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The Giant Gila Monster

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 16, 2012 by canibuk

“The Giant Gila Monster” (“O Gigante Monstro Gila”, 1959, 69 min.) de Ray Kellogg. Com: Don Sullivan, Lisa Simone, Fred Graham e Bob Thompson.

Uma pequena cidade do Texas começa a ficar desconfiada que algo está errado quando um jovem casal de namorados desaparece (mas sabemos que eles foram devorados por um descolado monstro gila gigante). O xerife local (Fred Graham) começa a investigar o sumiço e pede ajuda ao mecânico (Don Sullivan), que também é chefe da gang adolescente da cidade, para encontrar alguma pista. Quando o faminto réptil ataca um trem, as autoridades finalmente percebem com o que estão lidando. Lógico que como é um trashão maravilhoso, o climax acontece num salão onde a juventude está reunida para mostrar suas habilidades nas modernas dancinhas dos anos 50, afinal, estamos assistindo um filme cujo público alvo eram as crianças da época. Após o “violento” ataque do monstro gila gigante, nossos heróis acreditam que poderão acabar com a aberração da natureza com uns poucos litros de nitroglicerina. Nada mais prático!

O que mais salta aos olhos são os pavorosos efeitos especiais que o diretor Ray Kellogg preparou para seu próprio filme. A escala das maquetes (são todas tão mal feitas que ficam sempre perceptíveis) nunca funcionam quando o lagarto, um bicho real e de tamanho normal, está em cena. Há duas cenas hilárias que preciso destacar: O terrível ataque ao trem, que é um destes modelos em miniatura que as crianças usavam para brincar, é tão mal filmado que o público rola de rir. E, no ataque de gila ao salão, vemos o monstro gigante arrebentando uma parede e entrando na festinha dos jovens, só que claramente dá para notar que algum técnico do filme está empurrando o lagarto parede de isopor a dentro. O olhar de assustado do lagarto deixa tudo ainda melhor, dá prá ver claramente que o lagarto pensa: “Que porra estão fazendo comigo???” (espero que a produção não tenha comido o simpático bicho após as filmagens).

Com um orçamento de 175 mil dólares (bem alto para os padrões de diretores bagaceiros, Ed Wood, por exemplo, costumava filmar seus longas com orçamento médio de 70 mil dólares), foi produzido por Gordon McLendon, dono de uma cadeia de drive-ins. Gordon acabou se tornando um dos maiores acionistas da Columbia Pictures anos depois. Em 1981 produziu “Escape to Victory/Fuga para a Vitória” de John Huston e estrelado por Michael Caine, Sylvestre Stallone e Pelé.

Edgar Ray Kellogg, antes de “The Giant Gila Monster”, era técnico de efeitos especiais para a 20th Century Fox, tendo trabalhado em mais de 50 filmes, entre eles, “The Desert Fox: The Story of Rommel/A Raposa do Deserto” (1951) de Henry Hathaway, “Titanic” (1953) de Jean Negulesco, “The Desert Rats/Ratos do Deserto” (1953) de Robert Wise e “D-Day the Sixth of June/O Dia D” (1956) de Henry Koster, todos já lançados em DVD no Brasil. Ray ainda dirigiu “My Dog, Buddy” (1960) e “The Green Berets” (1968).

Simultaneamente à “The Giant Gila Monster”, a dupla Kellogg-McLendon também realizou outro clássico trash chamado “The Killer Shrews” (“O Ataque dos Roedores”, 1959, 68 min.), uma deliciosa bobagem fantástica sobre um capitão de navio (James Best) fazendo uma entrega de suprimentos para um grupo de cientistas (entre eles o produtor Gordon McLendon, completamente canastrão) numa ilha deserta, onde descobre que as experiências deram errado e acabaram por criar uma raça de roedores carnívoros gigantes (que, inacreditavelmente, são “interpretados” por cachorros vestindo umas ridículas peles para se parecerem com roedores mutantes, seja lá qual for a aparência de um roedor mutante). Boa parte da trama se passa na sala de uma casa na tal ilha deserta e são diálogos ditos com o péssimo sotaque dos atores, dizem que ninguém conseguia entender nada nos cinemas quando foi lançado.

“The Giant Gila Monster” e “The Killer Shrews” foram festejados como os primeiros longa-metragens produzidos inteiramente em Dallas, Texas. A Legend Films os coloriu por computador, deixando estes clássicos da ruindade artística com um clima ainda mais nostálgico. Ambos foram lançados em DVD aqui no Brasil pela Flashstar. “Gila!” (2012) de Jim Wynorski, produzido para a TV americana, é uma refilmagem do clássico “The Giant Gila Monster” que tenta manter o climão dos anos 50. E “Return of the Killer Shrews” (2012) de Steve Latshaw é uma espécie de volta à ilha onde o terrível ataque dos roedores começou. Tudo imperdível!

por Petter Baiestorf

Assista “The Giant Gila Monster” aqui:

Assista “The Killer Shrews” aqui:

Ido Zero Daisakusen

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , on outubro 4, 2011 by canibuk

Ido Zero Daisakusen (“Latitude Zero”, 1969), Direção: Ishiro Honda. Roteiro: Shinichi Sekizawa, Ted Sherdeman. Efeitos Especiais: Eiji Tsuburaya. Música: Akira Ifukube. Produção: Tomoyuki Tanaka. Elenco: Joseph Cotten, Cesar Romero, Patricia Medina, Akira Takarada, Richard Jaekel,Linda Haynes, Masumi Okada, Hikaru Kuroki, Tetsu Nakamura.

Um oceanógrafo japonês (Akira Takarada), um físico francês (Masumi Okada) e um jornalista americano (Richard Jaeckel) investigam estranhos fenômenos no fundo do mar, a oeste da Nova Guiné, latitude zero da Linha do Equador. Uma erupção vulcânica submarina faz com que o sino subaquático em que se encontram se desligue do navio-base. Eles são resgatados pelo capitão Craig (Joseph Cotten) e seu super submarino Alpha. Conhecem então uma metrópole submarina chamada Utopia, construída secretamente por um grupo de cientistas, onde as pessoas vivem quase eternamente, onde o ouro é destilado da água do mar e diamantes são utilizados como ferramentas corriqueiras. A cidade do fundo do mar é ameaçada pelo louco Malic (Cesar Romero) que auxiliado pela sinistra, exótica (e gostosa) comandante Kroiga (Hiraku Kuroki) e seu submarino Black Shark pretende dominar o local. Malic em sua base na ilha vulcânica de Blood Rock cria cientificamente seres híbridos e mutantes: ratos gigantes (homens em fantasias quase infantis), um homem-morcego (idem) e sua obra prima, um leão gigante com asas de condor e o cérebro humano de sua amante Kroiga (idêntico a um destes bonecos de pelúcia de se presentear namoradas no aniversário!). Malic seqüestra um cientista que havia desenvolvido um soro contra radioatividade e os heróis vestidos com roupas anti-balas e armados com luvas com lança-chamas, gás paralisante e raios laser embutidos (morra de inveja Mr.Bond!), atacam a ilha e enfrentam os monstrengos engraçados. O capitão Nemo… digo… Craig, transforma o Nautilus… ops… Alpha em um submarino voador (à lá “Atragon” outro filme japonês de ficção de l963) e destrói o covil do bandido que é morto pelo seu bichinho voador.

Recheado pelos mais ineptos efeitos especiais do mestre Eiji Tsuburaya (criador do imortal Godzilla/Gojira, assim como o diretor Ishiro Honda, que deviam bêbados de saquê ao trabalharem aqui), o filme “Latitude Zero” foi nitidamente produzido para tentar conquistar as bilheterias ocidentais. Modelado nas novelas de Jules Verne (principalmente “Vinte Mil Léguas Submarinas” e “A Ilha Misteriosa”), começou como uma super produção nipo-americana com elenco internacional. Segundo o ator Joseph Cotten em sua auto-biografia “Vanity Will Get You Somewhere”, o produtor picareta Don Sharp enviou seu elenco para o Japão as vésperas de sua empresa entrar em falência. Assim, os executivos da Toho foram obrigados a assumirem todos os custos da cara empreitada. O que se vê na tela são cenários de papelão, vestuário barato e de muito mau gosto (segundo a atriz Haynes, os uniformes eram baseados na série de TV “Star Trek”,outro sucesso da época), elenco super canastrão e os clássicos defeitos especiais. Este épico Trash, tem além das óbvias influências de Verne, ecos dos seriados de ficção dos anos 40, aventuras de James Bond, da série Batman dos anos 60 e foi baseado em uma novela de rádio escrita pelo co-roteirista Ted Sherdeman. Segundo o jornal Variety na época do lançamento: “Latitude Zero é uma mistura de monstros e ficção científica moralista com ritmo de historias em quadrinhos, portanto inocente e definitivamente divertido.”

Perfeito dentro deste ritmo farsesco da aventura está Cesar Romero, fazendo um vilão cheio de maneirismos e caretas maléficas. Afinal ele estava em casa, sua engraçada canastrice havia dado vida ao definitivo inimigo de Batman na TV, Coringa (Joker) em dezenas de episódios. Portanto de cenografia camp, uniformes coloridos, vilões engraçados e homens morcegos ele já era expert! Típico das maravilhosas misturebas do cinema oriental, o filme apesar de seu clima juvenil de sessão da tarde, tem na cena do transplante de cérebro (da vilã para o leão-de-pelúcia) detalhes explícitos e sangrentos. Apesar de seu charme de aventura Trash, “Latitude Zero” foi um fracasso de público no mundo todo e a Toho retornou as suas típica produções com monstros… de borracha.

escrito por Coffin Souza.

Trailers:

10 Clássicos Bagaceiros (anos 60) – parte 1

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 26, 2010 by canibuk

(Não teve jeito, tive que dividir essa década em duas partes porque é muita tralha cinematográfica genial prá escolher somente 10 filmaços maravilhosos).

Nos anos 60 os produtores vagabundos começaram a tomar conta do cinema mundial. Foi a década da sacudida no planeta Terra (que tá precisando de outra sacudida já) e dos roteiros inacreditáveis. Segue pequena listinha de 10 preciosidades (segunda parte da lista vem daqui uma semana) desta época de filmes feitos por um bando de marginaizinhos sem noção:

NUDE ON THE MOON” (1961) de Doris Wishman & Raymond Phelan.

Astronautas vão para a lua e descobrem um campo de nudismo por lá. Uma maravilha com interpretações geniais, bom humor e figurinos que inspiraram a NASA a fazer tudo certinho porque assim não dava prá ir pro espaço!!! Doris Wishman, na década seguinte, realizou uns filmes clássicos com a Chesty Morgan, voltarei a falar dela.

 http://www.imdb.com/title/tt0056293/

BATTLE OF THE WORLD(1961) de Antonio Margheriti, com Claude Rains e Giuliano Gemma.

Rains, o eterno homem invisível, faz um cientista ranzinza que prova a todos que está sempre coberto de razão em suas teorias e prevê todos os movimentos de um meteoro que vem em direção ao planeta Terra. Clássico dirigido pelo genial Margheriti (que foi responsável pela parte técnica do “Andy Warhol’s Frankenstein”) e realizou o clássico “Killer Fish” filmado no Brasil com aula de geográfia e de língua (caras vão de jipe da Bahia pro Amazonas em meia hora e nós falamos com sotaque de Portugal).

http://www.imdb.com/title/tt0054950/

KINGU KONGU Vs. GOJIRA(1962) de Ishirô Honda.

Delírios na produção que colocou King Kong e Godzilla frente a frente numa batalha entre meio à índios de olhos puxados. Na década de 60 Ishirô Honda só fez filmaços, outro dele que merece destaque é o “Matango” (1963) onde o povo cogumelo faz alguns reféns humanos numa sinistra ilha. O cinema japonês, nos anos 60, deu muitos clássicos pro cinema mundial, como “Jigoku” (1960, de Nobuo Nakagawa, o primeiro filme gore da história), “Onibaba” (1964, de Kaneto Shindô), “Kwaidan” (1964, de Masaki Kobayashi) e “Kyuketsuki Gokemidoro” (1968, de Hajine Sato, com uma cena copiada de forma descarada por Tim Burton quando fez “Mars Attack!”).

http://www.imdb.com/title/tt0056142/

“EL BARÓN DEL TERROR(1962) de Chano Urueta.

Um dos filmes mexicanos mais divertidos dos anos 60 onde um bruxo volta aos dias de hoje hoje para se vingar dos decendentes dos inquisidores que o mataram, com especial atenção nas cenas em que o bruxo vingador come o cérebro de seus algozes com colherzinha. A máscara de borracha do monstro é clássica (cada vez que ele aperta as mãos a cabeça de borracha pulsa falsamente) e os (de)feitos especiais lindos!!! Diversão imperdível!!!

http://www.imdb.com/title/tt0054668/

“SANTO CONTRA LOS ZOMBIES(1962) de Benito Alazraki, com: Santo, El Enmascarado de Plata.

Santo é um lutador mexicano que fez uma porrada de filmes de aventura que sempre misturavam elementos sobrenaturais/fantásticos em suas tramas. Santo é uma lenda no México. Neste filme aqui ele combate um cientista que está criando uma raça de zumbis canastrões. Na falta de um trailer pro filme em questão, posto vídeo de youtube que faz um apanhado bem bacana de quase toda a obra de Santo no cinema.

http://www.imdb.com/title/tt0055409/

INVASION OF THE STAR CREATURES(1963) de Bruno VeSota.

Lindas modelos extraterrestres vem ao planeta Terra com a intenção de dominar todo mundo. Bruno VeSota era um ator de filmes de baixo orçamento (fez vários com o Roger Corman, entre eles “The Wasp Woman”, “The Bucket of Blood”, “The Haunted Palace” e “I Mobster” e outros clássicos psychotronics como “Hells Angels on Wheels”, “The Wild World of Batwoman”, “Attack of the Giant Leeches” e muitos episódios em séries de TV como “Bonanza”, “Kojak” e “Mission: Impossible”) e como aprendeu com esses diretores pilatras, fez 3 longas divertidos demais (além do já citado “Invasion of the Star Creatures”, são dele ainda “Brain Eaters” de 1958 e “Female Jungle” de 1955).

http://www.imdb.com/title/tt0128274/

“THE MAN WITH THE XRAY EYES(1963) de Roger Corman, com Ray Milland.

Clássico da sci-fi mundial de todos os tempos, incrível o que Roger Corman fazia nos anos 60 com nada de dinheiro e muita criatividade. Nesta mesma década Corman ainda realizou vários outros filmes clássicos, como: “The Little Shop of Horrors” (1960), “Pit and the Pendulum” (1961), “Premature Burial” (1962), “Tales of Terror” (1962), “The Raven” (1963), “The Wild Angels” (1966), “The Trip” (1967), “The St. Valentine’s Day Massacre” (1967) e “Bloody Mama” (1970). Estavam querendo refilmar essa preocidade, mas espero que não saia essa refilmagem porque provavelmente vão estragar tudo com efeitos digitais modernos e algum ator com cara de adolescente idiota.

http://www.imdb.com/title/tt0057693/

SANTA CLAUS CONQUERS THE MARTIANS(1964) de Nicholas Webster.

Um dos meus filmes preferido de todos os tempos, aqui Papai Noel é raptado pelo Marcianos que estão interessados em recriar o Natal no planeta Marte. Genial!!!

Este filme serviu de inspiração para Tim Burton e Henry Selick quando filmaram o “The Nightmare Before Christmas” e a menininha deste filme, Pia Zadora, aparece no clássico “Hairspray” (1988) de John Waters no papel de uma beatnik.

http://www.imdb.com/title/tt0058548/

“THE INCREDIBLY STRANGE CREATURES WHO STOPPED LIVING AND BECAME MIXED-UP ZOMBIES” (1964) de Ray Dennis Stekcler.

Junto do clássico “The Horror of Party Beach” (também de 1964), este filme sobre desajustados que vivem num parque de diversões reclama prá sim o título de primeiro musical de horror da história do cinema. Mas na minha opinião nenhum dos dois é musical, em ambos os filmes há várias canções deliciosas, atores dançam, se divertem mas a música não é parte integrante da narrativa do filme. Ray Dennis Steckler fez ainda nos anos 60 um dos filmes que mais gosto: “Rat Pfink a Boo Boo”.

http://www.imdb.com/title/tt0057181/

THE HORROR OF PARTY BEACH(1964) de Del Tenney.

Aproveitando-se do sucesso dos filmes de praia que a produtora A.I.P. (dos produtores James H. Nicholson e Samuel Z. Arkoff que bancavam os filmes do Roger Corman nesta época) fazia nesta época, Del Tenney fez um filme de praia com muitas meninas de bikinis, monstros e surf music de primeira. Simplesmente adoro este filme e não me canso de reve-lo, o Monstro criado prá este filme é um dos meus preferidos de todos os tempos.

http://www.imdb.com/title/tt0058208/