Arquivo para ray harryhausen

Os Discos Voadores Atacam

Posted in Cinema, Fotonovela, Museu Coffin Souza with tags , , , , , , , , , , , , on abril 23, 2012 by canibuk

Em Maio de 1963 a editora Editormex Internacional Ltda (copyright da Editora Ediex) lançou a “Cosmos Aventuras” número 3 que trazia a fotonovela de “Earth Vs. The Flying Saucers” (com título nacional intitulado “Os Discos Voadores Atacam”). Fiz Scanner deste material e compartilho aqui com os leitores do Canibuk. Divirtam-se!

Earth Vs. The Flying Saucers

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , on abril 22, 2012 by canibuk

“Earth Vs. The Flying Saucers” (“A Invasão dos Discos Voadores”, 1956, 84 min.) de Fred F. Sears. Efeitos especiais de Ray Harryhausen. Com: Hugh Marlowe e Joan Taylor.

Cientista que trabalha no projeto Skyhook (produtores perdem a chance de fazer uma paródia com trocadilho infame, “Skyhookers” ficaria, literalmente, foda!), do programa espacial norte-americano que envia foguetes ao espaço, começa a investigar o porque dos satélites terráqueos deixarem de funcionar. Suas suspeitas de que aliens estão sabotando os satélites se concretizam quando ele mesmo presencia o aparecimento de um disco voador. No dia seguinte outro disco voador pousa no pátio de seu laboratório e um general é seqüestrado. As armas terráqueas não conseguem penetrar o campo de força que cerca a nave alienígena. Com o general em seu poder, os aliens extraem conhecimentos do cérebro dele e dão um ultimato ao Planeta Terra: “Lealdade ou morte!”, já que os seres do espaço pensam que os satélites e foguetes humanos são armas. Como os discos voadores são invulneráveis às armas convencionais, o cientista desenvolve uma arma ultra-sônica, logo transformada numa arma anti-magnética que consegue parar a terrível invasão dos discos voadores.

Com este “Earth Vs. The Flying Saucers”, Ray Harryhausen criou o design dos discos voadores que entraram para o inconsciente coletivo da humanidade, que foi incansavelmente copiado e homenageado em filmes como “Mars Attack!/Marte Ataca!” (1996) de Tim Burton. Para chegar a concepção dos discos voadores apresentados no filme, Harryhausen contou com o apoio de George Adamski (que se auto-denominava filósofo, professor, pesquisador e estudante de discos voadores, que em 1949 havia lançado o livro “Pioneers of Space: A Trip to the Moon, Mars and Venus”), baseados na descrição de pessoas que haviam avistado objetos voadores não identificados. Harryhausen contava que era hilário trabalhar com Adamski, um lunático paranóico completo que via conspirações por todos os lados.

Ray Harryhausen foi o grande mestre da sci-fi/fantasy americana dos anos de 1950, 1960 e 1970, tendo trabalhado num punhado de clássicos como “It Came From Beneath The Sea/O Monstro do Mar Revolto” (1955, disponível em DVD no Brasil), “20 Million Miles to Earth/A 20 Milhões de Milhas da Terra” (1957, disponível em DVD no Brasil, veja também a fotonovela do filme, “A Milhões de Quilômetros da Terra“), “The 7th Voyage of Sinbad” (1958), “Jason and the Argonautas” (1963) e “Clash of the Titans/Fúria de Titãs” (1981, disponível em DVD no Brasil). Depois de ter assistido “King Kong” (1933, disponível em DVD no Brasil) e se encantar com os efeitos do pioneiro em stop motion Willis O’Brien, Harryhausen começou a fazer seus filmes caseiros e, quando criticado por seu mestre O’Brien, começou a ter aulas de escultura para aprimorar suas habilidades. Mais ou menos por essa época ficou amigo do escritor Ray Bradbury e, juntos de Forrest J. Ackerman (que dispensa apresentações), formavam um clube de ficção cientifica em Los Angeles. O grande sonho de Harryhausen era filmar “The War of the Worlds” (livro do escritor HG Wells), chegou até a filmar uma cena teste com um polvo marciano (como descrito no livro) saindo dos cilindros marcianos, mas desistiu da idéia quando George Pal lançou sua versão. Quando Harryhausen conheceu o produtor Charles H. Schneer finalmente teve a chance de realizar seu filme de invasão alienígena, “Earth Vs. The Flying Saucers”, que se tornou um grande clássico do gênero. Nos anos de 1960 Harryhausen realizou inúmeros trabalhos que foram sucesso de público e elevaram sua técnica de efeitos de stop motion à novos níveis com filmaços como “The Three Worlds of Gulliver” (1960), “Mysterious Island” (1961) e o clássico insuperável “Jason and the Argonauts” (1963), onde Ray animou vários esqueletos que lutam com três atores.

O diretor Frederick Francis Sears se juntou ao produtor Sam Katzman (produtor veterano que já nos anos de 1930 realizou inúmeros westerns e trabalhou na Monogram Pictures antes de migrar para a Columbia Pictures), começou a trabalhar feito louco (entre 1953 e 1957 dirigiu 29 longas), tendo dirigido vários clássicos como “The Miami Story” (1954), “Cell 2455 Death Row” (1955), “The Werewolf” (1956), “Rock Around the Clock” (1956, com Bill Haley and his Comets, The Platters e Freddie Bell and the Bellboys) e “Escape from San Quentin” (1957). Sears também foi ator em mais de 70 produções. Era pau prá toda obra.

“Earth Vs. The Flying Saucers” foi lançado no Brasil em DVD duplo pela distribuidora Sony Pictures, com vários extras, incluíndo um documentário que mostra todos os segredos de produção deste magnífico clássico. E, para deleite de todos os leitores do Canibuk, amanhã estaremos publicando a fotonela de “Earth Vs. The Flying Saucers” intitulada “Os Discos Voadores Atacam” (publicada no Brasil na “Cosmos Aventuras” número 3 de 1963).

por Petter Baiestorf.

Veja “Earth Vs. The Flying Saucers” completo aqui:

A Milhões de Quilômetros da Terra

Posted in Fotonovela, Museu Coffin Souza with tags , , , , , , , , , on janeiro 18, 2012 by canibuk

Nas décadas de 1950, 60 e 70 as fotonovelas eram extremamente populares, algumas delas eram montadas com frames de filmes, como essa “A Milhões de Quilômetros da Terra” que foi publicada aqui no Brasil pela “Cosmos Aventura” (número 9), baseada no filme “20 Million Miles to Earth” (1957) de Nathan Juran, com efeitos de stop motion do mestre Ray Harryhausen. Canibuk, através do “Museu Coffin Souza”, disponibiliza agora (digitalizada) essa fotonovela para as novas gerações se divertirem com essa arte (quase) extinta. Estamos com mais umas 20 fotonovelas de filmes (todos clássicos sci-fi ou de horror) para digitalizar (mas não digitalizarei mais nenhuma na íntegra porque são revistas antigas demais e a capa desta “A Milhões de Quilômetros da Terra” soltou os grampos enquanto eu realizava o trabalho de digitalização, as próximas vou digitalizar apenas as capas e algumas páginas internas mais empolgantes).

20 Million Miles to Earth

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , on dezembro 16, 2011 by canibuk

“20 Million Miles to Earth” (“A 20 Milhões de Milhas da Terra”, 1957, 82 minutos) de Nathan Juran. Animação de stop motion de Ray Harryhausen. Com: William Hopper e Joan Taylor.

Incrível como nos dias de hoje os estúdios de cinema gastam mais de 100 milhões de dólares numa produção repleta de clichês (qualquer mega-produção atual, pode escolher a melhor de todas) e essa nova produção não vai chegar nem à altura das frieiras dos pés deste clássico da sci-fi, “20 Million Miles to Earth”, que conta a históriada primeira expedição interplanetária que, após ter explorado Vênus com sucesso, cai no Mediterrâneo (pertinho da Sicília, Itália) e dois tripulantes são salvos por pescadores. Um dos tripulantes sobrevive e precisa localizar o espécime que eles haviam trazido de Vênus, Ymir (que ainda na qualidade de ovo é encontrado por um esperto moleque), uma espécie de réptil venusiano que rapidamente cresce, se tornando um ameaçador gigante que é perseguido pelo exército americano (com ajudinha do atrapalhado exército italiano).

O grande responsável pela personalidade (e criação) da criatura venusiana Ymir (nome pelo qual a criatura não é chamada nenhuma vez durante o filme porque os produtores achavam que “Ymir” poderia ser confundido com a palavra árabe “emir”) é o animador de stop motion Ray Harryhausen, que se inspirou no “King Kong” original (1933), com efeitos de animação de Willis H. O’Brien, para dar vida ao simpático réptil de vênus. Impossível não torcer o tempo todo pelo monstrengo que, acuado pelos terráqueos, é muito mais humano e cheio de sentimento do que os militares que aparecem no filme (claro que militar é treinado para ser desumano sempre).

(Cartaz cortesia do Museu Coffin Souza).

As filmagens de “20 Million Miles to Earth” (filmado com o título provisório de “The Giant Ymir” e depois lançado também com o título “The Beast From Space”) aconteceram em Roma, Itália, porque Harryhausen queria férias por lá. Harryhausen também queria rodar a produção em cores, mas o baixo orçamento não permitiu e o filme foi feito com negativos em preto e branco. Em 2007 o próprio Ray Harryhausen foi o consultor de cores na restauração/colorização do clássico “20 Million Miles to Earth” magnificamente feita pela empresa Legend Films e que já foi lançada, em DVD duplo, aqui no Brasil pela Sony Pictures. No disco 1 tem a versão original em preto e branco e a versão colorizada (onde finalmente vemos Ymir verde) e faixa de comentários em áudio; já no disco 2 são vários extras: “Relembrando 20 Milhões de Milhas da Terra”, “O Processo de Colorização”, entrevista com a atriz Joan Taylor, livro 20 Milhões de Milhas daTerra, galerias de imagens com fotos de arte, produção e do trabalho de Harryhausen e uma entrevista onde o mala do Tim Burton baba o ovo do gênio Ray Harryhausen. O DVD já foi lançado vários anos atrás, comprei o meu naquela época, mas acho que ainda é possível encontrá-lo (junto de “20 Million Miles to Earth”, foram também lançados aqui no Brasil “It Came from Beneath the Sea/O Monstro do Mar Revolto” e “Earth Vs. Flying Saucers/A Invasão dos Discos Voadores”, ambos com efeitos de animação de Harryhausen e em edições duplas cheias de extras).

Nathan Juran, o diretor do filme, foi um expert do cinema de sci-fi e fantasia americano, com vários clássicos na manga, como: “The Brain from Planet Arous” (1957), “Attack of the 50 Foot Woman” (1958), “The 7th Voyage of Sinbad” (1958), “Jack the Giant Killer” (1962), “First Man in the Moon” (1964), entre vários outros (incluíndo muitos episódios de séries de TV, como “Voyage to the Bottom of the Sea”, “The Time Tunnel” e “Lost in Space”).