Nosso amor de banco detrás do carro
onde transavamos alegremente…
.
Frequentamos todos os escuros da cidade.
A melhor hora do dia: foder
no banco detrás.
.
Também me apertava pra levá-la ao motel duas vezes por mês.
E eu fazia tudo pra que nos variássemos,
inventava tanta coisa pra que não se estafasse.
.
Jamais esporrei-a com desdém.
O sêmen corria-lhe viscoso por suas coxas, seios, rosto…
Escorria volumoso e era um outro afago,
forte, em sua pele.
Parecia dizer-lhe “estou aqui! Me derramo em você!”.
.
“Quentinho…”, ela respondia.
Era nosso amor.
.
Quanto quis comer aquele cu e me segurei!
O que veria em dar-me o cu?
.
Eu olhava aquele cuzinho lindo
e o amava como
amo
a cereja do bolo que deixei pro final.
.
Depois de mil fodas acrescentei
mil brigas, ciumes e traições
ao nosso amor.
Assim não nos entediávamos.
.
E ela foi embora
com seu cuzinho quase
quase intacto.
.
Como é triste
e é sem sentido
o amor.
Poesia de Elias F. Pacheco.