Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos

1992 – 2012 e AVANTE!!!

Canibal Filmes agora em 2012 estará completando 20 anos de produções, então aproveitando isso estou lançando a idéia para uma série de Retrospectivas da obra vídeo-cinematográfica da produtora catarinense Canibal Filmes. Essa série de Retrospectivas tem como objetivo angariar fundos para a produção de novos filmes da Canibal Filmes para continuar sendo a mais antiga produtora independente nacional a produzir filmes com seu próprio dinheiro.

A idéia para a Retrospectiva Canibal Filmes está lançada. Se você é produtor e ficou interessado em levar as produções da Canibal Filmes para as pessoas de bom gosto de sua cidade ou região, entre em contato com Petter Baietorf pelo e-mail baiestorf@yahoo.com.br (se você é apenas um fã de cinema extremo, plante essa idéia da Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos na cabeça de algum produtor de sua cidade e ajude a espalhar essa idéia para todos os cantos do Brasil).

"Arrombada - Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!" (2007).

Histórico da Canibal Filmes

No ano de 1988, Petter Baiestorf começou a colaborar em fanzines (imprensa independente) com contos, roteiros de HQs e poesias. Em 1992 fundou a Canibal Filmes (que na época se chamava Canibal Produções) com a idéia de editar seus próprios fanzines e fazer filmes de longa-metragem usando qualquer suporte para o registro das imagens (isso uma década antes do suporte digital existir e se popularizar).

Seu primeiro longa-metragem, “Lixo Cerebral Vindo de Outro Espaço” (produzido e filmado ainda no ano de 1992), permaneceu incompleto, mas que serviu de base para a realização do longa “Criaturas Hediondas”, lançado comercialmente no ano seguinte, 1993. Já em 1995 a Canibal Filmes chamou atenção no cenário underground nacional com o longa-metragem “O Monstro Legume do Espaço” e, nas palavras do crítico Carlos Thomaz Albornoz, “Mais importante que o próprio filme é a influência dele, e sua atitude. A bitola que ele foi rodado, VHS, não era levada a sério pelos fãs. Até então o mínimo aceito para distribuição era 16mm, ou pelo menos Betacam (para pornô). Não nos esqueçamos, 1995 era quase meia década antes de A Bruxa de Blair, e a ‘turma’ ainda levaria algum tempo para ouvir falar do Dogma 95, que, por sinal, era num suporte mais amigável, vídeo digital. Com Baiestorf, essa bitola teve que ser levada a sério, e a partir daí quem quis falar de cinema independente brasileiro teve que ‘sujar as mãos’ com os VHSs vindos de Santa Catarina” (revista eletrônica Zingu, número 31). No decorrer dos anos de 1990 a Canibal Filmes foi responsável pela criação de vários clássicos undergrounds, como “Eles Comem Sua Carne” (1996, longa), “Blerghhh!!!” (1996, média, primeiro registro de um zumbi no cinema brasileiro), “Deus – O Matador de Sementinhas” (1997, curta), “Boi Bom” (1998, curta), “Gore Gore Gays” (1998, longa) e “Zombio” (1999, média, o Cult Movie mais lucrativo do cinema brasileiro).

Já no novo milênio, em 2001, Petter Baiestorf escreveu, produziu e dirigiu o longa “Raiva”, uma mistura de ação gore que apresentou uma incrível explosão de um carro, a primeira neste tipo de produções independentes. Em 2002, voltou sua atenção às teorias cinematográfica e, em parceria com Coffin Souza, escreveu o livro “Manifesto Canibal” (lançado comercialmente pela editora Achiamé, Rio de Janeiro, em 2004) que hoje se encontra fora de catálogo. Em 2004 o diretor carioca Christian Caselli realizou o documentário “Baiestorf: Filmes de Sangueira & Mulher Pelada”, onde passava a limpo a história da Canibal Filmes, ao mesmo tempo que a Canibal Filmes começava a ganhar espaço dentro de várias mostras de cinema, como a Mostra do Filme Livre (Rio de Janeiro/RJ, que realizou importante retrospectiva da obra da Canibal Filmes em 2009), Festival Cine Esquema Novo (Porto Alegre/RS), Trash de Goiânia (Goiânia/GO), Cinema de Garagem (Belo Horizonte/MG), Mostra Áudio Visual (Campinas/SP), Indie (Belo Horizonte/MG), RioFan (Rio de Janeiro/RJ), Cinema de Bordas (São Paulo/SP), FantasPoa (Porto Alegre/RS), Mostra Internacional de Curtas de Toledo (Toledo/PR), entre várias outras. No ano de 2005 a Canibal Filmes começou a filmar com equipamentos digitais, lançou o média “Palhaço Triste” e desde então colocou no mercado independente brasileiro obras que se destacaram por seu olhar transgressivo, produções como “A Curtição do Avacalho” (2006, longa), “Arrombada – Vou Mijar na Porra do Seu Túmulo!!!” (2007, média), “Que Buceta do Caralho, Pobre Só Se Fode!!!” (2007, curta), “Manifesto Canibal – O Filme” (2007, curta, baseado no livro “Manifesto Canibal” de Baiestorf & Souza de 2002), “Vadias do Sexo Sangrento” (2008, média), “Ninguém Deve Morrer” (2009, média, premiado como melhor produção, melhor direção e melhor montagem no festival Guarú Fantástico, em Guarulhos/SP) e “O Doce Avanço da Faca” (2010, média). No ano de 2008 o livro “Cinema de Bordas” (organizado por Gelson Santana) trás um capítulo escrito pelo historiador Lúcio Reis, “Eles Comem Sua Carne: O Filme Escatológico-Canibal de Petter Baiestorf”, onde teoriza sobre a Canibal Filmes e sua influência entre os jovens realizadores do cinema independente brasileiro. E, em 2011, foi lançado o livro “Cinema de Garagem”, de Dellani Lima e Marcelo Ikeda, onde eles apontam a Canibal Filmes como a mais antiga produtora independente de filmes brasileiros em atividade no Brasil.

"A Curtição do Avacalho" (2006).

A Importância da Canibal Filmes

A Canibal Filmes é uma das produtoras brasileiras que mais influência jovens cineastas a começar suas próprias produções em qualquer suporte inventado. Com seu livro “Manifesto Canibal”, foi a responsável por abrir as mentes de diversas pessoas para a possibilidade de se realizar filmes baratos e lucrativos, misturando cinema autoral com cinema de gênero, recriando estéticas, explorando todo tipo de linha narrativa e sempre tentando criar um mercado alternativo auto-sustentável com vendas de seus filmes pelo correio e/ou exibições de seus filmes em mostras, festivais, cinemas undergrounds, shows de bandas alternativas ou até em botecos sujos que tenham uma televisão na parede e cerveja barata gelada.

Canibal Filmes sempre abre espaço para jovens técnicos, atores iniciantes e qualquer pessoa interessada em mostrar seus talentos cinematográficos, criando oportunidades de trabalho em filmes que serão vistos e discutidos por um público, já que o principal objetivo da produtora é fazer com que suas produções sejam assistidas pelo maior número possível de pessoas, se tornando uma vitrine de jovens talentos.

"Eles Comem Sua Carne" (1996).

Finalidade da Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos

Homenagear a produtora independente com maior tempo de atividade no Brasil com a exibição de seus filmes. Proporcionar ao público a oportunidade de ter contato com palestras/debates sobre como realizar produções independentes.

Ajudar a produtora Canibal Filmes a levantar, com cachês para a exibição da retrospectiva e vendas de seus filmes, o dinheiro necessário para a produção de “O Monstro Legume do Espaço – remake”, seu novo longa-metragem que será um grande presente aos fãs que acompanham as produções. Ajudar a Canibal Filmes a se manter independente, produzindo seus novos filmes com dinheiro fruto de seu próprio trabalho.

livro "Manifesto Canibal" (2004).

Como contratar a Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos?

Entre em contato com Petter Baiestorf pelo e-mail baiestorf@yahoo.com.br para levar a Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos para a sua cidade.

Ainda há tempo para você elaborar um projeto e tentar a captação de recursos em editais culturais ou via patrocinadores, já prevendo todos os gastos do projeto com equipamentos, material de divulgação, valores com direitos de exibição dos filmes, cachê para palestras/debates com presença de Petter Baiestorf, transporte aéreo, estadia e alimentação.

Não esqueça que o produtor da Retrospectiva pode prever seu próprio cachê nesses editais de captação de recursos financeiros para a viabilização da Retrospectiva.

"O Monstro Legume do Espaço" (1995).

Valores da Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos

A Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos pode ter até a duração de até 15 dias (com várias sessões diárias de uma hora cada, mais debates com presença de Petter Baiestorf durante alguns dias à combinar) pelo valor sugerido de R$ 3.000,00 (três mil reais).

A Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos também pode ser exibida sem a presença de Petter Baiestorf, em várias sessões diárias de uma hora cada, pelo valor sugerido de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

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Se você se interessou em levar a Retrospectiva Canibal Filmes prá sua cidade e região, entre em contato (sempre lembrando que como essa retrospectiva é prá levantar dinheiro para uma produção maior que vamos fazer em 2012/2013, ele não será realizada de graça porque perde o sentido de existência dela).

"Ninguém Deve Morrer" (2009).

15 Respostas to “Retrospectiva Canibal Filmes 20 Anos”

  1. Heeeeei Petter!
    Parabéns meu bom rapaz (ñ quero destruir sua fama de mau, desculpe, rsrsrssr! Mas é que acho vc um maravilhoso rapaz!)

    Canibal vai completar a maior idade muito em breve e quem ganha o presente somos nós: obrigada! Admiro sua militância, sua coragem, e principalmente, sua contribuição para a produção de baixo, baixíssimo, orçamento. Vc é uma inspiração…

  2. […] aulas serão ministradas pelo canibal cinematográfico Petter Baiestorf (direto de Palmitos, SC) e pelo sueco de Madureira, Christian Caselli, contando ainda com o […]

  3. […] Visceral” (2004, 6 min.) de Canibais Etílicos é um curta muito ruim feito entre o pessoal que andava comigo no ano de 2004, que foi um dos […]

  4. […] faleceu em 2009), no final do filme, com um diálogo enigmático que remete à uma piada interna da Canibal Filmes envolvendo o clássico “Invasion of the Body Snatchers/Vampiros de Almas” (1956) de Don […]

  5. […] se tornou meu trash-movie de estimação e foi uma grande influência para mim quando filmei “Criaturas Hediondas” […]

  6. […] na cor preta, tamanho M, G ou GG. Preço: R$ 30.00 – É a camisa oficial da mais antiga produtora independente brasileira, responsável por clássicos sangrentos (como “O Monstro Legume do Espaço” (1995), […]

  7. […] Fonte: https://canibuk.wordpress.com/2011/12/05/retrospectiva-canibal-filmes-20-anos Share this:MaisGostar disso:GosteiSeja o primeiro a gostar disso. […]

  8. […] pastelão. Aqui no Brasil o principal representante dos splatstick talvez seja eu mesmo e minha Canibal Filmes, várias de minhas produções tentam combinar violência explícita com comédia sem noção, como […]

  9. […] 15h- 20 Anos de Canibal Produções: Baiestorf – Filmes de Sangreira e Mulher Pelada (20’),Christian Caselli + Boi Bom (12’)  + Blerghhh!!! (50’). (Após a sessão debate com Petter Baiestorf) […]

  10. […] particulares, verdadeiros visionários que possam investir dinheiro particular numa produção da Canibal Filmes, a mais antiga produtora independente em atividade no […]

  11. […] Segue o storyboard da seqüência 24 desenhado pela Leyla Buk, ansioso por começar as filmagens de mais este pequeno filme de guerrilha repleto de vísceras, humor cafajeste e nudez gratuita para as comemorações de 20 anos de produções da Canibal Filmes. […]

  12. […] “Zombio 2″. Este filme está sendo produzido por uma cooperativa informal formada pela Canibal Filmes (Coffin Souza, Leyla Buk, Elio Copini, Airton Bratz, Gisele Ferran, Paulo Cesar Rhoden, Minuano, […]

  13. […] 2: Chimarrão Zombies”, produzido nun sistema de cooperativa que reuniu as produtoras Canibal Filmes, El Reno Fitas, Camarão Filmes e Idéias Caóticas, Bulhorgia Filmes, Sui Generis Filmes, Projeto […]

  14. ola sou roteirista de suspense e terror e tenho uma historia pronta para gravar e procuro apoio ou alguma produtora que queira faser uma parceria no longa O LAGO/este tema tem os mesmo estilos dos filmes americanos e europeus meu telefone caso alguma produtora ou produtor queira saber um popico mais sobre projeto/51:995726971 com juliano chagas

  15. […] duas últimas partes deste texto e as fotos de divulgação foram originalmente publicadas no blog Canibuk em 2011, que também contêm links externos para artigos de diversos autores (Carlos Thomaz […]

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