Tyto Livi: Memórias de um Certo Louco
Em 1977 Tyto Livi (Ortenilo Azolini) lançou o primeiro disco independente do rock catarinense (e provavelmente um dos primeiros do Brasil). Tyto Livi nasceu em Vargeão/SC, mas logo adotou a cidade de Chapecó/SC (cidade que hoje abriga a banda Repolho que, na minha opinião, dá seqüência ao estilo de Tyto, que aliás, pesquisando agora encontrei uma boa matéria escrita pelo Demetrio Panarotto, da banda Repolho, onde tiro as dúvidas sobre influência ou não), seu compacto “Memórias de um Certo Louco” (infelizmente seu único lançamento) foi gravado em São José, grande Florianópolis, e lançado de forma independente. Conta a lenda que Tyto Livi vendia de porta em porta o disco numa tentativa de juntar dinheiro para concluir o curso universitário de direito (para nosso azar ele abandonou a música e se tornou um advogado).
As 4 músicas do compacto “Memórias de um Certo Louco” estão disponíveis na net para ouvir ou até fazer download, já que conseguir cópia do original em vynil é tarefa quase impossível. O instrumental das músicas é morno (como a maioria dos sons dos anos 70), mas as letras de Tyto são ótimas, com um fino humor sarcástico, inclusive a de “Memórias de um Certo Louco” que é pré-Falcão, como atesta os seguintes versos:
“Por ser acéfalo
Tornei-me ectiófago
Sou genicófago
É o que me dizem.”
E na minha preferida do disco, “O Mundo não Perdoa” (que tem que estar na trilha sonora da versão longa-metragem do meu filme “Ninguém Deve Morrer”), onde a letra diz:
“Ando perdido na escuridão
Eu já perdoei o mundo
Mas o mundo não dá perdão!”
“O Mundo não Perdoa” é uma balada triste e alegre ao mesmo tempo, impossível ouvi-la sem um grande sorriso nos lábios!
Em 2007 (ou 2008) conheci uma sobrinha de Tyto Livi que trabalhava ao lado da loja Cérebro (do lendário Gurcius Gewdner), mas por ainda não ter ouvido os sons do Tyto Livi, acabei perdendo a chance de tentar marcar uma entrevista com ele. Odeio quando dou essas bobeadas! Mas fica aqui a dica para conhecer esse belíssimo compacto do rock nacional que, mesmo que você não curtir os sons, é importante por ter sido um dos primeiros lançamentos independentes.
novembro 21, 2011 às 5:47 am
EU TENHO ESSE VINIL! 😀
novembro 21, 2011 às 2:28 pm
E eu sou a sobrinha do Tyto Livi! hahaha
dezembro 1, 2011 às 6:28 pm
Fogo na caixa d’ àgua!
bela postagem!
saúde!
dezembro 1, 2011 às 8:25 pm
Massa pra caramba!! Orgulho de ter um compositor assim aqui em Chapecó, Parabens, Tyto!!
dezembro 1, 2011 às 8:26 pm
MUITO MASSA!!
dezembro 1, 2011 às 10:35 pm
Grande Tito…esqueceram de mencionar o nome da gravadora, ESTEREO SOM … praia comprida em São José (SC) onde o
gravador de rolo ainda existe, e o operador ainda é o mesmo: o OSNI … sou um sobrevivente da época do Tito, nos conhecemos na época da gravação do disco dele, e eu e o Matão estávamos
na estrada com o GRUPO NOZES, justamente para arrecadar grana para gravar um disco, e tivemos a sorte de encontrar o Tito
que nos deu o caminho das pedras e tambem gravamos um compacto duplo, hoje tambem raro, exceto na Mopho discos, que
agora quer reeditar o vinil. Parabéns pelo trabalho Tito, nos identificamos e nos respeitamos como precursores do rock no
velhoeste, e temos a certeza que a semente que plantamos
foi muito boa, basta ver as bandas hoje existentes, que de uma
um outra forma beberam em nossas fontes. Abraço a todos(as)
julho 2, 2012 às 11:49 pm
Convidei meus filhos para formar uma banda, o nome seria FAMÍLIA LARANJA, eles não gostaram. O Alisson, tecladista fino, foi trabalhar no Facebook na California EEUU, o Anderson, bom no violão clássico, foi para a Medicina na UFSC. Contudo, tenho algumas letras, como; A MASSA DO PÃO DAS MASSAS E FOGO NA CAXA DÁGUA que eu ainda quero gravar.
Quanto ao disco do TYTO LIVI, sempre digo, se não fosse cômico, teria sido trágico.
Abraço a todos.
outubro 16, 2012 às 4:52 pm
[…] Aqui em Chapecó fizemos o mesmo reunindo o Repolho e o Tyto Livi que em 1977 lançou o compacto duplo intitulado “Memórias de Um Certo Louco”. (Saiba mais aqui: tyto-livi-memorias-de-um-certo-louco) […]