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O Shot-on-Video e o Cinema Independente Brasileiro

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Sempre existiu na história do cinema mundial a figura do cineasta miserável que dava um jeito de inventar seus recursos, independente da quantia de dinheiro disponível. A própria história da mais cara arte do planeta está cheia de exemplos. Ainda nos anos de 1920 pequenos produtores exploravam temas tabus para competir com o cinema feito pelos grandes estúdios. Nesta época era corriqueiro que milionários encomendassem pequenos filmes domésticos à cineastas despudorados que sabiam como ninguém a arte de filmar rápido/barato os assuntos mais polêmicos que não encontravam espaço nos cinemas normais. Na década de 1920 já existia cinema pornô, por exemplo. Un Chien Andalou (Um Cão Andaluz, 1929, Luis Buñuel), outro exemplo, só existe porque independentes o realizaram.

No pós-guerra, na década de 1950, houve uma explosão de produtores independentes, que encontraram uma forma de ganhar dinheiro com filmes de monstros e/ou alienígenas feitos sem grandes recursos e que encontravam público. Tanto público que os grandes estúdios se apropriaram do gênero e faturaram muito dinheiro. Considero-os a principal influência do cinema Shot On Video, o SOV, que surgiu no início dos anos de 1980, principalmente nos USA. E essa influência transou com as influências do cinema underground e deixou tudo mais divertido ainda, porque a grande sacada do SOV foi a de misturar todo tipo de influências e recriar tudo à sua maneira.

Talvez Ray Dennis Steckler seja um dos grandes precursores do cinema caseiro mundial, com filmes como Lemon Groove Kids Meet the Monsters (1965) e Rat Pfink A Boo Boo (1966) que, embora produzidos em 35 mm, tinham todos os elementos de fundo de quintal que os SOVs dos anos de 1980 popularizaram. Mesmo um cineasta autoral, e agora respeitado por sua obra, como John Waters, começou fazendo produções caseiras com ajuda de amigos e familiares, caso de Mondo Trasho (1969) ou Multiple Maniacs (1970), inspirados nos filmes caseiros que artistas como George Kuchar e Jack Smith vinham fazendo no underground americano.

Rat Pfink a Boo Boo

Com distribuidores como Harry H. Novak garantindo espaço para escoar a produção independente, o mercado viu uma verdadeira epidemia de produções baratas surgirem, onde muitas vezes o dinheiro gasto era somente na película virgem e revelação do filme. Doris Wishman, H.G. Lewis, Ted V. Mikels, Al Adamson, entre outros, são exemplos.

Com o declínio dos Drive-In Theaters e grindhouses na década de 1970, e o surgimento de formatos domésticos como Super-8, Beta Tapes, Laser Disc e, talvez, o mais importante deles, a Fita VHS – que permitia uma arte chamativa em suas enormes caixas protetoras – o cinema SOV da década de 1980 começava, timidamente, a perceber suas possibilidades concretas.

Shot-on-Video!!!

Não demorou muito para que a jovem geração, ociosa e bêbada, descobrisse que era possível realizar filmes com câmeras VHS. Inicialmente o formato não havia sido recebido com muito entusiasmo. Sua qualidade de som e imagem deixava muito a desejar e era, geralmente, usada para o registro de aniversários, casamentos, viagens e outras festividades familiares. Mas estes artistas amadores improvisados começaram a provar o valor do VHS, agora pessoas comuns estavam conseguindo produzir seus filmes com a paixão e devoção que somente os fãs possuem. Hollywood não realiza o filme dos seus sonhos? Não tem problema, faça-o você mesmo em VHS, com ajuda de seus amigos tão sem noção quanto você! Teus amigos não te ajudam? Possivelmente você está andando com as pessoas erradas!!!

Nos anos de 1980, nos USA, houve uma explosão de produções Shot on Video, mas um dos únicos destes filmes a conseguir lançamento em um Drive-In de Long Island, NY, foi o longa-metragem Boardinghouse (1983, John Wintergate), seguido de Sledgehammer (1983, David A. Prior) e Black Devil Doll from Hell (1984, Chester Novell Turner). Os três filmes eram produções bem limitadas, mas nada pior do que um freqüentador habitual de Drive-In já não tivesse visto antes, só que produzido em 35 mm.

Com as videolocadoras popularizadas nos anos de 1980, quando qualquer cidadezinha minúscula perdida no meio do nada era bem servida dos clássicos e vagabundagens do cinema, os produtores atentaram para o fato de que não era mais necessário um circuito exibidor formado de cinemas. O filme que provou ser possível chegar à um público gigante através das locadoras foi o SOV Blood Cult (1985, Christopher Lewis), que foi um estrondoso sucesso na locação de vídeo e abriu espaço para outras produções no estilo, como Blood Lake (1987, Tim Boggs) e Cannibal Campout (1988, Jon McBride e Tom Fisher). O sucesso de vendas e locações de Blood Cult se deve ao fato de que criaram uma distribuidora exclusivamente para oferecê-lo às locadoras, com material de divulgação e muita lábia – conseguiram vender como se fosse uma produção profissional. Só que o público não só assistiu, como gostou, se influenciou e também quis se divertir fazendo seus próprios filmes.

Em seguida, o agora clássico, Video Violence (1987, Gary Cohen) foi comprado pela distribuidora Camp Video. Com base em Los Angeles, a Camp Video fez uma ampla divulgação da produção de fundo de quintal – que permanece sendo o filme SOB da década de 1980 com maior venda – e conseguiu colocá-lo em locadoras dos USA inteiro. Video Violence chegou a ser indicado para o prêmio de melhor filme independente no American Film Institute daquele ano. Em tempo: Video Violence é um filme que reflete sobre o assunto “violência é boa, mas o sexo não é”, algo que constatei pessoalmente com 30 anos de produções independentes pela Canibal Filmes, onde nunca fui censurado pelas cenas de violência, mas sim, apenas e unicamente, por cenas de sexo.

A distribuidora Camp Video também foi a responsável por colocar o filme Cannibal Hookers (1987, Donald Farmer) no mapa. E seu faturamento com estes filmes foi o responsável direto pelo interesse da Troma Entertainment  por SOVs, que comprou o filme Redneck Zombies (1989, Pericles Lewnes) e constatou que era muito lucrativo lançar aqueles filminhos amadores, não abandonando-os nunca mais. Aliás, muita gente confunde os filmes distribuídos pela Troma com sua produção própria. Os filmes da Troma não são SOVs, mas inúmeros filmes distribuídos por eles são. Alguns exemplos: O inacreditavelmente ruim Space Zombie Bingo! (1993, George Ormrod); Bugged (1997, Ronald K. Armstrong); Decampitated (1998, Matt Cunningham); Parts of the Family (2003, Léon Paul de Bruyn); Pot Zombies (2005, Justin Powers); Crazy Animal (2007, John Birmingham) e Blood Oath (2007, David Buchert). Outra distribuidora que costuma lançar SOVs é a Severin Films. Fundada em 2006 por David Gregory, já disponibilizou em DVD ou Blu-Ray vagabundagens como Blackenstein (1973, William A. Levey), filmado em 35 mm, mas tão amador quanto qualquer SOV feito em VHS, e clássicos como a trinca Sledgehammer (1983), Things (1989, Andrew Jordan) e The Burning Moon (1992, Olaf Ittenbach).

Sim, as produções SOV são essencialmente de fundo de quintal, feitas por entusiastas se autointitulando cineastas, que conseguem meter seus amigos e familiares no sonho de fazer cinema. Geralmente são produções amadoras desleixadas, desfocadas, com efeitos especiais improvisados, atores canastrões, figurinos inexistentes e roteiros absurdos. Mas é essa combinação que faz com que os filmes funcionem e tenham legiões de fãs ao redor do mundo. Outra particularidade do cinema SOV: São produções locais que ultrapassam fronteiras, ou seja, um filme vagabundo produzido entre amigos num sítio em Palmitos, SC, Brasil, é perfeitamente capaz de dialogar com um entusiasta do SOV que morou a vida inteira num pequeno apartamento em Tokyo, por exemplo.

O blog Camera Viscera, na matéria “Video Violence – 13 Days of Shot on Video!”, faz outra importante observação à respeito dos SOVs: “Eles conseguiram congelar o tempo. O que quero dizer é que os sets que você vê nestes filmes não são cenários construídos, são videolocadoras e mercearias reais. As roupas que você vê não são fantasias, são roupas reais que os atores tinham em seus roupeiros. As ruas, os carros, os locais, são todos reais e intocados, e você consegue vê-los como estavam em seu estado natural em 1987. Essas jóias do “no-budget” dos anos de 1980 capturaram a essência do tempo e isso é um bem inestimável. Eles são como se suas famílias tivessem filmes caseiros dos anos 1980, exceto com mais assassinatos (ou menos, dependendo do tipo de família que você veio).”

Não existe uma produção SOV inaugural. A produção mundial é enorme. A produção em um país como a Nigéria, conhecida como Nollywood e que é considerada a terceira maior indústria cinematográfica em volume de produção – atrás apenas de Hollywood e Bollywood -, é formada quase que exclusivamente de produções SOVs. Então é praticamente impossível catalogar a totalidade dessa produção, ainda mais se levarmos em consideração que muitos títulos lançados nem saem do círculo de amizades dos produtores – países da Europa, Ásia e América Latina também tem uma produção enorme. Tentar catalogar apenas os SOVs produzidos no Japão já seria tarefa impossível, por exemplo.

Nos USA alguns diretores que se destacaram são Todd Sheets – com quem geralmente sou comparado nas reviews da imprensa especializada, e, acreditem, isso não é um elogio! -, Donald Farmer, Tim Ritter, Kevin J. Lindenmuth, Hugh Gallagher e J. R. Bookwalter. Este último, inclusive, teve seu filme em super-8 The Dead Next Door (1989) apadrinhado pelo trio de amigos Sam Raimi, Bruce Campbell e Scott Spiegel.

Na Europa alguns produtores de SOVs que tiveram destaque foram o francês Norbert Georges Mount, com Mad Mutilator (Ogrof, 1983), que tem Howard Vernon no elenco; Trepanator (1992) e o impagável Dinosaur from the Deep (1993), com Jean Rollin no elenco. E os alemães Olaf Ittenbach, que causou sensação com seu The Burning Moon (1992), mas nunca chegou a fazer sucesso como um Peter Jackson, por exemplo; Andreas Schnaas, responsável por uma série de filmes gore exagerados que são fantásticos e inventivos: Violent Shit (1989), Zombie’90: Extreme Pestilence (1991), Goblet of Gore (1996) e Anthropophagous 2000 (1999); e Andreas Bethmannn, criador de Der Todesengel (1998), Dämonenbrut (2000) e Rossa Venezia (2003), este com Jesus Franco e Lina Romay no elenco.

Uma das grandes armadilhas na produção SOV é que dificilmente os diretores/produtores conseguem romper as fronteiras do cinema independente, mas não é impossível. Evil Dead (1981), de Sam Raimi, era essencialmente uma produção SOV, mas foi realizada com tanta garra e empenho que conseguiu colocá-los na mira dos grandes estúdios. Peter Jackson quando realizou seu Bad Taste (1987) estava fazendo um autêntico SOV com amigos – embora filmado em película – e acabou que a produção lhe deu o suporte necessário para se destacar na comissão de cinema da Nova Zelândia e o resto é história. Santiago Segura, hoje um dos mais respeitados cineastas da Espanha por conta de sua série de sucesso Torrente, iniciou-se na produção com curtas feitos em vídeo. Relatos de la Medianoche (1989) e Evilio (1992) são feitos em vídeo. Perturbado (1993), curta bem acabado que realizou de maneira mais profissional, fez com que conseguisse o dinheiro para a produção do primeiro Torrente (1998), que na época de seu lançamento, na Espanha, bateu a bilheteria do Titanic (1997, James Cameron) naquele país.

Bruce Campbell & Sam Raimi em Evil Dead

Pessoas que participaram de produções cinematográficas que se tornaram filmes de culto conseguiram manter suas carreiras atrávez de produções SOV. Talvez o exemplo mais famoso seja o de John A. Russo, conhecido roteirista de The Night of the Living Dead (A Noite dos Mortos Vivos, 1968, George A. Romero), que foi diretor de produções em vídeo como Scream Queens Swimsuit Sensations (1992) ou Saloonatics (2002). Aliás, o clássico de George A. Romero legou ainda outro diretor de SOVs: Bill Hinzman (ator que interpretou o primeiro zumbi que aparece no clássico) que realizou The Majorettes (1987) e FleshEaters (1988), este último uma tranqueira imitação de The Night of the Living Dead, onde Bill repete seu papel de zumbi magrelo sedento por carne humana.

Não só isso. Antigos diretores de cinema dos anos de 1960/1970 só conseguiram manter/retormar suas carreiras após os anos 2000, quando ficaram possibilitados de voltar a produzir seus filmes em vídeo, muitos deles autênticos SOVs. Jesus Franco realizou um punhado de SOVs divertidíssimos, como Vampire Blues (1999), Snakewoman (2005) e o hilário Revenge of the Alligator Ladies (2013), finalizado por seu fiel assistente Antonio Mayans. H.G. Lewis voltou a filmar 30 anos depois de seu último filme de cinema, que havia sido The Gore Gore Girls (1972), com o quase amador Blood Feast 2: All U Can Eat (2002). Ted V. Mikels, diretor dos clássicos The Astro-Zombies (1968) e The Corpse Grinders (1971), passou por algo parecido. Impossibilitado de bancar seus filmes em película, produziu em vídeo mesmo, com ajuda de conhecidos e fãs, The Corpse Grinders 2 (2000) e Mark of the Astro-Zombies (2004), re-encontrando seu espaço na produção SOV do novo milênio, que está cada vez mais parindo filmes extremamente bem produzidos com quase nada de dinheiro.

O verdadeiro cinema independente é o SOV. Nos USA o orçamento médio de um filme chamado de independente é de 30 milhões de dólares, valor absurdamente grande quando comparado aos SOVs produzidos com uma média de 10 mil dólares.

No Brasil o orçamento médio de produções bancadas por editais é entre um e dois milhões de reais, enquanto muitos SOVs de longa-metragem foram feitos com orçamento médio de cinco mil reais, geralmente dinheiro bancado pelo bolso do próprio diretor/produtor. Sempre fiquei na dúvida se ficava orgulhoso ou ofendido, quando meus filmes de cinco mil reais eram comparados com produções de mais de 500 mil reais no orçamento. Acho bastante injusto uma produção minha ser colocada no mesmo patamar de cobranças que um filme de 500 mil reais, mas se fazem a comparação é porque meu filme está dizendo algo, não?

Equipe da Canibal Filmes filmando Criaturas Hediondas (1993)

Aqui ainda houve o agravante de que as produções SOVs surgiram exatamente junto com a moda Trash, que assolou a década de 1990. O SOV brasileiro ganhou força com a cara de pau de minha produtora, Canibal Filmes, que, por ser realizada com orçamentos tão irrisórios, também encaixavam na descrição do Trash. Aí a imprensa oficial, que geralmente é preguiçosa e não vai atrás de informações para apurar os fatos, tratou de difundir essa confusão e o SOV ficou desconhecido aqui, sendo tratado como filmes Trash. Quando estava acabando a moda Trash estes filmes passaram a ser objetos de estudo de um grupo de acadêmicos que passaram a chamá-los de Cinema de Bordas, e perdeu-se a oportunidade de categorizar o SOV Brasileiro na história do cinema amador mundial.

O Monstro Legume do Espaço, filme que produzi em 1995, foi o primeiro título SOV brasileiro a ter uma distribuição em nível nacional, provando que era possível fazer cinema amador e ter público com sua produção feita na vontade e amizade. E, após isso, o cinema Shot on Video nacional finalmente deslanchou.

Guia de SOVs Essenciais

SOVs Essenciais (para entender este peculiar estilo de se fazer cinema):

Elaborei uma lista de Shot on Videos bem básica, que servirá para introduzi-lo na arte do cinema amador (optei por destacar nessa lista básica a produção americana e brasileira). São filmes fáceis de achar na internet, então possíveis de serem assistidos.

Within the Wood (1978) de Sam Raimi. Curta SOV, produzido em super 8, que deu origem ao clássico Evil Dead (1981).

The Long Island Cannibal Massacre (1980) de Nathan Schiff. A história é uma bagunça, mas as cenas de mutilação com serras elétricas são lindas. Super 8.

Boardinghouse (1983) de John Wintergate. Pensão é reaberta após uma carnificina ter acontecido lá. Vídeo.

Sledgehammer (1983) de David A. Prior. Um jovem assassina sua mãe e amante com um martelo. Vários anos depois os assassinatos do martelo reiniciam na mesma área. David também foi diretor do terrível filme profissional amador The Lost Platoon (Pelotão Vampiro, 1990). Vídeo.

Black Devil Doll from Hell (1984) de Chester Novell Turner. Uma mulher compra uma boneca possuída e passa a ter inúmeros problemas hilários. Vídeo.

Blood Cult (1985) de Christopher Lewis. Universitárias são assassinadas e partes de seus corpos são usados em estranhos rituais. Vídeo.

The New York Centerfold Massacre (1985) de Louis Ferriol. Aspirantes à modelo são molestadas e assassinadas misteriosamente. Vídeo.

Black River Monster (1986) de John Duncan. Filme de monstro feito para a família, com um adorável Sasquatch (Pé Grande) feito de uma ridícula fantasia felpuda. Duncan dirigiu ainda o psicótico The Hackers (1988). Vídeo.

Dead Things (1986) de Todd Sheets. Caipiras matam quem se aventura pelo seu bosque. Vídeo.

Gore-Met, Zombie Chef from Hell (1986) de Don Swan. Dono de restaurante mata pessoas para servir aos clientes. Super 8.

Truth or Dare?: A Critical Madness (1986) de Tim Ritter. Após encontrar a esposa na cama com outro homem, o corno passa a matar pessoas participando de dementes jogos da “verdade ou desafio”. Vídeo.

Cannibal Hookers (1987) de Donald Farmer. Como parte de um trote de iniciação para uma irmandade, duas garotas precisam fingir serem prostitutas. Acabam se tornando zumbis que matam as pessoas da vizinhança. Vídeo.

Demon Queen (1987) de Donald Farmer. Uma vampira e suas agitadas tentativas de conseguir sangue. Vídeo.

Tales from the Quadead Zone (1987) de Chester Novell Turner. Fantasmas atormentam um casal. Vídeo.

Video Violence (1987) de Gary Cohen. Casal abre uma videolocadora e percebe que os clientes só levam filmes de horror extremamente violentos, então começam a produzir seus próprios snuff movies. Vídeo.

555 (1988) de Wally Koz. Adolescentes são mortos – das mais variadas e divertidas maneiras – por um psicopata de visual hippie. Foi produzido na época com a pretensão de ser um SOV melhor do que todos os outros que estavam sendo feitos. Vídeo.

Cannibal Campout (1988) de Jon McBride e Tom Fisher. Grupo de jovens em passeio pelo bosque se envolve com trio de psicopatas. Vídeo.

The Dead Next Door (A Morte, 1989) de J. R. Bookwalter. Uma equipe anti-zumbis é formada pelo governo. Bastante cenas gore e produção bem feita. Super 8.

Oversexed Rugsuckers from Mars (1989) de Michael Paul Girard. Aliens tarados estupram mulheres usando aspirador de pó. Muitas drogas e depravações nesta produção que está no limite entre um SOV e um filme profissional. 35mm.

Robot Ninja (1989) de J. R. Bookwalter. Desenhista de HQs se torna um super herói para combater uma gangue de estupradores. Vídeo.

Things (1989) de Andrew Jordan. Marido impotente deseja tanto o nascimento de um filho que precisa lidar com uma ninhada de criaturas que se materializam em sua casa. Vídeo.

Zombie Rampage (1989) de Todd Sheets. Um jovem que está indo encontrar seus amigos acaba cruzando com zumbis, serial killers e gangues homicidas neste clássico do SOV sangrento. Vídeo.

Fertilize the Blaspheming Bombshell! (1990) de Jeff Hathcock. Durante uma viagem, mulher é atormentada por adoradores do diabo. Vídeo.

Gorgasm (1990) de Hugh Gallagher. Garota mata os homens com quem transa. Hugh também foi editor da revista Draculina, dedicada ao cinema SOV americano. Vídeo.

Alien Beasts (1991) de Carl J. Sukenick. Alien caça humanos em assassinatos ultra gores feitos sem dinheiro, nem técnicas. É muito ruim, mas é impossível não vê-lo inteiro. Vídeo.

Nudist Colony of the Dead (1991) de Mark Pirro. Musical envolvendo zumbis numa colônia nudista. Super 8.

A Rede Maldita (1991) de Simião Martiniano. As peripécias de um grupo tentando enterrar uma pessoa. Vídeo.

Science Crazed (1991) de Ron Switzer. Cientista injeta droga experimental em uma mulher que morre ao dar a luz a um monstro já adulto. Vídeo.

O Vagabundo Faixa-Preta (1992) de Simião Martiniano. Kung Fu no sertão de Alagoas. Vídeo.

Criaturas Hediondas (1993) de Petter Baiestorf. Cientista marciano vem à Terra fazer os preparativos para a invasão re-animando alguns cadáveres terráqueos. Vídeo.

Goblin (1993) de Todd Sheets. As diabruras gores de um Goblin que chega até a perfurar os globos oculares das pobres vítimas. Vídeo.

Gorotica (1993) de Hugh Gallagher. Um ladrão morre após engolir uma jóia que havia roubado, então seu parceiro conhece uma necrófila. Vídeo.

Zombie Bloodbath (1993) de Todd Sheets. Um colapso numa usina nuclear transforma as pessoas em zumbis. Vídeo.

Acerto Final (1994) de Antonio Marcos Ferreira. Estrelado por Talício Sirino interpretando um herói em sua cruzada contra as drogas. Vídeo.

Gore Whore (1994) de Hugh Gallagher. Assistente de laboratório rouba uma fórmula que cai em mãos erradas. Vídeo.

Shatter Dead (1994) de Scooter McCrea. Drama muito bem encenado e filmado envolvendo uma mulher que quer chegar à casa de seu namorado num mundo pós-holocausto zumbi. Causou sensação quando foi lançado, mas a carreira de McCrea não decolou. Fez ainda Sixteen Tongues (1999) e foi ator em vários filmes de Kevin j. Lindenmuth. Vídeo.

Vampires and other Stereotypes (1994) de Kevin J. Lindenmuth. Dois “homens de preto” (que não estão usando preto) são encarregados de livrar o planeta dos seres sobrenaturais. Vídeo.

Addicted to Murder (1995) de Kevin J. Lindenmuth. Garoto que mantém amizade com uma vampira está disposto a alimentá-la. Vídeo.

Chuva de Lingüiça (1995) de Acir Kochmanski e Andoza Ferreira. Comédia rural ao estilo de Mazzaropi. Essa produção nacional é hilária e as piadas realmente funcionam. Um dos grandes clássicos do SOV brasileiro. Vídeo.

Creep (1995) de Tim Ritter. Psicopata escapa da prisão e vai pedir ajuda para sua irmã stripper. Vídeo.

Fronteiras sem Destino (1995) de Antonio Marcos Ferreira. Filme de ação eletrizante com Talício Sirino. Vídeo.

O Monstro Legume do Espaço (1995) de Petter Baiestorf. Alienígena constituído de tecido vegetal escapa de sua prisão e aniquila os humanos que cruzam seu caminho. Teve uma continuação em 2006, bastante inferior ao original. Vídeo.

Red Lips (1995) de Donal Farmer. Garota que doa sangue para conseguir dinheiro vira cobaia de um médico. Michelle Bauer e Ghetty Chasun estão no elenco. Vídeo.

Space Freaks from Planet Mutoid (1995) de Dionysius Zervos. Alienígenas convivem com terráqueos. Vídeo.

Blerghhh!!! (1996) de Petter Baiestorf. Grupo de terroristas não consegue se livrar de um zumbi. SOV com efeitos mecânicos e muito gore. Vídeo.

Feeders (1996) de Jon McBride, John Polonia e Mark Polonia. Aliens vem ao planeta Terra para um banquete de vísceras, atacando jovens do interior dos USA. Ótimos efeitos especiais, atores canastrões e aliens – feitos ao estilo de fantoches – que funcionam. Teve uma continuação em 1998. Vídeo.

Colony Mutation (1996) de Tom Berna. Casal vai para uma colônia de mutantes. Vídeo.

Eles Comem Sua Carne (They Eat Your Flesh, 1996) de Petter Baiestorf. Comunidade de canibais se alimenta de fiscais da prefeitura que teimam em ir cobrar o IPTU. Por anos foi o filme mais sangrento já produzido no Brasil. Vídeo.

The Bloody Ape (1997) de Keith J. Crocker. Baseado no conto “Assassinatos da Rua Morgue”, de Edgar Allan Poe. Super 8.

Fatman & Robada (1997) de Rogério Baldino. Pastiche sátira com Batman & Robin. No ano de seu lançamento foi o SOV brasileiro de melhor produção. Cult-movie. Vídeo.

The Necro Files (1997) de Matt Jaissle. Estuprador canibal volta do túmulo como um zumbi alucinado. Vídeo.

Shuín – O Grande Dragão Rosa (1997) de Cristiano Zambiasi. Gordinho lutador de kung fu entra num campeonato de artes marciais para descobrir quem está contrabandeando sorvete seco. Vídeo.

Gore Gore Gays (1998) de Petter Baiestorf. Casal de gays tenta deixar de ser gays e realiza brutais atos de violência e depravações sexuais. Vídeo.

Night of the Clown (1998) de Todd Jason Cook (sob pseudônimo de Vladimir Theobold). Milionário que quer vender sua empresa se torna alvo de um assassino. Vídeo.

Road SM (1998) de José Salles. Estranha relação sadomasoquista entre um grupo de pessoas. Vídeo.

They All Must Die! (1998) de Sean Weathers. Três bandidos torturam uma mulher. A capinha de seu lançamento vem com todos aqueles avisos do estilo “Proibido por 13 anos!”, “Cuidado!”, “Agora sem cortes!”, ou seja, pode assistir que é vagabundagem certa. Vídeo.

Dominium (1999) de Cleiner Micceno. Zumbis mongolóides atacam Sorocaba. Vídeo.

Zombio (1999) de Petter Baiestorf. Sacerdotiza Vudú reanima cadáveres. O primeiro filme de zumbis autenticamente nacional. Filmado em 1998, lançado em 1999. Vídeo.

Blood Red Planet (2000) de Jon McBride, Mark Polonia e John Polonia. Impagável sci-fi com maquetes muito bem elaboradas. A história é sobre um planetóide em direção ao planeta Terra. Vídeo.

Boni Coveiro: O Mensageiro das Trevas (2000) de Boni Coveiro. Ser satânico ataca escoteiros numa floresta. Vídeo.

Edmund Kemper – La Mort de Ma Vie (2001) de Laurent Tissier e Fred Quantin. O psicopata Kemper em sua jornada macabra. Petter Baiestorf faz participação especial em Edmund Kemper Part 4 – La Mort Vengeresse (2018, Laurent Tissier). Vídeo.

Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado (2001) de Felipe M. Guerra. Jovens que só estão a fim de festa se deparam com um atrapalhado psicopata. Vídeo.

Raiva (Rage-O-Rama, 2001) de Petter Baiestorf. Trio de ladrões rouba uma coleção das revistas Spektro e acaba numa vila de pessoas raivosas. Com cenas de carro explodindo. Vídeo.

Attack of the Cockface Killer (2002) de Jason Matherne. Serial killer com uma máscara de pinto mata de todas as maneiras possíveis as pessoas que encontra pelo caminho, incluindo com consolos improvisados de armas. Vídeo.

Rubão – O Canibal (2002) de Fernando Rick. As aventuras gore de uma família canibal. Vídeo.

Feto Morto (2003) de Fernando Rick. Por conta de uma relação incestuosa um rapaz tem um feto em sua cabeça. É o primeiro SOV nacional a ser lançado em DVD. Vídeo.

The Low Budget Time Machine (2003) de Kathe Duba-Barnett. Viajantes do tempo vão para o futuro e encontram mutantes. Vídeo.

Quadrantes (2004) de Cesar Souza. Um viajante dimensional experimenta os prazeres de vários quadrantes. Vídeo.

Eyes of the Chameleon (2005) de Ron Atkins. Serial killer ataca em Las Vegas. Vídeo.

The Stink of Flesh (2005) de Scott Phillips. Zumbis fedorentos tentando comer algumas pessoas. Boa produção. Vídeo.

Canibais & Solidão (2006) de Felipe M. Guerra. Jovens tentando perder a virgindade se metem em confusões envolvendo canibalismo. Ou não. A modelo Edna Costa está no elenco. Vídeo.

O Homem sem Lei (2006) de Seu Manoelzinho. Western capixaba remake da produção homônima de 2003. Vídeo.

Minha Esposa é um Zumbi (2006) de Joel Caetano. Ótima comédia sobre um funcionário dos laboratórios Z que transforma sua esposa em zumbi. Vídeo.

Sandman (2006) de A. Normale Jef. Uma aventura com o Mal. Vídeo.

Telecinesia (2006) de Danilo Morales. Garota que tem poder mental ajuda a policia na investigação de um desaparecimento. Vídeo.

Arrombada – Vou Mijar na Porra do seu Túmulo!!! (2007) de Petter Baiestorf. Ricaços se aproveitam de suas posições de poder para comprar pessoas e barbarizar em orgias sexuais. Ljana Carrion no elenco. Vídeo.

Mamilos em Chamas (2007) de Gurcius Gewdner. Uma história de amor encenada com fantoches feitas de coelhos mortos. Vídeo.

Rambú III – O Rapto do Jaraqui Dourado (2007) de Manoel Freitas, Júnior Castro e Adilamar Halley. Aldenir Coti, o Rambo brasileiro, é a estrela nessa produção de ação ambientada na Amazônia. Vídeo.

Satan’s Cannibal Holocaust (2007) de Jim Wayer. Jovem jornalista se envolve num culto canibal para satã. Vídeo.

Mangue Negro (2008) de Rodrigo Aragão. Zumbis atacam no mangue. Produção que se encontra no tênue limite entre SOV e filme profissional, tendo representado um ganho em qualidade ao cinema independente brasileiro. Os filmes seguintes de Aragão não são SOVs. Vídeo.

Synchronicity (2008) de Brian Hirschbine. Homem acorda coberto de sangue e não se lembra do que fez. Vídeo.

Vadias do Sexo Sangrento (2008) de Petter Baiestorf. Casal de lésbicas cruza os domínios de Esquisito, um psicopata que foi estuprado por 48 Padres quando criança. Ljana Carrion e Lane ABC no elenco. Vídeo.

Black Ice (2009) de Brian Hirschbine. Um conto de fantasia, sexo e assassinatos. Vídeo.

No Rastro da Gangue (2009) de José Sawlo. Mestre do Kung Fu baiano luta contra um bando de traficantes. Pancadarias ao estilo Jackie Chan. Vídeo.

Atomic Brain Invasion (2010) de Richard Griffin. Estranhas criaturas alienígenas atacam pequena cidadezinha do interior americano. Um exemplo perfeito de como os SOVs de hoje evoluíram e estão com uma qualidade fantástica. Griffin está construindo uma carreira de respeito, com ótimos filmes. Também é dele Splatter Disco (2007). Vídeo.

Birdemic: Shock and Terror (2010) de James Nguyen. Pássaros se rebelam contra a humanidade. A produção virou cult por ser tão ruim. Vídeo.

El Monstro del Mar! (2010) de Stuart Simpson. Três assassinas enfrentam um monstro marinho. Outro exemplo de SOV muito bem produzido. Vídeo.

Nasty Nancy (2010) de Sandi Mance. Numa escola onde os professores resolvem tudo com sexo, uma estudiosa aluna se vinga, violentamente, de uma nota baixa. Produção fantástica. Recomendo! Vídeo.

O Tormento de Mathias (2011) de Sandro Debiazzi. As confusões num hospício muito louco. Joel Caetano e Felipe M. Guerra estão no elenco. Vídeo.

Confinópolis (2012) de Raphael Araújo. Sci-fi com ótimo aproveitamento de cenários. Um ditador oprime o povo. Vídeo.

Rat Scratch Fever (2012) de Jeff Leroy. Ratos gigantes do espaço atacam Los Angeles. Com efeitos especiais fuleiros é diversão garantida. Vídeo.

Breeding Farm (2013) de Cody Knotts. Após uma noitada de festa quatro amigos acordam presos num porão, onde estranho homem tem uma fazenda humana. Vídeo.

Hi-8 (Horror Independent 8) (2013) de Ron Bonk, Donald Farmer, Marcus Koch, Tony Masiello, Tim Ritter, Chris Seaver, Todd Sheets e Brad Sykes. Longa em episódios que reúne alguns dos nomes de maior destaque na história das produções americanas de Shot on Video.

Sinister Visions (2013) de Henric Brandt, Doug Gehl, Andreas Rylander e Kim Sonderholm. Longa em episódios com trabalhos dos USA, Inglaterra, Suécia e Dinamarca. Vídeo.

Gore Short Films Anthology Part 2 (2015) de Jeff Grienier, Rob Ceus, Sam Bickle, Jim Roberts, Colin Case, Alexander Sharglaznov, Fuchi Fuchsberger, Petter Baiestorf e Esa Jussila. Coletânea de curtas com representantes do SOV mundial atual organizada por Yan Kaos para lançamento em DVD no Canadá. São curtas do Canadá, Bélgica, USA, Russia, Alemanha, Brasil e Finlândia. 2000 Anos Para Isso? (1996) é o curta representante do Brasil.

Zombio 2: Chimarrão Zombies (2013) de Petter Baiestorf. Em um holocausto zumbi os humanos são o maior problema de todos. Miyuki Tachibana e Raíssa Vitral no elenco. Vídeo.

13 Histórias Estranhas (2015) de Fernando Mantelli, Ricardo Ghiorzi, Claudia Borba, Petter Baiestorf, Marcio Toson, Cesar Souza, Taísa Ennes Marques, Rafael Duarte, Gustavo Fogaça, Renato Souza, Léo Dias, Paulo Biscaia Filho, Felipe M. Guerra, Filipe Ferreira e Cristian Verardi. Longa em episódios que reúne alguns dos principais nomes do SOV brasileiro. Vídeo.

Pazúcus – A Ilha do Desarrego (2017) de Gurcius Gewdner. Casal de lunáticos enfrenta a mãe natureza com seus cocôs mafiosos. Vídeo.

Termitator (2017) de Roxane De Koninck, Camille Monette e Keenan Poloncsak. Um mutante extermina jovens que vão passar alguns dias em cabana na floresta. Vídeo.

Astaroth (2017) de Larissa Anzoategui. A demônia Astaroth se envolve com tatuadores e rockistas para cooptar almas humanas. Vídeo.

O Mito do Silva (2018) de Fabiano Soares. Ótima produção política lançada às vésperas da eleição presidencial de 2018. Aqui Soares alerta para o crescimento do fascismo no Brasil. Vídeo.

Contos da Morte 2 (2018) de Vinicius Santos, Ana Rosenrot, Cíntia Dutra, Danilo Morales, Diego Camelo, Janderson Rodrigues, Larissa Anzoategui e Lula Magalhães. Antologia com vários episódios de horror, reunindo alguns dos principais diretores do novo SOV brasileiro. Vídeo.

Escrito por Petter Baiestorf.

Posters & Capas de VHS da Canibal Filmes

Posted in Cinema, Manifesto Canibal, Posters, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 16, 2017 by canibuk

Infelizmente estou sem tempo algum para atualizar o blog. Mas nessa última semana estava selecionando material que irá fazer parte do livro “Canibal Filmes – Os Bastidores da Gorechanchada” e encontrei um material referente aos nossos lançamentos em VHS (que já estão disponíveis em DVD e que você pode comprar aqui na MONDO CULT):

Posters

1995- O Monstro Legume do Espaço

1996- Blerghhh1

1996- Blerghhh2

1996- Caquinha Superstar a Go-Go1

1996- Caquinha Superstar a Go-Go2

1996- Eles Comem Sua Carne1

1996- Eles Comem Sua Carne2

1996- Eles Comem Sua Carne3

1996- Eles Comem Sua Carne4_Folder

1996- Eles Comem Sua Carne4_Folder2

1997- Bondage 2 Amarre-me Gordo Escroto

1997- Chapado

1998- Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos2

1998-Gore Gore Gays

Lombada das VHS

Lombada VHS- O Monstro Legume do Espaço (1995)

Lombada VHS- Eles Comem Sua Carne (1996)

Lombada VHS- Blerghhh (1996)

Lombada VHS- Bondage 2 Amarre-me Gordo Escroto (1997)

Lombada VHS- Raiva (2001)

Capas de VHS da Canibal Filmes:

VHS- Blerghhh (1996)

VHS- Chapado-Bondage 2 (1997)

VHS- Bondage 2 Capa 2 (1997)

VHS Bondage parte 1 - Capa 2 (1996)

VHS- Bondage parte 1 (1996)

VHS- Caquinha Superstar a Go-Go (1996)

VHS- Eles Comem Sua Carne (1996)

VHS- Festival Psicotrônico Vol 1 (1999)

VHS- Minimalismo Surreal Vol 1 (2002)

VHS- O Monstro Legume do Espaço (1995)

VHS- Raiva (2001)

VHS- Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos

VHS- Zombio (1999)

Petter e poster GGG

Viradão de Cinema Fantástico no Festival de Cinema de Vitória

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O cinema fantástico nacional está na moda e está ganhando visibilidade em inúmeras mostras de cinema que não tem tradição na exibição de produções neste gênero. Em 2014 já havia ganho a “Mostra Bendita” na Mostra de Cinema de Tiradentes com a exibição do longa “As Fábulas Negras” de José Mojica Marins, Rodrigo Aragão, Joel Caetano e Petter Baiestorf e a produção “Noite” de Paula Gaitán. Leia a história do Cinema Fantástico Brasileiro aqui no Canibuk.

Agora é a vez do Festival de Cinema de Vitória incluir em sua programação uma pequena mostra, intitulada “Viradão Novo Cinema de Horror“, na sua programação, atestando que finalmente os grandes festivais de cinema estão percebendo que o Cinema Fantástico brasileiro tem um grande apelo junto ao público.

No dia 19 de novembro, um sábado, com início à 01 hora da madrugada no Teatro Carlos Gomes, com previsão de acabar somente às 07 da manhã do mesmo sábado, o viradão promete uma divertida noitada aos cinéfilos que se aventurarem pelos domínios do gênero fantástico brasileiro. Acompanhe as novidades do Festival pelo site oficial: http://festivaldevitoria.com.br/23fv/

Os seguintes filmes estão programados no Viradão:

“13 Histórias Estranhas” (Ficção, 90′, SC, 2015), de Fernando Mantelli, Ricardo Ghiorzi, Cláudia Borba, Petter Baiestorf, Marcio Toson, Cesar Coffin Souza, Rafael Duarte, Taísa Ennes Marques, Gustavo Fogaça, Renato Souza, Leo Dias de los Muertos, Paulo Biscaia Filho, Felipe M. Guerra, Filipe Ferreira, Cristian Verardi. Filme coletânea. São 13 histórias curtas, onde o numeral é a base do roteiro.
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“A Casa de Cecília” (Ficção, 102′, RJ, 2015), de Clarissa Alpett. Cecília tem 14 anos e está sozinha em casa há duas semanas. Após dias intercalados de solidão e euforia, Lorena, uma adolescente misteriosa, surge em sua casa. Apesar da nova companhia, a casa parece ficar cada vez mais vazia e os eventos, cada vez mais peculiares.
a-casa-de-cecilia
“Encontro Às Cegas” (Ficção, 10′, RJ, 2016), de Isabela Costa. Quando um vampiro cego, em pleno 2016, atrai suas vítimas por meio de aplicativos de celular, uma surpreendente chegada muda o rumo da noite.
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“O Diabo Mora Aqui” (Ficção, 80′, SP, 2015), de Dante Vescio e Rodrigo Gasparini. Jovens numa casa assombrada.
o-diabo-mora-aqui
“O Duplo” (Ficção, 25′, SP, 2012), de Juliana Rojas. Silvia é uma jovem professora em uma escola de ensino fundamental.  Certo dia, sua aula é interrompida quando um dos alunos vê um duplo da professora andando no outro lado da rua. Silvia tenta ignorar a aparição, mas este evento perturbador passa a impregnar seu cotidiano e alterar sua personalidade.
o-duplo
“O Segredo da Família Urso” (Ficção, 20′ SC, 2014), de Cíntia Domitt Bittar. 1970, ditadura militar brasileira. Geórgia, uma menina de 8 anos, é proibida de entrar no porão de sua casa, onde costumava brincar. Longe dos olhos dos pais e da velha babá, Geórgia encontra a porta destrancada: há alguém lá dentro.
o-segredo-da-familia-urso
Quem estiver em Vitória/ES nesta data, fica aqui a dica para aproveitar o viradão. O fantástico brasileiro é o gênero cinematográfico nacional que mais tem conseguido, por conta própria, espaço em importantes festivais pelo mundo. “Zombio 2” (Petter Baiestorf), “Mar Negro” (Rodrigo Aragão), “Cabrito” (Luciano de Azevedo), “Encosto” (Joel Caetano), “Bom Dia, Carlos!” (Gurcius Gewdner), “FantastiCozzi” (Felipe M. Guerra), “Nervo Craniano Zero” (Paulo Biscaia) são apenas alguns dos filmes brasileiros que tem sido exibidos em vários festivais importantes do gênero fantástico por todas as partes do mundo. E é muito bom ver o gênero sendo reconhecido, também, em festivais de cinema brasileiro.
Bom Viradão à todos e obrigado por prestigiarem o cinema fantástico nacional!
Assista o documentário que o Canal Brasil produziu sobre o cinema fantástico brasileiro:
https://www.youtube.com/watch?v=XiSl3sb0MTY

 

 

As Fábulas Negras – Trailer

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on janeiro 5, 2015 by canibuk

Neste início de ano foi lançado o trailer de “As Fábulas Negras”, um longa em episódios dirigidos por José Mojica Marins, Rodrigo Aragão, Joel Caetano e Petter Baiestorf. O longa está praticamente pronto e sua pré-estreia está marcada para ainda neste mês de janeiro em importante festival de cinema mineiro.

AS FÁBULAS NEGRAS_cartaz oficial

José Mojica Marins dirige o episódio “O Saci”, onde também interpreta uma das personagens. Petter Baiestorf conta a história de um lobisomem gaúcho com seu “Pampa Feroz”, estrelado por Coffin Souza no papel de um tétrico fazendeiro tradicionalista e Walderrama dos Santos no papel do lobisomem ensandecido. Joel Caetano conta sobre a lenda sanguinária da Loira do Banheiro e Rodrigo Aragão conta as histórias “O Monstro do Esgoto” e “A Casa de Iara”.

“As Fábulas Negras” é um verdadeiro banho de sangue no folclore brasileiro com várias de suas lendas passadas a limpo por três gerações de cineastas de horror.

Assista aqui o trailer da produção:

 

A Vingança dos Filmes B – Parte 2

Posted in Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 22, 2012 by canibuk

De 23 a 25 de novembro a Sala P. F. Gastal (3° andar da Usina do Gasômetro) recebe a segunda edição da mostra “A Vingança dos Filmes B”!

O termo “Filme B” surge durante os anos 1920 para classificar produções baratas de pequenos estúdios (westerns, suspenses, seriados de aventura), que serviam de complemento em sessões duplas para os filmes Classe A, ou seja, aqueles realizados pelos grandes estúdios com orçamentos milionários e grandes estrelas. Os “Filmes B” eram feitos a toque de corda, em poucos dias, com astros de terceira e orçamento irrisório. Existia uma área em Hollywood conhecida como Powerty Row (cinturão da pobreza), por reunir diversas produtoras independentes que forneciam filmes de baixo orçamento que eram comprados e distribuídos pelos grandes estúdios. Esse sistema funcionou até o final dos anos 1950, quando acaba a chamada “Era de Ouro de Hollywood”. Apesar da deturpação de seu contexto original, e das modificações na simbiose entre os grandes estúdios e os produtores independentes, o termo Filme B sobreviveu adquirindo conotações diferentes, mas ainda é uma boa definição para filmes de gênero realizados fora do sistema dos estúdios, com orçamento limitado, atores desconhecidos e temática fora dos padrões. Porém, hoje a tela dos cinemas é uma realidade distante para a maioria destas produções que lutam por um espaço público de exibição.

A mostra A Vingança dos Filmes B foi concebida para servir de vitrine para produções independentes que flertem com o cinema de gênero, funcionando como um espaço democrático onde coexistam os mais variados tipos de expressão cinematográfica, do horror à comédia, passando pelos filmes sci-fi e pelo cinema de ação, sem se importar com o orçamento investido (sejam produções rebuscadas ou de orçamento zero), ou com o suporte de realização. Produções em película, digital e VHS ocupando pacificamente o mesmo espaço. Um evento destinado ao resgate e a divulgação de filmes independentes, bizarros, engraçados ou assustadores, incentivando o público a dialogar com obras que dificilmente encontram espaço nas telas dos cinemas.

Chegou a hora dos independentes retomarem o seu espaço nas telas, mas não como meros coadjuvantes, e sim como atração principal! Está na hora da Vingança dos Filmes B-Parte 2!

escrito por Cristian Verardi, curador da Vingança dos Filmes B.

PROGRAMAÇÃO

A VINGANÇA DOS FILMES B – PARTE 2

(ENTRADA FRANCA / CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS)

 Sexta-Feira, 23 de Novembro.

19h30- Horror.Doc (72’), de Renata Heinz

(OBS: Após a sessão debate com Renata Heinz).

Sábado, 24 de novembro

15h- 20 Anos de Canibal Produções: Baiestorf – Filmes de Sangreira e Mulher Pelada (20’),Christian Caselli + Boi Bom (12’)  + Blerghhh!!! (50’). (Após a sessão debate com Petter Baiestorf)

17h30- Sessão Trash’O’Rama: Cachorro do Mato (15’), de Maurício Ribeiro + Amarga Hospedagem (60’), de Claúdio Guidugli. (OBS: Após a sessão debate com o realizador Cláudio Guidugli)

19h30- Sessão de Curtas I: O Solitário Ataque de Vorgon (6’), de Caio D’Andrea + Rango (6’), de Rodrigo Portela + Morte e Morte de Johnny Zombie (14’), de Gabriel Carneiro + Sangue e Goma (11’), de Renata Heinz + Vontade (10’), de Fabiana Servilha + Nove e Meia (20’), de Filipe Ferreira + Rigor Mortis (20’), de Fernando Mantelli e Marcello Lima. (OBS: Após a sessão debate com os realizadores)

(total: 87 minutos).

Domingo, 25 de Novembro

15h- A Noite do Chupacabras (95’), de Rodrigo Aragão

17h- Maldita Matiné: Testículos (15’), de Christian Caselli + Street Trash (1986)de Jim Muro (90’)

19h30- Sessão de Curtas II: Raquetadas Para a Glória (7’), de TV Quase + X-Paranóia (14’), de Cristian Cardoso e Felipe Moreira  + DR (10’),de Joel Caetano e Felipe Guerra + Confinópolis – A Terra dos Sem Chave (16’), de Raphael Araújo +  O Curinga (14’), de Irmãos Christofoli + Coleção de Humanos Mortos (20’), de Fernando Rick + Rackets in London- The Olympic Dream (7’), de TV Quase. (OBS: Após a sessão debate com os realizadores).

(Total: 89 minutos).

Para ler sobre os filmes que serão exibidos, acesse o blog de Verardi.

Cinema de Bordas 3

Posted in Cinema, Literatura, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 19, 2012 by canibuk

“Cinema de Bordas 3” (2012, 245 páginas, Editora A Lápis), coletânea de textos sobre cinema independente organizada por Gelson Santana.

“Este livro não pergunta nem explica. Apenas se debruça sobre temas e filmes capazes de dar uma amostragem do que consideramos cinema de bordas. Foi com essas palavras que encerramos a introdução de Cinema de Bordas, publicado em 2006, que reuniu artigos de estudiosos, apaixonados por um tipo específico de cinema periférico, produzido em cidades interioranas ou lugares distantes dos grandes centros produtivos, quase invisível e espalhado por todo o país. Pois hoje, seis anos depois e mais a publicação, em 2008, da coletânea Cinema de Bordas 2, esse pensamento de mobilidade, fluidez e leveza é o mesmo que serve de guia a este outro livro, Cinema de Bordas 3“, nos diz o organizador Gelson Santana na introdução do novo livro que versa sobre o cinema independente brasileiro, que há várias décadas anda a margem do cinema nacional mantido com o dinheiro de seu imposto.

Este terceiro volume traz os seguintes artigos: “Cinema de Bordas, Manual do Usuário” de Alfredo Suppia, um estudo do fenômeno audiovisual popular; “A Visibilidade Bruta nos Filmes de Seu Manoelzinho” de Bernadette Lyra, sobre o cinema realizado por Seu manoelzinho em VHS numa pequena cidadezinha do ES; “A Saga Épica da Cristo Filmes” de Carlos Primati, uma introdução aos filmes realizados por David Rangel que já produzia, de modo a usar um curioso sistema de som, desde 1964; “Rambú da Amazônia” de Gelson Santana, versando sobre o “Rambo” brasileiro; “O Cinema de Bordas, A Estética Trash e o Paracinema” de Laura Cánepa, dando uma geral sobre a produção independente; “Horror à Mineira” de Lúcio Reis, uma interessante introdução aos filmes de horror produzidos na cidade mineira de Pedralva de 12 mil habitantes; “Zumbificando o Réquiem” de Luiz Vadico, punhetagem sobre o “Mangue Negro” (assista o filme que é maravilhoso, este artigo pode te deixar sem vontade de assisti-lo); “Um Olhar Impressionista Sobre Afonso Brazza” de Maria Magno; “Para Além dos Gêneros : Humor e Amor em Filmes de Bordas” de Rosana Soares, com algumas informações sobre alguns filmes do Simião Martiniano; “Imagens e Sons da CUICA” de Zuleika Bueno, sobre a Companhia Ubiratanense Independente de Cinema Amador.

Descontando o teor acadêmico dos textos, “Cinema de Bordas 3” é imperdível como fonte de material para pesquisadores e cinéfilos interessados na cena independente brasileira. Os melhores textos (mais informativos, diretos e soltos) são os de autoria de Carlos Primati (não por acaso jornalista) e Lucio Reis (não por acaso fanzineiro) que informam, divertem e acrescentam detalhes relevantes sobre os cineastas abordados por eles. Cinema de bordas, cinema de garagem, cinema caseiro, paracinema, cinema independente, não importa como são chamados estes fantásticos filmes que transgridem a ordem pré-estabelecida pelo simples fato de existirem, o importante é existir mais livros sobre o tema, mais realizadores produzindo, mais mostras/festivais e outros canais de distribuição/visualização deste cinema independente que não depende de nada para continuar existindo. Como diz Santana: “(esperamos) que Cinema de Bordas 3 sirva para despertar outras iniciativas que somem conosco no resgate de toda essa produção periférica, muitas vezes perdida, escondida e quase invisível, mas tão vital e tão necessária aos estudos de cinema em nosso país.”

Em tempo: A capa deste terceiro volume traz a figura emblemática de Jorge Timm, uma justa homenagem ao ator que faleceu no dia 18 de junho passado e que desde 1995 embelezava o cinema independente com sua gargalhada carismática e talento ímpar.

Para conseguir um exemplar de “Cinema de Bordas 3” (minha sugestão é você comprar todos os volumes do livro) entre em contato com Bernadette Lyra via seu facebook.

por Petter Baiestorf.

Discutir a Relação: A Sogra Metendo o Dedo na Ferida do Casal

Posted in Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 7, 2012 by canibuk

“DR” (2012, 10 min.) de Joel Caetano e Felipe Guerra. Com: Dona Oldina, Mariana Zani e Joel Caetano.

Não há nada pior num relacionamento em crise do que gente de fora dando pitaco. “DR”, curta-metragem que marca a primeira parceria entre Joel Caetano e Felipe Guerra, fala justamente sobre isso: Um casal em crise (Joel e Mariana, casados na vida real) vai discutir sua relação com a sogra (Dona Oldina) não só presente, como no papel de mediadora. A sogra e a esposa despejam acusações contra o marido que escuta tudo pacientemente calado (logo depois descobrimos que ele não se defende porque está amarrado e amordaçado), logo o que era violência verbal se torna violência física e sexual com a sogra abusando do genro imobilizado, assim que a tortura física tem início dentes e dedos quebrados vão surgindo num crescendo de violência que culmina num ataque de fúria do marido contra a sogra. Nada mais atual nos dias de hoje, quando a violência tomou lugar do diálogo. Não sei se foi intencional, mas o modo como o roteiro do filme trata do ciúme possessivo é de longe uma das melhores abordagens do tema que já vi no cinema independente brasileiro. Lógico que o filme se revela meio machista, colocando a culpa de tudo nas mulheres, como se o homem fosse uma vítima do casamento e da tirania da sogra, excluindo-o do fato de, no filme, ficar claro que ele traia a esposa. Fácil de entender quando pensamos que o roteirista é Felipe Guerra, gaúcho tradicional dos pampas. Como o filme não é sério em momento algum, este “machismo” de brincadeira não atrapalha. Não posso falar muito mais sobre a história, mas é um grande acerto da dupla de diretores.

Dividindo a direção, a dupla desenvolveu um argumento que Felipe Guerra havia escrito para filmar em apenas um dia aproveitando que Dona Oldina, sua vó, estaria em São Paulo. “Já tinha colocado minha vó como fantasma, tarada e assassina serial nos meus outros filmes e queria que ela novamente fizesse um papel onde pudesse surpreender o público. Foi quando tive a idéia de “DR”. Porque todo mundo faz filme com vampiro, assassino mascarado, zumbi, mas duas das coisas mais assustadoras da “vida real”, e creio que para ambos os sexos, são sogras e discussões de relação. Imagine que se discutir a relação já é foda, com a sogra junto é duas vezes pior. Então pensei nesse negócio de uma DR em que a sogra passasse um pouco dos limites e o curta tornou-se uma experiência meio “torture porn”, aqueles filmes em que uma personagem passa o tempo todo sendo torturado.”, nos conta Guerra, enquanto Joel explica como foram as filmagens: “Ano passado Dona Oldina veio para São Paulo para acompanhar o Cinefantasy e o Felipe me mandou uma mensagem dizendo que tinha uma idéia que dava para filmar em um dia, num apartamento e com três atores, no caso Dona Oldina, eu e Mariana Zani. Nem precisei ler o roteiro para aceitar a proposta e, depois que li, fiquei muito feliz pois era uma ótima idéia. Assim surgiu o “DR”. O filme foi feito todo de forma colaborativa. O sangue foi cedido de uma oficina que o Rodrigo Aragão estava ministrando na época (um sangue, como ficamos sabendo mais tarde, que seria descartado por não ter funcionado direito). Além de nós quatro também estavam a Daniela Monteiro e a mãe do Felipe, dona Neusa Guerra. Eu e Felipe ficamos na direção, eu mais preocupado com a direção de atores e ele com a direção de cena. O Felipe fez a câmera e fizemos juntos a iluminação. Daniela e Neusa cuidaram da captação direta do som e eu fiquei com os efeitos especiais também”. Aliás, os efeitos especiais estão extremamente convincentes, o que imprime uma força narrativa de maior intensidade ao filme. Joel Continua, “Me orgulho do efeito do dedo se quebrando, simplesmente comprei uma mão falsa, cortei o dedo dela, escondi o meu e quando a mariana dobra é o dedo falso que se move para trás, a sonorização e o corte rápido fizeram o resto, ficou bem convincente, vi algumas pessoas pulando da cadeira no cinema, o que acontece também na cena dos dentes que se quebram, eu mesmo fiquei agoniado com aquilo vendo na tela”.

“DR” é um filme onde tudo está bem realizado e aproveitado, provando que não é necessário grandes orçamentos para se produzir um bom filme. Mas Dona Oldina é quem rouba o filme para si, de longe é sua melhor interpretação e ela está fantástica como a sogra perturbada e violenta. Felipe nos conta como foi trabalhar com ela: “Com 82 anos de idade minha vó topou todas as cenas numa boa e em nenhum momento ficou escandalizada com a violência, porque ela entendia que era algo exagerado e absurdo para divertir e não para chocar. Ela não tem dificuldades com as cenas físicas, seu maior problema é lembrar as falas. Fizemos uns 20 takes só dela tentando falar a frase “discutir a relação”, porque na hora ela se embananava e falava “a questão da relação”. Dona Oldina só ficou preocupada com a possibilidade do filme ser exibido em Carlos Barbosa/RS, que é uma cidadezinha de 25 mil habitantes, e ela tem medo de ser expulsa do grupo da igreja. Minha vó também fez um improvisso hilário em que dá um rápido beijo na boca do Joel, felizmente quando ele está amordaçado”. E Joel completa rindo, “Até hoje o Felipe me chama de vô!”.

A edição do curta foi decidida também em conjunto pela dupla de diretores. “Foi uma edição em conjunto, eu estava operando o software e o Felipe do meu lado, todas as decisões de cortes foram tomadas por nós dois. A montagem só demorou mais porque em determinados momentos, principalmente na cena em que eu chuto a personagem da Dona Oldina, eu tinha crises de riso. O Felipe tinha que me sacudir para eu parar de rir!”, conta Joel. O resultado final deste trabalho em conjunto, além de impressionar o espectador, deixou ambos os diretores satisfeitos, como define Felipe ao dizer “Foi interessante fazer esse projeto em conjunto com o Joel, um cara cujo trabalho eu respeito muito com o qual tenho bastante afinidade. É difícil você encontrar alguém que tope fazer uma parada assim, sem dinheiro e filmada na raça, num único dia”, enquanto Joel dá pistas para o futuro da parceria, “Espero poder repetir a dose em breve!”.

Por enquanto “DR” pode ser visto apenas em mostras e festivais, mas espero que em breve ambos os diretores tomem vergonha na cara e lancem um box com toda sua filmografia, tanto Caetano quanto Guerra estão devendo o lançamento de seus filmes para que o público de outras regiões do Brasil possa tomar contato com suas obras.

Por Petter Baiestorf.

Clique em “Joel Caetano e seu Cinema de Recurso Zero” para ler a entrevista que fiz com ele.

Clique em “Necrófilos em Ação: O Cinema de Felipe Guerra na Terra da Polenta” para ler a entrevista que fiz com ele.

Vontade

Posted in Cinema, Entrevista, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 8, 2012 by canibuk

“Vontade” (2012, 10 min.) de Fabiana Servilha. Com: Alexandre Rabello, Douglas Domingues e Marina Ballarin.

Rapaz perturbado com insônia (Alexandre Rabello) se levanta após dizer a enigmática frase: “Vou acabar com isso!”. Pega uma garrafa de vodka na geladeira, uma faca na cozinha, e sai pela cidade com seu carro. Estaciona num mercadinho, fica seguindo um gordo barbudo (Douglas Domingues) que lá fazia compras e logo em seguida seqüestra-o. O rapaz perturbado fica dando voltas sem rumo enquanto os gritos apavorados do gordo barbudo ecoam por sua mente. Num impulso estaciona o carro e liberta o seqüestrado que sai dali correndo. O rapaz, mais perturbado ainda por ter falhado em sua missão, volta para casa com o gosto amargo do fracasso na boca e arranca, com a faca, a carne da batata de sua própria perna, num ótimo momento de auto-mutilação. O desfecho do curta é digno das melhores piadas de humor negro que já tive o prazer de presenciar. Sutil, cômico e porradão!

O roteiro de “Vontade”, de autoria da própria diretora Fabiana Servilha, brinca de maneira soberba com os clichês do cinema de horror ao construir um clima macabro onde explora as várias possibilidades narrativas sem entregar mais do que o espectador deve saber. Num primeiro momento somos levados a acreditar que o jovem com insônia armado da faca e da garrafa de vodka, após a frase “Vou acabar com isso hoje!”, está em busca de sua namorada que pode estar lhe traindo com outro homem. A perseguição ao gordo no mercadinho reforça essa idéia, mas ao mesmo tempo deixa no ar a dúvida: E se o jovem perturbado é somente um psicopata em busca de sua primeira vítima? Após o jovem libertar o gordo, num momento de arrependimento, somos levados a acreditar que o surto psicótico chegou ao fim sem vítimas, sem derramamento de sangue. Ledo engano, aqui Servilha introduz uma linda cena de auto-mutilação gore com o perturbado rapaz colhendo um sucolento pedaço de sua própria carne. O final do curta de Servilha é um delicioso momento de humor negro (não amigo, o perturbado não vai comer sua própria carne não), com a moral às avessas de “Quem ama faz sacrifícios”. É uma bela história que nos faz refletir.

O curta de Fabiana Servilha, de algum modo, faz com que nos lembremos da fixação de William Seabrook e sua ânsia em conseguir algumas gramas de tão preciosa iguaria tabu. Seabrook resolveu o problema subornando um funcionário do hospital de Paris, não tendo sido tão extremo/insano quanto a personagem principal deste belo curta. Aliás, a primeira vista não gostei do título do curta (confesso que tenho queda por títulos mais mirabolantes), mas o desfecho genial do curta é tão lindo que não vejo nome mais apropriado ao curta do que “Vontade”.

Fabiana Servilha é formada em cinema e tem uma grande vontade de realizar cinema de gênero e tentar uma re-aproximação do cineasta com o público. É tarefa árdua, mas a julgar por seus curtas ela (e toda uma nova e jovem geração de cineastas independentes) está conseguindo. Seu filme de TCC foi o curta “Estrela Radiante”, seguido de “Aqueles Olhos” filmado em 16mm. Depois ajudou na realização dos ótimos “Caixa Preta” e “Eternitá”. Para a realização de “Vontade” ela escalou bons atores e técnicos talentosos, como o iluminador/diretor de fotografia Henrique Rodrigues que deu um climão doentio ao curta, as maquiagens gore do Rodrigo Aragão (diretor dos clássicos “Mangue Negro” e “A Noite do Chupacabras”) e a edição dinâmica de André Coletti (que também sempre é assistente de direção dos filmes de Servilha).

“Vontade” está sendo selecionado em inúmeros festivais de cinema, fica a dica para aqueles que gostam de conferir os rumos que nosso cinema está tomando e este novo trabalho de Fabiana Servilha precisa ser apreciado pelo máximo de público possível. Imperdível!

Abaixo uma mini-entrevista que realizei com Fabiana sobre seus curtas e sua maneira de pensar cinema.

Petter Baiestorf: Você estudou na Film Works da Academia Internacional do Cinema, fale como foi este período. Você se interessou por cinema quando?

Fabiana Servilha: Cresci vendo filmes de terror, principalmente os da década de 80, tem uma locadora bem do lado de casa e o setor que eu mais freqüentava era o do terror/suspense, desde que me conheço como gente lembro que reservava do dinheiro da bomboniere para ter como locar “The Return of the Living Dead”. O japonês da locadora dizia: – “Mas você já locou este semana passada… outra vez?” (risos). Minha infância era literalmente: parar a bicicleta e contar muito bem para amigas de bairro tudo que eu via na TV, como “Tales From the DarkSide”. Eu fazia até os efeitos sonoros e as garotas morriam de medo, pois eu esperava anoitecer para contar de propósito. O que elas não sabiam era que eu também me cagava de medo, mas vendo o medo delas, aliviava o meu (risos). Certa vez a mãe de uma dessas garotas toca a campainha de casa para brigar com minha mãe, dizendo: – “Sua filha tem 10 anos! A minha tem 7 e se impressiona com O Exorcista!!!! Não quero que a Fabiana fique mostrando essas coisas a ela! As rodas da bicicleta estão com terra de cemitério!!!” (risos). Isso porque eu costumava pegar amoras no cemitério para fazer suco, coisa bizarra de criança (risos). Com uns 12 anos comecei a ler Stephen king e a escrever roteiros, lembro que eram todos longas metragens!!! Hoje dou risada disso, pois não é uma tarefa tão fácil como uma menina de 12 pensava que fosse , mas só gravei com uns 16 anos um curta para escola, era de aula de educação artística. Cada grupo devia escolher um gênero, eu levantei voando para garantir que o de terror fosse o meu. E ficou bacana mesmo editando na época no vídeo cassete, o resultado foi um plágio da abertura do “Night of the Creeps” (risos), só inverti a situação para anos 70 pois havia conseguido uma brasília emprestada para gravar. Eu ia no cinema praticamente todos os dias, pagava um filme e assistia 3, ou 4 com a famosa ida ao banheiro para entrar nas outras de graça. Comecei a fazer cursos gratuitos de cinema pelas oficinas culturais,  posteriormente conheci Eduardo Aguilar, e fazia curso com o José Mojica Marins, mas nessa época eu fazia um milhão de coisas envolvendo arte, eu me envolvia com teatro, música, dança, e acabei deixando o cinema de lado e estudando Artes Visuais na Belas Artes. Eu já estava no segundo ano, quando o professor de desenho fala: – “Agora peguem o carbono e risquem o vazio e vejam o que encontram, potencializem essa coisa”. E eu pensei: “Que caralho que eu to fazendo aqui? eu queria fazer filme de terror!”. Até que surgiu uma bolsa pela Academia Internacional de Cinema e aproveitei para largar tudo, só que lá eu teria um novo problema, cinema se faz com um grupo e eu teria dificuldades em achar outros alunos que também gostassem de cinema de gênero, então me sentia deslocada, queria apenas ficar ali disfarçando no som e os roteiros eram chatos pra mim, alguns davam vontade de se dar um tiro na boca na sala de aula. Desanimei bastante no começo. Foi a partir dai que surgiu o Cinema do Medo pelo Cine Galpão onde eu poderia trazer pessoas com o mesmo objetivo que eu.

Baiestorf: O que foi o projeto “Cinema do Medo” que você desenvolveu com o Cine Galpão? Quem é o Cine Galpão e qual a proposta do grupo?

Servilha: Eu sentia uma pitadela de preconceito com a galera que estudava cinema, entortavam o nariz pra mim se eu não tivesse visto “Linha de Passe”, pois eu tinha de ver mais cinema nacional e blá blá blá, mas eu não podia entortar o nariz também de eles nem saberem quem é Ivan Cardoso. Sentia que terror no geral era visto como se fosse um gênero inferior e francamente, de fato muita porcaria é feita com o gênero, o que faz piorar essa visão. Mas pessoas esquecem de grandes roteiros, diretores, atores que estiveram sim em filmes de horror. Até hoje tenho espécies de pastores querendo me converter a fazer outros gêneros; o que eles não entendem é: eu não tenho nada contra gênero algum, o que me importa é a estória me interessar. Tem certos filmes de gênero inclusive que o assunto é tão batido e ninguém traz nada de novo que eu nem quero ver, por exemplo, filmes de casa mal assombradas, espíritos, filmes de tema zumbi então nem se fala, muitos eu nem quero ver porque o povo só faz a mesma estória de sempre, parece que voltamos ao cinema mudo, estamos indo ver “A Chegada do Trem na Estação” e é exatamente o que vamos ver, apenas um trem chegando na estação. Filme de zumbi é tudo o que eu já sei, é desinteressante, me diga, me conte algo de novo que partiu de você, algo que eu já não saiba, o que me importa em filmes é algo que me atraia. E eu sou o tipo de pessoa que se interessa mais quando tem elementos fantásticos, para mim “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. Dirigir é sua forma de enxergar as coisas. Poderia dirigir um drama ou comédia? Sim, mas é igual futebol, eu entendo tudo do jogo, mas eu acrescento mais ao time sendo goleiro! Então me deixem em paz! (risos) Henrique Rodriguez era meu professor em um curso no Senac e sempre me via resmungando sobre isso, na época ele e Carla Monteiro iriam fundar o Cine Galpão, um espaço de uso coletivo voltado a estudos e produções audiovisuais, eles dão abertura para qualquer um que chegue com alguma proposta bacana e precise de apoio, teríamos equipamentos e auxilio, não havia mais desculpas para não se gravar. Foi então que eu chamei André Coletti para fundarmos um grupo nosso voltado apenas para estudo e produção de filmes de terror: Cinema do Medo, aberto para o público, lá então poderíamos reunir pessoas com os mesmos objetivos e deixar ser integrante, começamos com o projeto “Vontade”. Posso parecer muito idealista e romântica, mas de fato o que eu queria era uma galera para produções constantes de gênero e fazer varredura na galera independente para sermos uma produtora grande de gênero unificada, acolhidos pelo Cine Galpão. Era o nosso paraíso, pois, os cursos de cinema acabavam mas o Cine Galpão continuaria e poderíamos fazer crescer.

Baiestorf: “Estrela Radiante” foi o filme que você realizou para seu TCC. Fale como foi a realização deste curta. Como foi a distribuição dele?

Servilha: “Estrela Radiante” foi uma loucura, haviam outros 2 estudantes da AIC que o abandonaram como projeto de TCC deles, e eu até entendo. Na verdade por volta de 30 pessoas abandonaram o filme ou mais, muitas eu nem conto porque nunca acrescentaram em nada, nem conto como “passaram pelo filme”, teve diversos produtores que pularam fora quando a corda apertou e muitos pioravam mais que ajudavam e faltando uma semana para gravar eu me encontrei sozinha com a produção,  não tinha praticamente nada e as pessoas só desistiam pois sabiam que não seria fácil e muito arriscado. Convenhamos, ir pro meio do mato para passar sufoco não é muito animador. Eu não estava dando conta e sem dinheiro era pior ainda! perdi o departamento inteiro de fotografia e o de produção faltando uma semana, era complicado, não tínhamos dinheiro, nem tempo, tudo era difícil, elenco complicado, gravar no mato, arte complicada, estória bizarra misturando ficção científica com horror made in Brasil. Não sei bem identificar o gênero, eu costumo chamar de “A Gororoba da Fabi” (risos). Lembro que precisava de várias larvas para o filme e um dia antes de ir para o interior gravar, as larvas fugiram dos potes, quando eu e André Coletti acordamos, estávamos rodeados de trocentas larvas e desesperados começamos a pegar uma a uma do chão para colocar de volta aos potes, o André disse: – “Isso não vai abalar o orçamento, apenas 6 larvas morreram na jornada Fabi, não vai afetar a cena.” (risos) Parávamos na Rua Augusta para procurar figuração negra para levar até Ibiuna, era tão absurdo conseguir que chegamos a falar com moradores de rua para participar do filme! Como eles moravam na rua, e não tinham telefone celular falávamos: – “Hey! Esteja na porta do Ecléticos na Augusta sexta próxima as 19 horas para irmos gravar!” (risos). Lembrei bastante da palestra que fui ver do Lloyd Kaufman aqui em São Paulo sobre produções independente. Faltando uma semana e eu sem nada e com pouquíssimas pessoas do meu lado, comecei a desistir de chamar pessoas ligadas a cinema e aceitar ajuda de qualquer pessoa normal, e de fato vieram para somar e foram excelentes produtores pois não faziam corpo mole, não me chamavam de louca, e não vinham com vícios ou achavam que TUDO seria impossível de ser feito dentro daquelas condições, foi a melhor atitude que fiz, gente que nunca havia trabalhado com cinema estavam dando um show de produção e força de vontade, me surpreenderam e eu não teria conseguido nada sem elas; lembro que postei uma imagem de S.O.S no facebook, faltando 1 semana eu pensei em desistir também, não conseguia dormir mais, chorando de raiva eu até escrevi um diário e escrevi que eu conseguiria fazer essa porra sozinha mesma e assim o fiz. Devo muito a todos que aparecerão nos créditos finais cada um vinha com um pequeno milagre e era um leão diferente pra matar a cada 30 minutos. Até a atriz Débora Muniz vendo minha cara de exausta me incentivava nas gravações; tive muita sorte pois não poderia ter um elenco melhor, André Cecatto, Fábio Neppo, Débora Muniz, Valdano Sousa,  todos estavam muito compreensivos comigo e estavam ali para ajudar em qualquer coisa que fosse. Foi uma puta experiência de superação e saber transformar o lodo em pérola. Ficará pronto no final do ano, e em 2013 estará nos telões com muito orgulho!!

Baiestorf: Você não acha que as faculdades de cinema deveriam ter uma distribuidora de filmes para escoar ao público estes filmes produzidos para TCCs?

Servilha: Sim, seria ótimo; muitos curtas ficam encalhados e os realizadores devem parar um pouco e se perguntar a razão de o porque de tudo isso, e a atenção em relação a isso deve partir de lá de trás, na escolha do roteiro, de atores, tudo vai influenciar para que o filme seja bom, e quanto mais rico for o filme, mais vai ser favorável para que você consiga estender o prazo de vida dele posteriormente, é óbvio. Este ano fiquei sem gravar nada pois sofri na pele a dificuldade que é exibir e distribuir sozinha, o filme literalmente morre se você deixar, você acaba desistindo, é um trabalho de cão, acaba se enjoando dele, de saco cheio já, ou partindo para a produção de outro. E NÃO!!! Isso está errado! Vai ser muito difícil eu gravar outra coisa na loucura por impulso, quero analisar na frente tudo que farei com o material pronto pois eu desejo filmes que sobrevivam e se estendam o máximo que puder. É uma delícia gravar, a parte chata é justamente o que fazer com o filme depois de pronto, ele precisará de cuidados e esse tipo de pensamento desde o começo é para seu próprio bem, justamente para te ajudar a gravar ainda mais, você verá que além de gravar, é uma delícia também ele estar em festivais, sendo visto, e o melhor! Te dar uns trocados para você gravar o próximo, para que você não desista.

Baiestorf: “Aqueles Olhos” você fez em 16mm, qual foi o orçamento do curta? Você acha necessário filmar em película nos dias de hoje?

Servilha: Deve ter dado por volta de 1.300 reais, a película partiu da própria AIC; um rolo de nem 13 minutos para tirar um filme final de 5 minutos, eu tinha medo até de bater claquete e ser demorado. A experiência com película foi boa para ver a diferença do digital, no digital eu sou um inferno, nunca tá bom, faço takes demais, a equipe mesmo fala: – “Este está igualzinho ao anterior Fabi, chega!”. No digital acabamos gravando muitas coisas as vezes desnecessárias o que fica até perigoso de perder o foco da tua narrativa, você não está registrando, você está narrando algo! Onde eu coloco a câmera agora? Na película você não é nenhum milionário que pode ficar se aventurando, então te força a focar realmente direto ao necessário, você visualiza seu trabalho de decupagem muito mais porque é literalmente película valiosa torrando. Os dois tem seus pontos positivos e negativos, aplicar o pensamento econômico de se filmar em película para o digital vai ser bom pra seu plano de filmagem e sua decupagem e não sair correndo por ai disparando o REC.

Baiestorf: Como foi a recepção de “Aqueles Olhos”? Ele te abriu algumas portas para a produção de novos filmes?

Servilha: O bacana do curta foi ver em diversas exibições a reação do público, toda hora que aparecia o demônio no bolo a platéia provocava um som, isso é muito maravilhoso, saber que você atingiu a intenção; ele foi exibido no SP TERROR no Reserva, CineSesc, no MIS Festival AIC, Halloween Casa das Rosas, Guaru Fantástico e no Cinefantasy, não havia mandado a muitos lugares na época, engraçado que quando fomos selecionados ao Cinefantasy fomos parar na categoria Novos Rumos e dai eu pensei: “Que tipo de filme eu ando fazendo? Não é terror, não é surrealismo. Novos rumos?! Isso é bom? Que diabo significa isso?” (risos). Fiquei muito surpresa em o filme ser premiado no Cinefantasy na categoria “Estímulo a Estudante”, ele me abriu portas internas eu diria, me diverti muito fazendo na época, eu e André fizemos pensando na gente, pra gente, eu não estava nem um pouco preocupada com o que falariam na banca da AIC e acho que fizemos tão sem pretensões e tão verdadeiro que a banca acabou sendo ótima na escola e as pessoas sempre gostavam do curta quando assistiam, foi dai que arrisquei a enviar a alguns lugares.

Baiestorf: Acabei de assistir teu ótimo curta “Vontade” e o senso de humor negro que você imprimiu ao curta, de maneira sutil, me deixou impressionado. Sua direção é bem segura, com um grande trabalho de decupagem das cenas. Como surgiu a idéia para o roteiro de “Vontade” e sua posterior filmagem? Foi complicado filmá-lo?

Servilha: Que bom que curtiu petter, fico feliz. Eu tenho muitos roteiros em casa que escrevo, tem longa também mas tenho que admitir que amo contos, estórias curtas, e adoro quando a idéia me surge pelo plot, como aconteceu no “Vontade”, infelizmente não tenho $$ para gravar tudo e gosto de escrever roteiros mais malucos, o que piora de realizá-los. Estou tentando fazer estórias mais simples em questão de produção para facilitar a vida e “Vontade” é este caso, uma produção simples, e barata. Sempre fico atenta a coisas pequenas que aparecem ao redor e sou a típica pessoa que dá ouvidos aos loucos sim! Acho que um gesto, uma palavra que a pessoa coloca, um tropeço pode me surgir uma boa idéia, tem coisas bizarras que acontecem ao nosso redor o tempo inteiro e simplesmente não damos atenção, muito que escrevo parte do real. A idéia do “Vontade” era entrarmos em uma busca mistériosa, uma corrida no meio de uma madrugada de um personagem que precisa encontrar coragens de cometer um homicídio para satisfazer uma vontade emergencial e incontrolável. Um Thirller com pouquíssimos diálogos. Fiquei surpresa de ver o filme sendo indicado a Melhor Roteiro do Festival Art Deco Cinema e mais 2 indicações.

Baiestorf: Qual foi o orçamento de “Vontade” e nos conte como foram as filmagens do curta.

Servilha: Deve ter dado por volta de 1.500. O maior gasto foi com a maquiagem do filme, equipamentos eu teria com o apoio do Cine Galpão, Cinema de Guerrilha, e eu iria aproveitar a vinda do cineasta Rodrigo Aragão ao Cinefantasy para gravar quando ele estivesse em São Paulo por conta da maquiagem do filme. Acabou batendo exatamente nos mesmos dias que eu estava filmando Aqueles Olhos pela Academia Internacional de Cinema. Foi exaustivo gravar 2 curtas tão colados, mas para economizar e ter o Aragão só podia ser deste jeito. “Vontade” na verdade é um remake de nós mesmos, eu havia tido a idéia, e no dia seguinte chamei 2 amigos, essa era a “equipe do filme”, entre eles André Coletti, chamei o ator Alexandre Rabello e gravamos em uma mini dv em poucas horas. Eu nem havia feito decupagem alguma e eu mesma fiz a maquiagem e até fui atriz no filme. Quando editamos no dia seguinte vi onde erramos e o que acertamos e vi que aquilo tinha potencial para ser gravado melhor. Quando precisamos inaugurar o Cinema do Medo no Cine Galpão pegamos o Vontade logo de cara para regravá-lo.

Baiestorf: Gostei bastante dos atores e da equipe-técnica que trabalhou no “Vontade”. Fale um pouco como você reuniu este talentoso grupo e como outros produtores fazem prá trabalhar com eles.

Servilha: Algumas pessoas já eram meus amigos, e a sede de reuniões era no Cine Galpão. Carla Monteiro e Henrique Rodriguez vestiram a camisa sendo integrantes da equipe, eu havia feito teatro com o ator Alexandre Rabello que topa qualquer parada, a atriz Marina Baillarin era amiga do André Coletti, consegui trazer algumas pessoas da AIC para o grupo, quem caiu de pára-quedas atuando foi o Douglas Domingues que foi lá ajudar de ultima hora porque estávamos sem um ator, ele acabou fazendo parte do Cinema do Medo depois. Stefanne Marion acabou entrando e cuidando da arte que estava sozinha, conheci o Vitor Melloni pelo festival SP Terror e ele acabou se interessando pelo projeto e ajudou muito na produção do filme, também fico muito feliz com a equipe final, pequena, e funcional. As vezes não precisamos armar um circo de pessoas, o importante é elas funcionarem. Também teve várias entradas e saídas de pessoas pelo Cinema do Medo, manter um grupo andando não é fácil e as pessoas não entendem e preferem botar a culpa em você, não bastava ter equipamentos e achar que tínhamos a faca e o queijo na mão, cinema dependia das pessoas, queria reunir pessoas apaixonadas por filme de gênero de verdade, era a minha tática para animá-las a segurar o tranco de dificuldades que todo cinema independente passa.

Baiestorf: “Vontade” está sendo selecionado em diversos festivais de cinema aqui do Brasil e exterior. Você pode adiantar os lugares onde seu curta estará sendo exibido nos próximos meses para que os leitores do Canibuk possam assisti-lo?

Servilha: Tudo tem sido bacana e com muito sangue meu, tenho trabalhado demais por ele, o filme foi para 3 indicações e levei o Premio Jovem Talento Feminino Brasileiro pelo Festival Art Deco Cinema aqui em São Paulo, com um filme Thriller! (risos). Isso me deixou muito feliz, geralmente eu tenho até medo de mandar filme de gênero competindo com os demais e a abertura e recepção que tive neste festival foi fantástica. Este mês foi uma surpresa ver que o filme será exibido em agosto 7 vezes Em São Paulo na Espantomania, Guaru Fantástico; no Rio de Janeiro, na Rio Fan; no Festival Macabro no México, entre outros. Estou muito contente pela repercussão do filme, todos podem acompanhar as notícias pela página “Vontade Filme” no Facebook. Tive uma recepção ótima de festivais na Califórnia, o primeiro será em Novembro 2012, inclusive tem festivais de cinema de gênero voltado apenas para direção feminina! (risos). Achei genial e estou feliz com tudo isso. Em São Paulo este mês teremos uma mostra especial da galera integrante do Cinema do Medo na ECLA, estaremos lá. Vale a pena conhecer quem se interessou pelo grupo, ou o Cine Galpão.

Baiestorf: Antigamente (até meados de 2005) nós produtores independentes praticamente não tínhamos festivais/mostras para apresentar nossos curtas, nem os canais de divulgação da Internet, tudo era divulgado em eventos undergrounds (bares e botecos com telão) ou fanzines com os filmes sendo enviados via correio. Daquela época prá cá a divulgação melhorou mas o sistema de distribuição dos filmes continua precária e amadora. Como você está distribuindo teus filmes? Eles estão se pagando? Há alguma coletânea em DVD com teus trabalhos para quem quiser tê-los em casa?

Servilha: Eu tenho muiiiiitooo o que aprender, estou no começo de tudo mesmo, tem um mundo por trás disso, e eu estou tendo que aprender na marra e sozinha, agora que eu estou entendendo melhor o que fazer com um filme e até onde eu posso ir com ele, estou me aliando com pessoas experientes no assunto que vêem me orientando. Ando pegando nichos e tem como ter uma sobrevivência independente sim. Quando acabar o período de festivais e mostras pretendo distribuir para DVD e televisão.

Baiestorf: Sou um eterno defensor/divulgador do cinema independente e pela primeira vez sinto que o Brasil tem uma cena de filmes independentes que estão tecnicamente bem elaborados/finalizados. Você acha que o caminho a seguir é continuar na produção independente ou pretende tentar alguns editais para captação de recursos mais polpudos?

Servilha: eu acho que você tem que reconhecer a qualidade daquilo que você tem na mão primeiramente, se tiver potencial até a forma independente só tende a dar bons resultados porque o trabalho é bom, acho que é possível as duas coisas, é só o cinema independente pensar mais sério que o retorno será mais sério. Fazer da sua melhor maneira possível e sempre procurar evoluir, graças a Deus criatividade é gratuito. Tem lugares, como o Cine Galpão, que buscam ser co-produtores, há bons atores por ai que ainda topam sim trabalhar de graça se ver qualidade e seriedade no que você está propondo, assim como outras pessoas de parte técnica. Desistentes e gente que provavelmente vão pular do barco, ou largar pois arrumou um outro trabalho vai ter, mas se você tiver perseverança você consegue fazer acontecer.

Baiestorf: Vi você defendendo o cinema de gênero. Você acredita que pode ser alcançado um público maior com o cinema de gênero? Como fazer para que os filmes cheguem ao povão já que hoje o cinema de bairro e/ou de calçada praticamente está extinto e o cinema de shopping exibe apenas cine-sonífero estrangeiro (ou aquelas chatices Globo Filmes)?

Servilha: Claro, porque não? Para chegar no “povão” filmes nacionais de gênero o método talvez seria trilhar um caminho pelas beiradas, é muito difícil você chegar a um adulto forçando-o comer verdura se desde criança ele não tinha costume em comer, não é da cultura brasileira, digo isso por mim que só via filmes gringos desde criança e pra mim Zé do Caixão era um apresentador do Cine Trash apenas. Eu nem tinha acesso aos próprios filmes nacionais de terror nas locadoras, isso é lamentável.

Baiestorf: Projeto futuro? Há algo em pré-produção “made in” Fabiana Servilha?

Servilha: Tem sim, até com HQs estou me envolvendo (risos). Melhor do que deixar estórias jogadas na gaveta (risos). Estou empolgada com 2013, tem um projeto de longa metragem muito bacana a caminho e um programa infanto juvenil de gênero que ando cuidando para dar certo; tenho muito trabalho pela frente, cuidando do “Vontade”, preparando o “Estrela Radiante”, tem sido uma loucura.

fotos de Juliana Cupini e Luciano Abe.

Quarta Edição do Cinema de Bordas

Posted in Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on julho 28, 2012 by canibuk

Do dia 01 a 05 de agosto o Itaú Cultural abre seu espaço para a mostra Cinema de Bordas que vai trazer ao público paulista cerca de 23 filmes de realizadores independentes. Cinema de Bordas (ou Cinema de Garage ou Cinema Trash ou Cinema Caseiro, tanto faz, é tudo rótulo bom prás vendas) é o cinema independente brasileiro que faz o tudo com o nada e, na base do improvisso mesmo, mantêm viva a possibilidade do fazer sem ajuda do Estado pai-patrão. Se no cinema independente brasileiro o improvisso é o que mais se destaca, note-se que não é uma opção dos diretores (todos estariam filmando com dinheiro se pudessem), mas sim uma triste realidade deste paisinho dominado por corruptos e ignorantes que não tem investidores financeiros, nem canais de distribuição, para estes filmes realizados aos trancos e barrancos que acabam tendo uma recepção de público mais calorosa do que a maioria das produções profissionais de cinema do Brasil.

Nesta edição destaque para a exibição de “A Maudição da Casa de Vanirim” (nota do Canibuk: Sim, “maudição” escrito assim mesmo!) de Seu Manoelzinho, longa produzido em 1987, em VHS, que estava sendo considerado perdido e que agora, finalmente, terá sua primeira exibição pública. “Vermibus” (2012) de Rubens Mello estará estreiando no evento. Rubens Mello, prá quem não sabe, foi ator em filmaços como “Encarnação do Demônio” (2008) de José Mojica marins, “Ivan” (2011) de Fernando Rick e é um dos organizadores do Guarú Fantástico.

Joel Caetano e sua esposa Mariana Zani estarão ministrando uma oficina sobre como fazer filmes sem grana nenhuma em paralelo ao evento. Antes da mostra, dia 31 de julho, rola um debate no programa de TV Jogo de Idéias com participação de Kika de Oliveira (“Mangue Negro”), Dona Oldina (“Extrema Unção”), Gisele Ferran (“O Doce Avanço da Faca“), Mariana Zani (“Estranha“) e o diretor Seu Manoelzinho.

E o mais lindo desta quarta edição da mostra é que vai rolar o lançamento do terceiro livro sobre realizadores de Cinema de Bordas que é uma fonte de pesquisa sempre bem vinda. Os realizadores independentes brasileiros merecem mais iniciativas como essa.

Um fã ao lado de Seu Manoelzinho (dir.)

PROGRAMAÇÃO

1 de agosto (quarta-feira)

20h   Bate-papo com os curadores Bernadette Lyra, Gelson Santana eLaura Cánepa, seguido de exibição de seleção especial de filmes:

Onde Está Meu Rim?, de Renato Dib (1 min, Manaus, 2010)
Roquí Son Contra o Extermínio Ambiental, de Renato Dib (2 min, São Paulo e Manaus, 2012)
DR, de Felipe Guerra e Joel Caetano (12 min, Carlos Barbosa e São Paulo, 2012)
Vermibus, de Rubens Mello (25 min, Guarulhos, 2012)

2 de agosto (quinta-feira)

18h – Morte e Morte de Johnny Zombie, deGabriel Carneiro (14 min, São Paulo, 2011)
Entrega Especial, de Rodrigo Brandão (27 min, Juiz de Fora, 2006)
Fatman & Robada, de Rogério Baldino (32 min, Porto Alegre, 1997)
Brasil, um País de 5%, de Nerivaldo Ferreira e Johel Alvez Bright (36 min, Rio Real, 2011)

20h – Hipnose Para Leigos, deChico Lacerda (6 min, Recife, 2005)
Como Irritar Dandies do Hardcore, de Gurcius Gewdner (16 min, Rio de Janeiro, 2012)
Mais Denso que Sangue, de Ian Abé (15 min, Cabaceiras, 2011)
Jerônimo, O Herói do Sertão, de David Rangel (32 min, Paty do Alferes, 1996)
Seguido de bate-papo com David Rangel, mediado por Rogério Ferraraz

3 de agosto (sexta-feira)

18h – Antes/Depois, de Christian Caselli (9 min, Rio de Janeiro, 2005)
Bastar, de Gustavo Serrate (20 min, Brasília, 2010)
Black Power Jones, de Igor Simões Alonso (17 min, Osasco, 2012)
O Cabra Bode, de Milton Santos (45 min, Cícero Dantas, 2011)

20h – Necrochorume, de Geisla Fernandes (17 min, São Paulo, 2012)
Lua Perversa 2, de André Bozzetto Jr (18 min, Pinhalzinho, 2011)
A Lenda da Lagoa Vermelha II A Vingança, de Eutímio Carvalho (30 min, Cícero Dantas, 2012)
A Maudição da Casa de Vanirim, de Manoel Loreno (26 min, Mantenópolis, 1987)
Seguido de bate-papo do público com os curadores e realizadores presentes.

4 de agosto (sábado)

18h – A Lenda da Lagoa Vermelha II, de Eutímio Carvalho (30 min, Cícero Dantas, 2012)
Uma Vinchester Para Três Tumbas, de Arlindo Filho (91 min, Presidente Prudente, 2012)

20h – Lua Perversa 2, deAndré Bozzetto (18 min, Pinhalzinho, 2011)
Flor de Abril, de Cícero Filho (110 min, São Luiz, 2011)

5 de agosto (domingo)

16h – Jerônimo, O Herói do Sertão, de David Rangel (32 min, Paty do Alferes, 1996)
A Maudição da Casa de Vanirim, de Manoel Loreno (26 min, Mantenópolis, 1987)
Black Power Jones, de Igor Simões Alonso (30 min, Osasco, 2012)
DR, de Felipe Guerra e Joel Caetano (12 min, Carlos Barbosa e São Paulo, 2012)
Seguido de bate-papo entre os curadores e realizadores presentes.

18h Vermibus, de Rubens Mello (25 min, Guarulhos, 2012)
A Noite do Chupacabras, de Rodrigo Aragão (95 min, Guarapari, 2011)

Cinema de Bordas 4

de 01 a 05 de agosto

Sala Itaú Cultural

Av. Paulista 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Estacionamento gratuito para bicicletas.

Programa Jogo de Idéias

dia 31 de julho

horários 18h30 e 20h no Itaú Cultural.

Oficina Produzindo com Recurso Zero

de 02 a 04 de agosto

inscrições pelo fone (11) 2168-1779.

A Noite do Chupacabras em DVD

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , on abril 11, 2012 by canibuk

Nesta sexta-feira 13 (de abril) será, finalmente, lançado o DVD de “A Noite do Chupacabras” (o atraso todo aconteceu por culpa de um erro de prensagem da fábrica (i)responsável pela produção do DVD). O DVD sairá por R$ 19.90 e pode ser encomendado no site da Fabulas Negras ou pelo e-mail de trabalho da produtora: vendas@fabulasnegras.com, também foram lançadas algumas camisetas do filme, como essa acima com Ivan Carvalho (interpretado por este que vos escreve) que estão com uma qualidade fantástica. Imperdível!!!

A Noite do Chupacabras” (2011) é a segunda parte da trilogia gore de Rodrigo Aragão iniciada em 2008 com o clássico “Mangue Negro” e que será finalizada com “Mar Negro”, que atualmente está em pré-produção (em breve postarei aqui matéria bem completa sobre os fantásticos monstros marinhos que Rodrigo está construindo para este filme).

“A Noite do Chupacabras” (2011, 104 min.) de Rodrigo Aragão. Com: Walderrama dos Santos, Joel Caetano, Petter Baiestorf, Mayra Alarcón, Kika Oliveira, Cristian Verardi, Fonzo Squizo, Reginaldo Secundo, Ricardo Araújo e Markus Konká. Direção de Fotografia: Secundo Rezende. Som: Hermano Pidner. Maquiagens: Rodrigo Aragão e Murillo Ribeiro. Produção: Kika Oliveira e Mayra Alarcón. Produção Executiva: Hermann Pidner.