Arquivo para macabro

Vigor Mortis

Posted in Arte e Cultura, Cinema, Literatura, Teatro with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 16, 2013 by canibuk

Paulo Biscaia Filho e BaiestorfNo mês de novembro conheci o cineasta Paulo Biscaia Filho que me levou à Curitiba para a segunda edição do evento “Madrugada Sangrenta”, uma festa do cinema de horror que consiste em fazer jorrar sangue falso no público enquanto os filmes são exibidos na tela (nesta segunda edição do evento foram exibidos “Evil Dead 2” (1987) de Sam Raimi, “Nervo Craniano Zero” (2012) de Paulo Biscaia Filho e “Zombio 2: Chimarrão Zombies” (2013), meu último longa). E preciso dizer que o longa de Paulo me surpreendeu em todos os sentidos (tem um roteiro bem construido aliado à interpretações perfeitas, cenários e efeitos especiais ótimos e é, com certeza, um dos grandes momentos do horror nacional dos últimos anos).

Paulo Biscaia Filho é mestre em Artes pela Royal Holloway University of London e dá aulas de teatro e cinema na faculdade de Artes do Paraná. Na Companhia Vigor Mortis dirigiu montagens teatrais de peças Grand Guignol como “Morgue Story” (que virou filme em 2009), “Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho”, “Snuff Games”, “Graphic” e “Nervo Craniano Zero”. Atualmente ele está com a peça “Marlon Brandon, Whiskey, Zumbis e Outros Apocalipses” em cartaz. Humor negro delicioso, cultura pop e inventividade fazem o cardápio de sucesso de Paulo e sua Vigor Mortis.

Neste encontro com Paulo ganhei dois álbuns que quero indicar à todos:

Vigor Mortis ComicsO primeiro é “Vigor Mortis Comics”, um álbum de quadrinhos dementes que são imperdíveis. Contando com a ajuda dos quadrinistas José Aguiar e DW Ribatski, Biscaia nos legou um punhado de HQs hilárias, onde as personagens de suas peças teatrais ganham novas histórias carregadas de humor negro, cinismo e alguns toques picantes do bom e velho sexo (a demência sem sexo nunca é completa!). São oito histórias envolvendo zumbis, necrofilia, vampiros, putas e desajustados sociais com histórias cafajestes que nos deixam com aquele sorrisão de sadismo no rosto. Destaco duas HQs que gostei muito, “Oswald Apaixonado”, que tem um roteiro parecido com o filme-bomba “Warm Bodies/Meu Namorado é um Zumbi” (2013), só que aqui verdadeiramente mais sarcástico e com uma visão mais adulta (mesmo que essa visão mais adulta pareça ser de um eterno adolescente de 40 anos); e, “Corra Cataléptico, Corra”, perversa HQ que investiga os obscuros caminhos irracionais da mente humana. “Vigor Mortis Comics” é impecável.

O segundo álbum é “Palcos de Sangue” e traz os roteiros teatrais das peças “Morgue Story”, “Graphic” e “Nervo Craniano Zero”, além de uma inspiradora introdução ao maravilhoso mundo absurdo do teatro Grand Guignol. Não sou um ardoroso fã do teatro (sempre preferi cinema, quadrinhos e pinturas), mas foi uma boa experiência tomar contato com os roteiros destas peças, pois a partir do momento em que você toma contato com a construção de artes que não domina, passa também a respeitá-las ainda mais. “Palcos de Sangue” é item obrigatório para quem faz (ou pensa fazer) teatro.

Ambos os álbuns podem ser adquiridos no site http://www.vigormortis.com.br ou e-mail vigormortis@vigormortis.com.br

por Petter Baiestorf.

Palcos de Sangue

A Triste, Porém Alegre, História do Membro de Mao

Posted in Bizarro, canibalismo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 12, 2012 by canibuk

Mao Sugiyama quando criança adorava se vestir com as roupas das irmãs, ao que tudo indicava seria um transformista. Ao chegar na adolescência começou a se considerar o “Assexual de Tokyo”. Assexuais são pessoas que, em teoria (eu, na qualidade de tarado, não consigo imaginar alguém assexuado), não se interessam sexualmente por nenhuma criatura/objeto, seja homem, mulher, animais, enguias ou sofás. Ao completar 22 anos de idade Mao resolveu passar por uma cirurgia de remoção de seu incômodo órgão genital masculino e o guardou na geladeira de sua pequena kitnet. Alguns dias depois, já recuperado da complexa cirurgia, postou o seguinte tweet:

“[Por favor, retweet] Estou oferecendo meus órgãos genitais masculino (pênis inteiro, testículos, escroto) como refeição por 100 mil ienes. Será preparado cozido como desejar o comprador em local à ser combinado.”

No dia 13 de abril (passado), depois que exames comprovaram que o órgão era saudável, o membro de Mao foi cortado em pedacinhos e preparado com cogumelos e salsa italiana, acompanhado de pratos extras à base de crocodilo. Cinco pessoas se deliciaram com o, segundo eles, delicioso pênis de Mao. Uma sexta pessoa que iria participar do banquete desistiu e o evento foi uma atração para inúmeras pessoas que compareceram somente para ver tal ato histórico com seus próprios olhos.

No dia seguinte Mao Sugiyama postou fotos do banquete em seu blog (atualmente fora do ar). Como o banquete causou comoção entre os cidadãos mais conservadores do Japão, as autoridades foram chamadas e acabaram chegando a conclusão de que o banquete foi legal, já que não há leis contra canibalismo naquele país.

Sou um defensor de que as pessoas devem fazer o que curtem e achei que o governo japonês soube entender bem os desejos das pessoas envolvidas. Se Mao odiava seu pênis e hoje é mais feliz sem seu membro, ótimo! E aproveitar o membro num jantar que saciava os instintos canibais de cinco cidadãos livres, melhor ainda. Vivemos numa época que não se permite desperdícios (só não precisava servir carne de crocodilo junto do exótico prato culinário que Seabrook tanto adorou, como vegetariano não aprovo a morte de animais para alimentação). O que me preocupa é a sexta pessoa, que na hora “H” desistiu de experimentar tão rara iguaria, uma pessoa assim, que combina algo e não cumpre, tem problemas e deveria ser investigada.

Preparando o membro de Mao.

Raríssimo manjar já cozido e pronto para ser servido com cogumelos e salsa.