Arquivo para fevereiro, 2011

Bowie Art.

Posted in Arte e Cultura with tags , on fevereiro 28, 2011 by canibuk

David Bowie dispensa maiores apresentações. Sou uma fã inveterada de sua arte. Bowie é completo, inventivo, criativo, exagerado e ousado, características que me atrem e que todos conhecem no Bowie músico. Mas, além de cantor, compositor, ator e escultor, o cara também desenha e pinta. Em 2004 ele sofreu um infarto,  deixou as turnês de lado e hoje se dedica à família e à pintura. Como nem todos conhecem seu lado pintor resolvi postar algumas de suas obras e deixar registrado meu desejo de VIDA LONGA AO NOSSO TALENTOSO CAMALEÃO!

 

Para ver mais artes de Bowie (entre desenhos, pinturas e esculturas), dêem uma olhada no site BowieArt.

Cannibal Corpse

Posted in Música with tags , , , on fevereiro 28, 2011 by canibuk

Hoje acordei nostálgico prá caralho, relembrando das bandas que eu curtia lá por 1988-1995 e botei no player aqui Macabre, Impetigo, Carcass e Cannibal Corpse (em 1988 eu tinha 14 anos, era extremamente radical e não suportava a chatice que era o rock nacional com seus Renatos (Russo) e Cazuzas, queria velocidade, queria peso, queria sangue e o gênero Splatter Death Metal (comecinho do gore grind) que começava a se esboçar no underground do underground parecia perfeito prá um piralho louco como eu).

Cannibal Corpse surgiu em 1988 em Buffalo, NY (conheci eles em 1990 com o primeiro álbum, “Eaten Back to Life”, uma cópia tosca do vinyl em fita K-7 porque na época não sobrava grana prá comprar discos), a banda surgiu do fim de outras duas bandas: Tirant Sin e Beyond Death. Seus 3 primeiros álbuns (o já citado “Eaten Back to Life”, 1990, “Butchered at Birth”, 1991, e “Tomb of the Mutilated”, 1992, são verdadeiros clássicos da música universal (tá, tá, tá… Pro meu gosto cabrón!). Logo em seguida o ator Jim Carrey (que diz ser um grande fã de Death Metal, mas atores vem de uma raça de mentirosos em tempo íntegral) os convidou para uma participação especial no filme “Ace Ventura: Pet Detective” (os membros da banda Malevolent Creation aparecem na platéia como figurantes). Foi nesta época que parei de acompanhar a banda, pois lembro que ver uma de minhas bandas preferidas numa comédia boba de Hollywood colocou um ponto final na paixão que sentia pelo som deles.

Mas mesmo comigo não sendo mais um fã da banda, eles continuaram com o lançamento do álbum “The Bleeding” (1994). Logo na seqüência o vocalista Chris Barnes deixa a banda (para montar o chatinho Six Feet Under). “Vile” (1996) marca a entrada do vocalista George Fisher (nenhum parentesco com o genial Terence Fisher) na banda. Depois disso não acompanhei mais nada da banda, mas quem ficou interessado em curtir o Cannibal Corpse, saiba que eles continuam na ativa. Não sejam tão radicais como eu fui (ou sejam, só não briguem com ninguém).

Discografia (de estúdio):

1990- Eaten Back to Life; 1991- Butchered at Birth; 1992- Tomb of the Mutilated; 1994- The Bleeding; 1996- Vile; 1998- Gallery of Suicide; 1999- Bloodthirst; 2002- Gore Obsessed; 2004- The Wretched Spawn; 2006- Kill; 2009- Evisceration Plague.

Alguns vídeos:

A Assustadora História da Medicina

Posted in Literatura with tags , , on fevereiro 27, 2011 by canibuk

Como um fanático pela história da humanidade (de todos os tempos), me deliciei lendo o livro “A Assustadora História da Medicina” (1993, 371 páginas, PocketOuro da editora Agir), escrito pelo médico britânico Richard Gordon que conta vários fatos sobre os erros e acertos na medicina. Com um senso de humor único, Gordon narra os acontecimentos e as descobertas que ajudaram no desenvolvimento daquilo que conhecemos como medicina, apresenta desbravadores como Hipócrates à precursores como Christiaan Neethling Barnard, o primeiro médico a realizar um transplante cardíaco. É um divertido livro sobre os esforços do ser humano para superar as limitações de sua natureza frágil e vulnerável, cheio de histórias reais hilárias e interessantes informações.

Veja passagem sobre a camisinha:

“A vulcanização da borracha, em 1843, fez milagres para a camisinha, bem como para as bolas de golfe. Na década de 1920 as camisinhas tinham a resistência tranqüilizadora e vigorosa dos pneus do Dairnler. Não formavam volumes vergonhosos nos bolsos, como os cigarros hoje em dia. Eram armazenadas em lugares invisíveis pelos farmacêuticos, o que levava ao ritual de ler os rótulos de fortificantes, comida para crianças e pastilhas para a tosse até a farmácia ficar vazia. Eram distribuídas mais aberta e mais adequadamente à alta sociedade pelos antepassados dos cirurgiões, os barbeiros (“E alguma coisa de uso pessoal, senhor?”), o que explica a moda de cabelos muito curtos para os homens, no começo do século XX.”

Ou a passagem sobre Robert Liston, conhecido por sua rápidez na arte de amputar membros dos pacientes, veja passagem sobre seus feitos:

“O quarto mais famoso caso de Liston:

Remoção de um tumor escrotal de 20 quilos, cujo dono tinha de carregá-lo em um carinho de mão.

O terceiro mais famoso caso de Liston:

Discussão com seu residente. Aquele tumor vermelho e pulsante no pescoço do garoto era um abscesso na pele? Ou um perigoso aneurisma da artéria carótida? “Ora!”, exclamou Liston impacientemente. “Quem já ouviu falar de um aneurisma em um garoto tão jovem?”. Tirando rapidamente um bisturi do bolso de seu casaco, ele o punçou. Nota do residente: “Jorrou sangue arterial, e o garoto foi-se.” O paciente morreu, mas a artéria está viva, no Museu de Patologia do University College Hospital, objeto número 1256.

O segundo mais famoso caso de Liston:

Amputou uma perna em dois minutos e meio, mas em seu entusiasmo foram-se também os testículos do paciente.

O mais famoso caso de Liston:

Amputou uma perna em menos de dois minutos e meio (o paciente morreu mais tarde de gangrena, na enfermaria do hospital, o que geralmente acontecia naqueles tempos pré-listerianos). Amputou, também, os dedos de seu jovem assistente (que morreu mais tarde também de gangrena, na enfermaria do hospital, o que geralmente acontecia naqueles tempos prá-listerianos). Cortou também a cauda do fraque de um ilustre espectador da cirurgia, que, de tão aterrorizado com a possibilidade de o bisturi ter perfurado seus orgãos vitais, caiu morto de susto.

Essa foi a única operação da história com uma taxa de mortalidade de 300%.”

Fica, então, a recomendação deste ótimo livro sobre a história da medicina, leia que ele vai te ajudar a pensar duas vezes antes de ir aos hospitais por qualquer dorzinha de cabeça!!!

Experimentações do Dino

Posted in Música, Vídeo Independente with tags , , , , , on fevereiro 26, 2011 by canibuk

Anderson Dino mora em São Roque, interior paulista, e é um dos mais radicais experimentadores do vídeo independente brasileiro. Seus vídeos são experiências no sentido mais puro da palavra, são filmes onde o espectador deve “sentir” o filme. São Cinema Livre!!!

Dino me passou os links para dois de seus trabalhos realizados nos anos 90. “W/W? – Estúpidos Ruídos Alucinogênos” é um quase-vídeo clip para seu projeto industrial W/W?, foi filmado com uma câmera VHS Panasonic M9000 e editado na própria câmera. “A Perseguição” é outra experiência visual/sonora onde Dino colocou o som do filme usando uma guitarra e um pedal delay ligado ao aúdio-dub da câmera.

Sintam os filmes:

Anderson Dino e eu na Splatter Night Fest de 2005.

Paralela 1

Posted in Quadrinhos with tags , , , , on fevereiro 25, 2011 by canibuk

Em 1978 o desenhista Watson Portela teve a primeira parte de sua série “Paralela” publicada na “Spektro” número 8 (mais 3 partes da série “Paralela” foram publicadas nas “Spektro” números 10, 20 e 21) e fez com que o desenhista ficasse conhecido nacionalmente. Watson, nascido no dia 18 de Outubro de 1950, é de Recife (Pernambuco) e já desenhou todo tipo de coisas prá sobreviver de quadrinhos, passando por western (“Chet”), terror (“Spektro”, “Pesadelo”), sci-fi (“Paralelas”), infantil (“Trapalhões”), super-heróis (“He-Man”) e até mangás e ilustrações prá revista Playboy. Passei no Scanner a primeira parte da série “Paralela” para publicar aqui no blog como um resgate à obra deste notável desenhista, a cada semana vou postando aqui uma parte desta série.

Beksinski

Posted in Arte e Cultura, Bizarro with tags , , , , , , on fevereiro 24, 2011 by canibuk

Zdzisław Beksiński foi um pintor, fotógrafo e escultor polonês de arte fantástica. Quando jovem estudou arquitetura, mas o que lhe atraia mesmo era a pintura, a escultura e a fotografia. Começou fazendo esculturas  e produziu inúmeras fotografias obscuras com características da arte gótica e barroca. Mais tarde dedicou-se à pintura surrealista, tendo em 1964 todas as suas obras vendidas numa exposição feita em Vasorvia, fato que o fez mergulhar ainda mais na pintura, produzindo sem parar e tornando-se a principal figura contemporanêa da arte polonesa. Em 1980 adotou o gênero “Fantasy Art” e foi nesta época onde teve sua fase mais produtiva e criou suas obras mais surrealistas e obscuras.

Beksiński acreditava que suas obras não eram bem interpretadas, dizia que muitas delas eram otimistas e bem humoradas, embora ele tenha deixado algumas obras sem título e nem mesmo conseguisse explicar o significado de algumas delas. Em 1977 ele queimou uma seleção de quadros explicando depois que algumas dessas obras  ou era muito pessoal ou não era satisfatória e ele não queria mostrá-las as pessoas.

Beksinski ficou viúvo em 1998 e um ano mais tarde, seu filho cometeu suicídio, tendo seu corpo descoberto pelo próprio Beksinski. Talvez por isso sua arte foi se tornando cada vez mais fantasmagórica, apocalíptica e sombria.

No final da vida o artista se dedicou a arte digital, trabalhando com fotografias e foto-manipulação.

Aos 75 anos de idade, em fevereiro de 2005, Beksiński foi  assassinado à facadas por um estudante de 19 anos.

Fonte: Official Website (O site do cara é excelente, vale a pena dar uma olhada): http://www.beksinski.pl/

Invasion of the Bee Girls

Posted in Cinema with tags , , , , , on fevereiro 24, 2011 by canibuk

“Invasion of the Bee Girls” (1973, 86 min.) de Denis Sanders.

Trashão maravilhoso dos anos 70 que mostra uma investigação para descobrir porque vários homens estão morrendo de exaustão durante o ato sexual, logo, o investigador começa a suspeitar que mulheres-abelhas estão por trás dos estranhos crimes. “Invasion of the Bee Girls” é uma divertida Sci-Fi com momentos de horror, a primeira experiência cinematográfica do escritor Nicholas Meyer. Se tornou um cult movie com o passar dos anos e se encontra em domínio público, veja o filme completo no youtube:

Emir Kusturica and the No Smoking Orchestra

Posted in Cinema, Música with tags , , , on fevereiro 23, 2011 by canibuk

A maioria das pessoas conhece o Emir Kusturica cineasta. Brilhante aluno, Kusturica (que se pronuncia Kustúritsa) estudou em Praga com o diretor Otakar Vavra, já ganhando prêmios com seu projeto de graduação, o curta “Guernica” (1978). De volta à então Iuguslávia (Kusturica é sérvio, nascido dia 24 de novembro de 1954), dirigiu alguns filmes para a TV. Em 1985 ficou internacionalmente conhecido com o filme “Otac na Sluzbenom Putu” (“Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios”) que lhe rendeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, partindo então para a realização de uma série de fantásticos filmes, como “Dom za Vesanje” (“Vida Cigana”, 1988), “Arizona Dream” (1993), o genial “Underground” (1995), “Crna Macka, Beli Macor” (“Black Cat, White Cat”, 1998) e até um magnífico documentário chamado “Super 8 Stories” (2001) sobre sua banda, “Emir Kusturica and the No Smoking Orchestra”, que faz um Gypsy Rock extremamente único.

A banda No Smoking (Zabranjeno Pusenje na sua língua original servo-croata) surgiu em 1980 em Sarajevo e se tornou a mais significativa expressão musical do “New Primitivismo”, um movimento de resistência cultural pós o ditador Tito ter deixado o poder. Em 1984 lançaram seu primeiro álbum, “Das Ist Walter” e “Zenica Blues”, uma das canções deste álbum, atingiu as paradas de sucesso com mais de 100 mil cópias vendidas. Em 1998 os “No Smoking” compuseram a trilha sonora de “Black Cat, White Cat” do Kusturica e começaram a tocar juntos rebatizando a banda com o nome atual. Em 2001 tocaram em Buenos Aires, Argentina, onde a banda tem muitos fãs (e Emir Kusturica realizou, em 2008, o documentário “Maradona By Kusturica”).

Confira alguns vídeos da “Emir Kusturica and the No Smoking Orchestra”:

O Golem

Posted in Arte e Cultura, Cinema, Quadrinhos with tags , , , , , on fevereiro 22, 2011 by canibuk

Nos antigos textos hebraicos encontram-se muitas das lendas omitidas na bíblia, a lenda do Golem é uma delas (aliás, a lenda de Adão surgindo da argila é uma variação, os escritores da bíblia careciam de imaginação, mas nem dá prá culpar eles, “Golem” também foi inspiração para outros seres criados artificialmente como o “homunculus” na literatura alquimista ou o moderno Frankenstein da escritora Mary Shelley).

Na idade média alguns “sábios” hebreus entediados começaram a procurar as palavras usadas por Deus para dar vida à um boneco de barro. A seita dos Hasidim, no século XII (uma das épocas de maior ignorância da história da humanidade), elaborou 221 combinações diferentes com as letras do alfabeto (esses charlatães eram conhecidos pela alcunha de “Baal Shem”, que significa “o Senhor do Nome”), e, de posse dessa palavra mágica com o poder de dar a vida, estavam convencidos de criar um Golem.

Já no Renascimento, o método usado para dar a vida ao Golem era escrever no seu peito (ou testa) a palavra “Emeth” (que significa “Verdade”) e para destrui-lo/desliga-lo, tirava-se o “E” da palavra “emeth” (ficava “meth” que significava “Morte”).

No cinema vários tipos de Golem apareceram de vez em quando, segue listinha de títulos que merecem uma conferida: “Der Golem” (1915) de Paul Wegener e Henrik Galeen, “Der Golem und Die Tänzerin” (1917) de Paul Wegener e Rochus Gliese, o clássico “Der Golem – Wie er in die Welt Kam” (1920) de Paul Wegener e Carl Boese, “Le Golem” (1936) de Julien Duvivier, “Císaruv Pekar – Pekaruv Císar” (“The Emperor and the Golem”, 1953) de Martin Fric, “It!” (1967) de Herbert J. Leder, “The Golem” (1995) de Lewis Schoenbrun, “Le Golem de Montréal” (2004) de Isabelle Hayeur e “Shadow of Eons” (2004) de Zahos Samoladas.

Segue um sample do clássico “O Golem” (1920):

Aqui no Brasil, nos anos 90 o professor e desenhista Márcio Salerno realizou uma quadrinização da lenda “Golem” que foi editada em formato fanzine por mim pela série “Clássicos Canibal”. Segue a quadrinização:

Jan Svankmajer – O Animador de Praga

Posted in Animações, Cinema with tags , , , , on fevereiro 22, 2011 by canibuk

Jan nasceu em Praga em 1934 (onde ainda vive), estudou no colégio de Artes Aplicadas e depois no departamento de Marionetes na Acadêmia de Artes Cênicas. Em 1958 trabalhou no filme “Doktor Faust” de Emil Radok e, na seqüência, passou a trabalhar no Semafor Theatre onde fundou o Theatre of Masks e, logo em seguida, se mudou para o teatro multimídia Laterna Magika (uma organização de teatro Não-Verbal onde as performances são uma combinação de dança, cinema e teatro negro, além de Jan Svankmajer, os também cineastas Milos Forman, Emil Radok e Jiri Trnka colaboravam seguidamente no Laterna Magika). A experiência teatral de Jan é refletida no seu primeiro filme, “The Last Trick”, lançado em 1964.

Sob a influência de Vratislav Effenberger e de sua esposa Eva Svankmajerová (pintora surrealista, ceramista e escritora que colaborou em vários dos filmes de Jan, como nos clássicos “Alice”, “Fausto” e “Otesánek”), Jan se juntou ao Grupo Surrealista Tchecoslováquia e elementos de surrealismo clássico aparecendo pela primeira vez em seu filme “The Garden” (1968). No ano de 1972 as autoridades comunistas o proibiram de fazer filmes, Jan permaneceu desconhecido no Ocidente até meados de 1980. Seu famoso (e muito imitado) “Dimensions of Dialogue” (1982) foi selecionado por Terry Gilliam como um dos 10 melhores filmes animados de todos os tempos.

Seleção de curta-metragens para conhecer o genial trabalho de Jan Svankmajer:

A segunda parte do curta-metragem “Food” foi sinalizada como imprópria por alguns usuários do Youtube. Esse puritanismo na internet tá começando a encher o saco porque não há nada impróprio neste curta que justifique essa sinalização. Para ver a segunda parte você deve fazer login e confirmar que tem 18 anos (hipocrisia pura, menores são instruidos pela Net à se tornarem mentirosos).

Se você gostou do que viu nestes curta-metragens, procure pelos longa-metragens do Jan Svankmajer, abaixo deixo os trailers de alguns:

E, para finalizar, um pequeno pedaço do filme “Spiklenci Slasti” (“Conspirators of Pleasure”, 1996):