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Classic Collection da Flashstar

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , on março 23, 2011 by canibuk

A distribuidora flashstar está lançando alguns clássicos do cinema “B” e do cinema trash em versões colorizadas digitalmente, as cópias estão lindas e os filmes até agora parecem escolhidos à dedo. Nos DVDs rola até alguns extras e trazem, sempre, a versão colorida e a versão original em preto e branco no DVD (mas os cuidados com essa coleção poderiam ser ainda maiores, “Zaroff”, por exemplo, veio com o rótulo todo errado, como comentarei mais abaixo). Neste mês abre a pré-venda de “Phanton From Space”  (1953) de W. Lee Wilder  e “Phantom Planet”  (1961) de William Marshall. Testei os seguintes DVDs:

“The Last Man On Earth” (“Mortos Que Matam”, 1964, 86 min.) de Ubaldo Ragona. Com: Vincent Price, Franca Bettoia e Emma Danieli. O roteiro deste filme é baseado no livro “I Am Legend” de Richard Matheson e mostra a humanidade sendo dizimada por um vírus que transforma os humanos numa espécie de vampiros zumbificados (acho este filme uma delícia, mas faltou os zumbis dele serem perigosos como foram os zumbis do George A. Romero em 1968, no clássico “The Night of the Living Dead”). Vincent Price é um cientista que não é infectado e acredita ser o último homem no planeta Terra. Existem várias outras versões prá essa história, sendo a melhor de todas a produção “The Omega Man” (1971), de Boris Sagal, estrelado pelo Charlton Heston. Nos extras do DVD temos Vincent Price apresentando um episódio da cine-série “Aconteceu em Hollywood”, sobre filmes de faroeste.

“The Devil Bat” (“O Morcego Diabólico”, 1940, 68 min.) de Jean Yarbrough. Com: Bela Lugosi e Suzane Kaaren. Lugosi é um cientista enlouquecido por seus patrões gananciosos e busca vingança criando uma raça de morcegos diabólicos. Um intrépido repórter investiga as mortes e começa a suspeitar de uma misteriosa loção pós-barba que está sendo utilizada em toda a cidade e que pode ter relação com os tais morcegos. Este filme foi produzido praticamente sem dinheiro pela Producers Releasing Corporations e em 1990 foi restaurado em 35mm por Bob Furmanek. O diretor Jean Yarbrough também dirigiu o “She-Wolf of London” (1946) e alguns filmes da dupla Abbott & Costello.

“Reefer Madness” (“A Erva Maldita”, 1936, 65 min.) de Louis J. Gasnier. Com: Dave O’Brien, Dorothy Short, Carleton Young, Thelma White e Kenneth Craig. Este clássico anti-maconha também era conhecido pelo título “Tell You Children” na época que foi lançado e sobreviveu ao tempo graças ao culto de maconheiros cinéfilos que rolam de rir com os absurdos mostrados nesta produção hilária. Acompanhamos um traficante de maconha que vicia as crianças da sociedade americana com apenas uma simples tragada num inocente baseadinho e ficamos sabendo de casos de usuários de maconha, como o garoto de 16 anos, que “fumou a terrível droga e matou toda a família com um machado” ou a garota de 17 anos que após fumar “se deixou ser seduzida por cinco homens mais velhos ao mesmo tempo”. A versão colorizada digitalmente mostra a fumaça dos baseados coloridos, variando de fumaça verde até rosinha. Genial!!! Esse filme é uma diversão, em 2005 Andy Fickman refilmou “Reefer Madness” como um musical, mais demente, mais engraçado, com cenas gores, zoações com religião e até zumbis (foi lançado aqui no Brasil em DVD pela distribuidora Imagem Filmes com o título de “A Loucura de Mary Juana”, pode sair atrás dele que é ótimo). Nos extras deste lançado pela Flashstar há o divertido curta documentário “Grandpa’s Marijuana Handbook” onde um velho de quase 80 anos explica as virtudes de se fumar maconha.

“The Giant Gila Monster” (“O Gigante Monstro Gila”, 1959, 75 min.) de Ray Kellogg. Com: Bob Thompson, Lisa Simone, Shug Fisher e Don Sullivan. Um lagarto gigante (na verdade um lagarto comum andando sem rumo por entre carros em miniatura bem vagabundos) começa a atacar uma região dos Estados Unidos e o xerife da localidade precisa pedir a ajuda de um mecânico adolescente bom moço, tão bom moço que chega a irritar. Os efeitos deste filme são hilários, como quando o lagarto é empurado por algum desalmado da equipe técnica para arrebentar uma parede de isopor. As miniaturas feitas para este filme são muito vagabundas, por isso mesmo, o filme virou um cult e merece ser revisto sempre. Em tempo: a trilha sonora deste filme é uma delícia.

“The Killer Shrews” (“O Ataque dos Roedores”, 1959, 68 min.) de Ray Kellogg. Com: James Best, Ingrid Goude, Ken Curtis e Gordon McLendon. Eis que Ray Kellog ataca novamente com outro clássico de orçamento extremamente baixo, também filmado no Texas. Aqui um capitão de navião chega até uma remota ilha deserta onde um grupo de cientista está realizando experiências biológicas secretas e descobre que a ilha está dominada por roedores (os terríveis Musaranhos aqui no filme são cães maquiados para parecerem roedores gigantes, inacreditável a cara de pau de Kellogg) que precisam ser exterminados. A seqüência final com o capitão, mais a mocinha do filme e seu pai cientista, fugindo dos roedores dentro de tonéis de lata é uma das coisas mais divertidas já filmada em todos os tempos. Nos extras do DVD há um documentário chamado “Saiba mais sobre os Musaranhos”, mas é sobre esquilos, o que me fez rolar de rir histérico.

“Bride of the Monster” (“A Noiva do Monstro”, 1955, 69 min.) de Edward D. Wood Jr. Com: Bela Lugosi, Tor Johnson, Tony McCoy e Loretta King. Bela Lugosi, mais canastrão que habitualmente, interpreta o Dr. Vornoff, um cientista que pretende criar uma raça de super-homens atômicos para dominar o planeta Terra e é auxiliado pelo gigante Lobo (Tor Johnson em seu melhor momento no cinema). Ed Wood estava inspirado quando filmou este longa com orçamento zero, prá quem se interessa pelos bastidores dos filmes, recomendo o longa “Ed Wood” (1994) de Tim Burton, que mostra um pouco do que foi as filmagens deste clássico cult. “Night of the Ghouls” (1959), também de Wood, é a seqüência deste filme e, após ter sido finalizado, passou década sem ser exibido em lugar algum. Nos extras do DVD uma entrevista com Bela Lugosi.

“Missile to the Moon” (“Míssil Para A Lua”, 1958, 78 min.) de Richard E. Cunha. Com: Richard Travis, Cathy Downs e K.T. Stevens. O governo americano cancela o projeto científico da viagem para a Lua e o cientista Dirk Vert resolve ir por conta própria para nosso satélite com dois presidiários escondidos na nave espacial. Chegando na Lua, eles precisam ficar apenas nas regiões de sombras (para não serem queimados pelos raios solares) e descobrem que nessas sombras se escondem monstros lunares, mulheres e gigantescas aranhas malignas. “Missile to the Moon” é uma refilmagem do “Cat-Women of the Moon” (1953) de Arthur Hilton. Reparem nas aranhas gigantes sendo controladas por fios indiscretos e na paisagem lunar que se assemelha muito à região de Vasquez Rocks, pertinho de Los Angeles.

“The Most Dangerous Game” (“Zaroff – O Caçador de Vidas”, 1932, 63 min.) de Irving Pichel & Ernest B. Schoedsack. Com: Joel McCrea, Fay Wray, Leslie Banks e Robert Armstrong. O roteiro foi adaptado do livro “The Most Dangerous Game” de Richard Connell sobre um grande caçador que resolve começar a caçar humanos como esporte. “Zaroff” foi co-digirido pelo co-diretor de “King Kong” (1933) e, como custou muito pouco sua realização, deu muito mais lucro que a super-produção “King Kong”. A capinha feita pela Flashstar está toda errada, na frente a produção é atribuída ao genial Ray Harryhausen (que nasceu em 1920, ou seja, na época do lançamento deste filme Harryhausen tinha apenas 12 anos) e na parte de trás temos a sinópse do “Bride of the Monster” (ambos os filmes foram entregues no pacote de Março da Flashstar) com a equipe-técnica do “Zaroff”. Em tempo: Fay Wray é a mesma garota por quem o Kong se apaixonou no ano seguinte à essa produção. Abaixo os erros na parte traseira da capinha (mais atenção senhores da Flashstar, por favor!!!).