Canibuk Apresenta: A Arte de Ariane Nunes

Ariane Nunes é mineira, natural de Governador Valadares, apaixonada por desenhos, filmes e boa música (em suas palavras, “cara, heavy metal é uma loucura!”), começou a trabalhar sua arte, bastante original, a pouco tempo – aproximadamente um ano atrás. Se mantém trabalhando num escritório de advocacia enquanto faz faculdade de enfermagem. Mas não seria incrível e gratificante se artistas pudessem viver se dedicando somente à sua arte?

Conheci Ariane por conta dos filmes que produzo e passei a acompanhar seus perfis de redes sociais para acompanhar a evolução de seus trabalhos. Sou um grande apreciador da técnica de pintura envolvendo linhas e ondas, então imaginem minha alegria/satisfação quando ela resolveu pintar O Monstro Legume do Espaço, talvez minha personagem mais conhecida no underground nacional.

O Monstro Legume

Segue uma pequena entrevista que realizei com Ariane, ao fim das perguntas deixo os contatos dela para quem gostar dos trabalhos poder entrar em contato e fazer encomendas.

Petter Baiestorf: Gostaria que você contasse como começou seu interesse pela arte e, também, sobre seus primeiros trabalhos.

Ariane Nunes: Sempre me interessei pela arte em suas diversas vertentes, seja música, filmes, teatros, e ilustrações, é claro! Comecei a fazer como forma de terapia e passar tempo, a fim de me tornar uma pessoa mais paciente e com menos vontade de explodir a cidade em que moro. Peguei meu caderno de anatomia (que comprei pra faculdade e usei apenas 10 folhas) e comecei a fazer desabafos, com imagens, nas folhas que restaram. Isso me fez gostar cada vez mais de desenhar e colocar no papel tudo aquilo que a boca queria gritar e não conseguia. Então, conheci uma pessoa que me mostrou essa técnica cheio de linhas e ondas que podem se transformar na viagem que eu quiser! A partir daí, comecei a fazer telas, e me encantei com essa coisa de dimensões, universos, abismos e devaneios. Meu primeiro trabalho foi um quadro referenciando o filme “Pulp Fiction”, do Tarantino. Gostei do resultado e não parei mais de rabiscar aquelas linhas simetricamente perturbadoras! Posso dizer que meu real interesse por fazer arte começou quando percebi que ela substituiria um bom psiquiatra. Desde então, as paredes da sala da minha casa podem causar tonturas.

Ariane Nunes

Baiestorf: Sua arte sofre influências de quais artistas e escolas estéticas. Fale o que te atraí neles, se quiser falar sobre os porquês seria muito interessante.

Ariane: Aprendi essa técnica de linhas e ondas com um grande amigo do coração, então diria que ele foi um fragmento de influência. Procuro referências na música, na natureza, filmes, no meu estado mental… não procuro me espelhar em ninguém, mesmo parecendo ser presunçoso juro que não é! Os trabalhos que faço tem fragmentos de minha alma. São artes com sentimentos bem pessoais. Procuro colocar na tela o que minhas mãos e mente pedem na hora. Por exemplo, quando me encomendam um quadro referenciando algum personagem, uso, e o resto é viagem. Feito sem rascunho, livre, como tem que ser! Mas gosto bastante da arte expressionista abstrata, gosto do que faz a cabeça sair do corpo e entrar em transe! Gosto de obras perturbadoras, que mexem com o estado de espírito (não que eu faça exatamente e exclusivamente isso).

Baiestorf: Conte sobre suas exposições e como produtores poderiam levá-la para suas cidades/estados.

Ariane: Faço minhas exposições online, através de Instagram e Facebook. Ainda não fiz uma exposição física, não tem muito tempo que comecei a divulgar meus trabalhos. Meu tempo, aqui na cidade mais quente do Brasil, é um pouco limitado. Estou me formando agora em um outro tipo de arte (de cuidar das pessoas), por isso existe essa limitação. Mas caso surja interesse de algum produtor, é só entrar em contato através de redes sociais. Seria um prazer e também seria minha primeira vez em alguma exposição.

Baiestorf: Como é realizar trabalhos artísticos aqui no Brasil? Há reconhecimento? Oportunidades?

Ariane: Difícil, pessoalmente dizendo. Tudo que é um pouco diferente do comum as pessoas têm certa resistência em aceitar, principalmente se tratando de trabalhos manuais que não tem o valor reconhecido por muitos. Porém, meu trabalho tem me deixado satisfeita. Já mandei telas para algumas cidades no sudeste e nordeste, e já tenho encomendas para o sul! Apesar de achar difícil realizar trabalhos independentes aqui no país, acredito que mesmo com os obstáculos e falta de ‘’ empurrões’’, a oportunidade quem faz somos nós!

Baiestorf: Você está com trabalhos em finalização? Poderia falar sobre eles e como o público poderá acompanhá-los?

Ariane: Sim! Tenho trabalhado em uma tela que estou apaixonadíssima em fazer! Estou finalizando esse trabalho que tem sido um dos meus maiores desafios. Tem a ver com noite, castelo, almas e florestas. Parece um tema clichê pra caramba, mas estou tentando buscar uma atmosfera única, bela e sombria. Eu só publico nas redes sociais quando está pronto, porque cada traço me dá uma ideia, e quando termino, as vezes sai algo completamente diferente da ideia inicial. Como disse anteriormente, gosto de deixar a mente guiar as mãos. Mas assim que terminar, vou estar postando no Instagram e espero ter boa aceitação e resultado.

Baiestorf: E seus projetos? É possível sabermos um pouquinho deles?

Ariane: Claro! Estou com a ideia de um projeto ‘’ Senhores do Horror’’, onde farei 6 telas em tamanho 30×40 com personagens dos filmes clássicos do terror. Já decidi todos os personagens que usarei, e espero que vá para parede de um fã incondicional dos clássicos do medo. Esse projeto já está na minha cabeça a algum tempo, mas só agora vou conseguir concretiza-lo. Estou ansiosa para ver o resultado! Posteriormente, quero realizar em apenas uma tela, um trabalho com várias referências musicais. Um mix de bandas clássicas com uma atmosfera psicodélica. Vamos ver…

Baiestorf: Geralmente a arte no Brasil é produzida de forma independente e é difícil conseguir se manter. O que você gostaria de observar sobre isso.

Ariane: Existem políticas de apoio à arte no país, mas o público está cada vez mais desinteressado, no meu ponto de vista. As pessoas também estão desistindo de fazer, seja pelo desânimo ou mesmo pela falta de retorno de seus investimentos. Não generalizando, claro. Hoje em dia se faz música no computador, monta desenhos, imprime e emoldura, faz efeitos especiais, mudam vozes, acrescentam dragões. Isso é bom, óbvio. É ótimo ter recursos para melhorar o trabalho de um artista, mas por outro lado, o público desvaloriza financeiramente falando, o trabalho manual de quem ainda o faz, aquele trabalho que não são feitos de pixels. A maior dificuldade é ainda a falta de retorno, principalmente financeiro. Isso acaba desanimando muita gente fazendo com que o artista desista do seu sonho e faça da arte apenas um hobbie, e não um trabalho.

Baiestorf: O espaço é seu para as considerações finais:

Ariane: Gostaria de agradecer pela oportunidade de estar divulgando meu trabalho através do blog. É extremamente gratificante esse reconhecimento e foi de grande prazer responder cada pergunta. Principalmente, quando se trata de alguém o qual tem minha total admiração pelos trabalhos realizados! Espero contribuir de alguma forma com o crescimento do seu trabalho, e também do meu. Agradeço também, antecipadamente, a todos que lerão essa entrevista, gostando ou não! Não sou muito boa em palavras, então é isso! Vida longa a todos, e que a loucura sempre esteja presente na vida de cada um.

Contatos de como comprar/encomendar (e acompanhar) seu trabalho:

E-mail: Ariane-nr@hotmail.com

Tel/whatsapp: 033 991995704

Facebook: https://www.facebook.com/ariane.nunes.1238

Instagram: @arianenr6

Trabalhos de Ariane Nunes:

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