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Loucos pelo Rabo da Sereia

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 28, 2016 by canibuk

Gums (1976, 70 min.) de Robert J. Kaplan. Com: Terri Hall, Brother Theodore, Robert Kerman e Jody Maxwell.

gums1Em 1975 o mundo foi tomado de assalto pelo lançamento de “Jaws/Tubarão” do jovem cineasta Steven Spielberg e o terror tomou conta das praias fazendo com que o cidadão comum ficasse escondido no conforto dos cinemas. Os produtores de cinema aproveitaram isso realizando, à toque de caixa, ótimas paródias para o grande sucesso . Aqui no Brasil, ainda no mesmo ano de lançamento de “Jaws”, Adriano Stuart botou no mercado o impagável “Bacalhau”. Nos USA o produtor Robert J. Kaplan resolveu parodiar o filme incluindo bem-vindas cenas de sexo explícito e lançou “Gums”, estrelado pela belezoca Terri Hall.

gums2“Gums” conta a história de uma pequena cidade costeira que é atacada por uma sereia que suga a energia vital de suas vítimas. O prefeito da cidade vai cobrar providências do xerife e enquanto discutem acaba recebendo um molhado boquete da secretaria do xerife (as cenas de insert da felação são a mais pura zoeira, não dando para saber se o ator branco ganhou um dublê de pau negro propositalmente ou se foi incompetência da produção). Em ótima referência ao filme “Moby Dick” (1956), de John Huston, surge o capitão Carl Clitoris (em seu uniforme nazista) e faz um inflamado discurso durante uma reunião dos líderes da cidade dizendo que vai acabar com a deliciosa criatura sugadora de homens. Em meio a uma legião de cidadãos loucos que caçam a sereia é, também, chamado o oceanógrafo Sy Smegma para resolver o problema e assim “Gums” vai ficando cada vez mais nonsense e parte para uma transa do xerife com sua esposa (que ao invés de mostrar a relação humana mostra dois cachorros em relação carnal) até que são interrompidos por Smegma que traz uma boneca inflável para ele e o delegado discutirem o que farão para combater a sereia. Assim a esposa do xerife, que ficou sozinha, chupa uma fantoche (pistas para o final do filme?) e, não saciada pelo boneco, se dirige até onde estão os heróis e transa com os dois enquanto nós do público acompanhamos uma cena, fora de contexto, que mostra uma mulher se esfregando num poney enquanto um pessoal feio se masturba alucinadamente. Mais bagunçado, impossível! Após essas liberdades libertinosas o filme volta a parodiar “Jaws” e os heróis seguem com um barco para o alto mar no intuito de eliminar a sereia boqueteira. Antes do final do filme ainda somos brindados com duas cenas memoráveis: primeiro a sereia sai d’água e bota sua aranha para brigar com a aranha de uma índia gostosa fazendo uma dança erótica após a briga e, já no barco, Smegma esta batendo uma punheta no banheiro e a sereia invade o barco pelo sanitário para chupá-lo. Como a mente dos produtores picaretas é uma explosão de criatividade cafajeste exemplar, na seqüência final as personagens masculinas se tornam fantoches para o enfrentamento final, e mortal, com a estranha criatura marítima sugadora de homens.

gums3“Gums teve a direção de Robert J. Kaplan que não seguiu na carreira cinematográfica. Seu primeiro trabalho foi no curta-metragem “Geronimo Jones” (1970) de Bert Salzman, o suficiente para que ele se animasse com a indústria de cinema. Em 1972 Kaplan usou suas economias para levantar a produção da comédia dramática musical “Scarecrow in a Garden of Cucumbers”, uma tranqueira estrelada por Holly Woodlawn que anos antes havia estado no elenco de “Trash” (1970) e “Women in Revolt” (1971), ambos filmes de Paul Morrissey, e Tally Brown, atriz que também pertencia ao círculo de Andy Warhol, tendo estrelado “Batman Dracula” (1964); “Camp” (1965) e “****” (1967), todos com direção do mago do pop. Sua última tentativa com cinema foi justamente “Gums” na esperança de lucrar com o mercado adulto.

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Terri Hall

O elenco de “Gums” é uma espécie de seleção “The Best” dos filmes adultos da década de 1970, a começar pela lindíssima Terri Hall no papel da sereia tarada. Terri, nascida em 1953 e falecida em 2007, esteve no elenco de inúmeros clássicos do cinema pornô. Em 1975 participou do rape and revenge “Terri’s Revenge!” dirigido pelo ator Zebedy Colt; logo em seguida fez “The Story of Joana” (1975), drama adulto classudo de Gerard Damiano, onde interpretou a personagem título; “The Divine Obsession” (1976), produção da fase pornô de Lloyd Kaufman (usando o pseudônimo Louis Su) que depois viria a se tornar o presidente-fundador da Troma; “Honey Pie” (1976) de Howard Ziehm (não creditado), que dois anos havia realizado o imperdível “Flesh Gordon” em parceria com Michael Benveniste. “The Opening of Misty Beethoven” (1976) de Radley Metzger, que assinava suas obras com o nome Henry Paris (pornófilos lembrarão dele); “Fantasex” (1976), produção da fase pornô de Roberta Findlay (usando o pseudônimo Robert Norman); “Sex Wish” (1976) de Victor Milt (sob pseudônimo de Tim McCoy); “The Ganja Express” (1978) de Richard MacLeod, uma tentativa no cinema exploitation. Jody Maxwell, que em “Gums” interpretava a “Miss Mayhem”, esteve no elenco do blaxploitation “Bucktown” (1975) de Arthur Marks, onde dividiu cena com Fred Williamson e Pam Grier; foi atriz principal no pornô “The Devil Inside Her” (1977) de Zebedy Colt (também com Terri Hall); e nos clássicos adultos “The Satisfiers of Alpha Blue” (1980) de Gerard Damiano e “A Girl’s Best Friend” (1981) de Henri Pachard. Crystal Sync, que em “Gums” usa o pseudônimo de Rachel McCallister, trabalhou em mais de 40 filmes, quase sempre usando nomes diferentes. Em “The Night of Submission” (1976) de Joe Davian, assinou como Petula Smith; em “The Incredible Torture Show” (1976), mais conhecido pelo título alternativo “Bloodsucking Freaks” de Joel M. Reed, assinou como Erica Wolfe; em “The Fox Affair” (1978) de Fereidun G. Jorjani, assinou como Eden Whitefield e no clássico “Maraschino Cherry” (1978) de Radley Metzger (Henry Paris), como Jenny Lind. Confuso? Crystal usou ainda outros pseudônimos como Chriss Williams, Inga Fox, Erica Baron, Eleanor Barnes, Cara Mogul, Sandy Long, Melinda Sol e outros nomes para (tentar) se proteger da hipocrisia humana que aceita psicopatas assassinos mas condena atrizes pornôs. Curiosamente ela assinou com seu nome alguns filmes, como o pornô de William Lustig “The Violation of Claudia” (1977); “Punk Rock” (1977), putaria de Carter Stevens e “The Tiffany Minx” (1981) de Roberta Findlay não creditada.

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Atores de “Gums” se divertindo.

Entre os atores de “Gums” encontramos Brother Theodore” (nascido Theodore Gottlieb) que iniciou sua carreira cinematográfica em “The Strange/O Estranho” (1946) de Orson Welles e depois passou a freqüentar produções B com grande afinco. Também abrilhantou lixos como “Horror of the Blood Monsters” (1970) de Al Adamson; “Gang Wars” (1976), uma mistura envolvendo kung fu e demônios malignos saídos da cabeça do diretor Barry Rosen; o vampiresco “Nocturna” (1979) de Harry Hurwitz (sob pseudônimo de Harry Tampa), até a produção hollywoodiana “The ‘Burbs/Meus Vizinhos São um Terror” (1989) de Joe Dante, divertida comédia estrelada por um Tom Hanks antes da fama. E o Richard Lair creditado em “Gums” (que intrepretou o papel de Sy Smegma) é Richard Bolla (seu nome real é Robert Charles Kerman), uma lenda da indústria pornô americana tendo estrelado mais de 180 filmes, de filmes adultos  clássicos como “Debbie Does Dallas” (1978) de David Buckley (sob pseudônimo de Jim Clark), passando por filmaços do porte de “Cannibal Holocaust” (1980) de Ruggero Deodato e “Mangiati Vivi/Os Vivos Serão Devorados” (1980) de Umberto lenzi, até blockbusters como “Spider-Man/Homem-Aranha” (2002) de Sam Raimi em início da decadência. O pornô, definitivamente, esconde inúmeros (e variados) talentos.

Como curiosidade: a música de “Gums” foi composta por Brad Fiedel em início de carreira, anos depois ele realizou trabalhos famosos em super-produções como “The Terminator/O Exterminador do Futuro” (1984) de James Cameron e “Fright Night/A Hora do Espanto” (1985) de Tom Holland.

por Petter Baiestorf.

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The Island

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 14, 2012 by canibuk

“The Island” (“A Ilha”, 1980, 109 min.) de Michael Ritchie. Com: Michael Caine e um bando de dublês feios e sujos.

Já teve um tempo que os blockbusters americanos ousavam mais, tentavam ser inventivos e apostavam em riscos maiores, sempre com o nobre objetivo de surpreender o espectador. Neste “The Island”, superprodução escrita por Peter Benchley, somos apresentados à uma região do Caribe onde barcos de turistas estão sumindo e as pessoas sendo brutalmente assassinadas. Michael Caine é um jornalista que, com seu filho pré-adolescente fanático por armas de fogo a tira colo, compra lugares em um avião de carga para ir até o Caribe investigar o que está acontecendo. Algo já começa errado quando o piloto bêbado “esquece” de baixar o trem de pouco do avião e tudo vai pelos ares numa cena digna da série “Indiana Jones”. Após ser interrogado pelas autoridades do aeroporto, Caine e seu filho alugam um barco e vão pescar (parte de uma promesa que o jornalista fez ao filho que queria ir prá Disneylândia) e são seqüestrados por piratas modernos (mas descendentes de piratas do século XVII). No cativeiro os piratas fazem uma lavagem cerebral na criança e o tornam um aprendiz na arte da pirataria. Caine é mantido vivo por motivos de procriação, visto que de tempos em tempos o pequeno povoado de piratas precisa de sangue novo para manter sua linhagem saudável. O que parecia ser, de início, um filme de horror, logo se torna um filme de ação/aventura e presenciamos um autêntico ataque pirata em pleno século XX, com os engraçados piratas abordando um barco de traficantes de cocaína. Nesta cena uma ótima surpresa, um dos traficantes luta kung fu em estilo Bruce Lee e dá uma surra em vários piratas perplexos que nunca haviam visto nada igual, se tornando minha cena preferida do filme. Logo a guarda costeira chega na ilha dos piratas e temos um climax maravilhoso e inusitado que lembra o final do posterior “Rambo 4” (2007) de Sylvester Stallone.

“The Island” está longe de ser o melhor filme do mundo, mas cumpre bem seu papel de divertir e surpreender o público. E tem um climão de sujeira que outros blockbusters não possuem. Os piratas aqui retratados são sujos, a maioria desdentados e doentes. O cenário caribenho é ótima, colaborando com a idéia de um grupo de homens perdidos no tempo, vivendo de acordo com seu próprio código moral. Como sempre fui fã de Michael Caine, achei-o muito bem aproveitado, passando a idéia de que realmente poderia sim ser um jornalista pronto prá ação desenfreada. A cena de explosão do avião e de um barco são discretas (para os padrões dos blockbusters atuais), mas razoáveis (confesso que quando fiquei sabendo que este filme custou 22 milhões de dólares, achei as explosões bem meia bocas). O elenco mirim convence e os atores que fazem os piratas estão hilários; como é bom ver filmes com gente feia fazendo asneiras. O ponto fraco é que essa história poderia render mais demências e depravações sexuais, mais gore e violência extrema, se tivesse sido dirigido por algum diretor mais sem noção. Joe D’Amato, Jesus Franco ou Jean Rollin teriam feito bonito com este roteiro.

“The Island” é dirigido por Michael Ritchie, um diretor da geração Spilberg-Coppola que nunca atingiu o status de “autor”, que em 1969 dirigiu “Downhill Racer”, drama sobre corridas de esqui estrelado por Robert Redford e Gene Hackman. Em um tempo que o cinema americano tinha o que dizer, fez “The Candidate” (1972), filme político novamente estrelado por Redford e “Prime Cut” (1972), sobre a escravidão do sexo feminino, estrelado por Sissi Spacek (em seu primeiro papel creditado) e Lee Marvin e Gene Hackman. O infantilóide “The Bad News Bears” (1976), estrelado por Walter Matthau no papel de um treinador alcoólatra que treina o pior time de beisebol dos USA, que foi um grande sucesso de bilheteria. Depois de vários filmes bobos como “Semi-Tough” (1977) e “An Almost Perfect Affair” (1979), dirigiu este vigoroso “The Island”. Tomando gosto pelo horror, digiriu o filme “Student Bodies” (1981), uma paródia aos slashers que faziam sucesso no início dos anos 80, só que não pode ter seu nome creditado como diretor porque trabalhou durante uma greve dos profissionais da direção e as regras do sindicato não permitem que seja dado créditos durante greves. Em 1985 dirigiu o comediante Chevy Chase em “Fletch”, parceria repetida no superior “Fletch Lives” (1989). Tomando gosto por dirigir comediantes, fez com Eddie Murphy “The Golden Child/O Rapto do Menino Dourado” (1986), seu maior sucesso (originalmente o filme era para ter sido dirigido por John Carpenter) e “The Couch Trip” (1988) com Dan Aykroyd e Waletr Matthau. Depois destes dirigiu uma série de filmes ruins, vindo a falecer em 2001 em decorrência do câncer de próstata.

A equipe-técnica desta produção incluia o escritor e roteirista Peter Benchley, mundialmente famoso pelo romance “Jaws”, adaptado para o cinema por Steven Spielberg em início de carreira. Benchley, depois de formado, trabalhou no jornal The Washington Post e na seqüência escreveu os discursos do presidente Lyndon Johnson (“The Werewolf of Washington” é sobre Benchley). A trilha sonora é do sempre genial Ennio Morricone, compositor que dispensa apresentações. Se tornou uma lenda compondo as trilhas sonoras dos filmes de Sergio leone e não parou mais. Nos efeitos especiais “The Island” contou com uma ajudinha não creditada de Stan Winston. No elenco o sempre correto Michael Caine, ator inglês que fez a fama em filmes de ação/aventura interessantes como “Zulu” (1964) de Cy Endfield; “Billion Dollar Brain” (1967) de Ken Russell; “Play Dirty” (1969) de André DeToth; “Get Carter” (1971) de Mike Hodges; “The Man Who Would be King/O Homem que Queria ser Rei” (1975) de John Huston; “A Bridge too Far” (1977) de Richard Attenborough; “The Swarm/O Enxame” (1978) de Irwin Allen; “Dressed to Kill/Vestida Para Matar” (1980) de Brian De Palma; o trash involuntário “The Hand” (1981) de Oliver Stone e tantos outros filmaços que é impossível listar tudo aqui. Como curiosidade, os piratas do filme são, em sua maioria, interpretados por dublês, o que explica o visual acabadão,com dentes quebrados e cicatrizes nos rostos, e olhares com expressão de demência.

Quando lançado nos cinemas “The Island” teve um resultado negativo entre os críticos e um fraco desempenho nas bilheterias. Ganhou status de cult-movie com os fãs do escritor Benchley e do ator Caine, que redescobriram este pequeno clássico em DVD. Aqui no Brasil foi lançado em DVD pela distribuidora New Way Filmes com o título de “A Ilha” e imagem bem ruinzinha, pelo valor de 14.90.

por Petter Baiestorf.

Quel Maledetto Treno Blindato

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 4, 2012 by canibuk

“Quel Maledetto Treno Blindato” (“The Inglorious Bastards/O Expresso Blindado da SS Nazista”, 1978, 99 min.) de Enzo G. Castellari. Com: Bo Svenson, Fred Williamson e Peter Hooten.

Este filme é uma das obras-primas do diretor italiano Enzo Castellari. Com um senso de humor característico do cinema italiano (onde os heróis nunca são perfeitos, nem bons, em tempo integral) ele nos conta a história de cinco problemáticos soldados que são avessos à disciplina do exército e que estão presos. Quando o comboio que os levava à prisão militar é atacado por aviões alemães surge a oportunidade deles fugirem em direção a Suiça (país neutro). Em fuga o grupo logo se une a um desertor alemão e vai se metendo numa sucessão de situações absurdas (como quando encontram várias mulheres peladas tomando banho num rio e elas se revelam soldadas do Terceiro Reich), até que encontram um suspeito grupo de sete soldados alemães e, na dúvida, passam chumbo em todos. Quando nossos anti-heróis são capturados pela Resistência Francesa ficam sabendo que os setes soldados alemães que eles mataram eram, na verdade, soldados americanos disfarçados para a realização de uma importante missão de sabotagem. Sem opções de escolha o grupo de bastardos precisa tomar o lugar dos soldados americanos mortos e realizar, por conta e risco, a missão (quase) suicida e são enviados para sabotar o foguete V2 que está sendo transportado naquele maldito trem blindado da SS nazista.

Escrito pelos roteiristas Sandro Continenza, Sergio Grieco, Franco Marotta, Romano Migliorini e Laura Toscano, “Quel Maledetto Treno Blindato” (que originalmente se chamava “Bastardi Senza Gloria”) é um dos poucos filmes onde várias cabeças criaram situações complementares que nunca deixam o ritmo cair (vários roteiristas num mesmo filme geralmente resulta em filmes medíocres). É uma sucessão incrível de cenas memoráveis magistralmente dirigidas por Enzo Castellari em grande forma, que na época já era famoso por ter dirigido algunas clássicos do spaghetti western como “Vado… L’Ammazzo e Torno” (“Vou, Mato e Volto”, 1967), “Quella Sporca Storia nel West” (“Johnny Hamlet/Deus Criou o Homem e o Homem Criou o Colt”, 1968) e “Keoma” (1976).

Castellari nasceu em Roma e seu verdadeiro nome é Enzo Girolami (sobrenome este que desperta paixões em fãs do horror italiano, seu pai é o diretor Marino Girolami, diretor do clássico “Zombie Holocaust” (1980), mais popularmente conhecido por seu título americano: “Dr. Butcher M.D.”). Enzo foi o responsável por ótimos filmes de gênero, geralmente imitações inventivas de grandes sucessos americanos, como os bem sucedidos (de bilheteria) “1990: I Guerrieri del Bronx” (“Os Guerreiros do Bronx”, 1982), “I Nuovi Barbari” (“The New Barbarians”, 1983) e o ótimo “Fuga del Bronx” (1983), ficção de ação do qual sou muito fã, tanto que a personagem “Chibamar Bronx” (que aparece no meu longa “Raiva”, 2001) é uma homenagem à Sonny Chiba e ao bairro do Bronx deste filme. Mas nem tudo foi alegria, em 1981 a Universal Studios o processou por plágio e seu filme “L’Ultimo Squalo” (“O Último Tubarão”) teve que ser retirado dos cinemas devido as similaridades com “Jaws” de Spielberg. Nos anos da década de 1990 a indústria cinematográfica italiana faliu e Castellari foi trabalhar dirigindo filmes para canais de TV de seu país.

Curiosidades: A primeira tentativa de se produzir “Quel Maledetto Treno Blindato” aconteceu nos USA e era para ter sido dirigido pelo hoje cult diretor Ted V. Mikels (“The Astro-Zombies“, 1968) que não se animou com o roteiro (que até então era uma imitação do clássico “The Dirty Dozen”). Sou um grande fã de Mikels e gostaria de ver como ele teria estragado este roteiro. Também existe uma versão re-editada deste filme onde os produtores cortaram várias cenas para fazer parecer que Fred Williamson (ator figurinha em spaghetti westerns, como “Take a Hard Ride/Cavalgada Infernal” (1975) de Antonio Margheriti ou “Adiós Amigo” (1976) com direção dele mesmo) era o ator principal e lucrar com o fenômeno Blaxploitation.

Nos USA saiu uma versão em DVD, pela Severin Films, com 3 discos lotados de extras e uma versão remasterizada. Aqui no Brasil, infelizmente, foi lançado pela Cultclassic sem extra nenhum e qualidade de imagem de VHS ripado.

Veja o trailer deste clássico: