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Ponto de Ruptura: Lições de Cinema Comercial para Iniciantes

Posted in Cinema, erótico with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 8, 2016 by canibuk

Breaking Point (1975, 95 min.) de Bo Arne Vibenius. Com: Andreas Bellis, Irena Billing, Jane McIntosch e Susanne Audrian.

breaking-point1Bob Bellings (Andreas Bellis) é um executivo que acha que toda interação que tem com as mulheres, mesmo que estranhas, possui conotação sexual. Assim o nada pacato cidadão esquizofrênico começa a fantasiar relações sexuais tornando o público seu cúmplice nas bestialidades que pratica e, sem saber distinguir fantasia da realidade, acaba estuprando e matando mulheres, desembocando numa fuga alucinada cheia de sexo explícito, violência e horror.

Assista o trailer:

breaking-point2Não tão pretensioso quanto em “Thriller – Em Grym Film/Thriller: They Call Her One Eye” (1973), seu filme anterior, Bo Arne Vibenius avançou um pouco nas suas teorias do que seria cinema comercial, desta vez com a pornografia integrada na história indo muito além das cenas de sexo explícito enxertadas (para as cenas de sexo explícito de “Thriller” ele contratou um casal que fazia apresentações de sexo explícito ao vivo em boates de terceira categoria da Suécia). Bo Arne Vibenius nasceu em 1943 na Suécia e iniciou carreira no cinema como assistente de direção de Ingmar Bergman em “Persona” (1966) e “Vargtimmen/A Hora do Lobo” (1968). Trabalhar como assistente do renomado diretor lhe permitiu tentar a produção/direção de seu próprio filme e assim o fez com “Hur Marie Träffade Fredrik” (1969), uma fantasia familiar que foi um tremendo fracasso de público. Decidido a fazer “o filme mais comercial de todos os tempos” para recuperar o dinheiro investido na produção anterior, Vibenius (usando o pseudônimo de Alex Fridolinski) concebeu o sádico “Thriller: They Call Her One Eye”, onde misturou extrema violência (boatos dizem que ele utilizou um cadáver real para filmar a cena onde arranca o olho) e sexo explícito. “Thriller” acabou virando um clássico do cinema selvagem e foi proibido até mesmo na Suécia, um dos países mais tolerantes do mundo. Logo em seguida, mostrando que aprendeu a lição em partes, Vibenius (desta vez utilizando o pseudônimo de Ron Silberman Jr.) aumentou as doses de sexo e diminuiu a violência neste “Breaking Point”, numa clara tentativa de lucrar no mercado pornográfico da Suécia e Dinamarca, países que haviam liberado a produção de cinema adulto tirando-o da clandestinidade. Mesmo não tendo mais produzido/dirigido filmes, Bo Arne Vibenius continuou trabalhando na indústria cinematográfica em produções dos mais variados estilos como nos dramas “Hempas Bar” (1977) de Lars G. Thelestam; “Tabu” (1977) de Vilgot Sjöman; “Ga Pa Vattnet Om Du Kan” (1979) de Stig Björkman e a comédia “Raskenstam” (1983) de Gunnar Hellström, onde voltou a ser assistente de direção.

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Bo Arne Vibenius

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Andreas Bellis

Andreas Bellis, que interpreta o atormentado psicopata de “Breaking Point”, não era ator (sua única experiência atuando havia sido no drama “Jag Heter Stelios”, 1972, de Johan Bergenstrahle), mas sim câmera tendo, inclusive, feito a direção de fotografia de “Thriller”, o tal “filme mais comercial do mundo” idealizado por Vibenius. Outros filmes onde trabalhou como câmera (ou diretor de fotografia) incluem o pornô “Porr I Skandalskolan/The Second Coming of Eva” (1974) de Mac Ahlberg; a comédia “O Gyrologos” (1980) de Panos Glykofrydis e os filmes de horror “Blind Date/Visão fatal” (1984); “The Wind/O Sopro do Diabo” (1986) e “In The Cold of the Night/No Frio da Noite” (1990), todos filmes dirigidos pelo gênio incompreendido Nico Mastorakis. Já as atrizes de “Breaking Point” não seguiram carreira no cinema, tendo todas suas estrelas apagadas no acender das luzes dos pulgueiros onde o filme foi exibido.

 

Como curiosidade: Ralph Lundsten, o compositor da trilha sonora de “Breaking Point” (e também de “Thriller”), foi diretor de vários curtas-metragens. Também compôs a trilha de filmes como “Som Hon Bäddar Far Han Ligga” (1970) de Gunnar Höglund e “Exponerad” (1971), drama erótico de Gustav Wiklund estrelado pela atriz Christina Lindberg.

O cinema exploitation sueco, infelizmente, continua inédito e pouco conhecido no Brasil.

por Petter Baiestorf para seu livro “Arrepios Divertidos”.

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Rudolf Macho Magazine

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Ontem eu estava procurando a biografia do Edgar Allan Poe (que tenho guardada numa caixa embaixo da cama) e na minha procura encontrei a revista “Rudolf” (Macho Magazine) que era dos meus tempos de guri. Dei fim da busca pela biografia do Poe e corri aqui digitalizar a “Rudolf” número 1 (editora Ki-Bancas Ltda.) para disponibilizar ela aqui no Canibuk. Achei, também, algumas outras revistas eróticas na mesma caixa e as digitalizarei/postarei mais no futuro.

Boas punhetas com a “Rudolf”, era a pornografia que existia antes da era internet, bateu maior nostalgia!

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Torremolinos 73

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 22, 2012 by canibuk

“Torremolinos 73” (“Da Cama Para a Fama”, 2003, 91 min.) de Pablo Berger. Com: Javier Cámara, Candela Peña e Juan Diego.

Este filme é uma bela surpresa para qualquer cinéfilo. Tinha visto ele na época de seu lançamento em DVD aqui no Brasil, com o equivocado título nacional de “Da Cama para a Fama” (coisas da distribuidora Imagem Filmes, que nunca teve grande criatividade para títulos, nem capinhas, e nunca soube muito bem como vender seus produtos para o público certo), e alguns dias atrás revi este pequeno grande filme e continuei achando empolgante e digno de indicação.

“Torremolinos 73” conta a história de Alfredo López (Javier Cámara), vendedor de enciclopédias de porta em porta, que está com problemas em casa: Não entra dinheiro e sua esposa Carmen (Candela Peña) está querendo um filho. Ao ser chamado por seu patrão para uma reunião, Alfredo teme pelo pior. Mas não, eis que surge a oportunidade dele ingressar no maravilhoso mundo do cinema com produções eróticas em Super 8 para serem encartadas numa enciclopédia audiovisual sobre a reprodução humana. Com sua esposa sendo sua atriz-musa inspiradora, nosso aspirante a cineasta começa a fazer vários curtas pornográficos e finalmente o dinheiro começa a entrar em sua vida. Estuda técnicas e iluminações possíveis para o Super 8 e de filme em filme vai evoluindo e caindo nas graças de seu patrão mercenário. Ao mesmo tempo que Alfredo se encanta com as possibilidades do cinema, Carmen fica mais frustrada por não conseguir engravidar (numa linda comparação entre cinema-filhos). É significativo a cena em que Alfredo vai se masturbar no banheiro de um hospital para colher seu esperma para exames – onde a contagem de seu esperma é zero – e ali, se masturbando solitário com uma foto da esposa, ele concebe a idéia para o roteiro de seu primeiro longa, intitulado “Torremolinos 73”.

Alfredo López é fanático pela obra de Ingmar Bergman, mas filma como se fosse Jesus Franco. Essa relação entre Bergman-Franco fica ainda mais óbvia quando a produção de “Torremolinos 73” tem início. Filmado no inverno na cidade de Torremolinos (município turístico banhado pelas água do Mediterrâneo), portanto quase uma cidade fantasma. Alfredo e sua pequena e dedicada equipe-técnica (composta de dinamarqueses que não falam espanhol) vão criando uma homenagem à “Det Sjunde Inseglet/O Sétimo Selo”, com cara de “Macumba Sexual”, que fala sobre sexo, desejo e morte, com momentos do mais puro horror acidentalmente surrealista de Franco. Arte e lixo andam de mãos dadas! Não posso revelar o final, mas basta dizer que numa seqüência chave Alfredo consegue finalizar seu filme e Carmen consegue realizar seu sonho de engravidar. Aliás, Alfredo e Carmen são Jesus e Lina!!!

Ernst Ingmar Bergman (1918-2007) nasceu na Suécia e começou a trabalhar no cinema em 1941 como roteirista. Em 1957 surpreendeu o mundo ao lançar, com apenas 10 meses de intervalo, dois clássicos do cinema mundial, “Det Sjunde Inseglet/O Sétimo Selo” e “Smultronstället/Morangos Silvestres”, filmes eternamente copiados por cineastas acadêmicos sem imaginação ou inventividade. Com uma sucessão incrível de filmes excepcionais, muitos deles explorando a fé e a existência de Deus (o pai de Bergman era um luterano fanático, simpatizante do nazismo, que foi ministro do rei da Suécia), em 1966 escreveu e dirigiu “Persona”, filme que ele considerava sua obra-prima. Em 1976 foi preso por sonegação de impostos e jurou que nunca mais faria um filme na Suécia, promessa quebrada em 1982 quando voltou ao seu país de origem para dirigir “Fanny Och Alexandre”. Bergman é adorado tanto por acadêmicos chatos quanto por trashmaníacos descolados.

Jesús Franco Manera (1930) é o principal cineasta ativo na Espanha (gente como Almodóvar, Iglesia ou Segura, me desculpem, vem depois), um gênio dos filmes de baixo-orçamento nunca reconhecido em seu próprio país. Fez filmes de tudo quanto é gênero e ganhou destaque internacional com seus filmes de horror entrelados por suas deliciosas mulheres, primeiro Soledad Miranda, depois a deusa Lina Romay. Dirigiu mais de 200 longa-metragens (neste ano de 2012, por exemplo, já lançou “La Cripta de las Condenadas” parte 1 e 2 e agora trabalha na pós-produção de “Al Pereira Vs. The Alligator Ladies” e 2012 ainda tem mais quatro meses). Você até pode odiar o cinema de Jesus Franco, mas nunca poderá fugir de suas produções. Aqui no Brasil inúmeros clássicos do mestre espanhol estão sendo laçandos em DVD pela distribuidora Vinny com o abusivo preço de R$ 40.00, em média, cada! Jesus Franco nunca foi preso por sonegação de impostos e seu pai não foi ministro do ditador generalíssimo Francisco Franco.

Pablo Berger (1963) nasceu em Bilbao, Espanha, e se tornou jornalista e, logo depois, publicitário. Em 1988 lançou o genial curta-metragem “Mamá” (que trazia como diretor artístico o cineasta Álex de la Iglesia), uma comédia de humor negro alucinada sobre um moleque fanático por cultura pop vivendo num porão com sua família histérica após os marcianos terem destruido a central Nuclear de Erandio. “Torremolinos 73” foi seu primeiro longa-metragem, onde o jovem diretor exercitou sua paixão pelo cinema com muito bom humor e uma trilha sonora carregada de fantásticos sucessos dançantes da música popular espanhola. Em setembro de 2012 deverá estreiar (na Espanha) seu novo longa, “Blancanieves”, sua versão dramática (seja lá o que isso signifique) do chatinho conto de fadas “Branca de Neves”. Pode ser uma merda, mas se tratando de um filme de Pablo Berger é bom dar uma espiadinha na produção.

Por Petter Baiestorf.

Banquete de Sangue no Mundo dos Nudie Movies

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 17, 2012 by canibuk

“Blood Feast” (“Banquete de Sangue”, 1963, 67 mim.) de H.G. Lewis. Com: William Kerwin, Mal Arnold e Connie Mason.

No início dos anos de 1960 o mercado de nudie movies estava lotado de produtores picaretas que davam ao público produções ultra-baratas com aquilo que o público queria ver: Nudez! Eram filmes com orçamento extremamente baixo que eram escoados em salas de cinema destinadas aos adultos (as chamadas Grindhouse Theatres que, ao contrário do que a imprensa brasileira quer fazer acreditar, eram locais exibidores e não um gênero de filme), muitas destas produções distribuida por Harry Novak. David F. Friedman e H.G. Lewis faziam nudies e, querendo um diferencial às suas produções, resolveram fazer filmes de horror onde o sangue jorrasse colorido, as mutilações fossem explícitas e a diversão macabra em tom de farsa, assim relegaram ao mundo o clássico “Blood Feast” (seguido do espetacular “Two Thousand Maniacs!” e “Color Me Blood Red”).

Para seu primeiro horror gore a dupla Friedman-Lewis rabiscou um argumento e chamou a roteirista Allison Louise Downe para fazer a ligação entre uma e outra cena. A história é mais ou menos essa aqui: Em Miami Fuad Ramses (Mal Arnold) tem um restaurante que fornece comida em festas. Pancada da cabeça, Ramses está preparando um ritual para trazer de volta a deusa Ishtar, a mãe das trevas, com uma solução contendo partes de cadáveres de mulheres mortas. Mero pretexto para mostrar a mais divertida série de assassinatos grotescos que o cinema teve até aquele ano. É uma orgia de sangue com inúmeras mutilações de vermelho denso e as investigações de um grupo de policiais palermas encabeçados pelo detetive Pete (William Kerwin usando o nome Thomas Wood), que passa a namorar Suzette (Connie Mason), objeto de desejo do ensandecido Ramses que terá uma morte esmagadoramente hilária.

Com efeitos gore elaborados pelo próprio diretor do filme, coisas simples como vísceras de animais, sangue de um vermelho vibrante falso, pedaços de manequins, “Blood Feast” surpreendeu o público ao estreiar em drive-ins de New York com o produtor Friedman distribuindo sacos de vômito ao público pagante. Na Flórida, com o filme prestes a estreiar, a dupla picareta tirou, intencionalmente, uma medida cautelar contra seu próprio filme a fim de gerar publicidade e o tiro foi certeiro: O público lotou as salas onde era exibido. “Blood Feast” rendeu muito dinheiro, mas é uma produção quase amadora onde nada foi levado a sério, tanto que paralelo ao lançamento do filme, Lewis lançou também o livro “Blood Feast” que é ainda mais humoristico e insano.

Herschell Gordon Lewis nasceu em 1929 em Pittsburgh, se mudando para Chicago quando adolescente e só fez filmes divertidos. Seu primeiro emprego foi numa agência de publicidade (o que explica suas bem boladas campanhas promocionais para os filmes) e, em seguida, dirigiu comerciais para a televisão. Seu primeiro filme, o drama “The Prime Time” (1959), foi também o primeiro longa produzido em Chicago desde 1910. Em seguida conheceu David F. Friedman e juntos realizaram “Living Venus” (1961), sobre um fotografo que tem uma revista de mulher pelada, tudo inspirado em Hugh Hefner, dono da “Playboy”. O filme rendeu uma boa grana e a dupla se dedicou a produção de inúmeros outros nudies, coisas como “The Adventures of Lucky Pierre” (1961), uma imitação sem talento do clássico “The Immoral Mr. Teas” (1959) do genial Russ Meyer; “Daughter of the Sun” (1962), sobre uma mulher que descobre ser nudista; “Nature’s Playmates” (1962), onde um detetive particular investiga um caso de desaparecimento num campo de nudismo e o divertido “Boin-n-g” (1963), onde, em exercício de metalinguagem, um produtor e um diretor de cinema inexperientes realizam testes com mulheres para a produção de um nudie movie. Nesta época a produção de filmes explorando nudez era tanta que a dupla resolveu apostar no então desconhecido território dos filmes gore exageradamente violentos com “Blood Feast”. Entre “Blood Feats” (1963) e “Two Thousand Maniacs!” (1964), a dupla ainda realizou mais três filmes: “Goldilocks and the Three Bares” (1963), um musical sobre cantores folclóricos num campo de nudismo; “Bell, Bare and Beautiful” (1963), sobre um jovem milionário que persegue uma stripper num campo de nudismo; e “Scum of the Earth” (1963), dramalhão sobre um fotografo e uma inocente jovem.

Com “Two Thousand Maniacs!” a dupla foi além no seu gosto pelo exagero, colocando um grupo de jovens numa cidade onde absolutamente todos os moradores são assassinos. “2000 Maniacs!” foi o segundo filme da chamada, posteriormente, “The Blood Trilogy” que fechou com “Color me Blood Red” (1965). Filmado em apenas 15 dias na cidade de St. Cloud, Flórida, com toda a cidade participando do filme (percebemos incontáveis figurantes do filme sorrindo de alegria por estarem trabalhando num filme) e algumas mortes, como a do barril com pregos colina abaixo, sendo boladas pelo filho de Lewis, então com 11 anos, a produção foi um enorme sucesso nos drive-ins americanos. Entre “2000 Maniacs!” e “Color me Blood Red”, outros três filmes foram feitos: “Moonshine Mountain” (1964), sobre um cantor country; o desconhecido “Sin, Suffer and Repent” (1965), que não consegui assistir; e o clássico “Monster a Go-Go” (1965), que conta a história de uma capsula espacial que volta para a Terra e o astronauta desaparece ao mesmo tempo que um monstro misterioso começa a atacar (na verdade era um filme incompleto que foi comprado e remontado por Lewis, lançando-o como seu). Depois do sucesso de “Color me Blood Red”, Lewis e Friedman se separaram e o diretor continuou se exercitando com sangueiras espetaculares como “A Taste of Blood” (1967), épico de quase duas horas de duração com um vampiro caçando os descendentes dos assassinos de Drácula; “The Gruesome Twosome” (1967), com um assassino tirando o escampo de suas vítimas; “Something Weird” (1967), que foi a inspiração para o nome da distribuidora Something Weird Video; “The Wizard of Gore” (1970), clássico do gore sobre o mágico que hipnotiza e mutila suas vítimas num palco diante uma platéia sedenta por violência e “The Gore Gore Girls” (1972), onde um jornalista investiga as mortes de strippers.

Entre uma e outra filmagem de seus filmes gores, Lewis fazia todo tipo de produções onde pudesse ganhar alguns trocados, assim realizou “She-Devils on Wheels” (1968), violento biker movie que rende ótimas gargalhadas involuntárias por conta de seu elenco canastrão; “Just for the Hell of It” (1968), drama envolvendo gangues de delinquentes junenis; “How to Make a Doll” (1968), onde um professor nerd cria maravilhosas fêmeas rôbos; e “The Year of the Yahoo” (1972), drama cômico sobre um cantor country que ajuda na campanha política de um senador. H.G. Lewis sempre financiou ele próprio seus filmes com dinheiro de sua bem sucedida agência de publicidade que mantinha em Chicago. Lewis também escreveu mais de 20 livros, entre eles “The Businessman’s Guide to Advertising and Sales Promotion”, onde ensinava como ganhar dinheiro. Em 2002 Lewis voltou a dirigir filmes justamente com a continuação de “Blood Feast” que se chamou “Blood Feast 2: All U Can Eat”, uma divertida comédia sangrenta sobre uma nova tentativa de realizar outro banquete para Ishtar.

David F. Friedman (1923-2011) quando adolescente se tornou projecionista de um cinema em Buffalo. Durante o tempo em que serviu no exército conheceu Kroger Babb (um dos pioneiros na arte de produzir exploitation movies, a maioria dos filmes dele são aqueles hilários filmes de educação sexual destinados ao público adulto) e acabou se interessando pela produção de filmes. Nos anos de 1950 fundou uma produtora de filmes exploitation lançando “Cannibal Island” (1956), sobre a vida e costumes dos povos primitivos (na verdade Friedman comprou o documentário “Gow the Killer” (1931) e o remontou para parecer um novo filme). No início dos anos 60 conheceu Herschell Gordon Lewis e mantiveram uma parceria de sucesso realizando, principalmente, nudie movies e gores de humor negro. Quando a parceria entre os dois chegou ao fim, Friedman se voltou ao mercado de sexploitations com filmes como “The Defilers” (1965) de Lee Frost, drama sobre uma mulher mantida como escrava sexual; “The Notorious Daughter of Fanny Hill” (1966) de Peter Perry Jr., sobre um puteiro; “She Freaks” (1967) de Byron Mabe, refilmagem disfarçada do clássico “Freaks” (1932) de Tod Browning, só que com tudo mal feito; “The Acid Eaters” (1968) de Byron Mabe, filme jovem sobre tomadores de LSD; “Space Thing” (1968) de Byron Mabe, sci-fi altamente erótica sobre gostosas alienígenas taradas onde algumas cenas explícitas já apareciam; “The Ribald Tales of Robin Hood” (1969) de Richard Kanter e Erwin C. Dietrich, que colocava o herói Robin Hood em contato com deliciosas mulheres; “Love Camp 7” (1969) de Lee Frost, onde duas agentes aprontava altas confusões eróticas numa prisão nazista; “The Adult Version of Jekyll and Hyde” (1972) de Lee Raymond, onde a história do “Médico e o Monstro” ficava mais apimentada; “The Erotic Adventures of Zorro” (1972) de Robert Freeman, onde Zorro tirava tudo menos sua máscara e cavalgava lindas mocinhas; “Ilsa – She Wolf of the SS” (1975) de Don Edmonds, nazixploitation violento que ele assinou com o pseudônimo de Herman Traeger; entre vários outros filmes que faziam a alegria dos marmanjos dos anos 60 e 70. Friedman foi um dos precursores da pornográfica explícita que tomou de assalto os cinemas américanos após o sucesso comercial de “Deep Throat/Garganta Profunda” (1972) de Gerard Damiano, chegando a ser presidente da Adult Film Association of America. Em 1990 ele publicou sua auto-biografia “A Youth in Babylon: Confessions of a Trash-Film King”, onde afirmava: “Eu realizei alguns filmes terríveis, mas não invento nenhuma desculpa para qualquer coisa que fiz. Ninguém nunca pediu seu dinheiro de volta!”. Em 2002, para fechar sua lenda com chave de sangue, foi o produtor de “Blood Feast 2: All U Can Eat” e, em 2005, do remake “2001 Maniacs” de Tim Sullivan (e também da continuação do remake, “2001 Maniacs: Field of Screams” (2010), também de Sullivan).

A roteirista de “Blood Feast”, Allison Louise Downe é mais conhecida como atriz de nudie movies, geralmente usando os pseudônimos Bunny Downe ou Vickie Miles. Apareceu em alguns filmes da lendária Doris Wishman, como “Diary of a Nudist” (1961) e “Blaze Starr Goes Nudist” (1962). Apareceu também nos filmes do período nudista de Lewis, como “Nature’s Playmates” (1962) e “Boin-n-g” (1963) e no drama “Suburban Roulette” (1968). Com o diretor Barry Mahon, outro lendário picareta do mundo dos nudie movies, deu as tetas e bunda em filmes como “Pagan Island” (1961), “Bunny Yeager’s Nude Camera” (1963) e apareceu, não-creditada, como a primeira vítima no clássico bagaceiro de Mahon, o ultra-trash cult “The Beast That Killed Women” (1965), sobre um gorila que ataca mulheres nuas num campo nudista. O casal de mocinhos de “Blood Feast”, William Kerwin e Connie Mason, eram casados na vidade real. Kerwin é conhecido por sua longa parceria com o diretor Lewis, ambos eram amigos e trabalharam juntos em “Living Venus” (1961) não parando mais. Outros filmes de destaque onde ele tem papéis são trasheiras como “Sex and the College Girl” (1964) de Joseph Adler; “House of Terror” (1973) de Sergei Goncharoff; “Barracuda” (1978) de Harry Kerwin e Wayne Crawford e “Porky’s 2” (1983) de Bob Clark, onde usou o pseudônimo de Rooney Kerwin. Apareceu em mais de 150 filmes, a grande maioria produções para a televisão. Sua esposa, Connie Mason, também fez inúmeros papéis em filmes e séries de TV. Recebendo crédito na tela só em “Blood Feast” e “2000 Maniacs”, ela foi figurante em filmes de Hollywood como “Diamonds are Forever/007 – Os Diamantes são Eternos” (1971) e “The Godfather 2/O Poderoso Chefão 2” (1974) de Francis Ford Coppola, renomado diretor de Hollywood descoberto por Roger Corman. Connie foi coelhinha da revista Playboy em junho de 1963. Para saber mais sobre Connie, leia “Connie Mason: Da Nudez ao Gore!

Em 1986 foi lançado “Blood Diner” de Jackie Kong, uma divertida refilmagem de “Blood Feast” que possuia um estilo de humor avacalhado que lembrava as produções da Troma. John Waters, fã confesso da obra de H.G.Lewis, lhe rendeu várias homenagens em seus filmes, como o título “Multiple Maniacs” (1970) que é inspirado em “2000 Maniacs!” e referências aos filmes de Lewis em produções como “Serial Mom/Mamãe é de Morte” (1994) e “Cecil B. Demented” (2000), homenagens que Lewis retribuiu em 2002 quando ofereceu à Waters o papel do reverendo que aparece em “Blood Feast 2”. A título de curiosidade: H.G. Lewis já esteve em Porto Alegre/RS dando uma série de palestras para empresários sobre como ser bem sucedido no mundo dos negócios, ninguém destes empresários tinha a menor idéia que estavam diante de uma lenda do cinema exploitation mundial.

por Petter Baiestorf.

Assista “Blood Feast” aqui:

Imagens da Gulosa Audrey Hollander

Posted in Arte Erótica, Putaria with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on julho 19, 2012 by canibuk

Resolvi postar algumas fotinhos de performances da atriz Audrey Hollander (nascida em 1979 no estado de Virginia, USA) que sempre curti porque ela encarra o sexo com vontade e muita sede de porra. Geralmente os filmes dela são com cenas mais sádicas, deep throats maravilhosos, duplas penetrações anal/vaginal e um pouco de fist fucking revigorante. Audrey começou como atriz profissional com o diretor Ed Power, em 2006 ganhou o AVN Award (o Oscar da indústria pornô) de performer do ano e já participou de mais de 300 produções com muito sexo melequento saboroso. Divirtam-se com algumas imagens de Audrey em ação e procurem seus filmes.

* Postagem de hoje não é artigo nem nada, é somente algumas imagens para apimentar seu dia! Bom sexo!!!

Night Shift

Posted in Arte Erótica, Quadrinhos with tags , , , on novembro 13, 2010 by canibuk