Arquivo para sleaze movies

Horrophobic

Posted in Fanzines with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 8, 2012 by canibuk

Em toda a Europa e USA é comum ver a publicação de fanzines com cara de revistas. Nos anos de 1990 a quantidade de publicações voltadas ao cinema trash, obscuros ou independentes era absurda (Psychotronic, Draculina, Alternative Cinema, Quatermass, 2000 Maniacs, European Trash Cinema, Shock, Cult Cinema, Oriental Cinema, Scream Beat, Scream Queens Illustrated, Horror Garage, Fatal Vision, só prá citar algumas que lembrei de cabeça e que era leitor), e nestes dias pós-internet boas surpresas continuam surgindo pelo fabuloso mundo underground dos filmes obscuros, como é o caso do ótimo fanzine sueco “Horrophobic” que traz em suas páginas matérias e entrevistas com realizadores de cinema extremo. Recebi os dois primeiros exemplares do fanzine e degustei tudo na mesma hora, como um zumbi faminto por cérebros fresquinhos!

No primeiro número de “Horrophobic”, feito em memória do genial Lucio Fulci, já nos deparamos com a matéria “Zombies! Zombies! Zombies!” que resenha três filmes independentes: “Silent Night, Zombie Night” (2009) de Sean Cain, “I Am Omega” (2007) de Griff Furst e “The Dead” (2010) de Howard J. Ford e Jonathan Ford. Logo depois o diretor Marc Rohnstock (de filmes como “Graveyard of the Living Dead” e “Necronos”) e a atriz Magdalèna A. Kalley (que já trabalhou em filmes de Andreas Schnass e outros diretores de gore movies alemães) são entrevistados. Como o gore alemão é o assunto principal deste número, há resenhas de filmes de Schnass, Marcel Walz, Michael Donner, Heiko Fipper e Olaf Ittenbach. Há ainda uma excelente matéria sobre crocodilos assassinos que destaca filmaços como “Killer Crocodile” (1989) de Fabrizio de Angelis, “Killer Crocodile 2” (1990) de Giannetto de Rossi, “Blood Surf” (2000) de James D.R. Hickox, “Alligator” (1980) de Lewis Teague, “Mega Shark Vs. Crocosaurus” (2010) de Christopher Ray, entre outros. E fechando este primeiro número temos uma entrevista com o colecionador de filmes Peter Ryberg Larsen e muitas outras resenhas de filmes independentes maravilhosos.

Já no segundo número, com mais páginas e formato maior, o editor Tomas Larsson caprichou mais ainda. Abre a revista com uma série de resenhas intitulada “Slasher or Not Slasher?” com informações sobre produções independentes como “Hoboken Hollow” (2006) de Glen Stephens, “Room 33” (2009) de Edward Barbini, “Curtains” (1983) de Richard Ciupka e fecha com uma resenha do clássico gore “The Mutilator/O Mutilador” (1986) de Buddy Cooper. A festa segue com uma entrevista com Luigi Pastore (diretor de “Symphony in Blood Red”); um artigo sobre Alexandra Della Colli (atriz de clássicos do gore italiano como “Zombie Holocaust” (1980) de Marino Girolami e “New York Ripper” (1982) de Lucio Fulci) e uma entrevista com Alex Wesley, diretor russo que realizou um filme de zumbis chamado “Zombie Infection”. Aí tem a segunda parte da matéria sobre filmes gore da Alemanha, com resenhas de filmes de diretores como Maik Ude (“The Butcher”, 1986), Andreas Pape (“Hunting Creatures”, 2001) e Andreas Bethman (“Exitus Interruptus”, 2006). Assim como no primeiro número de “Horrophobic”, este segundo exemplar traz um divertido apanhado de filmes com abelhas assassinas com informações sobre produções como “The Swarm/O Enxame” (1978) de Irwin Allen, “Killer Bee” (2005) de Norihisa Yoshimura, “Killer Bees” (1974) de Curtis Harrington, “The Deadly Bees” (1967) de Freddie Francis e muitos outros filmes onde as abelhas se revoltam contra a humanidade comedora de mel. Fechando o fanzine há uma entrevista com o diretor independente Mike O’Mahony, criador de podreiras como “Deadly Detour” e “Sloppy the Psychotic”; mais algumas resenhas de filmes obscuros e uma espécia de making off de “Die Zombiejäger” do diretor Jonas Wolcher.

“Horrophobic” é um fanzine imperdível, se você ficou interessado entre em contato com o editor Tomas Larsson via facebook (ou entre no grupo da Horrophobic). Entre os colaboradores do fanzine está Greigh Johanson que edita o ótimo blog Surreal Goryfication. Imperdível!!!

dica de Petter Baiestorf.

Morre Lina Romay

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , on fevereiro 24, 2012 by canibuk

De acordo com José Manuel Serrano, Lina Romay morreu neste último dia 15 de fevereiro, em Malaga/Espanha, vitimada pelo câncer (não foi divulgado o tipo de câncer). Jesus Franco parece que está sofrendo muito com a morte de sua eterna Musa, tanto que só divulgou a morte dela hoje (8 dias depois). Espero que este abatimento não deixe Jesus Franco debilitado ao extremo e o leve a falecer também, já vi muito casal que se ama demais morrer praticamente juntos quando o sentido de sua existência termina com a morte de sua metade!

Nascida em Barcelona em 23 de junho de 1954, Rosa María Almirall Martínez (seu nome real) conheceu Jesus Franco em 1971 (que na época estava se curando da morte de Soledad Miranda) e desde então não se separaram mais, seja na vida pessoal, seja na vida profissional. Lina sempre foi inteligente e independente, sempre falando o que pensava e demonstrando que encarava sua profissão de atriz de maneira bem lúcida, como declarou em certa ocasião: “Dizem que eu sou uma exibicionista. Todo ator é um – Aceito isso de bom grado. Eu não sou uma hipócrita”.

O primeiro filme do casal juntos foi “La Maldición de Frankenstein” (1972) e depois disso continuaram fazendo filmes de horror/putaria (aquele estilo Romay-Franco que os fãs de sleaze tanto adoram) até “Paula-Paula” (2010) onde ela, mesmo velha, continuou tirando a roupa de boa vontade! Lina Romay sempre dizia: “Só coloco roupa quando o roteiro exige!”, se destacando por sua beleza e completa falta de vergonha na cara (adoro atrizes desavergonhadas que ficam o tempo todo peladas e o fazem com um talento natural prá coisa). Com uma filmografia que ultrapassa 115 filmes, vale a pena conhecer produções como “La Comtesse Perverse” (1974), “Frauengefängnis” (“Barbed Wire Dolls”, 1976), “Jack the Ripper” (1976), “Greta – Haus Ohne Männer” (1977), “L’Éventreur de Notre-Dame” (1979), “Justine” (1979), “Mondo Canibale” (1980), “La Tumba de los Muertos Vivientes” (1983), “Macumba Sexual” (1983), “Lilian – La Virgen Pervertida” (1984), “Faceless” (1987), “Tender Flesh” (1997) e “Killer Barbys Vs. Dracula” (2002), todos dirigidos por seu marido Jesus Franco. Outros filmes que merecem destaque são “Roll-Royce Baby” (1975) de Erwin C. Dietrich, “Apocalipsis Sexual” (1982) de Carlos Aured e Sergio Bergonzelli, “Rossa Venezia” (2003) de Andreas Bethman e os filmes dirigidos pela própria tarada Lina Romay (usando, geralmente, o pseudônimo de Candy Coster ou Lulu Laverne), como “Confesiones Íntimas de una Exhibicionista” (1983), “Una Rajita Para Dos” (1984), “El Chupete de Lulú” (1985), “Phollastia” (1987) e “Falo Crest” (1987), todos pornôs lindos!

Lina, continuaremos te cultuando nos filmes maravilhosos que você nos legou! Espero que você tenha sido enterrada pelada como imagino que era seu desejo e de todos seus fãs!

por Petter Baiestorf.