia/potreiro estilo pampas.

Música:

Elenco:

Cenas:

Cavalcanti correndo cheio de pústulas de pus e sangue e gosmas pelo corpo. Filmar que remeta àqueles filmes dos anos 70. Bolar essa coisa toda depois no set de filmagem. O ritmo da cena aparece com a maquiagem gore no infeliz.

Seq. 24 – dia/mangueira

Música: The Bob Crewe Generation Orchestra – “The Black Queen’s Beads”.

Elenco:

Cenas:

Cavalcanti chega capenga até onde estão filmando.

Close em seu rosto que grita:

CAVALCANTI: Corta!!!

Todos param o que estavam fazendo e se viram prá ele.

CORONEL BAJON: Porra Cavalcanti, não atrapalha a filmagem caralho!!!

CAVALCANTI: Coronel, as putas se uniram e estão caçando todos nós!!!

VIEIRA: “Lá se foi meu cu prá merda, porra!!!”*

CORONEL BAJON: Calma lá… Eu sei o que fazer!!!

Coronel Bajon se ajoelha e dá as mãos prá Vieira, Cavalcanti derretido, operador de câmera, freak zoófilo e começam a rezar o Pai Nosso.

Todos ajoelhados de mãos dadas rezando o pai nosso:

VOZES DELES EM CORO: Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o nosso nome e blá blá blá…

As vozes deles ficam sobre a imagem do sol quase se pondo. Câmera no tripé. Fazer aqueles cortes sem mudar a imagem e aparece a silhueta de dois caras. O Papa Católico e o Padre Marricone contra o sol. Padre Marricone de quatro e o papa de pé segurando o padre por uma coleira de cachorro, hehehehehehehehehehehehehe

Volta pros caras rezando ajoelhados.

Papa e Padre Marricone (padre Marricone usa uma máscara de Zorro na cara) na frente deles. Papa coloca a mão sobre seus protegidos e eles param de rezar.

CORONEL BAJON: Meu santo pai, precisamos de sua ajuda!!!

Padre Marricone ergue um espelho onde tem uma carreira de cocaína que o Papa cheira com um canudinho feito de uma cédula de dinheiro.

PAPA: Não se preocupem meus filhos, já sei como resolver este pequeno problema de vocês!!!

Papa cheira nova carreira de cocaína, mete mão dentro de prato de óstias e bebe cálice de vinho. Tudo em edição rápida. Começa a tocar “The Black Queen’s Beads” do The Bob Crewe Generation Orchestra. Tudo bem anos 70 e dançante.

PAPA (limpando nariz com mão): Venham meus filhos!!!

E todos saem caminhando atrás dele, numa divertida procissão de malditos.

Seq. 25 – dia/potreiro estilo pampas

Música: MENINOS DE DEUS – “Que é que fez Jesus”

Elenco:

Cenas:

Putas estão caminhando com a bandeira e os braços de ninguém pelo campo. De direção oposta estão vindo o grande Papa e seus amigos, com cruzes cristãs.

Grupo de pessoas com o Papa aparece de frente. Os dois grupos se encontram. Filmar isso de longe, de perto, câmera subjetiva e muitos outros planos, prá ter um bom material prá editar usando o som dançante da seqüência anterior que ainda estará tocando sobre essas imagens.

Os dois grupos para um na frente do outro. Realizar diversos closes em todos os rostos, editar isso de maneira rápida. Vários rosto de alternando cada vez em ritmo mais veloz.

Close no rosto do Papa. Ele aponta pro céu e diz:

PAPA: Olhem!!!… um disco-voador!!!

Assim que todos olham pro céu, Padre Marricone ergue o espelho com uma carreira de pó e o Papa cheira gostosamente. Os presentes olham de volta prá ele.

PAPA: Minhas filhas, meus filhos, estou aqui para trazer a paz do menino Jesus Cristo, nosso senhôzinho todo poderoso. A vingança é um instrumento do diabo, todos deverão viver em harmonia, o pobre na pobreza e o rico fazendo proveito disso!!!

Corta prá Padre Marricone com um violão na mão, ele começa a tocar.

Todos começam a dançar e cantar Meninos de Deus – “Que é que Fez Jesus?”.

Alternar closes de todos felizes cantando, braços de Ninguém, cruzes, e tudo mais.

Ao terminar a música todos estão felizes e se sentindo bem. As putas já esqueceram da vingança.

VIEIRA: “Bem, agora que todos se conhecem, vamos tomar um sorvete de Bucereja prá comemorar!”*

Seq. 26 – dia/mangueira

Música:

Elenco:

Cenas:

Corte seco prá o Freak Zoófilo comendo o terneiro, as putas fazendo que estão chupando Vieira e o Padre Marricone ao fundo da cena, o operador de câmera filmando tudo com o derretido Cavalcanti segurando o rebatedor de luz.

Papa e o Coronel Bajon seguravam na mão litros de pinga e grandes baseados.

PAPA: Meu filho, pode me pagar com esses teus filmes aí que eles são do balakobako!!!

E os dois ficam gargalhando. Bebendo pinga e fumando seus grande baseados.

Seq. 27 – créditos finais.

Música:

Veja “Ninguém Deve Morrer” aqui e compare com o roteiro:

Roteiro de A Curtição do Avacalho

Posted in Roteiro, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 7, 2012 by canibuk

Em 2006 eu estava com a idéia fixa de refilmar o clássico “The Incredible Melting Man” (1978) de William Sachs. Comecei a escrever um roteiro chamado “Meleca” que abandonei e, chamando Coffin Souza prá me ajudar, re-organizei as idéias em um roteiro re-intitulado “Meleca Carne Líquida”. Quando começamos a filmar me toquei que estava ficando clichê demais e resolvi re-escrever o roteiro a mão mesmo (veja no final do post, scanner do roteiro escrito a mão), já com novo título de “A Curtição do Avacalho” e depois escrevi um roteiro mais detalhado (que posto scanner dele também porque perdi o word dele). Publicando aqui as quatro versões do roteiro que de refilmagem de filme gore se transmutou numa pequena peça de experimentação marginal autoral de política anarquista.

“A Curtição do Avacalho” produzi sem nenhum puto no bolso. Reuni amigos, algumas pessoas que me pediam para participar dos filmes e iniciamos as filmagens de final de semana (foram uns 5 finais de semana de gravações, o que deu uns 10 dias). Não paguei ninguém. Este longa-metragem foi finalizado em 5 técnicos/atores (eu, Elio Copini, Claudio Baiestorf, Ivan Pohl e Everson Schütz) se revezando nas funções (a cena final filmamos com a câmera no tripé e absolutamente ninguém por trás dela). Foi neste filme que fiz um de meus erros técnicos mais célebres. Meio desanimados (no último final de semana das filmagens), eu e os técnicos que restaram, começamos a encher a cara durante as filmagens (a parte final do filme foi toda filmada conosco bêbados) e acabei filmando duas vezes uma mesma seqüência sem perceber, mesmo com Everson Schütz dizendo “A gente filmou isso ontem!” e eu rebatendo irritado: “Não filmou não, fica atento!”. Editando o filme, eu e Gurcius já cansados e dormindo na mesa de edição, montamos errado a seqüência onde Kika derrete, assumimos este erro e o deixamos no filme. É gostoso demais errar!

Depois de pronto “A Curtição do Avacalho” foi exibido em algumas poucas mostras de cinema experimental e nunca encontrou seu público (por, talvez, não existir público pro cinema anarquista).

Para ler também o roteiro de “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007) e “Vadias do Sexo Sangrento” (2008), clique nos links.

PRIMEIRO ROTEIRO:

MELECA

roteiro de Petter Baiestorf.

homenagem à Splatter Night Fest

Seq. 01 – Casa Baiestorf/dia

música: “Brazuzan – Taller Than A Hill” (TUATHA De DANANN)  (?)

Santiago Segura Pinto, homem, solteiro, adulto, 23 anos + -, viciado em Coca-Cola.

Em casa abre uma latinha de coca-cola e bebe em sua sala.

Opções: * garrafa clássica sendo bebida ao pôr do sol na sacada.

* garrafa de plástico 600ml sendo bebida na cozinha.

* garrafa plástica 2 litros sendo bebida na privada durante evacuações.

* garrafa fresca-festiva sendo bebida na sala assistindo TV alienante.

Seq. 02 – Oficina Copini/dia

música: repete.

Repetição das opções de garrafas em locais do serviço. Seu companheiro de serviço sempre bebendo uns goles também. Bebe sempre, inclusive durante o serviço.

Opções: * copos plásticos da Coca-Cola.

* Bonés,camisas,calendários, etc… com a marca Coca-Cola.

Seq. 03 – Locais de lazer/dia

música: repete.

Repetições de opções de garrafas agora em locais de lazer da personagem.

OpÇões: * praça CNEC.

* Bar montado no prédio Apollo.

* praça central de Palmitos.

* piscinas da ilha redonda.

Seq. 04 – Casa Baiestorf/dia

música:

Close numa latinha de Coca-Cola sendo aberta. Santiago dá um gole sentado no sofá na frente da TV que exibia o filme “The Incredible Melting Man”.

Sente uma pústula de pus na cara (maquiadores definam o local), vermelha, irritada. Santiago começa coça-la. Quando sua empregada-faxineira lhe traz nova lata de Coca-cola.

EMPREGADA: É melhor o senhor não coçar isso aí, vai que vira em ferida!

SANTIAGO S.P. : Vou passar alguma coisa!

Levanta-se e sai fora, carregando a latinha de Coca-Cola.

Seq. 05 – Casa Baiestorf/dia

música:

Santiago entra no banheiro, bebe um gole de coca-cola e mexe com os dedos na pústula.

Aperta pensando ser uma espinha e faz a meleca interior respinga para longe.

Fica surpresso com o buraco pútrido que fica em sua testa.

Percebe novas pústulas em seu corpo.

De sua testa continua vazando gosmas malcheirosas.

Pega curativos e sai do banheiro.

Seq. 06 – Casa Baiestorf/dia

música:

Na cozinha a empregada lavava louça.

Santiago chega com curativos na mão.

SANTIAGO S.P.: Acho que é um berne!

EMPREGADA: Que coisa nojenta seu Santiago!… Vou fazer o curativo, mas não sou paga prá essas nojeiras!

Faz o curativo enquando seu braço fica próximo ao nariz de Santiago, que o cheira e num impulso primata lambe-o.

A empregada olha prá ele.

EMPREGADA: Seu Santiago… Hoje não tô a fim de sacanagens!!!

Santiago lambe e pega-a pela mão e morde furiosamente.

Sangue respingando no chão. Grito da empregada. Tombo da empregada. Facada no peito da empregada que tem suas miudezas retiradas de seu peito diretamente à boca de Santiago.

Gore básico.

Seq. 07 – créditos iniciais.

música:

CANIBAL FILMES

apresenta

 um filme de Petter Baiestorf.

 Seq. 08 – animação por computador.

música: repete.

Cara bebendo uma Coca-Cola, após bebe-la derrete formando o título do filme:

 MELECA

Seq. 09 – créditos iniciais.

música: repete.

Elenco:

Equipe-Técnica principal.

Seq. 10 – Ruas do interior de Palmitos que vai para Linha do Sr. Andrade/dia.

música: “número 19” (The Fugs) (?)

Rapaz está fugindo, já ferido com pústulas de pus iguais as de Santiago S.P., de João Travado (sujeito adulto, de óculos escuro, terno, barba por fazer) que leva em suas mãos um revólver.

Pelas plantações o rapaz em fuga ia tropeçando.

João Travado para ao lado da estrada, fica olhando-o correr.

Rapaz fugitivo entra na mata e após alguns minutos correndo para perto de arbustos, d’onde surge um ser quase mutante chamado FREAKY (mão esquerda possuí um facão, barba estilo caipiras americanos, roupa portando um colete de latas de coca-cola) que o sufoca com as mãos.

Rapaz cai ao chão morto.

João travado chega e descarrega seu revólver no morto. Depois pega um pedaço de pau e bate mais sobre o morto enquanto Freaky pica-o com sua mão facão. Depois uma motoserra e picam o defunto (vísceras animais espalhadas por todos os lados), depois pegam um moedor de carne e moem toda a carne do infeliz fazendo um amontoado pegajoso, depois jogam gasolina sobre o defunto capturado e tacam fogo.

Enquanto o infeliz queima os dois gargalham de prazer.

Pegam as cinzas numa latinha de cerveja que Freaky bebeu durante o fogo.

Seq. 11 – casa Baiestorf/dia

música:

Santiago Segura Pinto terminando de comer as vísceras da empregada. Closes em seus dentes mordendo as vísceras.

Ao que percebe o que estava fazendo.

Nota que suas mãos estavam gelatinosas.

Levanta-se e vai ao banheiro.

Seq. 12 – casa baiestorf/banheiro/dia

música:

Em frente ao espelho da pia percebe sua carne gelatinosa.

Enfaixa suas mãos e rosto e, após colocar uma jaqueta, sai do banheiro.

Câmera acompanhando-o sair do banheiro, passando pela sala, saindo pela porta, tomando um elevador,

Porta se fecha e a câmera fica registrando os números dos andares até chegar ao térreo.

Seq. 13 – Auto peças Bola/escritório/dia

música:

Os agentes entram em seu escritório.

Depositam as cinzas num cofre onde haviam outros recipientes com cinzas.

Sobre a mesa estava uma fita VHS. Colocam a fita num vídeo. Close da VHS dentro do vídeo funcionando.

Palestra do Dr. Marins começa na tela da TV.

< Dr. Marins falando >

< montar isto depois >

Na fita, uma voz anuncia que dentro de dez segundos a fita se destruirá. Os agentes ficam afobados, retiram-na com presa de dentro do vídeo cassete e com um martelo Freaky quebra-a histericamente.

Desligam a TV e sentam em seus sofás e cadeiras.

FREAKY: É bom que continue dando efeitos colaterais, assim teremos nosso emprego assegurado por um bom tempo TRAVADO: Isso mesmo… E com licença para matarmos!!!

FREAKY: Manter a ordem e os bons costumes, este é meu lema!

Seq. 14 – Rua/externa do Posto de Saúde/dia

música:

Câmera rente ao chão segue uma trilha de gosma pingada (podemos incluir uma orelha ?) até levantar e revelar que Santiago Segura Pinto estava caminhando pela rua entre meio aos pedestres.

Se dirige ao Posto de Saúde.

Seq. 15 – Consultório de Gabriel/dia

música:

Sala de espera abarrotada de pacientes.

Santiago entra e precisa esperar por algum tempo.

Além das vítimas habituais colocar um personagem com fratura exposta (braço quebrado com osso aparecendo) que conta para Santiago que foi atacado por um monstro verde do espaço.

PERSONAGEM 01: Sei lá o que aconteceu… Só sei que fui atacado por trás por um monstro verde, era um monstro legume…Ou vegetal…Ou algo assim do tipo hortaliças e o puto me arrebentou o braço…

Nisso a enfermeira chama Santiago. Que levanta-se e entra no consultório.

Seq. 16 – Auto-peças do Bola/dia

música: Han Bennink And ICP Orchestra (número 8)

Agentes descansando.

Freaky faz um casaquinho de lã usando um óculos para melhor enxergar, com as mangas de sua camisa arregaçadas revelando uma estranhas feridas.

Travado fumava um baseado, tira sua camisa revelando várias feridas em suas costas.

FREAKY: Tem algo estranho com estes caras derretidos… Acho que eles são radioativos!!!

TRAVADO: É… Também tô achando isso… (depois de um tempinho)… O que é radioativo???

Seq. 17 – Consultório Gabriel/dia

música:

Médico examina Santiago. Não fala muito, apenas resmunga consigo próprio.

MÉDICO: Acomode-o num quarto!!!

Após a enfermeira sair com Santiago Segura Pinto, o médico pega o telefone e liga para os agentes.

MÉDICO: Alô… Freaky???… Encontrei mais um viciado… Gostaria de tê-los por perto enquanto realizo alguns testes neste rapaz… Ele me pareceu mais consciente do que os outros… Certo!!! Certo… Tchau!!!

E desliga o telefone. Fica sentado em sua mesa pensativo.

Até que faz uma carreira de cocaína e dá uma fungadinha, sabe como é, pro dia ser mais hilário…

Seq. 18 – Auto-peças Bola/dia

Música: Julius Fucik (número 18 – grandes clássicos) “Marcha De Florencia”

Os agentes se vestem por vários ângulos, ajeitam suas armas, pareciam cansados com sua atividade, mas o dever os chamava pela milésima vez naquele mês.

Seq. 19 – quarto do hospital/dia

música:

Numa cama Santiago estava deitado, totalmente enfaixado (como no Incrível Homem Que Derreteu), com soro no braço.

Seq. 20  – Consultório Gabriel/dia

Música:

Médico conversando com os agentes.

MÉDICO: Este viciado me parece diferente dos outros, vou testar uma nova vacina nele para tentar reverter a situação… Qualquer progresso eu chamarei vocês, ok?

FREAKY: Certo Doutor… Só me responda uma pergunta:  Estes caras derretidos são radioativos, certo?

MÉDICO: Sim Freaky… Você e Travado estão tendo contato direto com radiação celular que se expande juntamente das gosmas carnículas desprendidas do corpo dos viciados…

Close nos rostos dos três personagens. Alguns segundos de silêncio.

FREAKY: Nós… Nós vamos morrer?

MÉDICO: Não fale bobagem Freaky, você está ficando sentimental… O que foi?… arranjou uma namorada nova?

FREAKY: Não, só que sou muito novo para morrer!!!

MÉDICO: Não se preocupe tanto, este tipo de radiação que se expande juntamente das gosmas carnículas tem cura, não é um câncer qualquer… (e o médico pega um pacote de hóstias dentro da gaveta) … Basta comerem três vezes ao dia estas hóstias sagradas pelo santo padre de roma para que os sintomas desapareçam ao final desta missão…

FREAKY: Obrigado Doutor!!!

MÉDICO: Não precisa me agradecer, agora vão que os chamarei quando for necessário!!!

Seq. 21 – Rua/externa do posto de saúde/noite

música:

Ângulo externo do posto de saúde a noite.

Seq. 22 – Quarto de hospital/noite

música:

Santiago se levanta e se olha num espelho. Fica revoltado ao retirar as bandagens e perceber que estava começando a derreter.

A enfermeira entra e ao vê-lo deixar cair sua bandeja com apetrechos hospitalares e sai correndo.

Santiago vai atrás dela.

Seq. 23 – Corredor de algo parecido com hospital/noite.

Música:

Enfermeira correndo em câmera lenta.

Visão do Santiago com suas mãos derretidas em primeiro plano.

Enfermeira arrebenta uma porta (?) e corre no estacionamento, onde é mutilada por Santiago, que a mutila com as mãos, remexendo seu estômago, arrebentando um de seus braços e abrindo-a para devorar seus deliciosos órgãos vitais internos.

Closes de tela cheia nas vísceras.

Closes de tela cheia em Santiago devorando os órgãos sangrentos.

Closes em melecas que caem ao chão.

Vísceras pisadas pelo Santiago.

Após se banquetear com a carne da enfermeira, Santiago pega o braço decepado e num único golpe enfia-o no rabo dela.

Caminhar com câmera num travelling humorístico se afastando do cadáver da enfermeira com o braço hilário saindo do rabo da enfermeira, como se fosse uma fina flor nascendo num estacionamento perdido num deserto de vazios existênciais.

(tranformar em uma mutilação completamente absurda e exagerada).

SEGUNDO ROTEIRO:

MELECA

roteiro de Petter Baiestorf

baseado em argumento de

Petter Baiestorf & Coffin Souza.

CANIBAL FILMES

apresenta

 01- noite

Sangue respinga contra algo meio branco.

Close numa cabeça detonada com sangue jorrando e algumas tripas vazando do estômago.

As tripas borbulhavam num vermelho escuro macabro de tão aproximado que está na tela.

Plano aberto revelando dois agentes. Seguram armas estranhas e possuem figurino fodão.

COFFIN: Será que ele está morto?

SÃO FODAS: Certifique-se disso!!!

Coffin mutila o corpo já morto fazendo tripas e mais sangue respingar para todos os lados, num banho de sangue repleto de ângulos tortuosos de câmera não parada, sempre na mão, ângulo com filmadora rente ao chão com tripas caindo contra ela até obstruir por completo a visão.

Fazer com a filmadora permaneça ali parada com uma montanha de tripas em tela cheia, para ouvir o diálogo:

COFFIN: Será que ele está morto?

SÃO FODAS: Acho que sim !!!

COFFIN: Então vamos… Hoje tem o último capítulo da novela das oito e não quero perder…

Passos são escutados, por detrás das tripas o espectador percebe que os agentes estão se afastando.

02 – dia. (rio Uruguai-rancho baiestorf).

Close em na boca de Schütz que está bebendo uma garrafa de 2 litros de coca-cola, câmera se afasta revelando sua sede por alimentos industrializados.

Schütz estava fazendo um piquenique com sua noiva que ainda não aparece.

De sua testa estava vertendo algo parecido com uma meleca pustulenta. Vai até o espelho de seu carro e aperta a ferida fazendo respingar uma gosma contra o espelho de modo exagerado. Verte gosmeira prá tudo que é lado, inclusive sobre uma fatia de pão que estava sobre uma toalha xadrez de pik nik no banco do carroneiro.

Schütz se levanta e sai em direção ao rio.

SCHÜTZ: Bela, Bela… Tira essa espinha nojenta da minha testa!!!

Bela sai de bikini das águas poluídas do Rio Uruguai. Caminha até Schütz e olha com nojo prá ferida melequenta. Espreme a ferida e respinga contra seu corpo, em jorros generosos e melequentos.

BELA: Aí, que nojo!!!… Você é um porco!!!

E dá-lhe um tapa na cara.

BELA: E acabou tudo entre a gente, não vou ficar saindo com um leproso sem educação…

SCHÜTZ: Mas o que é que eu fiz?

Fica parado com meleca vertendo de sua testa.

Bela senta-se no carro onde coloca uma camiseta branca (fica de bikini por baixo) e pega a fatia de pão levando-a boca e mastigando-a de maneira gulosa.

BELA: E vou embora de a pé… Adeus!!!

E sai caminhando determinada a ir embora.

Close em Schütz com sua cara surpresa, com meleca escorrendo por entre seu rosto.

Pega um pacote de Doritos da Elma Chips e come tristemente, bebericando mais coca-cola, diz;

SCHÜTZ: Sorte que tenho vocês que não me abandonam!!!

E abraça seus amiguinhos alimentícios industrializados numa demonstração de amor.

Respinga gosma contra a lente da filmadora ao se aproximar do rosto de Schütz.

03- dia

Agentes estão numa sala mal iluminada onde vemos seu chefe na penumbra, sem revelar nada de seu físico.

MASTER: Coffin, você e São Fodas deverão ir atrás de Schütz, outro elemento que começou a derreter… (entregando um envelope)… Aqui tem uma foto dele e de sua adorável noivinha…

COFFIN: Sim Master, Deixe essa divertida missão conosco, traremos os restos mortais deste viciado em alimentos industrializados para vosso delicioso projeto gastronômico intergaláctico magistral…

E os três gargalham de maneira clichê, tipo “dominarei o mundo”, após isso os dois agentes saem dali.

04- dia

Na floresta dos cogumelos saltitantes, Bela estava perdida.

BELA: Mas que merda, onde está aquela trilha… Schütz… Schütz… (chama por seu amado gritando).

Uma mão decomposta entra no plano da filmadora sendo colocada na árvore que está em primeiro plano no canto esquerdo da tela, com Bela ao fundo em segundo plano.

Bela se vira de frente para a filmadora e detrás da árvore surge Schütz derretido em boa parte de seu corpo visível.

Pega em Bela que se vira gritando e ao perceber que era ele, dá-lhe um tapa no rosto e grita:

BELA: Não me assuste mais, seu idiota!!!

Schütz desnorteado fica olhando-a e aí tenta mordê-la, leva um novo tapa no rosto.

BELA: O que é que tu tá fazendo, palhaço!!!

SCHÜTZ: Não sei… O cheiro da tua carne é delicioso, tenho vontade de comê-la… (e aí morde a BELA, arrancando um naco de carne)…

Ela empurra-o e ele rasga sua camiseta banca. Ela sai correndo e ele atrás.

05 – Dia – frente a sub-estação.

Garotona caminha em frente a sub-estação de Palmitos. Música estúpida com ângulos engraçados.

Revelar Coffin & São Fodas olhando para uma foto de Schütz.

COFFIN: Acho que é nosso infectadado… (diz isso com um sorriso debochado no rosto).

SÃO FODAS: É, sem sombra de dúvida é ele!!!

E os dois vão até lá e matam a mulher com requintes de crueldade. Preparar baldes e baldes de sangue e vísceras.

Após detonarem a vítima, Coffin mexe nos bolsos da vítima (antes retiram relógio de pulso, corrente, dinheiro, etc…) e pegando a carteira olha os documentos.

COFFIN: Nossa, não é ela…

SÃO FODAS: Que droga né, isso quer dizer que temos que nos livrar do corpo…

Ambos se entre-olham e cada um pega um naco de carne da gorda e começam a come-la alucinados. Câmera nervosa, closes nos dentes, gosmas ensangüentadas, etc…

06- Dia

Schütz perseguindo sua noiva, que cai num barranco e é morta por estacas pontiagudas, várias delas que respingam sangue por todos os lados.

Schütz morde-lhe o pescoço arrancando um pedaço de carne, mas ao mastigar percebe o que está fazendo e começa a chorar se lamentando de ter matado-a.

Retira-a dali e sai carregando o corpo de sua noiva.

07- Dia

Coffin & São Fodas terminavam de devorar o cadáver da mulher, quando um colono carregando uma enchada chega até eles.

COLONO: O que vocês estão fazendo aqui?

São Fodas atira no colono abrindo-lhe um buraco no peito. O Colono cai morto.

Ambos vão até no corpo e mexem nos bolsos, tirando as coisas de valor.

COFFIN: E esse cara também não é o Schütz!!!

SÃO FODAS: É, não é não!!!

COFFIN: (após olhar as horas no relógio do colono) … São seis da tarde, acabou o expediente porque logo vai escurecer e não gosto de fazer horas extras, amanhã a gente continua as buscas ao viciadinho em comida industrial…

08- Noite – frente a casa no rancho baiestorf.

Close nos olhos melequentos de Schütz.

De cima de um andaime revelar um cenário surreal com uma cama de solteiro, em volta dela pequenas árvores secas e fumaça.

Sobre a cama estava o corpo de Bela, morto, sem vida, mas com feridas brilhantes cortesia dos pedaços de galhos pontiagudos malvados matadores de menininhas que fogem pela mata.

Schütz entra no ângulo (filmado de cima do andaime) e caminha até perto da cama.

Deita-se ao lado de sua noiva morta.

Fumaça. Ângulos entre os galhos secos, close em Schütz, em seus olhos que ainda permaneciam um pouco humanos.

THE FLASHBACK:

09- (praça).

Schütz vestido de mendigo remexendo lixo numa praça pública, quando chega Bela. Olhares clichês do tipo “eu te amo para sempre neste filme” e ambos saem abraçados tipo “encontrei meu amor eterno”.

(casa baiestorf – cozinha)

Em casa, Schütz ainda vestido de mendigo, com uma banana saindo das calças, Bela agarra-a e sorri para ele que sorri de prazer.

(casa baiestorf – sacada da sala)

Schütz de banho tomado, cabelo penteado, comendo uma torta que Bela lhe dava com colherzinha.

(casa baiestorf – cama rick)

Bela deitada com Schütz tirando o chinelo dela e beijando as pernas, do pé em direção a coxa.

Pedir para Kika trazer várias roupas sexys para estes takes.

10 – Noite – frente a casa do rancho baiestorf

Fim do flashback.

Rosto de Schütz coladinho ao de Bela, ao afastar sua face da dela, uma gosmeira fica no lindo rostinho.

Câmera do alto do andaime revelando o cenário estranho.

Schütz beija sua noiva morta na boca.

Câmera na mão andando em volta da cama enquanto Schütz beija-a.

11- Dia – SALA CASA Baiestorf (tela dividida com seq. 12 – edição)

Close numa tela de TV que exibia cenas XXX.

Rapaz batia uma punheta em frente o televisor.

Vários ângulos para ter material para edição.

Ainda batendo punheta, Rapaz caminha até a sacada de sua casa onde tem um orgasmo com a cidade de fundo.

* Durante esta seqüência, deixar apenas gemidos de vagabas XXX).

12- rua einloff 38 (editar com tela dividida)

Diabo, Ivan, Com sua vestimenta bizarra e uma estrela de xerife (ou distintivo) no peito, olhando para cima, quando uma estranha gosma cai em seu rosto.

Segue caminhando (de baixo para cima) até virar a esquina…

13- subestação

Diabo, Ivan, caminhando perto da estação onde outros 2 detetives engravatados olhavam os corpos mutilados da mulher e do colono.

Diabo ergue o pano que cobria o rosto do colono.

Depois o pano que cobria a mulher e ao vê-la ele se levanta estranho.

DIABO: É minha irmazinha…

Close na mulher. Câmera se aproxima de Diabo, o detetive pohlinizado.

DIABO: … Vou matar todos os suspeitos que cruzarem meu caminho, o caos tomará conta do mundo, nada mais será como antes… (e gargalha sadicamente, tipo cientista louco) e sai dali caminhando em frente, para dentro do mato.

Os dois detetives se entreolham.

DETETIVE 01: O Diabo tá chapado… Ele nem tem irmã !!!

DETETIVE 02: Será que ele tem um baseado… (ao falar isso os dois saem atrás dele)…

E a Câmera desce até dentro das vísceras de uma das vítimas.

*** Dentro das vísceras colocar um papel onde se lê em letras garrafais:

CANIBAL FILMES

– apresenta –

14- créditos iniciais

M E L E C A

15- Dia – pátio do rancho baiestorf

*** Coffin e São Fodas estão parados (PM deles). Coffin bate palmas, igual quando se mata um mosquito com as mãos.

Close nas palmas das mãos de Coffin se abrindo, onde se lia num papel:

um filme de

PETTER BAIESTORF

Revelar que estão em frente a noiva de Schütz morta, mutilada e tal.

Coffin atende um celular…

Enquanto Coffin fica dizendo coisas do tipo “Sim, sim… Claro Master… Sim, entendido…Sim, tudo sob controle, etc…” … São Fodas Prepara uma dose de heroína e se injeta no pescoço (ou dentro da boca,  embaixo da língua, decidir com técnicos de fx).

Coffin desliga.

COFFIN: Schütz foi para o norte, o Master está rasteando-o com a ajuda dos militares de Brasília… Só temos um problema: Diablo, aquele policial louco da Federal se meteu no caso… Temos que tentar fazer aquela mula nos ajudar sem que perceba nada !!!

Câmera se aproxima dos dois, roda ao redor dos dois e baixa até os restos mortais de Bela dando seu adeus ao tão belo cadáver putrefacto.

16- Dia

Schütz encontra uma garota vendendo uma árvore de natal, mata-a (elaborar a forma com técnicos FX).

Árvore cai ao chão enquanto sangue e vísceras a decoram de forma fantasticamente gore-splatter.

Diabo chega ao local deste assassinato dando o flagrante.

Schütz e Diabo lutam e Schütz detona Diabo enfiando-lhe a árvore de Natal no rabo.

Schütz se manda sem devorar ninguém.

Diabo se levanta capengando com a árvore enfiada no rabo, sangue denso vertia das nádegas com alguns pedaços de tripas que ficavam penduradas pelas pernas.

17- Dia

Coffin e São Fodas encontram diabo ferido com a árvore enfiada na bunda. Arrancam-na de sua bunda fazendo com que respingue um absurdo muito grande de sangue.

DIABO: Mataram minha irmã… Preciso de vocês para pegar este tarado!!!

COFFIN:  Claro, também estamos atrás desta aberração… Vamos unir forças e extermina-lo!!!

Diabo vai seguindo em frente, Coffin cochicha baixinho para seu colega:

COFFIN: Vamos nos aproveitar deste maluco!!!

18- Dia/ mato

Schütz ataca os dois detetives que bebiam coca-cola no meio do mato. Elaborar uma sangueira de primeira grandeza (ver com fx man).

Após mata-los, devora alguns pedaços de carne humana com generosos goles de coca-cola.

19- dia/ Mato

Schütz se empanturrava com a carne dos detetives quando Coffin, São Fodas e Diabo aparecem por trás.

Montar um clima de faroeste italiano em tom de farsa. Enriquecer com vários closes e uma montagem dinâmica e música hipnótica para duelos fakes. Schütz pega uma arma dos detetives, lógico!!!

CLIMA, CLIMA, CLIMA…

Silêncio, nervosismo…

Sem diálogos…

São Fodas Saca um baseado e acende neste clima todo. E traga prazeirosamente.

O duelo é feito ao modo antigo.

E o resultado ? … O RESULTADO: Coffin é morto com um balaço na cabeça ! Diabo cai ao chão baleado quase que mortalmente no Saco Escrotal ! E São Fodas nada percebe, pois a maconha era da boa !!!

Schütz se aproxima do grupo pós o duelo e São Fodas lhe alcança o baseado que ele pega e traga majestosamente com um prazer gotejante. Diabo fuçava em sua ferida no saco para retirar a bala.

Schütz vai embora com o baseado,

São Fodas acende outro baseado,

Diabo arranca a bala do saco se contorcendo de dor.

20 – dia/ Pátio de festas do Rancho.

Close em um balde de tinta com as mãos de um artista de vanguarda se sujando todo de tinta, totalmente colorido. Ao fazer o plano aberto, revelar um artista se sujando de tinta defronte à um pano branco estendido no chão com vários outros sentando a sua volta tocando violão e bongôs.

Ele se atira sobre o pano branco criando arte. ARTE NÃO COMERCIAL!!!

E todos festejam de modo histérico uma volta a condição de primatas não pensantes.

O quadro fica pronto e é levado pelos festeiros até perto de umas árvores.

Câmera correndo junto deles, entre meio, loucura, sons, barulhos…

Junto a mesa, o artista discursa:

VANGUARDEIRO: A arte escapa do meu inconsciente como um peido alado que escapa de meu cu!!!

VANGUARDEIRO: A arte está acabada… Morte à arte antes que seja tarde demais!!!

E gritando como índios estendem o pano e o encharcam de gasolina e tacam fogo. Tudo se queima. Quem guardou a obra na cabeça preencheu um pouco do seu vazio existencial, já quem não memorizou não perdeu nada.

VANGUARDEIROS: Mate a arte antes que o curador apareça com um cheque polpudo!!!

VANGUARDEIROS: Vamos comer a arte comercial!!!

VANGUARDEIROS: Canibalizar, Canibalizar, Canibalizar a arte!!!

E servem um banquete com DVD’s comerciais (filmes de Hollywood), fitas VHS de grandes filmes, livros de grandes autores de best-sellers, revistas estúpidas, CD’s, etc…

Mostrar os artistas comendo tudo, devorrando a arte que devorra  nossos cérebros…

21- dia

Vanguardeiros estavam fazendo a sesta, alguns bebiam chimarrão, alguns dormiam em redes, alguns bebiam vinho do gargalo da garrafa, alguns escreviam poemas em pedaços de papel usado, etc…

Schütz aparece para eles no horizonte.

VANGUARDEIRO: Pelo amor do acaso, este homem é uma criatura derretida, olhem as formas dadaístas orgânicas dele…

Todos se levantam cercando Schütz admirados com sua forma derretida.

Schütz num gesto amistoso alcança o baseado para um artista que pega-o e fuma.

VANGUARDEIRO: Estamos diante da evolução humana, quando as mãos do artista conseguirão domar a podridão da carne para criar novas formas para o corpo humano…

VANGUARDEIRO: Conte-nos o segredo mestre do sonho amorfo…

VANGUARDEIRO: Mostre-nos o caminho sagrado ao cogumelo perfeito que revelará para nós os métodos de criação sem limites formais e morais…

VANGUARDEIRO: Mostre Mestre, mostre mestre, mostre mestre…

E um vanguardeiro trás um corpo podre sobre uma mesa.

Câmera se aproxima do corpo podre, autopsiado, putrefacto e uma cruz cristã se levanta de seu interior… E depois mais outra e mais outra e mais outra criando um jardim cristão putrefacto que todos olham admirados e gritam:

VANGUARDEIROS: Mostre-nos o caminho mestre!!! (e ficam repetindo isso enquanto a câmera se afasta).

22- anoitecer

São Fodas e diabo sentados num local deserto com o sol se pondo às suas costas. Carregavam suas armas.

São Fodas espalha uma carreira de cocaína e cheira. Diabo também faz uso da substância.

Se levantam fazendo pose de atores de filmes de ação pronto para matar todos os seres do planeta…

23- noite/ Rancho/ Trovões e chuva.

Artistas bebiam com Schütz na chuva, estavam festejando a chegada do messias dadaísta…

VANGUARDEIROS: Com a chegada do Mestre, Messias do Caos, a criatura iluminada, sentimos que é o momento de criarmos a zona autônoma de Kanibaru onde todos serão iguais e criarão obras-primas que durarão segundos…

Close numa espingarda que dispara.

O vanguardeiro que falava tem sua cabeça arrebentada e cai morto.

Cria-se o caos com gente para todos os lados, tiroteio, mortos ensanguentados, perdendo tripas com simples tiros e chuva e raios e trovões e cãmera nervosa no meio de todos…

Todos vão sendo mortos, Diabo leva uns balaços e cai morto, sendo mutilado por um vaguardeiro de facão numa cena gore extrema…

Schütz ataca São Fodas que também é arrebentado, revelando seu sangue de cor VERDE ESCURO.

Todos os Vanguardeiros estão mortos, a verdadeira arte nem teve tempo de nascer.

Barros e lama, alguns se arrastando pelo chão, Schütz caminha embora,etc…

Bolar muita coisa de improvisso na hora. COMBINAR os fxs possíveis antes…

24- Dia/ rancho

Galinhas comendo entre meio aos cadáveres sujos de sangue e vísceras exageradas. São Fodas se levanta e sai cambaleante.

Escolher uma música tocante climatica.

E ele caminha em direção a cidade (revelar a cidade ao fundo, filmar num dos morros perto de palmitos)

25- dia/

São Fodas entra numa sacristia onde um padre lhe abençoa. Eram conhecidos um do outro. O padre lhe aplica uma dose de heroína na veia e bebe uisque da garrafa rotando como o verdadeiro porco que sua profissão lhe obrigava a ser.

São Fodas fica melhor com a dose de heroína.

SÃO FODAS: Preciso ir até o Master!!!

PADRE: Sim, eu sei… O Master está te esperando…

26- dia (filmar a noite pelo clima)/oficina Copini.

São Fodas e o padre entram numa sala onde o Master estava sentado na penumbra (revelava somente metade de seu corpo) junto de engravatados, fumava um charuto que cada pouco se acendia no escuro, uma grande ponta vermelha.

MASTER: Sentem-se…

São Fodas e o padre sentam-se.

MASTER: Logo localizaremos o Schütz, o exército já está cuidando disso… O mais importante é que fechei negócios com mais fábricas de comida industrializada para infectarmos os humanos e com isso teremos papinha de terráqueos para nossos bebês por muito tempo… Nosso negócio de papinhas para bebês alienígenas  se tornará um monopólio imperial em todos os cantos do sistema solar… Sucesso absoluto do capitalismo neo-liberal…

Todos os engravatados aplaudem…

Um militar entra na sala.

MILITAR: Senhor Master, localizamos o Schütz no quadrante Souza…

MASTER: Ótimo, eu mesmo comandarei essa caçada, afinal, eu também quero me divertir…

Ao falar isso ele se levanta.

Música do THE CRAMPS – “Mojo Man From Mars” no áudio.

Câmera sobe até perto do peito, corte.

Câmera faz travelling da direita para esquerda até o peito, corte.

Câmera faz travelling da esquerda para direita até o peito, corte.

Câmera sobe da cintura até no rosto ainda na escuridão, aí Master dá um passo para a frente e revelar se um Monstro Legume de óculos escuro, que gargalha cafajestemente.

São Fodas se levanta também e retira sua máscara humana se revelando também um monstro legume do espaço sideral.

Ambos caminham contra a Câmera.

27- dia/escombros de pesagem em Maravilha.

Schütz estava derretendo nos escombros de uma construção sob sol forte perto da cidade de Maravilha.

Levanta-se derretendo e sai caminhando naquele labirinto de escombros, revelando um mosaico caótico.

Sai para fora da construção após caminhar pelos escombros internos revelando o solão insuportável.

Um carro para perto dele e os dois Monstros legumes saem do carro.

Novo duelo em homenagem ao cinema western spaghetti. Criar todo clima clichês, desta vez com Schütz derrendo, pingando líquidos, etc…

Tiros…

Schütz cai morto.

28- dia/ pesagem Maravilha

Monstro colocam a carne de Schütz (que ainda derretia) numa lata com uma pazinha. Após isso vão embora deixando para trás partes impuras e roupas de Schütz (idéias FX Man ???).

Câmera rente ao chão, em primeiro plano os restos derretidos de Schütz, ao fundo o carro se afstando…

Fade-out???

29- Oficina copini

Carregando latas de carne derretida.

Master fiscalizando tudo.

Elaborar algo que talvez lembre uma porta de Espaçonave. Isopor, cola e criatividade…

30- ???

Espaçonave levando tudo ao planeta ML.

Elaborar ela saindo do planeta terra, etc…

Talvez com uma sequencia do punheteiro vendo a nave partir de sua sacada no Apolo???

Elaborar algo deste gênero.

31- dia/ Sala Baiestorf apollo.

Numa sala os ML + padre + engravatados + militar estavam assistindo Mojica falar sobre o quanto Coca-cola faz mal prá saúde.

Um publicitário entra na sala com uma fita VHS na mão. Diz ser o novo comercial que incentiva os humanos a comer mais o consumo de comida industrializada.

Fita no Vídeo. Close interno nas engrenagens dele funcionando.

32-

Sobre imagem de inúmeros rótulos de produtos multinacionais (principalmente comida e bebida) colocar um texto (bolar ainda) incentivando a comer estes produtos, como se fosse importante para sua sobrevivência.

33- Créditos gerais finais…

Música:

34- Rodar aqui mais um pedaço do filme, utilizando mais uma aventura do Monstro Legume, elaborar algo bem divertido e trasheira anos 50, tipo filme de MONSTERS. Filmar após concluir as filmagens anteriores do “Meleca”, para depois revelar que o filme não acabou com os créditos finais.

Fazer várias ligações complicadas com personagens que achamos estarem mortos, como Diablo (que não morreu) e outras supressas que revelarei no sermão da colina.

até mais velhino!!!

TERCEIRO ROTEIRO:

QUARTO ROTEIRO (oficial):

Primitivista Cinema Canibal

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 26, 2012 by canibuk

Dando seqüência aos filmes hospedados no youtube/vimeo, foram disponibilizados mais 3 curtas meus e vários trailers de filmes ruins que fiz no passado (e vários curtas de Coffin Souza que entrevistarei em breve sobre suas experiências no Nordeste onde ele filmou cerca de seis horas de curtas experimentais lançados em 5 coletâneas em VHS). Entre os curtas online de agora, dois que eu gostei muito de filmar: “2000 Anos Para Isso?” (1996), que tem uma história de produção bem curiosa, e “Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica” (2003), um curta onde percebi que as vezes o improviso funciona melhor que os planos originais.

“Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica” (2003, 12 min.) de Petter Baiestorf. Com: Elio Copini e Coffin Souza. Filmado com ajuda técnica do trio Jorge Timm, CB Rot e Claudio Baiestorf.

Não lembro mais qual era a história que iríamos filmar naquele dia de dezembro de 2002 (vários roteiros de curtas eu escrevia em pedaços de papel e depois, na hora de filmar, ia moldando as idéias), mas quando nos dirigíamos para o set (aquele lamaçal visto no vídeo), CB Rot (ou Coffin Souza, não consigo lembrar direito) encontrou uma velha TV jogada no lixo e a pegou para algo futuro. Quando vi aquela TV no porta malas de um dos carros da produção, deu estalo na mente e a história toda para o “Primitivismo Kanibaru” surgiu. Elio Copini estava com bastante receio de entrar naquela lama com água podre (dava prá ver vermes e lombrigas boiando mortas entre a sujeira da água), mas como eu e CB Rot (na época meu assistente de direção) entramos naquela podridão com a filmadora e um rebatedor, Copini se sentiu na obrigação de fazer o mesmo. Em mais ou menos 3 horas de trabalhos conseguimos o material necessário para editar o curta. Coffin Souza foi improvissado no papel do primata (no estojo de maquiagens tinha uma dentadura velha de quando filmamos, vários anos antes, o longa “Caquinha Superstar a Go-Go” (1996) e essa dentadura deu um ótimo visual selvagem ao Souza), sujamos ele todo com lama e o colocamos entre uma vegetação espinhosa e ação!

Durante as filmagens Jorge Timm e Claudio Baiestorf ficaram bebericando uma garrafa de uisque vagabundo e logo estavam bebaços tropeçando em poças de lama. Acostumados com filmagens de guerrilha, gravamos o “Primitivismo Kanibaru” rápido e sem contra-tempo algum, apenas falei a frase que costumo dizer quando percebo o desconforto dos atores que trabalham comigo: “Tu confia em mim?… Sei o que estou fazendo, vai ficar foda!!!” e isso cria um clima de cumplicidade e o trabalho se torna mais intenso.  Claro que Copini e Souza estavam com o senso de humor meio prá baixo por causa do desconforto físico das filmagens, mas ambos tinham noção que as imagens gravadas estavam com uma qualidade bem boa (claro que este “bem boa” leva em consideração as imagens “bem boas” do Super VHS do final dos anos 90). Editei este curta em mais algumas poucas horas (não mais do que 4 horas, pois a maioria das imagens foram feitas de take único), na trilha sonora coloquei músicas das bandas MÚ (do desenhista Edgar S. Franco) e Los Activos que encaixaram perfeitamente e comecei a divulgá-lo em vários festivais de cinema aqui pelo Brasil. “Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica” nunca foi lançado em VHS, nem em DVD, mas continua sendo um de meus filmes mais populares.

“2000 Anos Para Isso?” (1996, 12 min.) de Petter Baiestorf. Com: E.B. Toniolli. Filmado com Coffin Souza, Marcos Braun e Claudio Baiestorf na equipe-técnica.

Este curta nem era para existir, todas as imagens dele foram produzidas para o longa-metragem “Eles Comem Sua Carne” (1996) que escrevi e dirigi (com produção do Souza) no começo daquele ano. As filmagens deste longa foram meio insanas, tínhamos uma equipe de 26 pessoas trabalhando num lugar isolado, cheio de aranhas, sem água potável e fazendo um calor absurdo que quase chegava aos 40 graus. Canibal 40 graus: Mas éramos jovens, loucos e completamente sem noção (foi neste longa que banhamos Marcos Braun – nesta época meu assistente de direção – com tinta vermelha para concreto e o cabelo dele ficou rosa, obrigando-o a raspar a cabeça quando teve que voltar ao seu emprego normal. Também nestas filmagens convenci o ator E.B. Tonioli a se banhar uma piscina com água podre para usar no longa-metragem “Caquinha Superstar a Go-Go” estava sendo filmado simultaneamente e, imprudentemente, embolotamos toda a pele de uma das atrizes com uma tinta tóxica que não testamos antes, coisas que nunca mais deixei repetir numa produção).

“2000 Anos Para Isso?” existe porque um espanhol convidou um curta da Canibal Filmes para seu festival de curtas gore que aconteceria na Espanha. Nesta época eu só tinha feito os longas “Criaturas Hediondas” (1993), “Criaturas Hediondas 2” (1994), “O Monstro Legume do Espaço” (1995), o média “Açougueiros” (1994) e o curta “Detritos” (1995), que não era gore. Ao invés de usar o bom senso e recusar o convite, peguei e montei este filminho com as cenas do “Eles Comem Sua Carne”, tentando dar um novo significado às imagens que, no fim das contas, passa praticamente a mesma mensagem que quando incorporadas no longa.

As filmagens destas cenas foram cansativas, o banheiro que usamos nas gravações era pequeno demais e não comportava o casal de atores e uma equipe-técnica. Pedi então para Braun e Claudio que removessem o teto do banheiro, o que possibilitou fazer vários takes do alto. Com uma equipe reduzida à 4 técnicos e os dois atores, enquanto fomos filmando as cenas em planos abertos, Coffin Souza ficou maquiando um porco morto depilado (que compramos num açougue) para usarmos para fazer os closes do cutelo penetrando na carne da garota e para os closes das tripas saindo da cavidade estomacal. Claro que devido ao calor intenso e ao tamanho reduzido daquele banheiro maldito, o cheiro das vísceras ficou insuportável, mas nada que assustasse o pessoal que já estava acostumado a filmar comigo. Até hoje este curta continua sendo exibido em algumas mostras, mesmo nunca tendo sido lançado em DVD. Em VHS ele foi lançado, fazia parte da coletânea de curtas “Festival Psicotrônico Vol. 1” (lançada em 1999).

“Vomitando Lesmas Lisérgicas” (1997) de Petter Baiestorf. Filmado com ajudatécnica de Marcos Braun.

Este curta só existe por um único motivo: Eu queria testar as possibilidades da íris de uma filmadora VHS com defeito que eu tinha e o desbotamento das cores que resultavam das cópias de VHS para VHS (este filme não é preto e branco, é colorido desbotado). Como não tinha história nenhuma para filmar, me improvisei de ator (Braun ficou segurando a filmadora para mim), fiquei caminhando de um lado pro outro, legendei a porra toda com um poema que eu tinha escrito chapado e… Porque não mostrar o resultado destas experiências para todo mundo que se interessar em vê-lo. “Vomitando Lesmas Lisérgicas” é um curta que eu nem lembrava que tinha feito e fiquei bem feliz quando mostrei ele para minha namorada (e companheira de Canibuk) Leyla Buk e ela me disse que adorou o curta.

Se você gostou desta postagem, veja também “Fragmentos do Nobre Deputado Fraude Tomando no Orifício Pomposo“, “Deus – O Matador de Sementinhas & Poesia Visceral“, “A Paixão dos Mortos“, “A Despedida de Susana – Olhos & Bocas“, “Criando Ninguém Deve Morrer” e “Encarnación Del Tinhoso“.

Memórias de Petter Baiestorf.

Fragmentos do Nobre Deputado Fraude Tomando no Orifício Pomposo

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 17, 2012 by canibuk

Nesta semana Gurcius Gewdner está disponibilizando em sites como Vimeo e Youtube alguns curtas que fiz tempos atrás e que nunca foram lançados em DVD. Segue link para mais quatro curtinhas bagaceiros. Para Assistir “Deus – O Matador de Sementinhas” (1997) e “Poesia Visceral” (2004), clique aqui.

“Fragmentos de uma Vida” (2002, 7 min.) de Petter Baiestorf. Com: Juliana, PC e Loures Jahnke.

Em 2001, logo após o lançamento do longa-metragem “Raiva”, comecei as filmagens de outro longa chamado “Mantenha-se Demente”, uma homenagem ao cinema gore exagerado japonês que naquela época eu assistia aos montes em fitas VHS piratas sem legendas em nenhuma língua ocidental. Como o “Raiva” não deu lucro financeiro nenhum, tive que abortar as filmagens do “Mantenha-se Demente” (bem mais caras e complicadas), mesmo já tendo filmado algumas seqüências. Depois de um ano resolvi rever as cenas que havíamos filmado e percebi que tinha um curta nas mãos. Não gosto de filmar e não aproveitar o material. Mudando o título para “Fragmentos de uma Vida”, montei as cenas para ser uma reflexão sobre a brutalidade do machismo na sociedade brasileira (sem deixar de lado minhas críticas religiosas, desta vez centradas na figura de um satanista, que para mim é tão ignorante quanto um católico, um evangélico, um espírita, um cabalista, macumbeiro, budista, muçulmano e o que mais os medos humanos criarem para servir de muletas). Não filmo o sobrenatural porque o que não existe não me interessa (salvo zumbis e alienígenas que aí é pura diversão), meu interesse está voltado aos assuntos possíveis, como a imbecilidade do homem, seu fanatismo religioso, sua brutalidade que ganha força com sua ignorância; uma horda de torcedores fanáticos vindo em minha direção me assusta, fanáticos religiosos segurando um facão me assustam (o mundo está cheio de exemplos de massacres religiosos), a mente humana me assusta muito mais que vampirinhos ou fantasminhas de filme de horror americano que o cinema brasileiro está começando a pegar gosto em copiar. A trilha sonora do curta trás músicas das bandas Ornitorrincos e Intestinal Disgorge.

“Frade Fraude Vs. O Olho da Razão” (2003, 13 min.) de Petter Baiestorf. Com: Coffin Souza e Petter Baiestorf.

Este é outro curta que só filmamos por culpa do tédio (se você não gosta de filmes sem um mínimo de produção nem assista). Estávamos, Coffin Souza e eu, sem nada para fazer num domingo e, depois de algumas cervejas, resolvemos filmar uma reflexão sobre os rumos da humanidade. Nos apropriamos de textos do Nietzsche (e de outros filósofos que fomos lembrando frases) e elaboramos um curta cíclico como a vida; ação/reação – tudo que tu faz na vida resulta em críticas positivas e destrutivas (e no final arrisco dar minha fórmula para a implantação de uma sociedade anarquista na sociedade de hoje). Revendo este curta hoje me arrependo de não tê-lo filmado direito, com outro ator no meu papel (para mim manejar a filmadora e dirigir direito), figurinos apropriados e outras coisinhas mínimas de produção. Mas a idéia está aí, rodando por todos os lados, essa tranqueira foi até exibida em alguns festivais de cinema experimental. Neste curta temos uma participação especial de Claudio Baiestorf (meu pai, que infelizmente faleceu em 2009), no final do filme, com um diálogo enigmático que remete à uma piada interna da Canibal Filmes envolvendo o clássico “Invasion of the Body Snatchers/Vampiros de Almas” (1956) de Don Siegel.

“Vai Tomar no Orifício Pomposo” (2004, 14 min.) de Petter Baiestorf. Com: Coffin Souza, Elio Copini e DG.

Não é segredo prá ninguém que sou um grande fã do escritor Charles Bukowski e este curta é minha tentativa de filmar algo no universo do velho safado. Não lembro muita coisa destas filmagens, não lembro nem de ter escrito o roteiro (to achando que filmei este curta todo de cabeça), nesta época eu estava mais preocupado em me matar bebendo do que na possibilidade de realizar meus projetos. A casa usada nestas filmagens era a casa real do Souza e como a casa vizinha à dele estava vazia, arrancamos a parede para criar o clima surreal que a briga de vizinhos pedia. Elio Copini interpretou o evangélico cretino e Coffin Souza o escritor maldito com problemas com as bebidas (essa personagem sou eu, mas pode ser o Souza mesmo, pode ser o Bukowski, pode ser você). Não gosto muito da edição que fiz (montei tudo na câmera, inclusive os efeitos sonoros e as músicas). Desde a época que filmei “Vai Tomar no Orifício Pomposo” que tenho planejado um longa-metragem dramático com este clima de desespero fantástico, mas como tenho preferência por projetos sexploitations de humor negro, sempre vou deixando prá depois essa minha vontade de produzir um drama etílico surrealista.

“O Nobre Deputado Sanguessuga” (2007, 13 min.) de Petter Baiestorf. Com: Elio Copini, Coffin Souza, Gurcius Gewdner, Carli Bortolanza, Iara e Claudio Baiestorf.

Essa fábula infantil que ensina as crianças sobre as maldades dos políticos brasileiros eu escrevi e dirigi em 2007 para testar minha nova filmadora (escolhi a temática infantil por dois motivos, primeiro: nesta época eu estava planejando um livro infantil com ilustrações de Gurcius Gewdner – idéia que não abandonei ainda; segundo: porque é uma temática que me interessa muito). Inspirado no cinema expressionista alemão, “O Nobre Deputado Sanguessuga” foi a desculpa perfeita para reunir amigos para algumas cervejas no meu sítio e me exercitar na narrativa do cinema mudo. Gostei bastante da experiência de rodar um curta infantil, mas acabei não repetindo a dose porque depois dele rodei somente sexploitations gores com títulos como “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007), “Vadias do Sexo Sangrento” (2008) e “O Doce Avanço da Faca” (2010) e uma comédia musical western cafajeste chamada “Ninguém Deve Morrer” (2009).

Deus – O Matador de Sementinhas & Poesia Visceral

Posted in Nossa Arte, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 15, 2012 by canibuk

Gurcius Gewdner acabou de colocar no Vimeo dois curtas antigos onde tenho participações, “Deus – O Matador de Sementinhas” (1997), que co-dirigi em parceria com C.B. Rot e “Poesia Visceral”, uma palhaçada coletiva de 2004 que eu nem lembrava mais que tinha participado!

“Deus – O Matador de Sementinhas” (1997, 3 min.) de Petter Baiestorf e C.B. Rot foi um curtinha sobre religião que parecia pedir prá sair de nossas cabeças. Ateus, Rot e eu, resolvemos, por um pequeno momento, imaginar se Deus existia e como ele escutaria e se comportaria ouvindo as preces e pedidos dos desesperados humanos. Na época destas filmagens estávamos rodando o longa-metragem “Super Chacrinha e seu Amigo Ultra-Shit em crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Glauber Rocha” (1997) e testando inúmeras possibilidades de chocar espectadores (depois deste curta bolamos ainda o trio de filmes escrotos “Boi Bom”, “Gore Gore Gays” e “Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos”, todos feitos e lançados em 1998). Este curta-metragem foi lançado em Porto Alegre/RS durante o festival de música Made in China (organizado pelo Marcelo Birck e Plato Divorak, se não me falha a memória) e já na primeira exibição deu problemas. Depois disso conseguimos exibí-lo em poucos botecos e virou extra em VHSs/DVDs que lançamos. Assista logo porque tenho a impressão de que não vai durar muito tempo no Vimeo.

“Poesia Visceral” (2004, 6 min.) de Canibais Etílicos é um curta muito ruim feito entre o pessoal que andava comigo no ano de 2004, que foi um dos piores anos da produtora, com toda nossa produção na época parada por falta de condições de trabalho. Para este “Poesia Visceral”, onde nada foi pensado ou planejado antes, realizamos um churrasco (numa época em que eu ainda comia animais mortos), botamos gasolina na cerveja do Ivan Pohl e ficamos incentivando ele a vomitar gostoso. A trilha sonora eu escolhi de acordo com o que escutávamos na época e a edição tosca, se não me falha a memória, fui eu quem fez. Este curta nunca teve lançamento, nem exibições públicas porque antes de ser um filme, é uma bagunça besta entre bêbados. Também não pretendo colocar este curta de extra em nenhum futuro lançamento em DVD.

Sei que estes dois curtas não são o melhor cartão de visitas para as produções que realizei via Canibal Filmes, mas se você curte filmes gores, sexploitations e roteiros sem noção, pode comprar os filmes que estamos sempre lançando, basta pedir informações via e-mail baiestorf@yahoo.com.br

Temos disponível os seguintes títulos:

– O Monstro Legume do Espaço (partes 1 e 2 e vários extras): R$ 10,00 + R$ 5,00 de despesas postais.
– Eles Comem Sua Carne/Zombio (double feature e vários extras): R$ 10,00 + R$ 5,00 de despesas postais.
– A Curtição do Avacalho (com o documentário “Baiestorf – Filmes de Mulher Pelada e Sangueira” de extra): R$ 10,00 + R$ 5,00 de despesas postais.
Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!! (com vários extras): R$ 10,00 + R$ 5,00 de despesas postais.
Vadias do Sexo Sangrento (DVD duplo com vários extras): R$ 15,00 + R$ 5,00 de despesas postais.