Arquivo para porn

Loucos pelo Rabo da Sereia

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 28, 2016 by canibuk

Gums (1976, 70 min.) de Robert J. Kaplan. Com: Terri Hall, Brother Theodore, Robert Kerman e Jody Maxwell.

gums1Em 1975 o mundo foi tomado de assalto pelo lançamento de “Jaws/Tubarão” do jovem cineasta Steven Spielberg e o terror tomou conta das praias fazendo com que o cidadão comum ficasse escondido no conforto dos cinemas. Os produtores de cinema aproveitaram isso realizando, à toque de caixa, ótimas paródias para o grande sucesso . Aqui no Brasil, ainda no mesmo ano de lançamento de “Jaws”, Adriano Stuart botou no mercado o impagável “Bacalhau”. Nos USA o produtor Robert J. Kaplan resolveu parodiar o filme incluindo bem-vindas cenas de sexo explícito e lançou “Gums”, estrelado pela belezoca Terri Hall.

gums2“Gums” conta a história de uma pequena cidade costeira que é atacada por uma sereia que suga a energia vital de suas vítimas. O prefeito da cidade vai cobrar providências do xerife e enquanto discutem acaba recebendo um molhado boquete da secretaria do xerife (as cenas de insert da felação são a mais pura zoeira, não dando para saber se o ator branco ganhou um dublê de pau negro propositalmente ou se foi incompetência da produção). Em ótima referência ao filme “Moby Dick” (1956), de John Huston, surge o capitão Carl Clitoris (em seu uniforme nazista) e faz um inflamado discurso durante uma reunião dos líderes da cidade dizendo que vai acabar com a deliciosa criatura sugadora de homens. Em meio a uma legião de cidadãos loucos que caçam a sereia é, também, chamado o oceanógrafo Sy Smegma para resolver o problema e assim “Gums” vai ficando cada vez mais nonsense e parte para uma transa do xerife com sua esposa (que ao invés de mostrar a relação humana mostra dois cachorros em relação carnal) até que são interrompidos por Smegma que traz uma boneca inflável para ele e o delegado discutirem o que farão para combater a sereia. Assim a esposa do xerife, que ficou sozinha, chupa uma fantoche (pistas para o final do filme?) e, não saciada pelo boneco, se dirige até onde estão os heróis e transa com os dois enquanto nós do público acompanhamos uma cena, fora de contexto, que mostra uma mulher se esfregando num poney enquanto um pessoal feio se masturba alucinadamente. Mais bagunçado, impossível! Após essas liberdades libertinosas o filme volta a parodiar “Jaws” e os heróis seguem com um barco para o alto mar no intuito de eliminar a sereia boqueteira. Antes do final do filme ainda somos brindados com duas cenas memoráveis: primeiro a sereia sai d’água e bota sua aranha para brigar com a aranha de uma índia gostosa fazendo uma dança erótica após a briga e, já no barco, Smegma esta batendo uma punheta no banheiro e a sereia invade o barco pelo sanitário para chupá-lo. Como a mente dos produtores picaretas é uma explosão de criatividade cafajeste exemplar, na seqüência final as personagens masculinas se tornam fantoches para o enfrentamento final, e mortal, com a estranha criatura marítima sugadora de homens.

gums3“Gums teve a direção de Robert J. Kaplan que não seguiu na carreira cinematográfica. Seu primeiro trabalho foi no curta-metragem “Geronimo Jones” (1970) de Bert Salzman, o suficiente para que ele se animasse com a indústria de cinema. Em 1972 Kaplan usou suas economias para levantar a produção da comédia dramática musical “Scarecrow in a Garden of Cucumbers”, uma tranqueira estrelada por Holly Woodlawn que anos antes havia estado no elenco de “Trash” (1970) e “Women in Revolt” (1971), ambos filmes de Paul Morrissey, e Tally Brown, atriz que também pertencia ao círculo de Andy Warhol, tendo estrelado “Batman Dracula” (1964); “Camp” (1965) e “****” (1967), todos com direção do mago do pop. Sua última tentativa com cinema foi justamente “Gums” na esperança de lucrar com o mercado adulto.

terri-hall

Terri Hall

O elenco de “Gums” é uma espécie de seleção “The Best” dos filmes adultos da década de 1970, a começar pela lindíssima Terri Hall no papel da sereia tarada. Terri, nascida em 1953 e falecida em 2007, esteve no elenco de inúmeros clássicos do cinema pornô. Em 1975 participou do rape and revenge “Terri’s Revenge!” dirigido pelo ator Zebedy Colt; logo em seguida fez “The Story of Joana” (1975), drama adulto classudo de Gerard Damiano, onde interpretou a personagem título; “The Divine Obsession” (1976), produção da fase pornô de Lloyd Kaufman (usando o pseudônimo Louis Su) que depois viria a se tornar o presidente-fundador da Troma; “Honey Pie” (1976) de Howard Ziehm (não creditado), que dois anos havia realizado o imperdível “Flesh Gordon” em parceria com Michael Benveniste. “The Opening of Misty Beethoven” (1976) de Radley Metzger, que assinava suas obras com o nome Henry Paris (pornófilos lembrarão dele); “Fantasex” (1976), produção da fase pornô de Roberta Findlay (usando o pseudônimo Robert Norman); “Sex Wish” (1976) de Victor Milt (sob pseudônimo de Tim McCoy); “The Ganja Express” (1978) de Richard MacLeod, uma tentativa no cinema exploitation. Jody Maxwell, que em “Gums” interpretava a “Miss Mayhem”, esteve no elenco do blaxploitation “Bucktown” (1975) de Arthur Marks, onde dividiu cena com Fred Williamson e Pam Grier; foi atriz principal no pornô “The Devil Inside Her” (1977) de Zebedy Colt (também com Terri Hall); e nos clássicos adultos “The Satisfiers of Alpha Blue” (1980) de Gerard Damiano e “A Girl’s Best Friend” (1981) de Henri Pachard. Crystal Sync, que em “Gums” usa o pseudônimo de Rachel McCallister, trabalhou em mais de 40 filmes, quase sempre usando nomes diferentes. Em “The Night of Submission” (1976) de Joe Davian, assinou como Petula Smith; em “The Incredible Torture Show” (1976), mais conhecido pelo título alternativo “Bloodsucking Freaks” de Joel M. Reed, assinou como Erica Wolfe; em “The Fox Affair” (1978) de Fereidun G. Jorjani, assinou como Eden Whitefield e no clássico “Maraschino Cherry” (1978) de Radley Metzger (Henry Paris), como Jenny Lind. Confuso? Crystal usou ainda outros pseudônimos como Chriss Williams, Inga Fox, Erica Baron, Eleanor Barnes, Cara Mogul, Sandy Long, Melinda Sol e outros nomes para (tentar) se proteger da hipocrisia humana que aceita psicopatas assassinos mas condena atrizes pornôs. Curiosamente ela assinou com seu nome alguns filmes, como o pornô de William Lustig “The Violation of Claudia” (1977); “Punk Rock” (1977), putaria de Carter Stevens e “The Tiffany Minx” (1981) de Roberta Findlay não creditada.

gums4

Atores de “Gums” se divertindo.

Entre os atores de “Gums” encontramos Brother Theodore” (nascido Theodore Gottlieb) que iniciou sua carreira cinematográfica em “The Strange/O Estranho” (1946) de Orson Welles e depois passou a freqüentar produções B com grande afinco. Também abrilhantou lixos como “Horror of the Blood Monsters” (1970) de Al Adamson; “Gang Wars” (1976), uma mistura envolvendo kung fu e demônios malignos saídos da cabeça do diretor Barry Rosen; o vampiresco “Nocturna” (1979) de Harry Hurwitz (sob pseudônimo de Harry Tampa), até a produção hollywoodiana “The ‘Burbs/Meus Vizinhos São um Terror” (1989) de Joe Dante, divertida comédia estrelada por um Tom Hanks antes da fama. E o Richard Lair creditado em “Gums” (que intrepretou o papel de Sy Smegma) é Richard Bolla (seu nome real é Robert Charles Kerman), uma lenda da indústria pornô americana tendo estrelado mais de 180 filmes, de filmes adultos  clássicos como “Debbie Does Dallas” (1978) de David Buckley (sob pseudônimo de Jim Clark), passando por filmaços do porte de “Cannibal Holocaust” (1980) de Ruggero Deodato e “Mangiati Vivi/Os Vivos Serão Devorados” (1980) de Umberto lenzi, até blockbusters como “Spider-Man/Homem-Aranha” (2002) de Sam Raimi em início da decadência. O pornô, definitivamente, esconde inúmeros (e variados) talentos.

Como curiosidade: a música de “Gums” foi composta por Brad Fiedel em início de carreira, anos depois ele realizou trabalhos famosos em super-produções como “The Terminator/O Exterminador do Futuro” (1984) de James Cameron e “Fright Night/A Hora do Espanto” (1985) de Tom Holland.

por Petter Baiestorf.

gums5

A Orgia das Graciosas Strippers Mortas

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 2, 2016 by canibuk

Orgy of the Dead (1965, 92 min.) de Stephen C. Apostolof. Roteiro de Edward D. Wood Jr. (baseado em sua novela “Orgy of the Dead”). Com: Criswell, Pat Barrington, Fawn Silver, Rene De Beau e Nadejda Klein.

orgy-of-the-deadCom uma trama praticamente inexistente “Orgy of the Dead” tenta contar a história de um casal (Pat Barrington, que no ano seguinte estaria no elenco de “Mondo Topless”, e William Bates) que, ao discutir sobre o quanto uma visita noturna a um cemitério pode ser inspiradora, se acidenta e acaba num cemitério (que é o mesmo de “Night of the Ghouls” de Ed Wood) onde encontra o todo poderoso “Imperador” (Criswell, impagável como sempre) que os aprisiona e convoca deliciosas almas penadas do além para números de dança hilários com strippers indígenas, mulheres gatos, múmia, lobisomem fajuto e toda uma fauna de curiosas personagens que dão a ideia de que o inferno é o melhor lugar do mundo.

black-ghoul-drunk

Fawn Silver e Criswell

Com este ponto de partida infantiloide “Orgy of the Dead” é uma grande brincadeira cinéfila involuntária com Edward D. Wood Jr. (aqui roteirista e faz tudo da produção) exercitando-se (sem querer) na metalinguagem. “Orgy” remete diretamente ao seu filme “Night of the Ghouls” (1958), um inacreditável horror sobrenatural com Criswell “interpretando” o mesmo papel. Para se ter uma ideia da precariedade de “Night of the Ghouls” basta contar que o filme foi filmado em 1958 e só lançado em 1983. Ed Wood, após filmar “Night” não tinha como pagar a conta no laboratório que revelou o filme, então os negativos ficaram apreendidos nos arquivos do laboratório até que em 1983 – depois que Wood e Criswell já estavam mortos, fazendo-me pensar que, talvez, eles nunca tenham nem assistido ao copião do filme -, quando o empresário Wade Williams pagou a conta, montou e lançou o filme que já era considerado obra perdida (à título de curiosidade, Wade foi diretor de “Terror From the Stars” (1969) e produtor associado em pérolas como “Invaders From Mars/Invasores de Marte” (1986) de Tobe Hooper e “Midnight Movie Massacre/Aconteceu à Meia Noite” (1988) da dupla Laurence Jacobs e Mark Stock). Ainda no campo da metalinguagem, o papel da personagem “Black Ghoul” foi escrito para ser interpretado pela Maila Nurmi (a Vampira de “Plan 9 From Outer Space”, que infelizmente se recusou a filmar) e acabou sendo feita pela atriz Fawn Silver, que depois esteve no elenco dos filmes “Unkissed Bride” (1966) de Jack H. Harris (isso mesmo, o produtor do Cult “The Blob/A Bolha Assassina” (1958) dirigido por Irvin S. Yeaworth) e do bagunçado “Terror in the Jungle” (1968), realização que teve três diretores (Andrew Janczak, Tom DeSimone e Alex Graton), cada um deles filmando um pedaço do filme.

 

Independente de “Orgy of the Dead” ser bom ou ruim (ele está muito além deste irrisório detalhe), é o grande marco na transição do Ed Wood da fase sci-fi/horror para o Ed Wood da pornografia. “Orgy” ainda não é pornô (nem erótico ele consegue ser), mas já não era mais uma tentativa de ser um filme de horror, flertando explicitamente com o subgênero Nudie Cutie em que qualquer mínimo enredo era mera desculpa para explorar as carnes femininas.

stephen-a-apostolov

Stephen C. Apostolof

O diretor de “Orgy” é Stephen C. Apostolof, que geralmente assinava com o pseudônimo AC Stephen, um especialista em sexploitations que pertenceu aos pioneiros do cinema adulto americano. Apostolof nasceu na Bulgária e durante a segunda guerra mundial fugiu para os USA. Seu primeiro emprego em solo americano foi como arquivista no estúdio 20th Century-Fox. Em 1957 se meteu na produção do filme “Journey to Freedon”, de Robert C. Dertano, onde conheceu o gigante Tor Johnson que trabalhava como ator e o apresentou ao Ed Wood. No início da década de 1960 Apostolof assistiu ao Nudie Cutie “The Immoral Mrs. Teas” (1959) de Russ Meyer e soube o que queria fazer de sua vida. E assim acabou produzindo/dirigindo quase 20 produções cheias da boa e sadia putaria que alegra nossa vida, vários destes filmes com roteiros escritos por seu amigo Ed Wood (além do “Orgy”, Wood também assina os roteiros de “Drop Out Wife” (1972), “The Class Reunion” (1972), “The Snow Bunnies” (1972), “The Cocktail Hostesses” (1973), “Five Loose Women” (1974, este lançado no Brasil com o título “As Fugitivas”) e “The Beach Bunnies” (1976), todos produzidos/dirigidos pelo búlgaro tarado). A parceria com Apostolof foi uma sobrevida na decadente carreira de Ed Wood, se iniciou em 1965 com este “Orgy of the Dead” e durou até 1978, ano de sua morte, com Apostolof garantindo uns poucos dólares para Wood nesta terrível fase e meio que repetindo o que o próprio Ed Wood havia feito por Bela Lugosi uma década antes. Em 2012 foi lançado um divertido documentário, “Dad Made Dirty Movies” de Jordan Todorov, sobre a  hilária e muito curiosa carreira de Apostolov.

criswell-predicts

O elenco de “Orgy” é encabeçado por Jeron Criswell King, o lendário “The Amazing Criswell”, que foi um vidente americano famoso por suas previsões sempre imprecisas. Filho de uma família dona de funerária, Criswell possuía um caixão no lugar da tradicional cama porque achava mais confortável dormir ali (aliás, o caixão de Criswell aparece no pornô “Necromania” (1971) de Ed Wood). Também foi locutor de rádio e amigo de celebridades decadentes como Korla Pandit e Mae West, sendo que a pobre Mae usava Criswell como seu conselheiro espiritual. Em março de 1963 ele previu que John F. Kennedy não concorreria à reeleição em 1964 porque algo iria acontecer com ele em novembro de 1963. Picareta ou não, o fato é que Kennedy foi assassinado em novembro de 1963. Em seu livro “Criswell Predict from Now to the Year 2000!” (à venda na Amazon por cerca de 10 dólares), previu que a cidade de Denver seria atingida por um raio espacial e todo o metal se transformaria em borracha. Neste mesmo livro também previa que seríamos todos canibais no futuro e que o fim do mundo aconteceria em 1999. Criswell apareceu em três filmes, o clássico “Plan 9 from Outer Space”, o cômico “Night of the Ghouls”, ambos de Ed Wood, e “Orgy of the Dead” em que, contam seus colegas de produção, filmou todas as suas cenas em estado de pileque constante acompanhado de seu velho amigo, e companheiro de copo, Ed Wood.

 

Paperback Background

Livro

“Orgy of the Dead” foi realizado por uma turma de técnicos que são uma espécie de “dream Team” do melhor do pior. A trilha sonora (conforme indica o site IMDB) é do compositor Jaime Mendoza-Nava (que não está creditado no filme), responsável por musicar inúmeras produções de “fundo de quintal”. A fotografia é de Robert Caramico, em início de carreira, que depois fotografou lixos imperdíveis como “The Black Klansman” (1966) de Ted V. Mikels, “Psychedelic Sexualis” (1966) de Albert Zugsmith, “Octaman” (1971) de Harry Essex, “The Doberman Gang” (1972) de Byron Chudnow, do clássico cult “Blackenstein” (1973) de William A. Levey, entre tantos outros. Caramico ainda foi diretor do pornô satânico “Sex Ritual of the Occult” (1970) que é um filme inútil que gosto bastante. O assistente de Caramico foi Robert Maxwell (que depois virou diretor de fotografia do clássico “The Astro-Zombies” (1968) de Ted V. Mikels e do fabuloso “Sweet Sweetback’s Baadasssss Song” (1971) de Melvin Van Peebles. O som de “Orgy” foi feito por Dale Knight que tinha em seu currículo trabalhos em vários filmes de Ed Wood (“Jail Bait”, “Bride of the Monster” e “Plan 9” tiveram o som feito por ele) e em produções como “The Astounding She-Monster” (1957) de Ronald V. Ashcroft e “The Cape Canaveral Monsters” (1960), outro delírio do diretor Phil Tucker, o grande responsável pelo genial “Robot Monster” (1953). E a edição ficou a cargo do diretor/produtor Don Davis que comandou o trabalho em filmes como o dramático “For Love and Money” (1967), também com roteiro de Ed Wood, e “Swamp Girl” (1971), sobre uma loirinha que é abandonada num pântano (curiosidade: Don Davis aparece atuando no papel de um Bêbado em “Plan 9”). Ainda sobre a equipe de “Orgy of the Dead”, diz a lenda que os diretores de segunda unidade , não creditados no filme, foram Edward D. Wood Jr. e Ted V. Mikels, mas duvido que tão capenga produção tenha tido uma equipe de segunda unidade.

orgy-of-the-dead1De certo modo a explosão do mercado de cinema adulto no final dos anos de 1970, aliado a popularização dos aparelhos de VHS que permitiam ao público ver putaria explícita no conforto do lar, foram os responsáveis por sepultar a carreira de toda uma geração de produtores/diretores independentes como Apostolof (e até gênios como Russ Meyer). Depois de “Ice Hot”, filme que lançou em 1978, Apostolof nunca mais conseguiu investidores para seus filmes eróticos (que preferiam a segurança financeira de investir no cinema hardcore). Como Apostolof detinha os direitos autorais de todos os seus filmes se dedicou a lançá-los no, então, crescente mercado de vídeo doméstico se tornando o distribuidor de seus agradáveis e bem humorados lixos cinematográficos (Russ Meyer, Ted V. Mikels, David Friedman, e outros, fizeram a mesma coisa).

Escrito por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Assista “Orgy of the Dead” aqui:

Pink Narcissus

Posted in Arte Erótica, Cinema, erótico with tags , , , , , , , , , , , , , on setembro 18, 2014 by canibuk

Pink Narcissus (1971, 64 min.) de James Bidgood. Com: Don Brooks, Bobby Kendall e Charles Ludlam.

Nesta obra-prima do baixo orçamento um garoto de programa fantasia diversas situações homoeróticas onde ele se torna a personagem principal de um mundo bem particular.
Pink Narcissus1“Pink Narcissus” é o filme obscuro por excelência, vejamos: Filmado em super 8 entre os anos de 1963 e 1970 (incríveis sete anos de produção), em sistema completamente fora da lei dentro de um loft (incluindo as cenas externas do filme) que ficava na cidade de Manhattan, conseguiu burlar a polícia novaiorquina e realizar primorosas cenas com reluzentes closes de nádegas masculinas, genitálias avantajadas e músculos bem definidos que povoam os sonhos mais molhados da comunidade gay mundial (enrustidos, “Pink Narcissus” é o sonho de consumo de vocês, não percam tempo com o medo e se deliciem com este clássico). Depois de finalizada a edição o filme foi liberado sem que seu diretor, James Bidgood, tivesse concordado com seu lançamento, motivo que o fez assinar a produção como “anônimo” (além da direção, Bidgood fez ainda o roteiro, direção de fotografia, direção de arte e produção). Inclusive, durante muitos anos pensou-se que Andy Warhol fosse o responsável pelo filme (embora tanto Warhol quanto outros diretores gays do quilate de Jack Smith, Kanneth Anger ou os irmãos Kuchar nunca tivessem tanto capricho visual em suas obras, coisa que “Pink Narcissus” deixa transbordar em cada frame), até que na década de 1990 o escritor Bruce Benderson (fã confesso do filme) foi atrás de pistas sobre os realizadores de “Pink Narcissus” e revelou, via um livro chamado “James Bidgood” (lançado pela Taschen), a verdadeira história por trás do filme maldito.

Pink Narcissus2
James Bidgood nasceu em 1933 na cidade de Madison, Wisconsin. Ao se mudar para New York se tornou artista multí-midia com interesse maior em música, fotografia e drag performances. Após “Pink Narcissus” apareceu em mais meia dúzia de filmes (a maioria documentários sobre sua arte) com destaque para a produção “Keep The Lights On/Deixe a Luz Acesa” (2012) de Ira Sachs, drama sobre um cineasta gay que se relaciona com um advogado enrustido onde Bidgood representa a si próprio.
Pink Narcissus 3Martin Jay Sadoff, o editor de “Pink Narcissus” (e motivo de Bidgood ter retirado seu nome dos créditos), seguiu carreira no cinema norte-americano. Em 1979 foi editor de efeitos visuais na super-produção “Meteor/Meteoro”, de Ronald Neame, estrelado por atores do primeiro escalão de Hollywood como Sean Connery, Natalie Wood e Henry Fonda. Nos anos 80 montou filmes como “Graduation Day/Dia de Formatura” (1981) de Herb Freed (que trazia Linnea Quigley no elenco) e “Friday the 13th part VII: The New Blood/Sexta-Feira 13 parte 7 – A Matança Continua” (1988) de John Carl Buechler; foi supervisor de 3D em filmes como “Friday the 13th part III/Sexta-Feira 13 parte 3” (1982) de Steve Miner e “Spacehunter: Adventures in the Forbidden Zone/Caçador do Espaço – Aventuras na Zona Proibida” (1983) de Lamont Johnson e ainda dirigiu o documentário “The Last of the Gladiators” (1988), sobre o lendário Evel Knievel.
Pink Narcissus4Gary Goch, o diretor musical responsável pela ótima trilha sonora do filme, veio de produções classe Z. Foi maquiador e ator no sleazy “Shanty Tramp” (1967) de Joseph P. Mawra (o diretor responsável pela série sexploitation “Olga” do produtor George Weiss, o mesmo que produziu o lendário “Glen or Glenda?” de Edward D. Wood Jr.), câmera em “The Female Bunch/Um Punhado de Fêmeas” (1971) de Al Adamson e, após “Pink Narcissus”, virou pau pra toda obra da dupla de hippies malucos Bob Clark e Alan Ormsby. Para o primeiro foi editor/produtor do clássico classe Z “Children Shouldn’t Play With Dead Things” (1973); fez o som em “Deathdream” (1972) e foi produtor associado em “Porky’s” (1982), “Porky’s 2” (1983), “A Christmas Story” (1983), “Turk 182!” (1985) e “It Runs in the Family” (1994). Para o segundo fez o som de “Deranged” (1974) e produziu o divertido “Popcorn/O Pesadelo Está de Volta” (1991), comédia de humor negro dirigida por Mark Herrier (e Ormsby não creditado).
Fato curioso: O assistente financeiro de “Pink Narcissus” (não creditado no filme) foi o ator Bill Graham, falecido em 1991. Grahan é mais conhecido por integrar o elenco de filmes como “Muscle Beach Party/Quanto Mais Músculos Melhor” (1964) de William Asher, da série de filmes de praia estralados pela dupla Frankie Avalon e Annette Funicello; “Apocalypse Now” (1979) de Francis Ford Coppola, clássico de guerra que dispensa apresentações; e “The Doors” (1991) de Oliver Stone.
“Pink Narcissus” foi lançado em DVD pela distribuidora Cult Classic.

escrito por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

Veja o trailer de “Pink Narcissus” aqui:

Rudolf Macho Magazine

Posted in Arte Erótica, Bizarro, erótico, Fotografia, Putaria with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 25, 2014 by canibuk

Ontem eu estava procurando a biografia do Edgar Allan Poe (que tenho guardada numa caixa embaixo da cama) e na minha procura encontrei a revista “Rudolf” (Macho Magazine) que era dos meus tempos de guri. Dei fim da busca pela biografia do Poe e corri aqui digitalizar a “Rudolf” número 1 (editora Ki-Bancas Ltda.) para disponibilizar ela aqui no Canibuk. Achei, também, algumas outras revistas eróticas na mesma caixa e as digitalizarei/postarei mais no futuro.

Boas punhetas com a “Rudolf”, era a pornografia que existia antes da era internet, bateu maior nostalgia!

Rudolf_1_01Rudolf_1_02Rudolf_1_03Rudolf_1_04Rudolf_1_05Rudolf_1_06Rudolf_1_07Rudolf_1_08Rudolf_1_09Rudolf_1_10Rudolf_1_11Rudolf_1_12Rudolf_1_13Rudolf_1_14Rudolf_1_15Rudolf_1_16Rudolf_1_17Rudolf_1_18Rudolf_1_19Rudolf_1_20Rudolf_1_21Rudolf_1_22Rudolf_1_23Rudolf_1_24Rudolf_1_25Rudolf_1_26Rudolf_1_27Rudolf_1_28Rudolf_1_29Rudolf_1_30Rudolf_1_31Rudolf_1_32

Na Câmara de Torturas de Skin Diamond

Posted in Arte Erótica, erótico, Fetiche, Musas, Putaria with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 17, 2012 by canibuk

Recentemente descobri, meio que sem querer, os filmes de bondage/BDSM com uma mulata americana/escocesa chamada Skin Diamond que gostei bastante. Skin tem uma interpretação de rosto ótima, faz sexo com vontade, deep throat como deve ser (profundo e completamente babado) e, geralmente, está imobilizada com cordas ou equipamentos de tortura onde é fodida por atores/atrizes pervertidos. Skin, nota-se por sua grande produção de filmes com outras meninas, que é chegada em chupar uma bela bucetinha molhada, tanto que já fez filmes com Belladonna e Katsumi, outras duas taradas por belas mulheres assumidas. Skin é uma incrível mistura de checa, alemã, dinamarquesa, iuguslava com etíope, provando de uma vez por todas que as pessoas mais belas são as que possuem mistura de etnias (este negócio de raça pura é coisa de débil mental, me desculpem).

Skin Diamond nasceu em 18 de fevereiro de 1987 com o nome de Raylin Christensen. Antes de se aventurar no fabuloso mundo maravilhoso da pornografia ela trabalhou numa crechê cuidando de crianças (Ron Jeremy teve emprego semelhante antes de virar lenda pornô). Em 2009 ela estrelou “No Panties Allowed” de James Deen e não parou mais, já tendo estrelado mais de 40 filmes, vários deles dedicados ao bondage, BDSM, humilhação e outros deliciosos fetiches sexuais. Neste ano de 2012 ela foi indicada para o prêmio AVN para a Best Three-Way Sex Scene. No tempo livre ela curte pintar. Atualmente reside em Los Angeles, USA.

“Quando era adolescente eu fiquei obcecada com a “Bizarre Magazine”, eu nunca tinha visto nada como aquilo. Então decidi que era isso que eu queria fazer. Trabalhei, trabalhei e, finalmente, me tornei capa da “Bizarre”. Aí quis ver o que mais eu poderia fazer e me tornei também modelo erótica para grandes designers como Louis Vuitton e da American Apparel!”, nos conta Skin Diamond, explicando um pouco de sua fixação por sexo sadomasoquista. Leia entrevista com Skin no site Rap Industry.

Veja “Carbon Girl” (2010) de Belladonna; “Street Hookers for the White Guy 2” (2011); “Black Anal Beauties 2” (2010) de Mike Adriano; “Kung Fu Pussy” (2011) de Joanna Angel; “This Ain’t Nurse Jackie XXX” (2011) de Stuart Canterbury; “Filthy Cocksucking Auditions” (2012) de Mike Adriano; “Corrupt Schoolgirls” (2012) de Bobby Manila; “In Bed With Katsuni” (2012) de Katsumi e todos os outros filmes onde essa mulata do sexo violento esteja no elenco.

Algumas imagens de Skin Diamond:

Facadas Molhadas, Machadadas de Prazer: Delírios Eróticos na Floresta do Sexo Mole!

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 15, 2012 by canibuk

“Wet Wilderness” (1976, 54 min.) de Lee Cooper. Com: Daymon Gerard, Alicia Hammer, Raymond North e Faye Little. Direção de Fotografia de Alan Jolson; Som de T.A. Hom; “Música” de Melvin Devil; Edição e Produção de Robert Thomas.

Este pornô slasher é uma bomba completa, tenho a obrigação de avisar que este lixo é apenas para trashmaníacos profissionais. Dito isso, aí vai a sinópse da porcaria: Mãe, com casal de filhos e a namorada da filha, chegam numa floresta para um pic nic em família. Tão logo chegam ali, a filha e a namorada vão prá local reservado fazer fotinhos taradas e se comem (burocraticamente) em uma cena lésbica que não empolga. Até que surge um assassino mascarado (que tem escrito em sua máscara a palavra “love”, sabe-se lá porque) que diz para as lésbicas que elas precisam de um homem e obriga elas a chuparem seu pau. O mascarado estupra as duas meninas para satisfazer seus instintos bestiais até gozar na boca da namorada da filha de boa família, que se aproveita da distração do mascarado e foge. Aí o psicopata tarado pega seu facão e mata a menina em cena com gore tímido e, após o assassinato mal filmado, sai rindo e caminhando vagarosamente (vários anos antes de Jason caminhar vagarosamente pelas florestas de Crystal Lake).

Quando a menina foge, ela vai até sua mãe e irmão contando que sua namorada foi assassinada, só que o mascarado, mesmo com seu passo lento, faz todo mundo reféns de seu sadismo e os humilha obrigando a mãe a ficar peladinha (no chão da floresta, como num passe de mágica, surge um lençol para eles transarem em cima sem se sujar no chão) e a chupar seu pau enquanto os filhos são obrigados a transar entre si praticando um incesto forçado (filmes da década de 1970, mesmo que ruins, sempre tentava dar uma chocadinha) e uma orgia na floresta tem início. O mascarado, sádico que só ele, mete gostoso no cu da mãe enquanto a menina fica chupando o pau mole do irmão. Então o psicopata tira o pau do cu da mãe estuprada, pega seu facão, e obriga a mãe a chupar o pau de seu filho enquanto a menina foge novamente em outro descuido do psicopata mascarado. Mãe e filho continuam fodendo (burocraticamente sem empolgação) enquanto a filha/irmã encontra um negro amarrado em uma árvore, outra vítima do psicopata sexual).

O Mascarado leva a mãe de refém até onde a filha está libertando o negro e obriga-a a chupar o pau do negro e ela cai de boca no pau mole desta nova personagem. A mãe faz umas caretas impagáveis enquanto é obrigada a ver a filha chupando o negro até que ele goze gostoso bem pertinho do rosto de sua filha. Então a mãe da família arrombada é obrigada a se juntar com sua filha para uma segunda rodada de sexo com o negro que goza agora na boca da mãe. Aí, surgido sabe-se lá d’onde, o mascarado tem uma machadinha (no lugar do facão) em suas mãos e mata o negro, sangue respinga contra mãe e filha enquanto o machado fica afundado no peito do negro (em uma cena de gore bem feitinha, levando-se em conta a vagabundagem geral deste filme). E prá fechar de uma vez por todas essa história ruim, o mascarado leva as duas mulheres até uma cabana e obriga-as a chupar seu pau mole novamente, elas se ajoelham e mamam nele. É aí que a filha pega o facão e mata o psicopata com um único golpe e o filme termina no mesmo instante com um frame escrito “the end” numa placa de madeira com sangue/tinta vermelha sendo jogada nele.

Nos anos 70 a pornografia era mais rica em sua abordagem narrativa, ousava-se mais com os produtores tentando surpreender o público, mesmo em produções tão vagabundas quanto este lixo “Wet Wilderness”. Este filme é completamente amador, como muitos dos filmes realizados no período. Mas estes amadores legaram aos cinéfilos tarados por sexo e violência algumas verdadeiras maravilhas como “Forced Entry” (1973) de Shaum Costello (usando o pseudônimo Helmut Richler), sobre um veterano do Vietnã que estupra e mata mulheres; o clássico da sangueira pornô explícita “Hardgore” (1976) de Michael Hugo (não creditado no filme), onde uma ninfomaníaca se diverte com sangue, porra, tripas, membros humanos decepados e necrofília num hospício; “Unwilling Lovers” (1977) de Zebedy Colt, rape movie envolvendo cenas de assassinato e gore mal filmado; entre outras produções alucinadas de gente boa como Joe D’Amato, Doris Wishman, Jesus Franco (e tantos outros), onde ousar parecia ser a palavra de ordem.

“Wet Wilderness” foi feito com uma equipe reduzida (além do diretor Lee Cooper e a meia dúzia de atores ruins que trepam mal, trabalharam o produtor Robert Thomas – que também foi o editor – Melvin Devil (que deve ser pseudônimo do diretor ou do produtor, já que está creditado como compositor da trilha sonora mas a trilha sonora foi roubada de “Psycho/Psicose” (1960) de Alfred Hitchcock), Alan Jolson como diretor de fotografia e T.A. Hom no som), que um ano antes já haviam trabalhado junto no pornô “Winnebango”. Tudo em “Wet Wilderness” não funciona: As atuações são sem inspiração, a fotografia é mal feita, o som é abafado, a edição é tosca, a produção inexistente e a direção nula. A se julgar pelos pintos moles, tudo foi filmado no mesmo dia! Mas “Wet Wilderness” é um slasher pornô que diverte e tem o atrativo de ter sido lançado dois anos antes de “Halloween” (1978) de John Carpenter, verdadeiro responsável pela febre de slashers que assolou o cinema americano nos anos de 1980. O filme acabou sendo premiado pela The Movies Made Me Do It justamente por suas deficiências. A justificativa pelo prêmio veio com a frase “Não é uma obra-prima, não é um filme perfeito, mas é um filme extremamente divertido que deve agradar, e muito, aos fãs de trash-movies!”. Justificativa certeira!!!

Não sei se Lee Cooper é o nome real do diretor, mas pelos levantamentos que fiz aqui ele teria dirigido apenas três títulos pornôs: “A Fantasy Fulfilled” (1975), não creditado, e os já citados “Winnebango” (1975) e “Wet Wilderness” (1976), além de ter produzido “And Then Came Eve” (1976), dirigido por R.J. Doyle (que teria ainda, no mesmo ano, dirigido outro pornô, “Cream Rinse”). A se julgar pelo amadorismo dos filmes dá prá entender porque Lee Cooper não emplacou na indústria cinematográfica. O produtor Robert Thomas produziu também dois outros pornôs, “Ensenada Pickup” (1971) e “Run, Jackson, Run” (1972), ambos com direção de Mark Hunter, e teria feito o som de “The Life and Times of Xaviera Hollander” (1974) de Larry G. Spangler, diretor do western de horror “A Knife For the Ladies” (1974), e, mesmo sendo um dos piores editores que já vi, foi o responsável pela edição de “Devil’s Ecstasy” (1977), um pornô de horror dirigido por Brandon G. Carter. Todas essas pessoas que citei neste parágrafo desistiram de fazer cinema ainda na década de 1970. Uma pena, gosto muito de inúteis persistentes, são eles quem fazem os filmes mais divertidos!

por Petter Baiestorf.

Imagens da Gulosa Audrey Hollander

Posted in Arte Erótica, Putaria with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on julho 19, 2012 by canibuk

Resolvi postar algumas fotinhos de performances da atriz Audrey Hollander (nascida em 1979 no estado de Virginia, USA) que sempre curti porque ela encarra o sexo com vontade e muita sede de porra. Geralmente os filmes dela são com cenas mais sádicas, deep throats maravilhosos, duplas penetrações anal/vaginal e um pouco de fist fucking revigorante. Audrey começou como atriz profissional com o diretor Ed Power, em 2006 ganhou o AVN Award (o Oscar da indústria pornô) de performer do ano e já participou de mais de 300 produções com muito sexo melequento saboroso. Divirtam-se com algumas imagens de Audrey em ação e procurem seus filmes.

* Postagem de hoje não é artigo nem nada, é somente algumas imagens para apimentar seu dia! Bom sexo!!!

Tranqueiras de Mestre: Joe D’Amato

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 19, 2012 by canibuk

Michael Wotruba, John Shadow, Peter Newton, O.J. Clarke, David Hills, Kevin Mancuso, Dario Donati, Robert Vip, Chana Lee Sun, Pierre Bernard, Jeiro Alvarez, Steve Benson, James Burke e Joe D’Amato… Você sabe o que todos estes nomes tem em comum? São todos pseudônimos da mesma pessoa: Aristide Massaccesi (1936-1999), diretor, produtor, eletricista, montador, diretor de fotografia, roteirista e câmera (ufa!) italiano. Mais conhecido como Joe D’Amato, principalmente pelos filmes pornôs-históricos de alto nível (de produção e sacanagem) que dirigiu nos últimos anos. No começo o jovem Aristide seguiu os passos de seu pai e foi “pau-prá-toda-obra” em centenas de produções italianas. Ao começar a dirigir aventurou-se por todos os gêneros comerciais possíveis, sendo figura cult no cinema de horror-gore-trash, além do pornô. “Buio Omega”, “Antropophagous 1 e 2”, “Emanuelle e Gli Ultimi Cannibali”, “Ator”, “Calígula 2”, “Anno 2020”, “Chinese Kamasutra”, “The Untold Story of Marco Polo”, etc e etc… D’Amato foi um dos primeiro (e poucos) a se aventurar num gênero até hoje tabu: o Pornô-Terror. O público alvo dos filmes gore parece não curtir a presença de paus-bucetas-cus em ação no meio das podreiras e os pornófilos parecem broxar ao verem umas tripas expostas em meio às trepadas. D’Amato poderia ter mudado este pensamento se não fosse tão relaxado na maior parte de seu trabalho.

Em 1979 ele e uma pequena equipe viajaram para a pequena ilha de San Domingo (no Caribe) para rodar um filme de terror e um erótico. Quando conheceu as paradisíacas locações e seu elenco fixo se mostrou disposto, o esperto Joe resolveu misturar tudo e fez “Porno Holocaust” e “La Notte Erotichi dei Morti Viventi”. O primeiro, escrito por seu ator e colaborador habitual George Eastman (Luigi Montefiori, 1942), mostra um grupo de cientistas (?!) chamado ao Caribe para investigar as mortes sangrentas de mulheres próximas a uma ilha que servira para testes atômicos secretos. Apesar de mais interessados em transar entre eles e com nativos, o grupo não tem dificuldades para seguir a pista do zumbi-mutante-bem-dotado que estupra e mata com seu esperma radioativo (interpretado por um nativo do Caribe usando roupas em farrapos e pedaços de látex retorcidos colados em seu rosto). Vários personagens são mortos, alguns fodidos até padecer, menos Eastman (o roteirista) que é estrangulado. No final o herói (Mark Shannon ou Manlio Cerosino) mata o monstro e salva a mocinha (a bela mulata Ann Goren). “Porn Holocaust” foi definido exageradamente por Todd Tjersland, autor do livro “Sex, Shocks and Sadism!”, como “… a mais pútrida peça de pornografia jamais cometida em celulóide…”

Já “La Notte Erotiche dei Morti Viventi” começa com o mesmo George Eastman internado muito doidão em um hospício. Entre seus acessos de fúria e trepadas furiosas e selvagens com uma enfermeira, ficamos sabendo de sua aventura com um grupo de turistas (entre eles Shanon e Goren novamente) em uma ilha tropical onde uma linda nativa (Laura Gemser) através de um pequeno ídolo d epedras parece comandar uma horda de zumbis putrefactos e canibais. Entre várias transas e cenas como a da dançarina negra que se masturba com uma garrafa de champanhe, conseguindo abri-lá com seus lábios (vaginais, é claro!) e outras seqüências imprescindíveis à trama, vemos vários mortos-vivos atacando com fúria.Um deles, por exemplo, totalmente coberto de vermes dilacera o pescoço de um legista apavorado. No final tudo pode ser loucura ou trauma da cabeça de Eastman como no clássico “O Gabinete do Dr. Caligari” (1919). Em ambos filmes de D’Amato, as cenas de sexo ainda não mostravam a técnica que fariam Joe famoso (ele ainda estava treinando) e o horror, principalmente pela total falta de dinheiro para bons efeitos e maquiagens, não assusta. Mas afinal, os filmes são bons? Que diferença isto faz? Com estes elementos pioneiramente reunidos e o clima bagaceiro generalizado, divertem muito como trash. Ainda estou esperando uma produção fodona com sexo, tripas, bundas, muco, peitos, dilacerações e porra! Nestes dias de correções políticas em que vivemos, não sei não…

LAURA GEMSER É UMA BELEZA MORENA DE LONGAS E BEM TORNEADAS PERNAS, ROSTO LINDO E EXÓTICO E BUNDA E SEIOS PERFEITOS. Nascida em 1951 na ilha de Java (Indonésia) seu nome é Laurette Marcia Gemser ou, ainda, Moira Chen. Foi a musa (e dizem, amante) de Joe D’Amato com quem rodou a longa e conhecida série com a personagem erótica Black Emanuelle (“Black Emanuelle 2”, “Emanuelle and the Last Cannibals”, “Emanuelle in America”, “Emanuelle in Egypt”, “Emanuelle Around the World”, “Emanuelle and the White Slave Trade”, “Confessions of Emanuelle”, “Emanuelle in Africa”, “Emanuelle in Bangkok” e “Emanuelle’s Daughter”), além de enfeitar com suas formas “Eva Nera” (1978), “Ator” (1983), “Calígula 2” (1983), “Endgame” (1984) e o já citado “La Notte Erotiche dei Morti Viventi”. Casada desde o final dos anos de 1970 com o veterano ator italiano Gabrielle Tinti, depois da morte de seu marido e de seu diretor favorito ter se dedicado exclusivamente ao Hardcore (Gemser só fazia cenas de sexo simulado), retirou-se da indústria, deixando saudades nos punheteiros de todo o mundo que, assim como os últimos canibais do filme de 1977, queriam come-la a todo custo!

escrito por Coffin Souza.

Fingered

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on março 16, 2012 by canibuk

“Fingered” (1986, 25 min.) de Richard Kern. Com Lydia Lunch.

Estranho fruto da estranha Big Apple – Cidade Apocalipse, uma das raízes do Cinema de Transgressão. Movimento underground com culhões. Richard Kern comprou uma câmera de S-8 usada por U$ 5 (cinco dólares) e seu amigo Nick Zedd – que nem isso tinha – roubou uma para ele. Toda ralé que se dignava a fazer parte da turma virou artista. Lydia Lunch, Lung Leg, Cassandra Stark, Cruella De Ville, Martin Nation, Richard Hell, Rick Strange, Annie Sprinkle (sim, a senhora xixi na cara e pau na bunda do pornô), todo mundo cheio de maconha e ácido na cabeça. Filmavam violência, colocação de piercing (na buceta), estupros, assassinatos, sexo, drogas e a little bit of rock’n’roll. Talvez mais. Cuspidas punks em celulóide. Taras & revoltas artísticas. Russ Meyer com ácido…

“Fingered”, de 1986, que John Waters chamou de “the ultimate date movie for psychos” ou “o melhor filme pornô artístico caipira punk do mundo!”, é dirigido por Kern com roteiro dele e de Lydia Lunch. A bad girl faz sexo por telefone, depois se abre toda para Martin Nation fazer fist fucking e spanking antes de enrabá-la. Na rua ela é assediada por um babaca que é degolado e o casal on the road foge, briga, trepa, provoca, estupra, rapta, trepa, briga, até… Deathtrip Film.

No festival de Berlin de 1990 Kern mandou um monte de feministas se fuder e discutiu até conseguir exibir o filme. As feministas se vingaram invadindo outro cinema que ia passar o filme, quebrando tudo e jogando tinta a óleo nos projetores. Tinta azul/blue, para chamar o filme de pornográfico. Grande merda. Só ajudou na fama de maldito da obra que é uma maravilha da revolta. E dá gosto ver a Lydiazinha tomando gostoso no rabo e atirando a esmo. Consiga o filme e mostre para a sua família tarde da noite, eles vão dormir muito mais felizes!

escrito por Coffin Souza, originalmente publicado no fanzine “Sanguelia” (2000).

Freaks no Cinema parte 1: Monstros sem Máscaras

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , on fevereiro 29, 2012 by canibuk

A maquiagem especial é sem duvida a porção maior na criação dos monstros cinematográficos do cinema fantástico. Os atores, ou extras que interpretam estas criaturas utilizam uma variedade de métodos (de algodão e tintas, passando por papier maché, látex líquido, até os atuais efeitos digitais) para ajudá-los a externar o horror de seus personagens incomuns. Mas como toda regra tem sua exceção, alguns atores, que se nascessem em séculos passados não passariam de curiosidades em circos, conseguiram com apenas alguns retoques ou adereços criar monstros lendários, apenas realçando suas deformações naturais.

RONDO HATTON – Nasceu em Abril de 1894 em Maryland, EUA. Foi um jovem comum e inteligente, conhecido na High School por ser um ótimo escritor, publicando textos nos jornais de Tampa, Florida, para aonde se mudou aos 18 anos. Alto e de porte atlético, se interessava por esportes, principalmente Futebol americano, onde fazia sucesso com as garotas. Começou a faculdade, mas se alistou na Guarda Nacional, indo lutar na França durante a primeira Grande Guerra. Em uma batalha nos arredores de Paris, foi atingido por gás venenoso alemão e sobreviveu após longo período de internação. Deu baixa e retornou a América com uma grave seqüela: Acromegalia, uma rara doença que atinge a glândula Pituitária, agigantando rapidamente os ossos da cabeça e dos membros. Formou-se e passou a trabalhar como jornalista no jornal The Tampa Tribune. Em 1930, o diretor King Vidor rodou uma produção em Tampa, e impressionado pelo rosto anormal de Rondo, o convenceu a fazer uma ponta como segurança de um bar portuário em “Hell Harbor”, uma história de piratas. Sua figura impressionou os executivos de Hollywood, e ele se mudou para lá com sua esposa Mabel. Rondo fez figuração e pontas em dezenas de filmes, mostrando bem seu rosto na famosa cena do Festival dos Bobos na versão de 1939 de “The Hunchback of Notre Dame” (O Corcunda de Notre Dame) de William Dieterle com Charles Laughton. A grande virada em sua carreira só aconteceria em 1944, quando a Universal Films o escalou para viver o vilão Oxton Creeper, inimigo de Sherlock Holmes em “The Pearl of Death” (1944) de Roy William Neill com Basil Rathbone como o lendário detetive britânico. Apesar do personagem “esmagador de colunas” morrer no final da aventura, a reação muito positiva do público com a figura monstruosa levou a produtora a lhe arrumar novos papéis do gênero, passando a promovê-lo como “The Creeper”. Depois de seu ciclo clássico de filmes de horror, onde seus astros como Boris Karloff, Bela Lugosi ou Lon Chaney Jr. passavam horas na cadeira de maquiagem, tendo implicadas e dispendiosas aplicações feitas pelo mestre Jack Pierce, um ator barato e com uma aparência naturalmente grotesca, era um achado. ”Jungle Captive” (1944)de Harold Young, a segunda continuação de “Captive Wild Woman”, um sucesso classe “B” de 1943, trás Rondo Hatton como Moloch, o Bruto, assistente do cientista louco (Otto Kruger), que trás de volta a vida a sofrida mulher-macaco Paula Dupree (Vicky Lane). Ironicamente, a ótima maquiagem da mulher-macaco e sua transformação foram feitas por Jack Pierce, em seu último trabalho para a Universal, mas o destaque ficou novamente para a presença de Hatton. No seriado de 13 partes “Royal Mounted Rides Again” (1945), Rondo recebeu uma participação meramente “decorativa”. Seu personagem Moose, guarda-costas do vilão, passa capítulo após capítulo sentado em uma cadeira atrás de seu patrão, imóvel e calado. Quando finalmente o bandido está para ser preso, Moose recebe a ordem para agir, mas o herói lhe dá um tiro certeiro e ele morre sem se levantar. Gale Sondergaard, estrela da aventura “Sherlock Holmes and the Spider Woman” (1944) foi reunida com Hatton no terror “The Spider Woman Strikes Back” (1946) de Arthur Lubin. Apesar do título e da presença dos dois, não era uma continuação, mas a história da sinistra Zenobia, que alimenta uma planta exótica com sangue de belas jovens. Hatton vive Mario Murdock, o assistente da vilã, que se faz passar por cega. No final os dois sucumbem a um incêndio na mansão e Mario em agonia é morto com um tiro. Não contando mais com nenhum de seus astros de terror, a Universal promove largamente Rondo Hatton como estrela de “House of Horrors” (1946) de Jean Yarbrough. Marcel (Martin Kosleck) um jovem escultor enlouquecido, salva um homem enorme e deformado de se afogar. Torna-se seu amigo e esculpe um busto com sua figura peculiar. Descobre que o homem é na verdade um assassino psicopata procurado conhecido como… ”The Creeper” e passa a usá-lo para matar vários inimigos. Quando recebe a ordem de eliminar uma bela repórter que descobrira toda a trama, revolta-se e esmaga a coluna de Marcel, sendo alvejado novamente por um tiro. Seu último filme foi “The Brute Man” (1946) de Jean Yarbrough, sobre um jovem estudante de química, que fica deformado após uma explosão com ácido em um laboratório. Louco, torna-se um assassino, liquidando as pessoas que achava responsáveis pelo acidente. Por razões desconhecidas a Universal resolveu não lançar o filme, que foi comprado pela companhia independente PRC (Producer’s Releasing Corp.) que o divulgou com a chamativa frase publicitária “his brain cried Kill! Kill! Kill!”. Em novembro de 1946, Hatton estava em casa, tomando um banho, quando sua esposa ouviu um ruído estranho foi ao banheiro encontrando-o caído na banheira. Um ataque cardíaco provocado pelo agravamento de sua doença tirara a vida do gigante-assustador, que gostava de presentear os vizinhos com folhagens que ele plantava, e costumava visitar adultos e crianças vítimas de acidentes e mutilações para confortá-las com sua experiência de vida. Rondo Hatton virou uma figura Cult e ímpar no cinema “B”.

TOR JOHNSON – Nascido Karl Oscar Tor Johansson em outubro de 1903 na Suiça, mudou-se para os EUA durante os anos 30 para se tornar um lutador profissional de sucesso. Apesar de não ter nenhum tipo de deformação, Tor logo chamou a atenção dos estúdios de cinema por seu tipo físico: 1,91 m de altura, 200Kg de músculos e gordura e um rosto naturalmente expressivo com sua cabeça continuamente raspada (tinha cabelos loiros) que o transformavam na imagem de uma verdadeira ameaça ambulante. Foi campeão de luta livre com seu nome americanizado e também como “Super Swedish Angel”, “King Kong” e outros pseudônimos, alternando sua carreira nos ringues com pontas no cinema. Seu tipo físico e a cabeça raspada serviram de piada para diversas comédias como “Kid Millions” (1934) com Eddie Cantor; “Ghost Catchers” (1944) com a dupla Olson & Jonson; “Road To Rio” (1947) e “Lemon Drop Kid” (1951) com Bob Hope; “Lost in a Harem” (1944) e “Abbott and Costello In the Foreign Legion (1950) com a dupla de humoristas e “You’re Never Too Young” (O Meninão, 1955) com Jerry Lewis. Seu personagem mais marcante nesta primeira fase foi em “Behind Closed Doors” (1948) de Oscar Boetticher, um policial-noir onde vivia um maníaco homicida preso em um hospício e que é utilizado pelos administradores do local como instrumento de vingança contra seus inimigos. O filme foi relançado nos anos 50 como “Human Gorilla” fazendo referência direta ao personagem de Tor, além de ter sido refilmado para a série de TV “Petter Gunn” (1960) com o próprio reprisando seu papel. Sua entrada para o cinema de horror foi através da produção classe Z “Bride of the Monster” (1955) de Ed Wood Jr. com Bela Lugosi onde viveu pela primeira vez o personagem Lobo, um gigante deformado com cérebro infantil criado por uma experiência com energia atômica. Rodado em poucos dias, utilizando cenários de papelão e objetos de cena roubados de um estúdio, o filme que originalmente se chamava “Bride of the Atom”, é hoje um Cult Movie exatamente por suas deficiências e pelo esforço denotado na produção, fruto da paixão legítima de Ed Wood pelo cinema. Também marcou Tor com seu personagem e sua associação com a dupla Ed Wood/Lugosi. Seu próximo filme foi “The Black Sleep” (A Torre dos Monstros, 1956) de Reginald Le Borg, onde viveu Curry, um gigante-cego e retardado, que vive acorrentado, fruto das experiências do Dr.Cadman (Basil Rathbone). O elenco tipo All-stars do terror incluía Bela Lugosi (Casmir), Lon Chaney Jr. (Mongo), John Carradine (Borg) e Akim Tamiroff (Otto) todos como personagens lobotomizados pelo cientista louco. “Plan Nine from Outer Space” (1957) de Ed Wood Jr., dispensa apresentações e traz Tor Johnson e Bela Lugosi no elenco, apesar de nunca contracenarem de verdade. Lugosi havia rodado algumas poucas cenas para um filme de vampiro de Wood, quando faleceu. Elas foram editadas e um dublê com o rosto coberto substitui o lendário Drácula do cinema para o restante da história de pessoas revividas como zumbis por alienígenas afeminados. Tor inicia o filme como um inspetor de polícia, mas depois de ser morto volta como zumbi, e são clássicas suas cenas circulando nas névoas de um cemitério acompanhado de Vampira (Maila Nurmi, ex-apresentadora de um programa de terror na TV)… Ícones do cinema Trash! Em um dos últimos filmes da lendária produtora “B” Republic Pictures, “The Unearthly” (na TV “O Extraordinário”, 1957) de Brook L.Peters, Tor Johnson voltaria ao seu personagem Lobo, agora como fruto das experiências do cientista louco vivido por John Carradine. No final do filme Lobo ajuda a mocinha a escapar de vários mutantes deformados que o cientista escondia no porão, entre eles, em destaque o jovem Carl Johnson, filho de Tor com uma maquiagem pesada feita por Harry Thomas. Em 1959 Tor repete novamente o papel em “Night of the Ghouls” de Ed Wood, uma espécie de continuação amalucada de “Bride of the Monster”. Desta vez Lobo é ressuscitado com metade de seu rosto deformado e se vê em meio a uma trama de um médium falso e dois fantasmas verdadeiros. Apesar de pronto o filme nunca foi lançado, e somente saiu em vídeo (legalmente) em 1984. O último filme de terror do grande Tor, e o único em que foi o ator principal, foi “The Beast of Yucca Flats” (1961) de Coleman Francis. Um cientista russo (Tor) é atingido por uma explosão atômica e se transforma… num assassino brutamontes,deformado e sem cérebro… é claro! Segundo Conrad Brooks (seu amigo e colega neste e em outros filmes), Tor teria recebido aqui um de seus piores cachês, fazendo o papel principal por apenas U$ 300,00! O filme não tem diálogos, mas um narrador que alterna abobrinhas filosóficas (ao estilo WoodJr./Mojica Marins) com simples descrições do que se passa na tela. Johnson tinha problemas com a bebida e tinha que ser muitas vezes carregado (leia-se rebocado) até o local das filmagens, em cima de uma colina. Um jornal sensacionalista publicou na época a história que o magrelo ator Larry Aten (que morreu de ataque cardíaco durante as filmagens) teria sido esmagado por Tor durante uma cena de luta… Tor Johnson passou a se dedicar a apresentações ao vivo (revivendo Lobo), programas e propagandas para a TV e em 1965 participou de uma campanha publicitária para promover o lançamento de uma máscara de látex com seu rosto, criada pelos estúdios Don Post, que se transformaria num dos maiores sucessos de venda nas festas de Halloween, sendo fabricada até hoje. Sofrendo de sérios problemas cardíacos, o chamado “Gigante Gentil” foi obrigado a se aposentar e faleceu em maio de 1971, deixando sua esposa Greta, seu filho Carl, policial e ator esporádico e uma legião de fãs e amigos…

REGGIE NALDER – Alfred Reginald Nattzick nasceu em Viena, Áustria em 1907. Era filho de artistas de Cabaret e mais tarde seguiu a vocação dos pais e estudou teatro e dança, fazendo algum sucesso em comédias musicais. Um terrível acidente que ele nunca explicou, acontecido nos anos 30, deformou seu rosto, fazendo-o parecer uma caveira viva. Séria ameaça para alguém com pretensões artísticas, mas Nalder não desistiu e acabou se envolvendo com o cinema fazendo algumas pontas. O mestre Alfred Hitchcock descobriu aquele rosto ímpar e o colocou como um sinistro e frio assassino em “The Man Who Knew Too Much” (O Homem que Sabia Demais, 1955). Logo ele seria o vilão permanente em filmes como “Liane, The Jungle Goddess” (1956) ou “The Manchurian Candidate” (1962) ou séries de TV: “Thriller”; “Star Trek” (Jornada nas Estrelas), “Wild,Wild West” (James West) ou “Battlestar Gallactica”. O futuro Maestro do Giallo, Dario Argento, o escalou pra uma ponta importante em seu primeiro longa metragem “L’Uccelo Dalle Piume Di Cristallo” (O Pássaro da Plumas de Cristal, 1970). No mesmo ano Nalder viajou para Munich (Alemanha), para representar Albino, um sádico caçador de bruxas num dos mais violentos filmes da época “Brenn Hexen Brenn” (Mark of the Devil, 1970), escrito pelo crítico inglês Michael Armstrong, que co-dirigiu com o produtor de filmes eróticos Adrian Hoven. Ao ser lançado com grande publicidade (que incluía sugestivos sacos-de-vômito personalizados distribuídos nas portas dos cinemas), foi um sucesso polêmico e instantâneo. Apesar de seu personagem morrer antes do final do filme, ele estava escalado para a continuação “Hexen-Geschander Und Tode Gequalt” (Mark of the devil II, 1971) de Adrian Hoven, onde recebeu outro papel sádico e repulsivo, numa produção que alardeava ter sido “Proibida em mais de nove países!”. Em uma série de participações na TV americana, ele foi um zumbi no telefilme “The Dead Don’t Die” (Os Mortos Não Morrem, 1975) de Curtis Harrington; o mordomo mudo do Drácula de John Carradine em “McLound Meets Dracula” (na série Os Detetives, 1975) e um nazista em “Fantasy Island” (A Ilha da Fantasia). Uma pequena ponta em “Io Casanova di Frederico Fellini” (Casanova de Fellini, 1976) marcou o fim de sua carreira na Europa. Na estréia do prolífico produtor/diretor Charles Band como realizador, “Crash!” (Crash, o Ídolo do Mal, 1977), Nalder esteve bem acompanhado dos veteranos John Carradine e José Ferrer em uma aventura de terror barata e absurda. Reggie foi novamente um servo de Drácula no trash “Dracula’s Dog” (Zoltan, o Cão Vampiro de Drácula”, 1978) de Albert Band, servindo ao seu amo (Michael Pataki) e também ao cachorro sanguessuga do título. Numa das únicas vezes que utilizou maquiagem pesada, Reggie Nalder foi o nosferático vampiro Mr. Barlow na mini-série “Salem’s Lot” (A Hora do Vampiro/A Mansão Marsten, CBS-TV 1979) de Tobe Hooper. O papel do eterno caçador de vampiros Dr.Van Helsing poderia parecer estranho se vivido por Nalder, mas foi ele e seu rosto peculiar (com o pseudônimo de Datlef Van Berg) que participou da versão pornô “Dracula Sucks” (Drácula Chupa,1979) de Phil Marshak. Nesta paródia com ótima produção, o conde vampiro (aqui bem menos interessado em sangue) foi Jamie Gillis, secundado por um elenco pornô-all-star: Annette Haven, John Leslie ,Serena, John Holmes ,Paul Thomas… e Reggie não tem cenas de sexo. Passando de um pornô, à Disney, Nalder fez o papel de um demônio na comédia fantástica “The Devil and Max Devlin”(1981) de Steven Stern com Bill Cosby e Elliot Gould e de volta ao hard core viveu um general nazista que quer escravizar a humanidade através do sexo em “Blue Ice” (1985) de Phil Marshark. Doente, Reggie Nalder se aposentou e só faria uma participação como um conquistador germânico em “Jericó” (1992), lançado um ano após a sua morte ocasionada por um câncer. Sobre sua aparência disse uma vez a um jornalista: “Eu acho que eu não pareço com Gary Cooper ou Clark Gable, eu me vejo como um tipo de Monstro…”.

MICHAEL BERRYMAN – “criança de Marte” certamente não é um apelido agradável para se receber nos primeiros anos de escola, mas era assim que o jovem Michael Berryman era conhecido por seus colegas. Nascido em Setembro de 1948 em Los Angeles, com uma rara deformação, em que a cartilagem do crânio é fundida e não deixa o cérebro crescer. Inicialmente cego, foi submetido a mais de 300 (!) operações cirúrgicas que lhe restituíram a visão e o permitiram viver, apesar de muitas seqüelas. Michael tem quase dois metros de altura, uma cabeça enorme espichada, não possui pêlos, dentes naturais, nem unhas e suas glândulas sudoríparas não funcionam, portanto tem sérios problemas com o calor e com a poluição. Mesmo assim, graças a sua família (seu pai é um famoso neurocirurgião) teve uma vida relativamente normal e se formou em Ciências políticas e Artes. Trabalhava como atendente em uma floricultura quando sua aparência exótica chamou a atenção do filho do diretor/produtor George Pal e foi escalado para uma pequena ponta na aventura “Doc Savage: The Man of Bronze” (Doc Savage, O Homem de Bronze, 1975) de Michael Anderson, uma aventura camp fantástica, baseada num personagem da Pulp Fiction, vivido aqui pelo ex-Tarzan televisivo Ron Ely. Em seguida juntou-se ao elenco do sucesso “One Flew Over The Cucoo’s Nest” (Um estranho no Ninho, 1975) de Milos Forman, como um dos doentes mentais, colegas de Jack Nicholson em um sanatório (outros novatos deste elenco foram revelados aqui e se tornaram muito conhecidos, como Danny DeVitto, Christopher Lloyd e Brad Douriff). Seu próximo trabalho também foi uma tortura para sua condição física, “The Hills Have Eyes” (Quadrilha de Sádicos, 1977) de Wes Craven, foi totalmente filmado no deserto americano, com uma temperatura média acima dos 45 graus. Apesar das dificuldades, Michael trabalhou duro e deu vida ao personagem Pluto, um dos mutantes-canibais que aterrorizam uma família em férias. Seu rosto peculiar foi o principal destaque do cartaz e fotos de divulgação do filme e rodaram o mundo. Craven o escalou outras vezes em “Deadly Blessing” (Benção Mortal, 1981); “The Hills Have Eyes 2” ( Quadrilha de Sádicos 2, 1983), novamente como o demente Pluto e em “Invitation to Hell” (Convite para o Inferno, 1984), todos grandes fracassos. Sua filmografia daí por diante é bastante intensa, com uma média de cinco filmes por ano, que vão de comédias fantásticas adolescentes como “Weird Science” (Mulher Nota Mil, 1985) de John Hughes ; “My Science Project” (1985) de Jonathan Betuel ou “Saturday the 14th Strikes Back” (Sábado 14 – Reunião Infernal, 1988) de Howard Cohen; passando por série s de TV como “Alf o ETeimoso”; “O Homem Que Veio do Céu”; “Jornada nas estrelas- A Nova Geração”; “Tales From the Crypt” e “Arquivo X”. Michael teve destaque nos filmes do diretor italiano Ruggero Deodato “Inferno in Diretta” (Cut and Run, 1985), onde viveu o sádico guerrilheiro Quecho e “Barbarians & Co.” (Os Bárbaros, 1987) como o feiticeiro Dirty Master e em uma série de trashs de seu diretor favorito Fred Olen Ray: “Armed Response”( Resposta Armada, 1986); Haunting Fear” (Síndrome do Medo, 1989); “Evil Spirits” (1990); “Teenage Exorcist” (Essa Mulher é o Demônio, 1991) e “Wizards of the Demon Sword” (1991). Apaixonado por motocicletas, fã de Rock (participou de clips de Motley Crue e Dan Reed Band), pacifista e ecologista, Berryman passou a morar na reserva ecológica Wolf Mountain (Utah, EUA), longe da poluição e ajudando a preservar uma matilha de lobos de uma raça quase extinta, continuando ativo na TV e em produções independentes mas diminuindo seu ritmo de trabalho. Em 2005 fez uma participação especial em “The Devil’s Reject” (Rejeitados pelo Diabo) de Rob Zombie junto com outras figurinhas carimbadas do gênero. Um de seus melhores papéis recentes está em uma produção independente de terror bem fraca “Brutal” (2007) de Ethan Wiley. Berryman faz Leroy, um treinador de cães, autista e gênio matemático, que auxilia a heroína (Sarah Thompson) a desvendar uma série de assassinatos. Nada de monstruoso ou sádico, um personagem humano, sensível e apaixonado por animais, como a próprio ator. Em outro Psycho-Killer , “Beg” (2010) de Kevin Mc Donald, Michael aparece Junto com Tonny Todd e com a maravilhosa Deddie Rochon, além de ser um dos produtores associados. Um de seus últimos filmes a estrear foi “Cut” (2011) de Joe Hollow e Wolfgang Meyer sobre uma… família disfuncional de assassinos! Mas o incansável Michael “Pluto” Berryman está no elenco de pelo menos 6 ou sete filmes em produção ou pré-produção para 2012 e 2013… Longa vida “Criança de Marte”!

ROBERT Z’DAR – Assim como Tor Johnson, Robert Z’Dar não sofreu de nenhuma doença ou acidente, mas sua aparência incomum o levaram ao cinema. Robert J. Zdarsky, nascido em Chicago em 1950, recebeu o bacharelado em artes pela Arizona State University e foi músico profissional (vocalista, guitarrista e tecladista), compositor de jingles, dançarino e policial! Mas com seu 1,90cm de altura, corpulento e com seu rosto enorme, emoldurado com um queixo gigantesco o tornam o típico personagem ameaçador, agressivo e imbatível de filmes policiais ou dramas de horror. Com o nome artístico de Robert Darcy, ele foi um abusivo guarda de um presídio feminino em “Hellhole” (1985); um segurança particular na série “A Gata e o Rato” (1985) e o vilão Shigaru no drama de ação e vingança “Code Name: Zebra” (1986). Seu primeiro contato com filmes de terror foi como o psicopata assassino de prostitutas em “The Night Stalker” (O Demônio da Noite, 1987) de Max Keven. Fez uma ponta na ficção científica bobona “Cherry 2000” (1987) de Steve De Jarnett com Melanie Griffith e finalmente apareceu sua grande chance ao fazer um teste para um filme escrito e produzido pelo cultuado Larry Cohen. “Maniac Cop” (Maniac Cop – O Exterminador, 1988) de William Lustig, trás Z’Dar pela primeira vez como Matt Cordell, um policial fardado de New York, com tendências assassinas, que é mandado para a prisão onde é severamente mutilado pelos presos. De volta as ruas, com seu uniforme e um rosto desfigurado ele se torna um assassino psicopata indestrutível, que é combatido por Bruce ”Evil Dead” Campbell. Sucesso no mundo inteiro, o filme se transformou em uma série com “Maniac Cop 2” (Maniac Cop 2 – O Vingador, 1990) e “Maniac Cop 3: Badge of Silence”(Maniac Cop 3 – O Distintivo do Silêncio, 1992) ambos de William Lustig e com Z’Dar utilizando uma maquiagem pesada, já que o personagem assume ares de zumbi, ao retornar mais de uma vez da morte. Fora da série, Z’Dar sempre foi um dos preferidos das pequenas produções de terror como “Grotesque”(Grotesk, 1988) de Joe Tornatore com Linda Blair; “Evil Altar” (Altar do Diabo, 1988) de Jim Wilburn, onde viveu um feiticeiro demoníaco; “Samurai Cop” (Um Tira Invencível, 1989) de Amir Shervan; “Soultaker” (Ladrão de Almas, 1990) de Michael Rissi , personificando o anjo da morte; “Beastmaster 2: Trough The Portal Of Time” (Portal do Tempo, 1991) de Sylvio Tabet, onde também Michael Berryman fez uma participação ou o herói de “Return to Frogtown” (A Vingança dos Sapos Assassinos”, 1992 ) de Donald G. Jackson. No cinemão ele é lembrado por ter dado uns bons cascudos em Sylvester Stallone na comédia de ação “Tango e Cash” (1989), onde seu personagem se chamava “The Face”… Robert Z’Dar continua ativo, quer seja em encontros e convenções de terror e cinema fantástico, quer seja em vídeos ultra-baratos como “Guns of El Chupacabra” (1997) de Donald G.Jackson, uma mistura de artes marciais, ficção científica, ação e garotas nuas com estrelas “B” como Julie Strain, Conrad Brooks, Joe Estevez e nosso amigo queixudo como Z-Man, o mestre Invasor Alienígena ; “Future War” (O Grande Dragão do Futuro, 1997) de Anthony Doublin, como o mestre dos cyborgs; ”Zombiegeddon” (2003) de Chris Watson, um filme da Troma onde vive o detetive Bobby e acaba transformando-se em um zumbi; “The Rockville Slayer” (2004) onde faz par com sua amiga Linnea Quigley ou “Vampire Blvd.” (2004) de Scott Shaw com seu parceiro de longa data Joe Estevez. Desde 2002, quando sofreu uma séria fratura nas costas durante uma filmagem, Z’Dar tem se mantido longe das cenas de ação, mas não deixa de mostrar sua famosa “cara simpática”… em todos estes casos, resta dizer que: A Falta de Beleza É Fundamental!!!

escrito e pesquisado por Coffin Souza.