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Basket Case

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 16, 2012 by canibuk

“Basket Case” (1982, 91 min.) de Frank Henenlotter. Com: Kevin Van Hentenryck, Terri Susan Smith e Beverly Bonner.

Este cult movie, que marca a estréia de Frank Henenlotter como diretor de longas, conta a história de Duane Bradley (Kevin Van Hentenryck) que se hospeda em hotel fuleiro de New York cheio da grana e com um misterioso cesto sempre nas mãos. Logo ficamos sabendo que dentro do cesto está Belial, gêmeo siamês de Duane que nada mais é do que um monstruoso torso. Duane e Belial foram separados quando tinham uns 12 anos de idade via uma sangrenta e traumatizante operação realizada a pedido do pai deles que não aceitava o monstrengo Belial grudado em Duane. Matando um a um os médicos veterinários que realizaram a operação, Duane encontra tempo para tecer amizade com uma puta acabadaça que reside no hotel e se apaixonar por uma jovem secretária, loirinha e tontinha, cuja relação desperta os ciúmes de Belial que mutila e estupra a jovem numa bela e rápida cena de necrofilia gore, desencadeando uma luta mortal com seu irmão.

Com efeitos especiais de stop motion Henenlotter deu vida à Belial, o mais divertido psicopata deformado da história do cinema. Belial era um mix de fantoche com outro boneco em tamanho grande onde um ator era metido dentro para os closes de seus olhos vermelhos (e todas as vezes que aparece a mão de Belial, é o braço do próprio Henenlotter dentro da prótese). Para dar vida ao Belial o diretor chamou os técnicos John Caglione Jr. (que havia sido assistente de maquiagens em “Friday The 13th Part 2/Sexta-feira 13 – Parte 2” (1981) de Steve Miner), Kevin Haney e Ugis Nigals, que estreiaram profissionalmente em “Basket Case” (Haney viria a fazer os animatrônicos do clássico “C.H.U.D.” (1984) de Douglas Cheek). Mesmo com uma produção de orçamento extremamente baixo, Henenlotter era um profundo conhecedor do cinema vagabundo e soube contornar todos os problemas ao conceber um divertido filme que foi lançado nos cinemas de New York em sessões da meia-noite, passando meio desapercebido, até ser descoberto e cultuado quando lançado em VHS.

Frank Henenlotter (1950) é um diretor independente que começou a fazer cinema inspirado pelos exploitations que eram exibidos nos cinemas da 42nd Street (que eram as verdadeiras grindhouses, termo popularizado e banalizado após Tarantino/Rodrigues terem feito seu “Grindhouse“). Começou fazendo filmes em super 8 quando adolescente e seu primeiro curta em 16mm, “Slash of the Knife”, foi exibido em sessão com o cult “Pink Flamingos” de John Waters. Ainda fez outros curtas, como “Son of Psycho” e “Lurid Women”, antes de estrear profissionalmente com “Basket Case” em 1982. Em 1988 realizou outro clássico do cinema sleaze, o também cult “Brain Damage”, uma interessante alegoria sobre a dependência das drogas. Na seqüência filmou três novos filmes, “Basket Case 2” (1990), continuação ainda mais debochada de seu grande clássico, filmado simultaneamente com “Frankenhooker” (1990), versão podreira da história de Frankenstein que mostrava como um nerd reanima o corpo de sua noiva, despedaçada por um cortador de grama, utilizando-se de pedaços de corpos de prostitutas, e “Basket Case 3” (1992), encerrando assim a saga do simpático monstrengo Belial. Depois de anos sem filmar, em 2008 Henenlotter lançou “Bad Biology”, sobre um homem e uma mulher que procuram a satisfação sexual e quando se encontram sua ligação sexual se revelará uma explosiva experiência. Em 2010 co-dirigiu, com Jimmy Maslon, o documentário “Herschell Gordon Lewis: The Godfather of Gore” que, além de H.G. Lewis, trazia ainda depoimentos de gênios como David F. Friedman e John Waters. Aliás, como curiosidade, “Basket Case” é dedicado ao avacalhado Lewis.

Frank Henenlotter renega que faz filmes de horror, em suas palavras, “Faço exploitation movies que tem uma atitude que você não vai encontrar nas produções de Hollywood. Meus filmes são rudes, provocadores, eles falam sobre assuntos que as pessoas costumam ignorar!”. Henenlotter até pode filmar pouco, mas é louvável sua postura de se manter a margem da indústria cinematográfica americana. “Basket Case” foi lançado em VHS em Portugal com o título de “O Mistério do Cesto” e via essa fita VHS que pude assistí-lo pela primeira vez no início dos anos de 1990. Aqui no Brasil continua inédito.

por Petter Baiestorf.

Assista “Basket Case” aqui:

Capa do VHS lançado em Portugal.

Fiend Without a Face

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 12, 2012 by canibuk

“Fiend Without a Face” (“O Horror Vem do Espaço”, 1958, 74 min.) de Arthur Crabtree. Com: Marshall Thompson, Kim Parker e Kynaston Reeves.

Este filme é uma delícia. Na história, que se passa no Canadá, mortes misteriosas começam a acontecer e as pessoas de uma pequena vila culpam uma base americana que estava realizando experimentos nucleares. Todas as vítimas possuem perfurações no pescoço e, após autópsias, descobre-se que o cérebro e a medula espinhal dos mortos estão faltando. Depois de investigações ficamos sabendo que as mortes não foram causadas somente pelos experimentos nucleares, mas sim por uma combinação entre radiação e telecinese que era testada na localidade por um professor aposentado. Com o aumento da força nuclear as criaturas, antes invisíveis, se tornam visíveis e revelam sua grotesca forma: São cérebros humanos com antenas e a medula espinhal servindo como cauda. No ato final do filme um grupo de humanos fica preso numa casa isolada e precisa se defender destas estranhas criaturas.

Considerado um clássico do gênero, “Fiend Without a Face” ganha força quando revela a forma das criaturas que, para ganhar vida e parecerem perigosas, foram animadas com a técnica do stop motion pela dupla Flo Nordhoff e Karl-Ludwig Ruppel, algou pouco usado em filmes de baixo orçamento dos anos 50 e que se revelou extremamente convincente. O filme causou enorme alvoroço quando foi lançado na Inglaterra, com os censores britânicos exigindo uma série de cortes por estarem horrorizados com os aterrorizantes, e bem crus, efeitos especiais. E tudo funciona perfeitamente até os dias de hoje, seu clima soturno foi influência para muitos filmes e arrisco afirmar aqui que os últimos 20 minutos do filme serviram de influência para George A. Romero quando elaborou “The Night of the Livind Dead” em 1968. Vejamos: Climão em preto e branco com um grupo de humanos confinados dentro de uma casa isolada por criaturas além de sua compreensão tentando entrar e que somente poderiam ser exterminadas com um tiro no cérebro. Romero foi bem esperto ao tornar essa ameaça ainda mais apavorante quando trocou as criaturas por mortos-vivos canibais. Melhor prá nós que ganhamos dois clássicos!

O filme era para ter sido dirigido pelo roteirista americano Herbert J. Leder (1922-1983), mas os produtores britânicos não conseguiram autorização de trabalho do sindicato dos diretores a tempo e, assim, Arthur Crabtree foi chamado para assumir a função e tornar realidade o ótimo roteiro do americano. Leder estreiou na função de diretor em 1960 com o drama “Pretty Boy Floyd”. Dirigiu ainda alguns outros filmes não muito famosos, como “The Frozen Dead” (1966), sci-fi de horror onde um cientista louco planeja reviver líderes nazistas congelados e “It!” (1967), outra sci-fi de horror onde Leder filmou ao estilo da Hammer uma variação da lenda do Golem. Leder também foi professor universitário e dirigiu alguns outros filmes sem importância.

Arthur Crabtree (1900-1975) era um destes diretores de aluguel, ou seja, fazia qualquer tipo de filme desde que fosse pago. Começou dirigindo dramas nos anos de 1940 com “Madonna of the Seven Moons” (1945). Dirigiu episódios de séries de TV como “The Adventures of Sir Lancelot” (1956) e “The Adventures of Robin Hood” (1956). É conhecido pela direção dos cult-movies “Fiend Without a Face” (1958) e “Horrors of the Black Museum” (1959), sobre um museu de instrumentos de tortura com climão dos contos de Marquês de Sade.

“Fiend Without a Face” foi lançado em DVD no Brasil pela distribuidora Magnus Opus (que é um dos nomes usados pela Continental) como parte de um box chamado “Sci-fi Vol. 1 – Invasores” (que vem junto, ainda, os DVDs de “Invasion of the Body Snatchers/Vampiros de Almas” (1956) de Don Siegel e “The Blob/A Bolha” (1958) de Irvin S. Yeaworth Jr.). O preço deste box, lógico, é altíssimo (como todos os lançamentos toscos da Continental).

por Petter Baiestorf.

Veja “Fiend Without a Face” aqui:

Bicho Papão

Posted in Animações, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 3, 2012 by canibuk

“Bicho Papão” (2012, 5 min.) de Luciano Irrthum. Animação em stop motion.

O desenhista Luciano Irrthum parece estar se especializando em produções em stop motion, sua possibilidade real de trabalhar sozinho sem ter dores de cabeça com outras pessoas, como nos disse via e-mail: “Mexer com gente dá muita mão de obra. Falham nas filmagens, tem ressaca, não fazem algumas cenas, etc. Com bonecos eu acho melhor!”. Luciano Irrthum se tornou um dos mais cultuados desenhistas surgidos nos fanzines dos anos de 1990, lançou vários álbuns de quadrinhos geniais como a quadrinização do poema “O Corvo” de Edgar Allan Poe que saiu pela editora Peirópolis (não confundir com as duas outras versões quadrinizadas por ele nos anos 90 e editadas por mim em edições independentes que você pode conferir clicando em “O Corvo – Primeira versão” e “O Corvo – Segunda Versão“), começou a pintar quadros visualmente criativos/encantadores e, ainda, iniciou a produção de suas divertidas animações em stop motion como o hilário, e já clássico, “O Mingaú da Vovó“.

Paralelo aos seus trabalhos como desenhista (no momento Irrthum está ilustrando o livro “Baratão 66”, novo trabalho do ótimo escritor Bruno Azevedo, autor de “O Monstro Souza“), continua produzindo animações em stop motion, como seu novo curta “Bicho Papão” (não confundir com “Papão” de Edgar S. Franco) e finalmente finalizou um antigo projeto intitulado “Reciclados” (uma tentativa de filmar com pessoas reais), que estava parado a anos, e que você pode conferir agora no youtube:

Em “Bicho Papão” Luciano Irrthum brinca com os medos infantis ao nos contar a história que começa com um casal na sala de casa. O homem está pelado lendo jornal e sua esposa, também pelada, peida para chamar sua atenção. Quando ela ganha atenção dele, demonstra estar tarada, querendo sexo animalesco, e se agacha perto do pênis do marido para dar início a um delicioso boquete. Enquanto ela chupa o homem a flor, que fica num vaso em cima da mesa, dança feliz e excitada com a cena. Logo é a vez do homem se divertir chupando a mulher com sua língua procurando lubrificar o clitóris rosinha dela que se contorce de prazer inebriante. O ato sexual do casal tarado faz a casa tremer e, no quarto ao lado, o filho que dormia profundamente acorda apavorado com a porta de seu armário batendo fantasmagoricamente. O menino começa a gritar que há um monstro no armário e seu desespero broxante atrapalha a foda. Seu pai fica emputecido e vai até o quarto do moleque medroso para mostrar o que um monstro pode fazer e sua ação detona momentos hilariantes de extremo gore explícito e bestialismo sexual envolvendo sexo proibido como nunca antes mostrado em um curta brasileiro.

Com roteiro, fotografia, animação, bonecos, cenários, edição, sonorização e direção de Luciano Irrthum, ele prova de uma vez por todas que é possível fazer um excelente filme sozinho. “Bicho Papão” é um passo adiante nas experimentações de Irrthum com a técnica de stop motion e acredito que ele já está preparado para alçar vôos mais altos e complicados, talvez com um projeto de maior duração e roteiro mais complexo. Mas, por outro lado, dado a diversão de seu “Bicho Papão” que não tem receio de ser explícito, tanto no sexo quanto no gore, talvez Irrthum nem deva tentar vôos mais altos e sim continuar realizando bons curtinhas insanos e politicamente incorretos quanto este. Espero ver este fabuloso curta-metragem em inúmeros festivais de cinema brasileiro (cinema nacional é tão comportado que iniciativas insanas como essa de Irrthum são sempre bem-vindas).

por Petter Baiestorf.

O Mingau da Vovó

Posted in Animações, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , on abril 20, 2012 by canibuk

“O Mingau da Vovó” (1999, menos de 2 min.) de Luciano Irrthum.

Não posso falar muito da sinópse deste curta para não estragar o prazer que é assistí-lo, mas posso dizer que o curta mostra um neto presenteando sua amada vovó com todo o amor caliente que as vovós merecem. Ou, também, o curtinha pode ser o “passo à passo” de como fazer o delicioso mingau que as vovós tanto adoram.

Para ler o resto da postagem, assista antes o curta:

“O Mingau da Vovó” foi realizado pelo desenhista mineiro Luciano Irrthum (que nos anos de 1990 foi um dos principais colaboradores no fanzine “Arghhh” que eu editava). Luciano estava numa vernissage bebendo vinho gratís adoidado com seu amigo Zé Armando, que lhe disse estar com uma idéia para um vídeo (que era somente um cara batendo punheta, nos moldes de “Deus – O Matador de Sementinhas“). Como por essa época Irrthum estava fazendo vários bonecos de stop motion para ilustrar um livro infantil, resolveu fazer um vídeo com essa técnica, partindo da idéia de Zé Armando.

Se armando de uma câmera de vídeo VHS, um tripé e sem roteiro, a história foi surgindo enquanto filmavam, como nos confidência Irrthum: “A vovó nem ia entrar no curta, mas eu tinha a boneca sobrando e resolvi usar também!”. Para fazer o gozo, Luciano usou shampoo e, com uma seringa ligada ao membro do querido netinho por uma mangueira de aquário, conseguiu um efeito jorrante de primeira. Para as filmagens Irrthum contou com a preciosa ajuda de Sílvia Amélia ajudando-o à construir os cenários, para a música/som, Luciano diz: “Um amigo meu toca cavaquinho, tomamos algumas cervejas e ele foi tocando Jimi Hendrix no cavaquinho e eu filmando este som, depois na edição o Leo Rocha arrumou tudo!”. Mais experimental, impossível.

Filmado em apenas uma tarde, “O Mingau da Vovó” chegou até a ser exibido na MTV por João Gordo. Também foi exibido no MUndo Mix, no Miami Gay Festival e em vários outros festivais nacionais. Em VHS foi colocado como bônus de luxo em alguns lançamentos da Canibal Filmes e em DVD está disponível como extra no “Mamilos em Chamas” de Gurcius Gewdner. Sobre a exibição na MTV, Irrthum nos conta: “Mandei pro João Gordo que exibiu na íntegra naquele programa dele que sempre passava algumas animações. No dia quem estava com ele no programa era o Edson Cordeiro, que fez uma cara de espanto muito engraçada ao final do curta, com João Gordo rolando de rir ao lado; gostei!”.

Atualmente Luciano Irrthum está preparando algumas animações gore em stop motion e assim que estiverem pronta falarei delas aqui no Canibuk.

Por Petter Baiestorf.

20 Million Miles to Earth

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , on dezembro 16, 2011 by canibuk

“20 Million Miles to Earth” (“A 20 Milhões de Milhas da Terra”, 1957, 82 minutos) de Nathan Juran. Animação de stop motion de Ray Harryhausen. Com: William Hopper e Joan Taylor.

Incrível como nos dias de hoje os estúdios de cinema gastam mais de 100 milhões de dólares numa produção repleta de clichês (qualquer mega-produção atual, pode escolher a melhor de todas) e essa nova produção não vai chegar nem à altura das frieiras dos pés deste clássico da sci-fi, “20 Million Miles to Earth”, que conta a históriada primeira expedição interplanetária que, após ter explorado Vênus com sucesso, cai no Mediterrâneo (pertinho da Sicília, Itália) e dois tripulantes são salvos por pescadores. Um dos tripulantes sobrevive e precisa localizar o espécime que eles haviam trazido de Vênus, Ymir (que ainda na qualidade de ovo é encontrado por um esperto moleque), uma espécie de réptil venusiano que rapidamente cresce, se tornando um ameaçador gigante que é perseguido pelo exército americano (com ajudinha do atrapalhado exército italiano).

O grande responsável pela personalidade (e criação) da criatura venusiana Ymir (nome pelo qual a criatura não é chamada nenhuma vez durante o filme porque os produtores achavam que “Ymir” poderia ser confundido com a palavra árabe “emir”) é o animador de stop motion Ray Harryhausen, que se inspirou no “King Kong” original (1933), com efeitos de animação de Willis H. O’Brien, para dar vida ao simpático réptil de vênus. Impossível não torcer o tempo todo pelo monstrengo que, acuado pelos terráqueos, é muito mais humano e cheio de sentimento do que os militares que aparecem no filme (claro que militar é treinado para ser desumano sempre).

(Cartaz cortesia do Museu Coffin Souza).

As filmagens de “20 Million Miles to Earth” (filmado com o título provisório de “The Giant Ymir” e depois lançado também com o título “The Beast From Space”) aconteceram em Roma, Itália, porque Harryhausen queria férias por lá. Harryhausen também queria rodar a produção em cores, mas o baixo orçamento não permitiu e o filme foi feito com negativos em preto e branco. Em 2007 o próprio Ray Harryhausen foi o consultor de cores na restauração/colorização do clássico “20 Million Miles to Earth” magnificamente feita pela empresa Legend Films e que já foi lançada, em DVD duplo, aqui no Brasil pela Sony Pictures. No disco 1 tem a versão original em preto e branco e a versão colorizada (onde finalmente vemos Ymir verde) e faixa de comentários em áudio; já no disco 2 são vários extras: “Relembrando 20 Milhões de Milhas da Terra”, “O Processo de Colorização”, entrevista com a atriz Joan Taylor, livro 20 Milhões de Milhas daTerra, galerias de imagens com fotos de arte, produção e do trabalho de Harryhausen e uma entrevista onde o mala do Tim Burton baba o ovo do gênio Ray Harryhausen. O DVD já foi lançado vários anos atrás, comprei o meu naquela época, mas acho que ainda é possível encontrá-lo (junto de “20 Million Miles to Earth”, foram também lançados aqui no Brasil “It Came from Beneath the Sea/O Monstro do Mar Revolto” e “Earth Vs. Flying Saucers/A Invasão dos Discos Voadores”, ambos com efeitos de animação de Harryhausen e em edições duplas cheias de extras).

Nathan Juran, o diretor do filme, foi um expert do cinema de sci-fi e fantasia americano, com vários clássicos na manga, como: “The Brain from Planet Arous” (1957), “Attack of the 50 Foot Woman” (1958), “The 7th Voyage of Sinbad” (1958), “Jack the Giant Killer” (1962), “First Man in the Moon” (1964), entre vários outros (incluíndo muitos episódios de séries de TV, como “Voyage to the Bottom of the Sea”, “The Time Tunnel” e “Lost in Space”).

Hasta Los Huesos

Posted in Animações with tags , , , on março 6, 2011 by canibuk

“Hasta los Huesos” (2001, 11 minutos) de René Castillo é um ótimo curta-metragem em stop-motion sobre um homem que morre e descobre que morrer é apenas o começo da diversão. A produção durou mais de 3 anos (só as filmagens foram 1 ano e meio de trabalhos), foram necessários mais de 15 mil movimentos nos mais de 70 personagens que compõem este curta, o mais caro da história da animação mexicana (o custo dele ficou em 3 milhões de pesos), mas que vale cada centavo investido. A trilha sonora é da banda Café Tacuba.

Jan Svankmajer – O Animador de Praga

Posted in Animações, Cinema with tags , , , , on fevereiro 22, 2011 by canibuk

Jan nasceu em Praga em 1934 (onde ainda vive), estudou no colégio de Artes Aplicadas e depois no departamento de Marionetes na Acadêmia de Artes Cênicas. Em 1958 trabalhou no filme “Doktor Faust” de Emil Radok e, na seqüência, passou a trabalhar no Semafor Theatre onde fundou o Theatre of Masks e, logo em seguida, se mudou para o teatro multimídia Laterna Magika (uma organização de teatro Não-Verbal onde as performances são uma combinação de dança, cinema e teatro negro, além de Jan Svankmajer, os também cineastas Milos Forman, Emil Radok e Jiri Trnka colaboravam seguidamente no Laterna Magika). A experiência teatral de Jan é refletida no seu primeiro filme, “The Last Trick”, lançado em 1964.

Sob a influência de Vratislav Effenberger e de sua esposa Eva Svankmajerová (pintora surrealista, ceramista e escritora que colaborou em vários dos filmes de Jan, como nos clássicos “Alice”, “Fausto” e “Otesánek”), Jan se juntou ao Grupo Surrealista Tchecoslováquia e elementos de surrealismo clássico aparecendo pela primeira vez em seu filme “The Garden” (1968). No ano de 1972 as autoridades comunistas o proibiram de fazer filmes, Jan permaneceu desconhecido no Ocidente até meados de 1980. Seu famoso (e muito imitado) “Dimensions of Dialogue” (1982) foi selecionado por Terry Gilliam como um dos 10 melhores filmes animados de todos os tempos.

Seleção de curta-metragens para conhecer o genial trabalho de Jan Svankmajer:

A segunda parte do curta-metragem “Food” foi sinalizada como imprópria por alguns usuários do Youtube. Esse puritanismo na internet tá começando a encher o saco porque não há nada impróprio neste curta que justifique essa sinalização. Para ver a segunda parte você deve fazer login e confirmar que tem 18 anos (hipocrisia pura, menores são instruidos pela Net à se tornarem mentirosos).

Se você gostou do que viu nestes curta-metragens, procure pelos longa-metragens do Jan Svankmajer, abaixo deixo os trailers de alguns:

E, para finalizar, um pequeno pedaço do filme “Spiklenci Slasti” (“Conspirators of Pleasure”, 1996):