Arquivo para mulher pelada

Boca do Lixo Style: Download do Sexo Sangrento

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“Vadias do Sexo Sangrento” (2008, 30 min.) escrito, fotografado, produzido e dirigido por Petter Baiestorf. Maquiagens gore de Carli Bortolanza. Edição de Gurcius Gewdner. Com: Ljana Carrion, Lane ABC, Coffin Souza, PC, Jorge Timm e Petter Baiestorf.

lane-abc-chainsaw-em-vadias-do-sexo-sangrentoAo elaborar o “Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!!” (2007), já pensei numa espécie de trilogia da carne, que se seguiu com este “Vadias do Sexo Sangrento” (2008) e “O Doce Avanço da Faca” (2010). Todos com duração de média-metragens para, num futuro próximo, relançá-los como um longa em episódios intitulado “Gorechanchada – A Delícia Sangrenta dos Trópicos”. Inclusive neste ano de 2016 realizei uma exibição deste projeto “Gorechanchada” no Cinebancários de Porto Alegre com grande participação de público, como todos que ali estavam já conheciam os filmes rolou aquele climão de algazarra que tanto faz com que as sessões Canibal Filmes sejam a diversão que são.

ljana-carrion-coffin-souza-em-vadias-do-sexo-sangrento“Vadias” foi filmado no início do inverno de 2008 em 4 dias de filmagens e um orçamento de R$ 5.000,00. Reuni praticamente a mesma equipe de “Arrombada” (que já estava afinada) acrescida de Lane ABC e Jorge Timm (que não estava no elenco do filme anterior por estar em Tocantins). Com um roteiro melhor em mãos, cheio de metalinguagem (tentando avançar nas ideias que estava desenvolvendo na época em produções como “Palhaço Triste” (2005) e “A Curtição do Avacalho” de 2006) e pouca abertura para improvisações, fomos pro Rancho Baiestorf rodar um filme que deveria parecer improvisado do início ao fim (gosto da leveza que o clima de improvisação dá numa produção).

vadias-do-sexo-sangrentoNão lembro de nenhum contra tempo nas filmagens de “Vadias”. Foi um daqueles raros casos em que tudo deu certo e não tivemos problemas. Filmávamos apenas durante o dia (acho que apenas duas ou três seqüências que foram filmadas à noite) e ao anoitecer rolava um jantar regado à muita bebida, o que deixava a equipe e elenco bem descontraídos. O frio ainda não estava castigando, o que foi essencial para manter o bom humor do elenco que passava 90% do tempo pelado pelo set. Amo filmar com equipe reduzida, 12 pessoas no set (incluindo elenco) é o que considero o ideal, bem diferente de “Zombio 2” onde tivemos 72 pessoas trabalhando sem parar durante 23 dias.

ljana-baiestorf-e-coffin-em-vadias-do-sexo-sangrentoO lançamento do filme rolou num esquema muito parecido com o que já havíamos feito com o “Arrombada” e o relançamento de “Zombio” (1999). Desta vez resgatamos e re-editamos o policial gore “Blerghhh!!!” (1996) para relançar e completar o programa das exibições. Logo nos primeiros meses computamos 5 mil espectadores para o filme (em salas alternativas, cineclubes e mostras independentes) e as vendas do DVD duplo do filme foram de quase mil cópias. Possibilitou a produção de “Ninguém Deve Morrer” (2009) e a parte final da trilogia, “O Doce Avanço da Faca” (2010).

Todas as histórias de filmagens de “Vadias” irei contar no livro de bastidores que estou elaborando. Aguardem!!!

Para ler o roteiro de Vadias do Sexo Sangrento.

Para baixar VADIAS DO SEXO SANGRENTO.

Comprar DVD duplo de “Vadias do Sexo Sangrento” com extras e inúmeros curtas da Canibal Filmes de brinde, entre na loja MONDO CULT.

por Petter Baiestorf.

Fotos de bastidores de Vadias:

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Lane ABC e Ljana Carrion.

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Filmagens tão animadas que todos dançavam o tempo inteiro.

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Sangue cor de rosa.

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Bortolanza preparando o elenco.

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Ljana Carrion.

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Lane ABC, Ljana, Bortolanza e Jorge Timm.

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Lane, Ljana e Bortolanza.

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Jorge Timm.

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Lane e Ljana.

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Tapando as vergonhas.

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Souza e Ljana prontos para filmar.

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PC sendo preparado por Bortolanza para a massagem anal.

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PC tento prazeres incontroláveis com a massagem anal.

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Claudio Baiestorf cuidando das motosserras.

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Lane e Souza in Brazilian Chainsaw Massacre.

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Eu olhando pro pinto de Souza.

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Bortolanza, PC e Jorge Timm: Equipe dos sonhos delirantes.

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“Me dê uma expressão de horror!”

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Carli Bortolanza.

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Souza olhando pro pinto de PC.

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Elio Copini, Souza e Timm fiscalizando o orifício pomposo de PC.

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Jorge Timm pronto para receber Lane ABC em seu interior.

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Lane ABC autografando a barriga de Jorge Timm.

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Eu subindo numa árvore para tomadas aéreas.

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Eu tentando descobrir ângulos.

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Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Download!!!

Posted in Cinema, download, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 21, 2016 by canibuk

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“Arrombada – Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!” (2007, 42 min.) escrito, fotografado, produzido e dirigido por Petter Baiestorf. Maquiagens gore de Carli Bortolanza. Edição de Gurcius Gewdner. Com: Ljana Carrion, Coffin Souza, PC, Gurcius Gewdner e Vinnie Bressan.

Inspirado pelo caso do Juiz Lalau escrevi o roteiro de “Arrombada” em uns 3 dias e chamei uma equipe extremamente reduzida para filmar tudo em 4 dias. Minha ideia era realizar um sexploitation, com muitas cenas de sexo quase explícito, que fosse uma crítica ao poder, mostrar um senador (que também era juiz de direito) se aproveitando da impunidade no Brasil para cometer os mais terríveis crimes, sempre ajudado por seus cães fiéis (um religioso e um profissional liberal, não incluí um militar no bando porque queria deixar a segurança completamente de fora do filme, sem mostrar absolutamente nenhum cão fardado). O filme está cada vez mais atual diante o cenário político – e social – brasileiro, apesar de minha abordagem com toques de humor nonsense em algumas partes do filme.

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As filmagens de “Arrombada” aconteceram no inverno de 2007 e foram extremamente rápidas e sem contratempos. O único problema mais grave que aconteceu durante as filmagens foi que nossa câmera parou de funcionar numa madrugada de externas por causa da umidade, fazendo-nos perder aquela madrugada de trabalhos já que tínhamos apenas uma câmera na produção. Sim, o filme foi feito com orçamento nenhum (acredito que gastamos, ao final de tudo, R$ 1.500,00 na produção). Durante as filmagens algo engraçado era ver a agonia de Coffin Souza com aquele bigodinho Adolf Hitler Stylle, ele estava visivelmente envergonhado de estar usando o bigode daquele jeito, tanto que quando encerramos as gravações a primeira coisa que fez foi ir no banheiro retirar o tal bigodinho da vergonha. Um de nossos passatempos durante as filmagens era convidar ele pra ir até no mercadinho da vila onde estávamos filmando (ele nunca foi junto, lógico).

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Vinnie Bressan, Gurcius, Souza (já sem o bigodinho da vergonha) e Ljana na bebedeira de encerramento das filmagens de “Arrombada”.

Por ser frio demais durante as filmagens, a equipe e elenco se aquecia bebendo vinho vagabundo. Acho que a equipe completa foi Carli Bortolanza, Ljana Carrion, Vinnie Bressan, Gurcius Gewdner, Coffin Souza, PC, Elio Copini, Claudio Baiestorf e eu. Como não rodamos making off desta produção posso estar esquecendo alguém.

cartazarrom“Arrombada” foi lançado em alguns cinemas de SC ainda em 2007, fazendo uma espécie de complemento ao longa-metragem “Mamilos em Chamas” do meu grande amigo Gurcius Gewdner, era uma sessão bastante única na história do cinema brasileiro e o público se divertia demais, nenhuma das sessões foi comportada. No lançamento de “Arrombada” botamos a banda de industrial harsh A Besta para animar o público antes e depois da sessão, também promovemos o re-lançamento de “Zombio” (1999) para essa ocasião e depois desmembramos o programa, com “Arrombada” fazendo sua bilheteria e “Zombio” tendo o re-lançamento à parte. Para as sessões na região de Palmitos/SC, mandei confeccionar um grande cartaz onde se lia “Filmado com meninas da região” e “Não ria!!! Sua irmã pode estar neste filme!!!”, claro que lotou as sessões de caras sedentos pelas garotas da região (Ljana era de Florianópolis, mas a magia do cinema exploitation deve ser mantida). Essas sessões de Palmitos realizamos, ainda, em clima de “proibição”, pessoal chegava meio que escondido nas sessões, tendo um gostinho de estar vivendo nos tempos da lei seca ou da censura militar brasileira. O público adora se sentir parte de algo secreto, é importante fazê-los acreditarem que estão participando de algo fora-da-lei. Claro que o que funcionava 10 anos atrás não quer dizer que ainda funcionará nos dias de hoje.

Para ler o roteiro de Arrombada.

Para baixar ARROMBADA – VOU MIJAR NA PORRA DO SEU TÚMULO!!!

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por Petter Baiestorf.

Veja o trailer de “Arrombada” aqui:

Algumas fotos de bastidores:

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Gurcius experimentando o olho arrombado.

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Preparando a carne para o churrasco dos poderosos.

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Baiestorf dirigindo Ljana e Souza.

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Ljana repensando a vida e passando frio.

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Ljana sendo maquiada por Carli Bortolanza.

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Repassando o roteiro.

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Elenco se diverte enquanto a equipe técnica prepara alguma tomada.

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Ljana e Souza.

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Baiestorf, Souza e PC.

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Elio Copini colocando as fraldas em Carli Bortolanza.

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Gurcius e Vinnie.

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Erros de gravação geram risadas intermináveis.

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Vinnie e Carli em seu momento Zatoichi.

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Carli Bortolanza preparando o sapato do senador.

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Como cegar um senador.

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Claudio Baiestorf, Ljana, Vinnie e Souza se aquecendo na madrugada fria.

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Repassando o roteiro na madrugada.

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Bortolanza empalando Vinnie.

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Mangueirinhas do chafariz anal.

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Ljana e Gurcius esperando a chamada pra filmar.

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O Chafariz anal de “Arrombada” funciona!!!

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Vinnie e Claudio Baiestorf.

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Kiss me Quick!

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 14, 2016 by canibuk

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Kiss Me Quick! (1964, 66 min.) de Peter Perry Jr. Com: Max Gardens, Frank A. Coe, Jackie De Witt, Claudia Banks, Althea Currier e Pat Hall.

Kiss me Quick5.jpgEste nudie cutie clássico sintetiza tudo que o fã de filmes obscuros busca: é alucinado, é nonsense, é bobo e, por isso mesmo, é diversão despretensiosa o tempo todo (algo em voga naqueles anos de 1960 com lindezas do porte de “Nude on the Moon” (1961) de Doris Wishman ou “House on Bare Mountain” (1962) de Robert Lee Frost). Neste “Kiss Me Quick!” temos um tiquinho de história que é mero pretexto para que lindas garotas terráqueas fiquem peladas. Sterilox (Frank A. Coe) é o assexuado embaixador de um distante planeta que chega à Terra em busca de fêmeas para reprodução e cai nas mãos de um cientista louco (Max Gardens) que faz um tratamento no alienígena frígido com deliciosas robôs sexys que dançam sem parar ao redor do estranho visitante espacial acompanhadas do Drácula e do Monstro de Frankenstein (entre as garotas peladas está Althea Currier que trabalhou com Russ Meyer no Clássico “Lorna”, produção do mesmo ano).

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Harry H. Novak

A fama de “Kiss Me Quick!” veio da distribuição certeira que o lendário (recém entrando no mercado de distribuição) Harry H. Novak conseguiu para o filme nos drive-ins e pulgueiros exibidores (as grindhouses originais). Novak, que havia iniciado sua carreira trabalhando no escritório do estúdio da RKO e sabia da importância de um bom título chamativo para o sucesso de uma obra exploitation, pegou o “Dr. Breedlove or How I Learned to Stop Worrying and Love” (que tentava capitalizar no “Dr, Strangelove” (1963) de Stanley Kubrick) e mudou seu título para “Kiss Me Quick!” para aproveitar o sucesso do recém lançado “Kiss Me, Stupid/Beija-me, Idiota” (1964) de Billy Wilder e, assim, lotou as salas que exibiam a vagabundagem de Perry Jr. Novak, sempre com bons contatos no mundo do cinema, foi o responsável direto pelo sucesso no circuito exibidor americano de obras como “The Agony of Love” (1965) de William Rotsler, com Pat Barrington no elenco; “My Body Hungers” (1967) de Joe Sarno e “Fandango” (1969) de John Hayes. Também foi o produtor de inúmeros roughies que marcaram época, porém, antes de entrar de cabeça no sexploitation explorou outros temas. “Mondo Mod” (1967) de Peter Perry Jr., por exemplo, se tornou obra de culto por trazer os primeiros vislumbres do surf e subculturas bikers do kiss1sul da Califórnia. Outros sucessos produzidos por Novak foram “The Toy Box” (1971) de Ronald Víctor Garcia, sobre algumas pessoas participantes de uma festa bizarra; “The Pig Keeper’s Daughter” (1972) de Bethel Buckalew; “Please Don’t Eat My Mother!” (1973) de Carl Monson, sátira pornô tardia para o clássico “The Little Shop of Horrors/A Pequena Loja dos Horrores” (1960) de Roger Corman e “Wham! Bam! Thank You, Spaceman!” (1975) de William A. Levey, diversão sobre dois aliens que vem ao planeta Terra com a missão de engravidar o maior número possível de terráqueas. Novak, quando necessário, chegou a dirigir partes de suas produções. Quando “A Scream in the Streets” (1973) de Carl Monson empacou, ele mesmo dirigiu algumas cenas enquanto Dwayne Avery e Bethel Buckalew filmavam o resto. E na década de 1980, usando o pseudônimo de H. Hershey, dirigiu em parceria com Joe Sherman, kiss3dois pornôs: “Inspirations” (1983) e “Moments of Love” (1984), ambos estrelados pelo lendário Ron Jeremy. Para saber mais sobre este magnífico homem do cinema americano veja os documentários “Sultan of Sexploitation, King of camp” (1999), produção da distribuidora Blue Underground, e o obrigatório “Schlock! The Secret History of American Movies” (2001) de Ray Greene que, além de Novak, traz artistas como Vampira, Samuel Z. Arkoff, Dick Miller, Roger Corman, Forrest J. Ackerman, David F. Friedman, Doris Wishman, H. G. Lewis, Russ Meyer, Gene Corman, entre muitos outros, falando sobre a época de ouro do cinema americano.

Saiba mais sobre o exploitation americano assistindo o documentário abaixo:

 

kiss-me-quick4Como curiosidade “Kiss Me Quick!” traz Frank A. Coe atuando, que depois do filme se especializou em efeitos sonoros de produções classe Z (trabalhou com Ray Dennis Steckler em “Lemon Grove Kids Meets the Monsters” de 1965 e “Blood Shack”, de 1971) e pornôs (“SexWorld”, 1978, de Anthony Spinelli, teve o som feito por ele). E o diretor de fotografia László Kovács, que aprendeu tudo que sabia em produções vagabundas do porte de “Kiss Me Quick!”, passou para o primeiro time de Hollywood após trabalhar em “Easy Rider/Sem Destino” (1969) de Dennis Hopper e assinou a fotografia de filmes como “Ghost Busters/Os Caça-Fantasmas” (1984) de Ivan Reitman; “Free Willy 2” (1995) de Dwight H. Little e “Miss Congeniality/Miss Simpatia” (2000) de Donald Petrie, bomba estrelada pela sebosa Sandra Bullock. Kovács é mais um exemplo de que a criatividade e talento estão nas produções bagaceiras e os grandes estúdios estão apenas aguardando o momento certo para apagar a criatividade destes geniais técnicos. Azar de quem cai nas garras de Hollywood.

Por Petter Baiestorf.

Veja o trailer de Kiss me Quick! aqui:

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Loucos pelo Rabo da Sereia

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 28, 2016 by canibuk

Gums (1976, 70 min.) de Robert J. Kaplan. Com: Terri Hall, Brother Theodore, Robert Kerman e Jody Maxwell.

gums1Em 1975 o mundo foi tomado de assalto pelo lançamento de “Jaws/Tubarão” do jovem cineasta Steven Spielberg e o terror tomou conta das praias fazendo com que o cidadão comum ficasse escondido no conforto dos cinemas. Os produtores de cinema aproveitaram isso realizando, à toque de caixa, ótimas paródias para o grande sucesso . Aqui no Brasil, ainda no mesmo ano de lançamento de “Jaws”, Adriano Stuart botou no mercado o impagável “Bacalhau”. Nos USA o produtor Robert J. Kaplan resolveu parodiar o filme incluindo bem-vindas cenas de sexo explícito e lançou “Gums”, estrelado pela belezoca Terri Hall.

gums2“Gums” conta a história de uma pequena cidade costeira que é atacada por uma sereia que suga a energia vital de suas vítimas. O prefeito da cidade vai cobrar providências do xerife e enquanto discutem acaba recebendo um molhado boquete da secretaria do xerife (as cenas de insert da felação são a mais pura zoeira, não dando para saber se o ator branco ganhou um dublê de pau negro propositalmente ou se foi incompetência da produção). Em ótima referência ao filme “Moby Dick” (1956), de John Huston, surge o capitão Carl Clitoris (em seu uniforme nazista) e faz um inflamado discurso durante uma reunião dos líderes da cidade dizendo que vai acabar com a deliciosa criatura sugadora de homens. Em meio a uma legião de cidadãos loucos que caçam a sereia é, também, chamado o oceanógrafo Sy Smegma para resolver o problema e assim “Gums” vai ficando cada vez mais nonsense e parte para uma transa do xerife com sua esposa (que ao invés de mostrar a relação humana mostra dois cachorros em relação carnal) até que são interrompidos por Smegma que traz uma boneca inflável para ele e o delegado discutirem o que farão para combater a sereia. Assim a esposa do xerife, que ficou sozinha, chupa uma fantoche (pistas para o final do filme?) e, não saciada pelo boneco, se dirige até onde estão os heróis e transa com os dois enquanto nós do público acompanhamos uma cena, fora de contexto, que mostra uma mulher se esfregando num poney enquanto um pessoal feio se masturba alucinadamente. Mais bagunçado, impossível! Após essas liberdades libertinosas o filme volta a parodiar “Jaws” e os heróis seguem com um barco para o alto mar no intuito de eliminar a sereia boqueteira. Antes do final do filme ainda somos brindados com duas cenas memoráveis: primeiro a sereia sai d’água e bota sua aranha para brigar com a aranha de uma índia gostosa fazendo uma dança erótica após a briga e, já no barco, Smegma esta batendo uma punheta no banheiro e a sereia invade o barco pelo sanitário para chupá-lo. Como a mente dos produtores picaretas é uma explosão de criatividade cafajeste exemplar, na seqüência final as personagens masculinas se tornam fantoches para o enfrentamento final, e mortal, com a estranha criatura marítima sugadora de homens.

gums3“Gums teve a direção de Robert J. Kaplan que não seguiu na carreira cinematográfica. Seu primeiro trabalho foi no curta-metragem “Geronimo Jones” (1970) de Bert Salzman, o suficiente para que ele se animasse com a indústria de cinema. Em 1972 Kaplan usou suas economias para levantar a produção da comédia dramática musical “Scarecrow in a Garden of Cucumbers”, uma tranqueira estrelada por Holly Woodlawn que anos antes havia estado no elenco de “Trash” (1970) e “Women in Revolt” (1971), ambos filmes de Paul Morrissey, e Tally Brown, atriz que também pertencia ao círculo de Andy Warhol, tendo estrelado “Batman Dracula” (1964); “Camp” (1965) e “****” (1967), todos com direção do mago do pop. Sua última tentativa com cinema foi justamente “Gums” na esperança de lucrar com o mercado adulto.

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Terri Hall

O elenco de “Gums” é uma espécie de seleção “The Best” dos filmes adultos da década de 1970, a começar pela lindíssima Terri Hall no papel da sereia tarada. Terri, nascida em 1953 e falecida em 2007, esteve no elenco de inúmeros clássicos do cinema pornô. Em 1975 participou do rape and revenge “Terri’s Revenge!” dirigido pelo ator Zebedy Colt; logo em seguida fez “The Story of Joana” (1975), drama adulto classudo de Gerard Damiano, onde interpretou a personagem título; “The Divine Obsession” (1976), produção da fase pornô de Lloyd Kaufman (usando o pseudônimo Louis Su) que depois viria a se tornar o presidente-fundador da Troma; “Honey Pie” (1976) de Howard Ziehm (não creditado), que dois anos havia realizado o imperdível “Flesh Gordon” em parceria com Michael Benveniste. “The Opening of Misty Beethoven” (1976) de Radley Metzger, que assinava suas obras com o nome Henry Paris (pornófilos lembrarão dele); “Fantasex” (1976), produção da fase pornô de Roberta Findlay (usando o pseudônimo Robert Norman); “Sex Wish” (1976) de Victor Milt (sob pseudônimo de Tim McCoy); “The Ganja Express” (1978) de Richard MacLeod, uma tentativa no cinema exploitation. Jody Maxwell, que em “Gums” interpretava a “Miss Mayhem”, esteve no elenco do blaxploitation “Bucktown” (1975) de Arthur Marks, onde dividiu cena com Fred Williamson e Pam Grier; foi atriz principal no pornô “The Devil Inside Her” (1977) de Zebedy Colt (também com Terri Hall); e nos clássicos adultos “The Satisfiers of Alpha Blue” (1980) de Gerard Damiano e “A Girl’s Best Friend” (1981) de Henri Pachard. Crystal Sync, que em “Gums” usa o pseudônimo de Rachel McCallister, trabalhou em mais de 40 filmes, quase sempre usando nomes diferentes. Em “The Night of Submission” (1976) de Joe Davian, assinou como Petula Smith; em “The Incredible Torture Show” (1976), mais conhecido pelo título alternativo “Bloodsucking Freaks” de Joel M. Reed, assinou como Erica Wolfe; em “The Fox Affair” (1978) de Fereidun G. Jorjani, assinou como Eden Whitefield e no clássico “Maraschino Cherry” (1978) de Radley Metzger (Henry Paris), como Jenny Lind. Confuso? Crystal usou ainda outros pseudônimos como Chriss Williams, Inga Fox, Erica Baron, Eleanor Barnes, Cara Mogul, Sandy Long, Melinda Sol e outros nomes para (tentar) se proteger da hipocrisia humana que aceita psicopatas assassinos mas condena atrizes pornôs. Curiosamente ela assinou com seu nome alguns filmes, como o pornô de William Lustig “The Violation of Claudia” (1977); “Punk Rock” (1977), putaria de Carter Stevens e “The Tiffany Minx” (1981) de Roberta Findlay não creditada.

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Atores de “Gums” se divertindo.

Entre os atores de “Gums” encontramos Brother Theodore” (nascido Theodore Gottlieb) que iniciou sua carreira cinematográfica em “The Strange/O Estranho” (1946) de Orson Welles e depois passou a freqüentar produções B com grande afinco. Também abrilhantou lixos como “Horror of the Blood Monsters” (1970) de Al Adamson; “Gang Wars” (1976), uma mistura envolvendo kung fu e demônios malignos saídos da cabeça do diretor Barry Rosen; o vampiresco “Nocturna” (1979) de Harry Hurwitz (sob pseudônimo de Harry Tampa), até a produção hollywoodiana “The ‘Burbs/Meus Vizinhos São um Terror” (1989) de Joe Dante, divertida comédia estrelada por um Tom Hanks antes da fama. E o Richard Lair creditado em “Gums” (que intrepretou o papel de Sy Smegma) é Richard Bolla (seu nome real é Robert Charles Kerman), uma lenda da indústria pornô americana tendo estrelado mais de 180 filmes, de filmes adultos  clássicos como “Debbie Does Dallas” (1978) de David Buckley (sob pseudônimo de Jim Clark), passando por filmaços do porte de “Cannibal Holocaust” (1980) de Ruggero Deodato e “Mangiati Vivi/Os Vivos Serão Devorados” (1980) de Umberto lenzi, até blockbusters como “Spider-Man/Homem-Aranha” (2002) de Sam Raimi em início da decadência. O pornô, definitivamente, esconde inúmeros (e variados) talentos.

Como curiosidade: a música de “Gums” foi composta por Brad Fiedel em início de carreira, anos depois ele realizou trabalhos famosos em super-produções como “The Terminator/O Exterminador do Futuro” (1984) de James Cameron e “Fright Night/A Hora do Espanto” (1985) de Tom Holland.

por Petter Baiestorf.

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Ponto de Ruptura: Lições de Cinema Comercial para Iniciantes

Posted in Cinema, erótico with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 8, 2016 by canibuk

Breaking Point (1975, 95 min.) de Bo Arne Vibenius. Com: Andreas Bellis, Irena Billing, Jane McIntosch e Susanne Audrian.

breaking-point1Bob Bellings (Andreas Bellis) é um executivo que acha que toda interação que tem com as mulheres, mesmo que estranhas, possui conotação sexual. Assim o nada pacato cidadão esquizofrênico começa a fantasiar relações sexuais tornando o público seu cúmplice nas bestialidades que pratica e, sem saber distinguir fantasia da realidade, acaba estuprando e matando mulheres, desembocando numa fuga alucinada cheia de sexo explícito, violência e horror.

Assista o trailer:

breaking-point2Não tão pretensioso quanto em “Thriller – Em Grym Film/Thriller: They Call Her One Eye” (1973), seu filme anterior, Bo Arne Vibenius avançou um pouco nas suas teorias do que seria cinema comercial, desta vez com a pornografia integrada na história indo muito além das cenas de sexo explícito enxertadas (para as cenas de sexo explícito de “Thriller” ele contratou um casal que fazia apresentações de sexo explícito ao vivo em boates de terceira categoria da Suécia). Bo Arne Vibenius nasceu em 1943 na Suécia e iniciou carreira no cinema como assistente de direção de Ingmar Bergman em “Persona” (1966) e “Vargtimmen/A Hora do Lobo” (1968). Trabalhar como assistente do renomado diretor lhe permitiu tentar a produção/direção de seu próprio filme e assim o fez com “Hur Marie Träffade Fredrik” (1969), uma fantasia familiar que foi um tremendo fracasso de público. Decidido a fazer “o filme mais comercial de todos os tempos” para recuperar o dinheiro investido na produção anterior, Vibenius (usando o pseudônimo de Alex Fridolinski) concebeu o sádico “Thriller: They Call Her One Eye”, onde misturou extrema violência (boatos dizem que ele utilizou um cadáver real para filmar a cena onde arranca o olho) e sexo explícito. “Thriller” acabou virando um clássico do cinema selvagem e foi proibido até mesmo na Suécia, um dos países mais tolerantes do mundo. Logo em seguida, mostrando que aprendeu a lição em partes, Vibenius (desta vez utilizando o pseudônimo de Ron Silberman Jr.) aumentou as doses de sexo e diminuiu a violência neste “Breaking Point”, numa clara tentativa de lucrar no mercado pornográfico da Suécia e Dinamarca, países que haviam liberado a produção de cinema adulto tirando-o da clandestinidade. Mesmo não tendo mais produzido/dirigido filmes, Bo Arne Vibenius continuou trabalhando na indústria cinematográfica em produções dos mais variados estilos como nos dramas “Hempas Bar” (1977) de Lars G. Thelestam; “Tabu” (1977) de Vilgot Sjöman; “Ga Pa Vattnet Om Du Kan” (1979) de Stig Björkman e a comédia “Raskenstam” (1983) de Gunnar Hellström, onde voltou a ser assistente de direção.

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Bo Arne Vibenius

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Andreas Bellis

Andreas Bellis, que interpreta o atormentado psicopata de “Breaking Point”, não era ator (sua única experiência atuando havia sido no drama “Jag Heter Stelios”, 1972, de Johan Bergenstrahle), mas sim câmera tendo, inclusive, feito a direção de fotografia de “Thriller”, o tal “filme mais comercial do mundo” idealizado por Vibenius. Outros filmes onde trabalhou como câmera (ou diretor de fotografia) incluem o pornô “Porr I Skandalskolan/The Second Coming of Eva” (1974) de Mac Ahlberg; a comédia “O Gyrologos” (1980) de Panos Glykofrydis e os filmes de horror “Blind Date/Visão fatal” (1984); “The Wind/O Sopro do Diabo” (1986) e “In The Cold of the Night/No Frio da Noite” (1990), todos filmes dirigidos pelo gênio incompreendido Nico Mastorakis. Já as atrizes de “Breaking Point” não seguiram carreira no cinema, tendo todas suas estrelas apagadas no acender das luzes dos pulgueiros onde o filme foi exibido.

 

Como curiosidade: Ralph Lundsten, o compositor da trilha sonora de “Breaking Point” (e também de “Thriller”), foi diretor de vários curtas-metragens. Também compôs a trilha de filmes como “Som Hon Bäddar Far Han Ligga” (1970) de Gunnar Höglund e “Exponerad” (1971), drama erótico de Gustav Wiklund estrelado pela atriz Christina Lindberg.

O cinema exploitation sueco, infelizmente, continua inédito e pouco conhecido no Brasil.

por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

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Blood Sabbath

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 26, 2016 by canibuk

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Blood Sabbath (1972, 86 min.) de Brianne Murphy. Com: Anthony Geary, Dyanne Thorne, Susan Damante, Sam Gilman, Steve Gravers, Kathy Hilton, Jane Tsentas e Uschi Digard.

Um veterano do Vietnã está viajando a pé pelos USA quando sofre um acidente e é encontrado por uma ninfa d’água por quem se apaixona. Alotta (Dyanne Throne), a rainha das bruxas e inimiga da ninfa d’água quer o jovem soldado para ela e, com seu clã de feiticeiras, seduz não só o soldado como, também, um padre e Lonzo, um andarilho da floresta que abrigou o soldado em sua casinha.

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Filmado em apenas 10 dias, “Blood Sabbath” é uma grande diversão que não se leva a sério em momento algum. O roteiro é todo furado, todas as atrizes ficam peladas o tempo todo, o trabalho de câmera é toscão e os diálogos nonsenses foram captados num sistema de som extremamente vagabundo, bem no clima das produções sem grana que produtores exploitations realizavam de qualquer jeito no início dos anos de 1970 para suprir a demanda por lixos cinematográficos em drive-ins e grindhouses.

blood_sabbath2“Blood Sabbath” foi dirigido pela atriz inglesa Brianne Murphy em clima de curtição (o filme parece uma grande brincadeira de amigos). Em 1960 Brianne atuou em “Teenage Zombies” de Jerry Warren e se apaixonou pela produção vagabunda americana (tendo se casado com o ator/produtor/diretor Ralph Brooke que concebeu asneiras como “Bloodlust!” de 1961). Ainda no início da década de 1960 se tornou diretora de fotografia e trabalhou em filmes de Hollywood como “Fatso” (1980) de Anne Bancroft e inúmeras séries de TV. Curiosidade: Brianne foi a primeira diretora de fotografia a trabalhar num grande estúdio de Hollywood (a função é dominada por homens).

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Ainda na equipe técnica de “Blood Sabbath” encontramos Lex Baxter assinando (como Bax) a trilha sonora do filme. Com mais de 100 trilhas nas costas, Baxter já havia trabalhado em filmes como as produções de baixo orçamento “The Bride and the Beast” (1958), de Adrian Weiss, e realizações da A.I.P., muitas dirigidas por Roger Corman, como “House of Usher/O Solar Maldito” (1960); “Tales of Terror/Muralhas do Pavor” (1962) e “The Raven/O Corvo” (1963).

blood-sabbath_frame2No elenco vemos Dyanne Thorne se divertindo horrores no papel da bruxa Alotta. Nascida em 1943 se tornou atriz e surpreendeu no softcore “Sin in the Suburbs” (1964) de Joe Sarno. Sempre adepta das produções de baixo orçamento esteve no pequeno clássico da ruindade “Wham! Bam! Thank You, Spaceman!” (1975), de William A. Levey, e entrou definitivamente para a história do cinema vagabundo ao encarnar a oficial nazista Ilsa em uma série de nazixploitations de Don Edmonds com “Ilsa: The She Wolf of the SS” (1975); “Ilsa, Harem Keeper of the Oil Sheiks” (1976) e “Ilsa the Tigress of Siberia” (1977), desta vez dirigida por Jean LaFleur (sem contar “Greta Haus Ohne Männer/Ilsa – The Wicked Warden” (1977), uma picaretagem do Jesus Franco). Sem nunca ter se livrado da personagem Ilsa, Dyanne Thorne apareceu em “House of Forbidden Secrets” (2013), produção do videomaker Todd Sheets, onde contracenou com Lloyd Kaufman da Troma. Entre as garotas peladas de “Blood Sabbath” encontramos ainda Jane Tsentas (atriz em mais de 40 sexploitations, incluindo deliciosas bobagens como “The Exotic Dreams of Casanova” (1971) de Dwayne Avery e “Terror at Orgy Castle” (1972) do especialista em satanismo retardado Zoltan G. Spencer), Kathy Hilton (atriz em mais de 60 produções, incluindo “Sex Ritual of the Cult” (1970) de Robert Caramico, um filme satânico tão imbecil quanto “Blood Sabbath”; “The Toy Box” (1971) de Ron Garcia e “Invasion of the Bee Girls/Invasão das Mulheres Abelhas” (1973) de Denis Sanders) e, segundo o site IMDB, Uschi Digard (atriz que dispensa apresentações aos fanáticos por filmes bagaceiros), que não consegui identificar na cópia ruim que tenho do inacreditável “Blood Sabbath”.

Por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Assista “Blood Sabbath” aqui:

Por um Punhado de Downloads

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Atenção, muita atenção!

logo-canibal-001Você está penetrando no Mondo Trasho da Canibal Filmes, clicando em qualquer um destes links abaixo disponibilizados você adentrará num universo onde o mal feito é glorificado como o mais valioso dos objetos sagrados, onde a falta de talento é incentivada, onde até mesmo o faxineiro de um grande estúdio conseguiria virar diretor de uma produção. Aqui ninguém é excluído do sonhos de virar uma estrela de cinema. Todas a produções abaixo disponibilizadas foram realizada nos anos de 1990, quando ainda não existiam bons equipamentos de filmagem que fossem baratos e a edição era feita se utilizando de dois vídeo cassetes, o que torna estes filmes ainda mais mongoloides. Estejam avisados, estes links contem o pior do pior, se você acha que possuí bom gosto, clique somente no link da Cadaverous Cloacous Regurgitous. Os links para download estão nos títulos em letras maiúsculas.

Cadaverous Cloacous Regurgitous (1993)

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Demo-Tape

Antes de fazer um filme eu era fanático-radical por noise grind e, junto de meu amigo Toniolli, planejamos montar a banda mais suja do mundo, ou algo assim, afinal éramos apenas uns guris sem nada pra fazer. Eis que nas férias escolares de 1993 fomos para a casa dos pais de Toniolli e gravamos e mixamos a demo-tape “Ópera Indústrial” e intitulamos nossa banda de noise com o belo nome de “CADAVEROUS CLOACOUS REGURGITOUS“. Além de instrumentos tradicionais, também usamos folhas de zinco, motosserras, uma guitarra quebrada com uma corda e, no vocal, uma gravação que Toniolli tinha feito meses antes de porcos sendo castrados. Não satisfeito com essa primeira experiência envolvendo música, em 1999 – desta vez ajudado por meu amigo Carli Bortolanza – gravamos a demo-tape “Anna Falchi”, colocando pra funcionar um projeto de industrial harsh intitulado “Smelling Little Girl’s Pussy” que está junto no zip. “Smelling” não utilizou nenhum instrumento musical, todo o som é produzido com microfonias que criamos com estática de rádio, sujeira sonora e gravamos nos utilizando de uma ilha de edição de vídeo, muitos dos barulhos estranhos captados são oriundos de uma câmera de VHS apontando pra uma tela de TV.

 

Açougueiros (1994)

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Petter Baiestorf em 1994

Logo após finalizar e lançar “Criaturas Hediondas” (1993), oficialmente minha primeira tentativa de fazer um filme, reunimos a mesma turma e fomos para uma casa abandonada (que depois foi reutilizada como cenário para as filmagens de “Eles Comem Sua Carne”) passar dois dias, tempo em que filmamos o “AÇOUGUEIROS“, sendo atacados por terríveis aranhas assassinas durante as madrugadas. Já na primeira noite percebemos que as aranhas era inteligentes e estavam a nossa espreita. Deitávamos em nossos colchonetes e, ligando as lanternas contra o chão, víamos as aranhas se aproximando de nossos corpos com suas oito patas famintas por carne humana. Não dormimos. No dia seguinte filmamos quase todas as cenas do “Açougueiros”, já montando o filme na própria câmera. Anoiteceu novamente. Com medo da volta das aranhas assassinas, todos da equipe dormimos em cima de uma mesa de sinuca. Tão logo desligamos as lanternas, já começamos a escutar os cochichos das malditas aranhas. A madrugada foi louca, com a gente correndo das aranhas pela casa e as eliminando sempre que possível. Lá pelas tantas as aranhas se tornaram mutantes com asas e vinham voando famintas contra a gente. O cozinheiro da produção foi o primeiro a tombar morto diante da fúria das aranhas malignas, tendo convulsões até desfalecer completamente sem vida. Sim, as aranhas haviam se organizado e queriam um banquete… E o banquete era nossa equipe!

 

Criaturas Hediondas 2 (1994)

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Crianças Hediondas

Imediatamente após as filmagens de “Açougueiros”, resolvemos fazer uma continuação do primeiro filme e “CRIATURAS HEDIONDAS 2” tomou forma. As filmagens desta produção aconteceram no sítio de Walter Schilke, que entre outros, foi diretor de produção em “A Dama do Lotação” e de vários filmes de Os Trapalhões. Essas filmagens foram completamente sossegadas, com tudo dando certo e novos colaboradores aparecendo para ajudar o grupo. Após cada dia de filmagens todos retornávamos aos trailers da produção, ganhávamos massagens terapêuticas e participávamos de jantares de gala enquanto uma orquestra de querubins tocava sucessos de Beethoven. Depois de pronto foi exibido, no ano seguinte, na I HorrorCon em São Paulo com relativo sucesso. Neste mesmo ano explodiu a moda Trash no Brasil e ficamos bilionários fazendo filmes ruins.

 

2000 Anos Para Isso? (1996)

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Toniolli em banho de sangue

Sabe-se lá porque, até 1995 eu só pensava em fazer longas-metragens (devia ser algum problema de ego). Mas em 1995 fiz uma experiência em curta-metragem e realizei “Detritos” (curta que atualmente está perdido, mas que continuo tentando achar uma cópia para disponibilizar), gostando bastante da simplificação dos problemas que uma filmagem sempre tem. Então, logo no início de 1996 filmamos “Eles Comem Sua Carne” e um festival de curtas gore da Espanha, tendo assistido “O Monstro Legume do Espaço”, me escreveu solicitando um curta para incluir no festival. Como “Detritos” não era gore, resolvi montar algumas cenas do “Eles Comem Sua Carne” no formato de curta e, assim, surgiu este “2000 ANOS PARA ISSO?“, meu primeiro flerte com cinema experimental.

 

Assista “O Monstro Legume do Espaço” aqui:

Bondage 2 – Amarre-me, Gordo Escroto!!! (1997)

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Denise e Souza

Após as filmagens de “Blerghhh!!!” (1996), tive uma ideia fantástica que rendeu um belo punhado de reais: Fazer um filme de putaria assinado por uma diretora, então combinei com a atriz principal de “Blerghhh!!!”, Madame X, que ela iria assinar nosso próximo filme. Com orçamento mínimo escrevi um roteiro fácil de filmar (sob pseudônimo de Lady Fuck e Carla N. Toscan, afinal, melhor que uma mulher tarada, só três, não?). Fomos pra casa do Jorge Timm, nos trancamos lá durante uns quatro dias e cometemos “BONDAGE 2: AMARRE-ME, GORDO ESCROTO!!!“, com climão de filme de Boca do Lixo final dos anos 70. É uma produção extremamente simples, mas na época do lançamento alardeamos tanto que era escrito e dirigido por mulheres que todo mundo quis assistir.

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José Mojica Marins e seu livro preferido.

 

Fase 98 (1997-98)

Ácido (1997) – este curta filmamos durante as gravações de “Blerghhh!!!” e só montamos um ano depois. Os efeitos de cores sobre as imagens captadas foram inseridas via uma ilha de efeitos analógicos. Acredito que foi meu primeiro vídeo arte, a concepção deste vídeo foi desenvolvida em parceria com o Coffin Souza.

Deus – O Matador de Sementinhas (1997) – No ano de 1997 Carli Bortolanza e eu cuidávamos do castelo da Canibal Filmes, local onde todo o equipamento de filmagem, maquiagens, iluminação e figurinos estavam guardados. Como o tempo de tédio era muito enquanto montávamos guarda para que ninguém invadisse nosso estúdio para roubar ideias e bens materiais, começamos a filmar vários curtas experimentais inspirados em Andy Warhol e Paul Morrissey e, assim, surgiram pequenas brincadeiras como “Crise Existencial”, “O Homem Cu Comedor de Bolinhas Coloridas”, “A Despedida de Susana – Olhos e Bocas” (1998), “9.9 (nove.nove)” e este “Deus – O Matador de Sementinhas”.

“Boi Bom” (1998) – Possivelmente meu filme mais polêmico. Antes de me tornar vegetariano realizei este brutal filme sobre a figura do homem se valendo de assassinato para se alimentar em pleno século XX. Em uma bebedeira falei com Jorge Timm e Carli Bortolanza sobre minha intenção de rodar algo extremamente brutal sobre alimentação envolvendo a matança de animais, mas a ideia ficou ali. Alguns meses depois o Jorge Timm apareceu com tudo combinado, ele já tinha encontrado um abatedouro clandestino que iria nos deixar filmar desde que não identificássemos o local. Chamei o Bortolanza e o Claudio Baiestorf e fomos até o abatedouro filmar. Em tempo: a carne deste boi que aparece no filme foi vendida pra um restaurante – pelo abatedouro, não pela gente – após as filmagens, só vindo a reforçar o que acho da alimentação envolvendo assassinatos. Hoje eu não faria outro filme com este teor, mas não renego o curta, está feito, faz parte de uma fase que eu me preocupava mais em chocar. PACK ÁCIDO+DEUS+BOIBOM.

Assista “A Despedida de Susana – Olhos e Bocas” aqui:

Mantenha-se Demente!!! (2000)

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Bortolanza aplicando fx em Loures

Logo após lançar “Zombio” (1999) escrevi o roteiro insano de “Mantenha-se Demente!!!”, um longa gore que misturava a cultura da região oeste de SC com os delírios japoneses envolvendo putaria com tentáculos. Levantei uma parte do dinheiro necessário para as filmagens e chegamos até a rodar algumas cenas do filme. Mas tudo estava tão capenga e caótico que acabei abandonando o projeto para rodar o “Raiva” (2001). O material filmado acabou por se tornar o curta-metragem “FRAGMENTOS DE UMA VIDA“, montado em 2002. Particularmente, gosto bastante do resultado de surrealismo gore alcançado neste cura improvisado, o que sempre me faz pensar que poderia voltar, hora dessas, a realizar experiências nesta linha.

 

Entrevista com Petter Baiestorf no Set de Zombio 2 (2013)

Acabei de encontrar essa ENTREVISTA que o Andye Iore realizou comigo durante as filmagens de “Zombio 2” (2013). Estou visivelmente cansado mas até que bem lúcido falando sobre o caos que foram os primeiros 12 dias de filmagens de “Zombio 2”. Estou compartilhando com vocês essa entrevista de 17 minutos mais como uma curiosidade mesmo, ela deveria estar nos extras de “Zombio 2” mas por um estranho motivo foi esquecida durante a autoração do DVD oficial de “Zombio 2“. Enfim, palhaçadas de uma produtora de cinema completamente atrapalhada.

Memórias em tom de realismo fantástico de Petter Baiestorf.

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El Pantano de los Cuervos

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 13, 2016 by canibuk

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El Pantano de los Cuervos (“The Swamp of the Ravens”, 1974, 83 min.) de Manuel Caño. Com: Ramiro Oliveros, Marcia Bichette e Fernando Sancho.

el-pantano-de-los-cuervosEssa co-produção entre os países Espanha/Equador me impressionou de uma maneira bastante positiva. A muitos anos que ouvia sobre essa produção e a imaginava um daqueles filmecos apenas divertidos. Mas não, além de divertido, “El Pantano de los Cuervos” é sujão, pesado e muito eficiente no seu clima de desespero ao contar a história de um médico que dá as costas para a ética profissional da medicina e realiza experiências nada convencionais para provar que a morte é uma evolução do ser humano. Como toda boa produção exploitation o filme tenta agradar várias parcelas do público apresentando pequenas doses de deficientes físicos reais, nudez feminina, uma autopsia real (no Equador, pelo visto, é possível comprar um cadáver real para fins cinematográficos), zumbis no pântano dos corvos (que são urubus e não corvos), médicos loucos, necrofilia (mas não espere nada tão explícito quanto no alemão “Nekromantik”) e uma belíssima canção brega cantada num cabaré que fala sobre o amor a um manequim fazem deste filme um item obrigatório na coleção de qualquer cinéfilo fã de bons delírios psychotrônicos.

el-pantano-de-los-cuervos_frameManuel Caño, que assina “El Pantano de los Cuervos” com o pseudônimo Michael Cannon, havia realizado alguns dramas em parceria com Silvio F. Balbuena (“Siempre em mi Recuerdo”, 1962, e “Sonría, Por Favor”, 1964) antes de conhecer Umberto Lenzi e seu roteiro para a aventura “Tarzán em La Gruta Del Oro/Zan, O Novo Rei das Selvas” que contava a história de um prestativo Tarzan ajudando belas amazonas (com destaque à bela Kitty Swan no papel da rainha amazona) em sua luta contra gangsters que queriam roubar o ouro sagrado da tribo de beldades. O pequeno sucesso comercial desta aventura foi o suficiente para que Caño e o roteirista Santiago Moncada repetissem a dose com “Tarzán y El Arco Iris” (1972), outra aventura de Tarzan, desta vez com Peter Lee Lawrence – habitual pistoleiro em westerns – no elenco. Mas os anos de 1970 estavam a pleno vapor e o cinema de horror era barato de se produzir e com distribuição/público garantidos. Com isso em mente a dupla Caño-Moncada realizou a dobradinha “El Pantano de los Cuervos” e “Vodú Sangriento” (1974), este último uma chupação de “The Mummy/A Múmia” (1932) de Karl Freund onde um poderoso sacerdote vodu do Caribe (interpretado pelo ator Aldo Sambrell que, também, esteve no elenco dos clássicos “Per um Pugno di Dollari/Por um Punhado de Dólares” e “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo/Três Homens em Conflito”, ambos de Sergio Leone) revive num transatlântico de luxo e decapita várias pessoas. Sem muito sucesso no horror, Caño realiza ainda a comédia “A Mí Qué me Importa Que Explote Miami” (1976) e os obscuros “Perro de Alambre” (1980) e “Carta a Nadie” (1984), filmes que ficaram restritos ao mercado espanhol.

frameSantiago Moncada nasceu em 1928 em Madrid. Foi roteirista, dramaturgo e, durantes anos, presidente da Sociedad General de Autores y Editores da Espanha. Foi autor de mais de 50 obras para o teatro e uma infinidade de roteiros para o cinema espanhol. Entre seus maiores sucessos estão filmes como “Il Rosso Segno Della Follia/O Alerta Vermelho da Loucura” (1970) de Mario Bava; “La Última Señora Anderson/A Quarta Vítima” (1970) de Eugenio Martín; “Tutti i Colori Del Buio” (1972) de Sergio Martino que trazia uma história de Moncada roteirizada por Ernesto Gastaldi; o incrivelmente genial “Condenados a Vivir/Cut-Throats Nine” (1972), western sobre a cobiça humana dirigido por Joaquín Luis Romero Marchent; “Il Bianco Il Giallo Il Nero/O Último Samurai do Oeste” (1975) de Sergio Corbucci, spaghetti western em ritmo de comédia estrelado pelo trio Giuliano Gemma – Tomas Milian – Eli Wallach; sem contar os delirantes trashes “La Esclava Blanca” (1985); “Juego Sucio em Casablanca” (1985) e “Las Últimas de Filipinas” (1986), todos com direção do mestre Jesus Franco e seu estilo “um novo filme a cada semana”.

“El Pantano de los Cuervos” continua inédito em DVD no Brasil. Nos USA saiu em Double feature com “The Thirsty Dead” (1974) de Terry Becker.

Por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Assista “El Pantano de los Cuervos” aqui:

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Baixe a Praga Zumbi aqui e Boas Festas na Alegria Gorechanchadesca

Posted in Cinema, download, Manifesto Canibal, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 6, 2016 by canibuk

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Zombio (1999) é considerado o primeiro filme autenticamente brasileiro de zumbis*, então nada mais natural do que reunir a mesma equipe 14 anos depois, acrescida de novos talentos da gorechanchada celebrada pela Canibal Filmes,e realizar a continuação daquela modesta produção fundo de quintal.

Veja trailer de “Zombio” aqui:

Zombio 2: Chimarrão Zombies” surgiu quase que por acidente. Eu vinha de projetos frustrados nos últimos 2 anos (em 2011 abortei o projeto “Páscoa Sarnenta”, longa episódico, por falta de dinheiro – mas tudo foi registrado pelo cineasta Felipe M. Guerra e pode virar um documentário ainda –  e em 2012 foi extremamente caótico, quando tentei produzir dois médias – “Rabo por Rabo” e “Psicose Tropical” – que nem saíram do papel) e dois fatores me influenciaram a produzir “Zombio 2”:

1- O lançamento em DVD de “Zombio 1” nos USA (que depois foi suspenso porque a distribuidora fechou);

2- Em 2012 fui ator no longa-metragem “Mar Negro”, de Rodrigo Aragão, e numa pausa das filmagens falei zoando que ia voltar pra Santa Catarina e produzir um longa de zumbis pra lançar no mesmo final de semana de “Mar Negro”.

zombio-2_cartazSó que fiquei matutando a ideia na cabeça e percebi que havia a possibilidade de conseguir realizar “Zombio 2” a tempo de lançar junto com “Mar Negro” durante o FantasPoa de 2013, fazendo uma espécie de dobradinha “Tropical Zombies” made in Brazil pra gringo ver. Só com a ideia na cabeça falei com os Fantaspoas (Nicolas e JP) e eles guardaram uma data pro lançamento. Então fiz um poster bagaceiro pra registrar a ideia e Leyla Buk desenhou o Storyboard de uma cena que eu iria incluir no roteiro – ainda não escrito – e comecei a reunir investidores e a equipe-técnica para 2 blocos de filmagens (que juntos representaram 23 dias de trabalhos duros). É uma tensão muito grande você ter até data de lançamento de um filme já confirmada e ainda não ter roteiro, nem dinheiro, nem equipe, nem data para iniciar as filmagens, mas foi um exercício de produção interessante.

zombio-2-pEntre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, escrevi o roteiro, consegui 9 produtoras para me apoiarem financeiramente e com equipamentos – El Reno Fitas, Camarão Filmes e Ideias Caóticas, SuiGeneris Filmes, Bulhorgia Produções, Shunna, Fábulas Negras Produções, Necrófilos Filmes, Zumbilly e Gosma – e levantei uns 40 mil reais. Em fevereiro já estávamos filmando nossos zumbis tropicais com todas as alegres cores da morte. Entre o primeiro e o segundo bloco achei que não seria possível conseguir finalizar o longa até a data do Fantaspoa (em maio de 2013), porque tivemos que marcar o segundo bloco de filmagens pra abril de 2013. Mas os FantasPoas pediram pra manter a data. Bem, voltamos pro set e terminamos as filmagens, imediatamente após o término voei pro Rio de Janeiro e fiquei trancado com Gurcius Gewdner durante 18 dias montando o filme (ele foi todo filmado com duas câmeras, quase 1 terra de material bruto) e, faltando 3 dias pro lançamento no FantasPoa 2013, conseguimos finalizar o primeiro corte do longa. Foi uma aventura muito divertida.

Veja o trailer de “Zombio 2” aqui:

E agora estou disponibilizando para download uma cópia de “Zombio 2: Chimarrão Zombies”, em baixa qualidade, para que você possa conhecer essa produção que nasceu quase por acaso. Se você quiser o filme em maior qualidade pode comprar pela loja MONDO CULT.

Para baixar o filme, clique no título: ZOMBIO 2: CHIMARRÃO ZOMBIES. E ajude a espalhar essa praga zumbi para todos os cantos do planeta Terra.

Por Petter Baiestorf.

*tem alguns outros filmes de zumbi filmados antes de Zombio (1999), mas são produções que não saíram de suas cidades. Eu mesmo, em 1993, havia lançado “Criaturas Hediondas” onde um zumbi marciano dá as caras. Em 1996 criei um zumbi sedento por drogas no “Blerghhh!!!” (cujo diário de filmagens você pode ler clicando aqui). Mas Zombio foi o primeiro com hordas de mortos-vivos podres comendo pessoas explícitamente, como num bom filme de Lucio Fulci.

Remake, Remix, Rip-Off: Cem Kaya fala sobre o Inspirador Cinema Popular Turco

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“Remake, Remix, Rip-Off: About Copy Culture & Turkish Pop Cinema” (2014, 96 min.), de Cem Kaya, ganha exibição neste dia 04 de outubro no Interzona Cineclube (Cine Odeon, Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, no Rio de Janeiro), às 20:30 com ingresso online sendo vendido aqui no CCLSR.

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“Remake, Remix, Rip-Off” conta a história do Cinema Turco entre as décadas de 1960 e 1970, quando a  Turquia ostentava o título de um dos maiores polos produtores de cinema do mundo, apesar de sua indústria de cinema sofrer de um déficit criativo crônico: a falta de roteiristas. A fim de manter o fluxo de filmagens, produtores turcos copiavam roteiros e argumentos de produções internacionais. Assim, para qualquer título de sucesso, como Tarzan, Drácula ou Star Trek, passou a existir uma versão turca. Este documentário nos apresenta a época de ouro do cinema popular turco, quando os diretores deviam ser rápidos e os atores resistentes.

Aproveitando essa exibição no Rio de Janeiro entrei em contato com o diretor Cem Kaya e solicitei uma entrevista sobre seu documentário e a indústria cinematográfica turca e fui prontamente atendido. Cem Kaya é extremamente simpático e seu filme, “Remake, Remix, Rip-Off” um dos mais divertidos e inspiradores documentários que tive o prazer de assistir nos últimos tempos. O cinema Turco e o cinema brasileiro são irmãos bastardos e possuem muitas coisas em comuns, como Kaya atesta na entrevista.

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Cem Kaya

Baiestorf: Sou um grande fã do cinema realizado na Turquia entre os anos 60 e 80 e seu documentário expandiu ainda mais  meus horizontes de cinéfilo. Como surgiu a idéia de documentar este período do cinema de seu país?

Cem Kaya: Eu nasci na Alemanha, em uma comunidade de trabalhadores expatriados turcos na década de 70. Então, não assisti os Yesilçam movies nos cinemas da Turquia e sim em VHSs lançados na Alemanha. Por falta de conteúdo turco na TV alemã, o surgimento dos aparelhos de VHS abriu um imenso mercado para distribuidores de filmes turcos. Vídeo clubes surgiram em todos os lugares. Meu padrasto, que tinha uma mercearia, possuía num cantinho uma sessão de vídeos turcos. Então tive acesso imediato a estes filmes. Nestas lojas não havia somente filmes turcos, mas também muitas produções de Bollywood e Hong Kong dubladas em turco. Os filmes turcos eram de todos os tipos, de melodramas em preto e branco dos anos 60, passando por comédias sexuais dos anos 70, ultra brutais filmes de vingança tipo os dirigidos por Çetin Inanç nos anos 80, até filmes de arte de diretores como Yilmaz Güney. Anos mais tarde, na faculdade, escrevi minha tese de mestrado sobre remakes turcos e, a partir de minha pesquisa acadêmica, desenvolvi o roteiro de “Remake, Remix, Rip-Off”.

Baiestorf: Parece-me que há muitas produções deste período ainda esperando parar serem descobertas pelo resto do mundo.

 

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Kaya: O Turkploitation é conhecido por seus notórios remakes, ou reinterpretações como “3 Dev Adam”, “Star Wars Turco” ou o “Turkish Exorcist”. Mas há muito mais remakes ou re-imaginações turcas do que se pode imaginar, porque os roteiristas trabalhavam muito remodelando as histórias. As vezes, assistindo um filme, eu acho que sei para onde a história vai ir, mas, em certo ponto, há uma torção e, de repente, estou numa nova história. Além disso há alguns diretores, não tão cultuados quanto Çetin Inaç ou Yilmaz Atadeniz (que nós amamos), que devemos assistir duas vezes. Um deles é Yilmaz Duru que realmente tinha estilo próprio, outro é Cevat Okçugil (e seu irmão Nejat Okçugil) e meu diretor favorito no cinema turco, Aykut Düz. Por exemplo, há um filme de Aykut Düz chamado “Muhtesem Serseri” (“O Maladro Grandioso”) que nada mais é do que um remake de “3:10 to Yuma” (“Galante e Sanguinário”, 1957) misturado com “Midnight Run” (“Fuga À Meia-Noite”, 1988) que foi lançado no mesmo ano. Ele se desenvolve na Turquia contemporânea  e é engraçadíssimo porque a dupla de atores do filme ((Cüneyt Arkin e o próprio Aykut Düz) e comportam como Terence Hill e Bud Spencer. Os diálogos são hilários e as filmagens beiram o documentário, retratando fielmente os distritos de Luz Vermelha em Istanbul. Você não encontra este filme nas listas de remakes turcos.

 

Baiestorf: Foi fácil encontrar e convencer os velhos cineastas à darem depoimentos? Aqui no Brasil a velha geração de cineastas fica desconfiada quando novos cineastas tentam entrevista-los.

Kaya: A maioria dos cineastas foram bastante amigáveis e estavam prontos para contar suas histórias. O Yesilçam Cinema é considerado cinema industrial convencional sem valor artístico. Então, quando um cara vem da Alemanha e está seriamente interessado em registrar este cinema, mesmo os céticos ficam lisonjeados e aceitam dar entrevista. Fizemos uma centena de entrevistas, das quais cerca de cinquenta estão no filme. Talvez no Brasil também tenha que vir alguém de fora registrar o cinema popular brasileiro.

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Baiestorf: É possível você apresentar um pouco da indústria cinematográfica turca para os cinéfilos do Brasil.

Kaya: Mesmo com o atraso em vários aspectos culturais do Império Otomano, os equipamentos cinematográficos chegaram cedo ao país através de um empresário chamado Sigmund Weinberg  . Mas infelizmente o cinema não se desenvolveu completamente até a década de 1950. Escolas de cinema não existiram até meados de 1970, ironicamente, surgiram num momento em que o Yesilçam Cinema entrou em crise. Aprender a fazer cinema só era possível artesanalmente ou assistindo a produções estrangeiras que eram exibidas dubladas nos cinemas das grandes cidades. Na década de 30 existiu apenas um diretor, Muhsin Ertugrul, que teve alguma educação sobre cinema no exterior. Na década de 40 alguns novos cineastas surgiram, como Baha Gelenbevi e Faruk Kenç, mas estes tiveram que lidar com os efeitos econômicos da segunda guerra mundial que tiveram um grande impacto na Turquia. Existem três razões principais pelas quais uma indústria cinematográfica como a de Yeşilçam possa surgir do nada:

1- Em 1948 o imposto de entretenimento foi reduzido para os filmes turcos, mas não para os filmes estrangeiros. Então a produção de filmes tornou-se lucrativa;

2- O governo do Partido Democrático (eles não eram democráticos em tudo), na década de 1950, estimulou a economia e levou eletricidade para muitas regiões da Anatólia, onde, em seguida, vários cinemas surgiram;

3- Os importadores de cinema estrangeiro não tinham redes de distribuição na Anatólia.

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Kilink Istanbul’da

Essas circunstâncias criaram um mercado no interior da Anatólia. Assim, de repente, cineastas turcos tinham de produzir centenas de filmes para o público rural com fome de histórias nacionais. Para ser capaz de alimentar o mercado, o cinema de Yesilçam (que é o nome de uma rua em Istanbul onde as empresas tiveram seus escritórios, comparável a Boca do Lixo paulista) teve de produzir histórias rápidas e baratas, sob medida para o gosto de seu público rural. Devido a falta de pessoal competente, roteiristas muitas vezes adaptavam histórias que tinham visto em faroestes. Devido a falta de leis e acordos internacionais de direitos autorais, a indústria local estava “autorizada a emprestar” roteiros, trilhas sonoras e, muitas vezes, até mesmo trechos de filmes ocidentais de sucesso que foram, elegantemente, editados com o material filmado pelos cineastas. Quando, por exemplo, tinham de mostrar terremotos, perseguições de carros ou um combate espacial, filmes de sucesso forneciam o material de arquivo. Mas muitos cineastas turcos também fizeram filmes importantes, cineastas como Metin Erksan ou o curdo Yilmaz Güney, produziram filmes de ação baratos e melodramas de doenças terminais para as massas, mas também cinema sério sobre temas socialmente relevantes, a maioria dos quais hoje clássicos do cinema turco. O cinema de Yesilçam teve seu auge na década de 70 com suas comédias sexuais, muito semelhantes à pornochanchada realizada na Boca do Lixo paulista. Dois golpes militares (1971 e 1980), censura severa e, finalmente, com o advento da televisão no final dos anos 60, o cinema foi perdendo força. 1989/1990 são considerados os últimos anos do cinema de Yesilçam. Com o surgimento da TV a cabo uma nova forma de entretenimento apareceu: Os seriados de TV. Turquia, assim como o Brasil, é um dos maiores produtores de novela do mundo.

 

Baiestorf: Assistindo seu documentário temos uma ideia de como os cineastas sofriam com a censura. E nos dias de hoje? Como funciona a censura, há mais liberdade para se fazer filmes?

Kaya: Desde seu início o cinema turco sofreu com a censura. O conselho de censura que foi fundado nos anos 30 tinha de liberar os roteiros e depois conferir os filmes produzidos. Os membros do conselho eram representantes da polícia, militares, o ministério da educação e assim por diante. Assim, os cineastas precisavam pensar em roteiros que fossem aprovados pelo conselho, desnecessário dizer que eles não eram muito corajosos. Eles tinham que ter muito cuidado para não colocar assuntos sociais ou políticos em seus filmes. Nada contra o sistema político poderia aparecer, sob risco de serem considerados propaganda esquerdista e, portanto, proibidos. Muitos filmes estavam autorizados a serem exibidos apenas na Turquia porque o governo temia que eles poderiam denegrir a imagem do país no exterior. Muitos filmes só puderem ser exibidos após terem ganhado processos contra o conselho de censura na suprema corte. A censura hoje é muito pior do que nos tempos do cinema de Yesilçam. Estamos vivendo sob uma ditadura muçulmano radical com agenda neo liberal na Turquia. Todas as formas de cultura (cinema, imprensa, teatro, artes, literatura, até a vida social) estão sofrendo muito com a censura cada vez mais forte. Isso incluí o cinema, do financiamento até a distribuição. É muito triste.

Baiestorf: Você pode contar algo que não está no documentário? Talvez sobre o filme “Dünyayi Kurtaran Adam” (“Star Wars Turco”), que acredito que seja o filme de seu país mais conhecido aqui no Brasil.

tarzan-istanbuldaKaya: “Dünyayi Kurtaran Adam” foi filmado no rescaldo do golpe militar de 12 de Setembro de 1980, quando a Turquia ainda era governada sob lei marcial, assim como nos dias de hoje. Çetin Inanç e sua equipe, no entanto, estavam filmando em Cappadocia que tem uma geografia muito peculiar para se parecer com outro planeta. Nas cenas dentro das cavernas necessitava-se iluminação, mas eles não podia colocar lá a iluminação porque o gerador não funcionava devido a umidade. Então eles decidiram construir um sistema de espelhos que trazia a luz para dentro das cavernas. Você pode perceber, claramente, alguns pontos de luzes em algumas cenas. Çetin Inanç havia construído um cenário para as cenas de efeitos especiais no espaço, mas elas foram destruídas com um vendaval. Após a destruição de seu cenário que ele decidiu usar cenas de “Star Wars” em sua produção. O cérebro por trás das cenas de found footage era Kunt Tulgar, dono de um estúdio de dublagem e diretor de “Supermen Dönüyor” (“Superman Returns”, 1979). Seu pai, Sabahattin Tulgar, era importador de filmes estrangeiros e foi diretor de “Tarzan Intanbulda” (“Tarzan in Istanbul”, 1952). Em seu porão ele tinha os rolos de todos os filmes que importou, um grande tesouro na era não-digital. Desta forma, além de “Star Wars”, eles puderam pegar trechos de “Black Hole” da Disney, “The Magic Sword” (1962) de Bert I. Gordon, alguns italianos de sci-fi menos conhecidos e, até, filmagens da NASA que encontraram em documentários. As fantasias e monstros foram inspiradas pelo filme de Hong Kong “Inframan” (“Zhong Guo Chao Ren”, 1975) de Shan Hua. Conheci o designer do cartaz do filme em Istanbul que me contou que a promoção para o filme era maior do que o habitual. Havia dois cartazes diferentes, um em inglês, o que significa que desde o início eles já planejavam vender para o exterior e, outro, em turco. O filme também teve uma quantidade maior de lobby cards.

Baiestorf: Ao assistir “Remake, Remix, Rip-Off” me dei conta de que a indústria cinematográfica turca e a brasileira são muito parecidas. Como está a produção de filmes hoje? Você poderia indicar ao público brasileiro alguns divertidos filmes atuais?

Kaya: Hoje temos uma produção de filmes de arte, bem diferentes do cinema de Yesilçam. Estes diretores vem de uma tradição que negligencia o cinema de Yesilçam por suas próprias razões. Muitos dos cineastas de cinema de arte de hoje foram inspirados pelos pioneiros do cinema turco independente dos anos 80, como o já mencionado Yilmaz Güney e Ömer Kavur ou, cineastas dos anos 90 como Yesim Ustaoglu e Zeki Demirkubuz. Eles realizaram filmes com pouco dinheiro e equipe reduzida e, mesmo assim, tiveram reconhecimento internacional em festivais de todo o mundo. Os anos 90 foram uma época difícil para os cineastas curdos. Após a implantação da política Islã com o governo islâmico radical AKP no poder, fazer cinema independente está se tornando cada vez mais difícil. Além disso, o cinema comercial e a TV comercial estão florescendo. Diz-se que há mais câmeras Arri em Istanbul do que em toda a Europa. No cinema de gênero “Baskin” (2015), o filme de estreia de Can Evrenol, foi uma verdadeira surpresa. É um filme de horror que atraiu público no mundo todo. O próprio diretor é um fã dedicado do cinema fantástico turco. Outro filme bem divertido que gosto bastante é “Vavien” (2009) dos irmãos Taylan, sobre um cara que quer matar sua esposa com uma abordagem Coen Brothers para a história. Dos documentários turcos gosto de “Bakur” (2015), sobre combatentes do PKK curdo nas montanhas de Kandil ou “Iki Dil Bir Bavul” (2008), sobre um professor de escola primária turca que tenta ensinar a língua turca para crianças curdas, estão entre os dez melhores documentários turcos para se assistir. Outro filme importante é “Tepecik Hayal Okulu” (2015), documentário sobre o diretor Ahmet Uluçay, recentemente falecido, um cineasta único que tem minha simpatia por ser um visionário e possuir uma maneira única de narrar suas histórias. Seu filme de ficção “Karpuz Kabugundan Gemiler Yapmak” (“Boats of Watermelon Rinds”, 2004) é uma ode ao cinema DIY (do it yourself).

Baiestorf: Como está sendo a carreira comercial de seu documentário? Ele foi lançado em muitos países? Sei que foi sensação em várias mostras de cinema pelo mundo.

Kaya: “Remake, Remix, Rip-Off” foi exibido em cerca de cem festivais em todo o mundo, incluindo Locarno, Rotterdam e o Festival de Berlin. Também foi exibido em muitos festivais de cinema de gênero, como Fantastic Fest, Fantasia e Sitges.  No Brasil estávamos no Festival do Rio e outros dois que esqueci o nome (shame on me!). O lugar mais longe em que foi exibido foi no Hawaii e o mais perto (de onde vivo) Munique. Ele também tem uma versão mais curtas exibida na TV alemã ZDF, que também financiou uma grande parte do filme. No momento estamos trabalhando para o lançamento em DVD e, também, lançamentos nas plataformas de VOD.

Baiestorf: Assisti seu filme no festival A Vingança dos Filmes B, em Porto Alegre. Sessão lotada e o público rolando de rir. Foi uma ótima sessão, com o público muito feliz e inspirado ao final da sessão. Cem, obrigado pela entrevista e, mais importante, obrigado por ter feito este documentário tão divertido e informativo.

Kaya: Muito obrigado pra ter a chance falar sobre o meu filme.

Veja o trailer de “Remake, Remix, Rip-Off” aqui:

Quando: dia 04/10, as 20:30 no Odeon.

Interzona Cineclube e Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro apresentam a sessão de Remake Remix Rip-Off – O fantástico cinema popular turco!, o sensacional documentário dirigido por Cem Kaya sobre umas das filmografias mais divertidas e ensandecidas do planeta: o cinema popular turco!!

Cultuado por colecionadores e pesquisadores de filme B, é difícil pensar nos turcos sem lembrar em cinema de gênero, especialmente no gênero fantástico. Com poucos recursos, mas ricos em criatividade, nada era impossível para os realizadores destes filmes. Donos de um fazer cinema orquestrado por profissionais apaixonados, acostumaram a trabalhar rápido, com baixo orçamento, muito improviso e em escala industrial.

Nesse liquidificador cultural entrava de tudo: quadrinhos, westerns italianos, novelas pulp, naves espaciais, cientistas malucos, robôs, monstros, super heróis, vilões, vikings, fadas, cowboys, justiceiros, gangsters, dramalhão, muito nonsense e soluções inusitadas devido ao pouco tempo e dinheiro. O resultado desta mistura maluca é a mais pura diversão e inventividade.

A sessão contará com apresentação do pesquisador Fábio Vellozo e um debate após a sessão: “As delicias do maravilhoso cinema popular turco” contando com Fábio Vellozo, Christian Caselli e Gurcius Gewdner, 3 fanáticos pelo mundo maluco e divertido dos cineastas turcos.