Arquivo para setembro, 2018

2592 Posters de Horror & Sci-Fi para Download

Posted in Arte e Cultura, Cinema, download, Ilustração, Posters with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 28, 2018 by canibuk

Alguns meses atrás o poster da primeira sessão de cinema da história foi leiloado em Londres por 40 mil libras (mais ou menos 200 mil reais). Este primeiro poster (reprodução abaixo) foi desenhado por Henri Brispot para uma exibição especial dos primeiros curtas dos irmãos Lumière, em dezembro de 1895.

Originalmente criados para uso exclusivo dos cinemas, não demorou muito para que os posters logo virassem item de colecionadores, principalmente artes criadas para filmes exploitations, sempre com cartazes muito mais criativos do que os próprios filmes, e, também, as artes produzidas para a divulgação de produções de horror e ficção científica. Inclusive, o preço record já pago por um único cartaz pertence à sci-fi Metropolis (1926), de Fritz Lang, negociado por 690 mil dólares.

Inicialmente os posters eram feitos no tamanho dos cartazes usados para a divulgação dos shows de Vaudeville. Quem definiu o tamanho padrão foi Thomas Edison, com as medidas de 27″x41″, em folha única fixada nas fachadas e paredes dos cinemas.

Para comemorar os posters de cinema, upei um arquivo com 2.592 cartazes de cinema nos gêneros horror e Sci-Fi, a maioria com artes belíssimas e dignas de serem festejadas como pequenas obras-primas da criatividade humana.

Para fazer o download, clique em BAIXAR POSTERS.

Abaixo alguns posters que integram o arquivo disponibilizado para download:

 

 

Segundo de Chomón – Seleção de Filmes Produzidos entre 1902 e 1914 para Download

Posted in Cinema, download with tags , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 24, 2018 by canibuk

Entre 1901 e 1923, o espanhol Segundo de Chomón foi um dos grandes experimentadores nos primórdios do cinema, ao lado do igualmente genial Georges Méliès.

Segundo de Chomón

Chomón foi convencido a entrar no fabuloso mundo das produções cinematográficas graças aos esforços de sua esposa, a atriz Julienne Mathieu, que depois estrelou “El Hotel Electrico” (1908), um dos primeiros filmes à se utilizar de técnicas de Stop Motion.

O cineasta espanhol foi criador de várias técnicas cinematográficas, como o Pathéchrome, patenteado por Charles Pathé (seu patrão) e criou um equipamento que permitiu o primeiro Dolly Shot da história do cinema, no filme “Cabiria” (1914), de Giovanni Pastrone. Também foi um dos pioneiros na colorização dos filmes, algo que realizava frame à frame, diretamente sobre os negativos.

Tão importante quanto Méliès na criação de narrativas fantásticas e criação de efeitos visuais, também realizou avanços significativos na animação cinematográfica.

Les Tulipes

Faleceu dia 02 de maio de 1929, em Paris, França.

Collected Works 1902-1914, faça download clicando no diabo.

Download de Sellected Works 1902-1914

Assista aos curtas clicando nas imagens:

La Maison Ensorcelée

Le Scarabée d’or

Les Oeufs de Paques

Maldohorror – O Coletivo do Pavor

Posted in Entrevista, Literatura with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 17, 2018 by canibuk

Maldohorror é um coletivo de escritores do gênero fantástico que foi criado em 2016 pela dupla E.B. Toniolli e Carli Bortolanza, habituais colaboradores na Canibal Filmes.

O coletivo conta com quase 50 colaboradores fixos, postando uma obra inédita em seu site a cada dois dias. Em tempos tão individualistas como se tornou o mundo pós-redes sociais, dá gosto ver um trabalho coletivo de apoio mútuo como este. Para falar mais sobre o coletivo, entrevistamos a dupla de idealizadores do projeto.

Para conhecer o coletivo Maldohorror, clique na figura abaixo:

Canibuk: Conte como surgiu o Maldohorror.

E.B. Toniolli: O Maldohorror surgiu da necessidade de termos um lugar onde divulgar nossos contos e poesias e fazer experimentações. Por nós, entenda-se por mim, Peter Baiestorf e Carli Bortolanza, amigos de longa data e parceiros em produções cinematográficas. Pensamos num formato diferente, onde publicaríamos 1 obra por dia, sempre a meia-noite. A idéia é atrair outros escritores e assim criando uma comunidade, um coletivo, onde os escritores se apóiam e dessa união esperasse o surgimento de livros, e-books e produtos diversos.

Carli Bortolanza: Estava estudando numa cidade vizinha e ia uma vez por semana de ônibus pra lá, e como o Toniolli mora perto da rodoviária, passava lá e ficávamos umas 4 horas jogando conversa fora, jantávamos e ai depois pegava o ônibus, e nessas conversas, o Toniolli veio um dia com uma a idéia de criar um site para publicar nossos escritos, não lembro bem qual era o nome, mas fomos conversando daqui e dali e nisso surgiu o título Maldohorror, em homenagem ao Isidore Ducasse. Fomos conversar com o Baiestorf que também “comprou” a idéia e ai surgiu o coletivo, mas no começo éramos só em três, e todo dia um texto estava no ar, ai convida daqui e dali, e começa a surgiu o quarto, o quinto, dando um alívio, pois foi uma tarefa árdua, manter todos os dias um texto no ar em poucos escritores.

Canibuk: O que é o Maldohorror? Qual o objetivo com este coletivo literário?

Toniolli: Maldohorror é inspirado no célebre personagem Maldoror, do excelente escritor, Isidore Ducasse, vulgo Conde de Lautréamont (escritor maldito uruguaio/francês no final do século XIX). A idéia foi fazer um trocadilho e aproveitar e inserir o termo Horror, que muito define e identifica os 3 primeiros membros do coletivo e, também, norteia a maioria dos escritores que fazem parte. Maldohorror nasceu com o objetivo principal de apoiar escritores, desde iniciantes até profissionais, desde poetas líricos até desvairados sexuais e dessa mistura emergir um cenário rico para nossos leitores.

Bortolanza: De início, acho que era a pra termos onde mostrar nossos trabalhos, mas não só nós, nós enquanto pessoas que escrevem e não tem onde publicar, e com o site, buscar encontrar essas pessoas como nós que temos muitos textos nas gavetas de casa e unirmos para demonstrar que mesmo no mundo dos sonhos, ninguém está sozinho.

Canibuk: Como fazer parte do coletivo?

Bortolanza: É muito fácil, basta escrever sobre fantasia ou textos malditos, que criticam as religiões, as políticas e esse sistema pobre em que vivemos. Com pelo menos 5 textos nesse estilo, encaminhar para o e-mail contato@maldohorror.com.br e alguém do grupo vai receber e encaminhar para um dos membros que é responsável pelas novas aprovações.

Toniolli: Temos uma comissão, que troca de tempos em tempos, que analisa as obras e aprova a entrada ou responde com críticas positivas para a melhoria das obras. Temos uma posição forte contra qualquer tipo de racismo, sexismo, etc, por que consideramos que a cultura serve pra unir e construir uma sociedade melhor

Canibuk: Como funciona o site? As obras inéditas são lançadas de quanto em quanto tempo?

Toniolli: Hoje, as publicações no Maldohorror são feitas de 2 em 2 dias, através de ciclos. Por ciclo entenda-se repassar todas as obras de nossos autores em ordem alfabética inversa. Os autores enviam suas obras para o editor, atualmente o Carli Bortolanza, que analisa e repassa para uma equipe de revisores. Em seguidas as obras são enviadas para a equipe de publicação, que faz a postagem no site e a divulgação nas redes sociais. Dessa forma vamos executando as atividades de forma coletiva, que é a essência do Maldohorror.

Bortolanza: No começo do site era lançados um texto por dia, todos os dias, embora tenhamos muitos escritores hoje, os textos estão sendo lançados a cada dois dias, para que cada um dos autores possa escrever com mais calma e cada vez melhor e também ter um tempo maior para estar divulgando.

para ler o conto coletivo, basta clicar na imagem abaixo:

Canibuk: Maldohorror funciona como um laboratório aos escritores?

Toniolli: Na minha maneira de ver, sim! Todos os envolvidos estão ligados a arte e arte é experimentação e nada melhor do que uma ferramenta online para testar e já receber feedbacks.

Bortolanza: Alguns escritores já são profissionais, digo, escrevem muito bem e muito, com livros publicados. Mas também tem autores que suas primeiras publicações foram no Maldohorror, e que nesse convívio de escritores, nos grupos sociais, estão se aperfeiçoando, pois no coletivo, um ajuda o outro e não só na escrita, mas também em parcerias. Tive participação em duas coletânea , uma de poesias “Sociedade dos poetas vivos” e outra de contos “O Mundo fantástico de R.F. Lucchetti” lançado esse ano na Bienal em SP, pela editora Coerência, organizado pela Camila, que está no grupo  e me convidou. Outras pessoas do grupo também foram convidadas, assim como surge convite para outras participações aqui e ali, pra esse ou pra aquele participante do grupo. Uma forma de “quem é visto é lembrado”. Também alguns que acabaram se conhecendo pessoalmente.

Canibuk: Quais os e-books lançados pelo Maldohorror e como comprar?

Bortolanza: Lançamos três até agora, um de contos e um de poesias que foram publicados no site, e um terceiro com obras inéditas, sobre final de ano e que esses dias inclusive, em comemoração aos 2 anos do lançamento do site, disponibilizamos os 3 de forma gratuita. Mas podem acessar: Entrando no site da amazona: https://www.amazon.com.br/ só digitar Maldohorror que aparecerá os 03 livros, a 1,99 cada.

Canibuk: E o livro físico? Planos?

Toniolli: Pra 2019 estará saindo o livro físico. Está sob organização de Petter Baiestorf e vai ser lançado em março de 2019. Estamos na fase de seleção do pessoal, orçamentos, etc…

Bortolanza: Desde o início, a idéia era publicar um livro físico por ano, e em cada espelho do livro uma letra do Maldohorror, para que quando o projeto termina-se (projeto inicial é de 11 anos) teríamos 11 livros na estante e que pudéssemos ler a palavra inteira. Mas as mudanças são necessárias e até pelo fato de sempre estarmos em movimento, e não sermos uma coisa fechada. A idéia é publicar o primeiro livro físico no primeiro semestre do ano que vem, e depois pensaremos, como será feito os demais, mas certamente não será só um. Inclusive pessoalmente estou pensando daqui a 9 anos, fazer um meu, com todos os meus textos publicados no site, em ordem de publicação (já tenho esse controle e que até agora, foram 62 textos publicados) como uma forma de registrar fisicamente o projeto.

Canibuk: Como tem sido a recepção do público para com o coletivo?

Toniolli: Temos uma recepção boa com o público. Não temos a intenção de provocar uma nova onda transformadora da cultura brasileira, mas sim servir de canal para a divulgação das obras dos autores. Como a totalidade de nossos escritores escrevem temáticas malditas ou fantásticas, temos um público bastante fiel, apesar de restrito.

Bortolanza: A primeira maravilha é que estamos espalhados por quase todo o Brasil, e talvez o que falta é compartilharmos essas receptividades entre o grupo, comigo, está sendo muito bom, uns me mandam e-mail, mensagens pelo watts, me encontram e me pedem, como “inventam isso”, ou “me deu nojo” “não dormi a noite”. Assim como já fui também convidado pra falar do Maldohorror em sala de aula na universidade, em evento do Sesc (grande parceiro da artes independentes em Chapecó – SC). No trabalho volta e meia um colega diz, “Hó, o cara do bebê que sobe em árvore!”, referindo-se ao texto “Assim Nasce o Cantos dos Tubarões de Ducasse“.

Canibuk: Que observações gostariam de fazer sobre o cenário da literatura fantástica no Brasil?

Toniolli: Nossa barreira inicial é a concorrência com grandes nomes da literatura brasileira e mundial. É o mesmo que acontece com a música: bandas novas concorrem com nomes já consagrados. Mas esse é o cenário é a persistência sempre dá resultados.

Bortolanza: Ao mesmo tempo em que vejo uma expansão, vejo também uma “limitação”. Muitos, embora tenham um ótimo domínio da escrita, parece que falta criatividade para escrever, li algumas coletâneas e é um e outro texto que se destaca, na grande maioria, se descobre todo o enredo já no começo. Teve um em especial, que achei que era o mesmo texto escrito por vários autores, sem nada de novo, parodiando, sexta feira 13 parte 01, 02, 03… Acho que o que falta é o transbordar, viajar, pegar uma bacia com letras e espalhar no ventilador. E pela qualidade dos escritores, sei que todos podem colocar uma nave espacial no meio do nada ou um mostro que se tele transporta e entra em cena surpreendendo o leitor.

Se você está gostando dessa entrevista, entre na página do Maldohorror no facebook e acompanhe as novidades:

Canibuk: É possível um autor seguir carreira literária no Brasil de hoje?

Toniolli: Sim. Com persistência, investimento e, principalmente, obras com identidade e criatividade. Ajuda muito se a pessoa for comunicativa e, novamente, persistente.

Bortolanza: Seguir sim, afinal há muitos espaços para expor os trabalhos, porém se manter financeiramente eu acredito que ainda não há possibilidades, mas está no caminho certo.

para comprar clique na figura abaixo:

Canibuk: Quem são os autores do coletivo? Gostaria de destacar alguns trabalhos solos de membros do grupo para que os leitores do Canibuk pudessem correr atrás?

Bortolanza: Pra fãs de filmes, tem 06 escritores, além do próprio Baiestorf, que já trabalharam em algum momento nas produções da Canibal Filmes, Eu, E.B. Toniolli, Loures Jahnke, Leomar Waslawick, Alan Cassol e César Souza (espero não ter esquecido alguém). E acredito que muitos outros não estão só ligados a literatura, mas em outras áreas culturais, música, dança… Gostaria de deixar evidenciado, apenas que o conjunto da obra é maravilhoso, se acompanhar o site, dois meses apenas, se enxaguará com textos bons, uns maravilhosos, outros surpreendentes, outros que te deixaram perdidos, outros tão corriqueiros que fará você, ao passar pelas ruas, se deparar com cenas parecidas e lembra-se do desfeche que o autor criou, outras ainda tão cruéis/ perturbadoras que gostaria de não ter lido ou lhe deixá-los-á com brilhos nos olhos de felicidades.

Toniolli: Não gostaria de citar nenhum autor especificamente por que temos quase 50 escritores e todos tem uma maneira de escrever, temáticas próprias. Temos escritores em níveis diferentes: alguns mais viscerais, com uma escrita coloquial e outros estudiosos da língua e que a tratam uma argila a ser moldada. Acho que cada escritor merece uma lida com atenção.

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Canibuk: Qual a importância do Maldohorror dentro do cenário literário nacional?

Bortolanza: Acredito que seja uma porta de entrada e uma maneira de estar no meio de escritores e poder respirar literatura. Também uma maneira de poder crescer na arte de escrever e trocar experiências e amadurecer cada vez mais, evitando os erros que outrem já realizaram.

Toniolli: Eu vejo o Maldohorror como um coletivo de fomento de obras e de experimentações. Nosso editor está sempre cobrando novas obras dos autores e isso acaba incentivando a produção. Fizemos alguns testes com obras compostas coletivamente e esses experimentos são uma oportunidade ímpar de aprendizado e interação. Vale salientar que temos uma comunidade ativa, conversamos, trocamos idéias, fomentamos outros projetos solos dos autores, divulgação de música, cinema e dessa forma vamos criando um cenário e propenso a ebulição de novos projetos.

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Canibuk: Considerações finais:

Toniolli: Obrigado pelo espaço. Fico muito feliz pelo apoio que você dá pras ações e projetos undergound e é disso que precisamos: união. Separados somos fracos e podemos fazer poucos, mas unidos em prol de uma ideal em comum podemos alcançar resultados extraordinário. E é muito legal acessar o site e ver que em 2 anos temos mais de 800 obras pros nossos leitores curtirem. E tem muita coisa que vai surpreender aos leitores do Canibuk. Estamos de página abertas esperando vocês.

Bortolanza: Tem muitos textos que é só adaptar e o roteiro de um filme está pronto, ou um novo enredo nos holofotes do palco teatral ou na sinfonia das guitarras e dos contra baixos.

Clique na imagem abaixo e vá para o Maldohorror:

O Que Há Para o Jantar?

Posted in Cinema with tags , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 11, 2018 by canibuk

Parents (O Que há para Jantar?, 1989, 81 min.) de Bob Balaban. Com: Randy Quaid, Mary Beth Hurt e Bryan Madorsky.

“O Que Há para jantar?” vai além ao destruir a pacata e feliz família americana ao injetar o consumo da carne humana nos hábitos alimentares de uma classe-média suburbana neurótica e capaz de assassinar para a satisfação de seus ousados sentidos gustativos.

Conta a história do socialmente estranho garotinho Michael Laemle (Bryan Madorsky), cuja imaginação fértil e um trauma (por ter visto seus pais tendo relações sexuais), o fazem desconfiar que seus genitores, Nick (Randy Quaid) e Lily (Mary Beth Hurt), sejam monstros canibais capazes das mais estranhas bizarrices para colocar os suculentos bifes de gente na mesa da família.

O diretor, Bob Balaban, é mais conhecido do público por seus trabalhos como ator. Bob nasceu em família tradicional do cinema americano. Barney Balaban, seu tio, foi presidente da Paramount Pictures e seu padrasto foi Sam Katz, vice-presidente e homem forte da MGM. Em 1970 interpretou o Capitão Orr na comédia de humor negro “Ardil 22” (Catch 22), adaptação de Mike Nichols para a novela homônima de Joseph Heller e que trazia um elenco estelar com Orson Welles, Alan Arkin, Anthony Perkins e Jon Voight. Uma estréia carregada de responsabilidade. Bob Balaban também estrelou outros clássico. É a personagem David Laughlin em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (Close Encounters of the Third Kind, 1977), de Steven Spielberg. Poucos anos depois esteve no elenco do Cult “Viagens Alucinantes” (Altered States, 1980), do genial diretor surrealista Ken Russell.  Seu trabalho como diretor se destaca mais no comando de episódios para séries da TV americana, onde entregou episódios para séries como “Tales from the Darkside”, “Histórias Maravilhosas” (Amazing Stories) e “Além da Imaginação” (The Twilight Zone, temporadas de 2002 e 2003), entre várias outras. Para o cinema dirigiu ainda “Namorado Gelado, Coração Quente!” (My Boyfriend’s Back, 1993), outra boa produção de humor negro. Bob continua vivo e produzindo muito.

No elenco de “O Que Há para o Jantar?” destaque para o sempre eficiente Randy Quaid no papel do chefe de família canibal. Comediante de mãos cheia, Randy foi descoberto por Peter Bogdanovich quando ainda era estudante. Bogdanovich lhe ofereceu um papel no hoje Cult “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show, 1971). E Bogdanovich gostou tanto de Randy que o escalou novamente para o elenco de “Essa Pequena é uma Parada” (What’s Up, Doc?, 1972) e “Lua de Papel” (Paper Moon, 1973). Nos anos de 1970, Randy foi trabalhando com todos os talentos que despontavam na Nova Hollywood: Divide cena com Jack Nicholson no clássico “A Última Missão” (The Last Detail, 1973), de Hal Ashby; se veste de mulher com Charles Bronson em “Fuga Audaciosa” (Breakout, 1975), de Tom Gries; faz um pistoleiro ao lado de Marlon Brandon em “Duelo de Gigantes” (The Missouri Breaks, 1976), de Arthur Penn; interpreta a personagem Jimmy Booth em “O Expresso da Meia-Noite” (Midnight Express, 1978), de Alan Parker; e ao lado de seu irmão Dennis Quaid é um pistoleiro no fantástico “A Cavalgada dos Proscritos” (The Long Riders, 1980), de Walter Hill, que trazia no elenco várias famílias inteiras de atores, destacando a Carradine e a Keach. Na década de 1980, Randy se especializou em papéis em comédias. Foi o primo Eddie no clássico “Férias Frustradas” (National Lampoon’s Vacation, 1980), de Harold Ramis, contracenando com um Chevy Chase inspiradíssimo; e dividiu cenas com Bill Murray e Geena Davis em “Não Tenho Troco” (Quick Chance, 1990), de Howard Franklin e Bill Murray, uma das comédias mais divertidas daquela década. De 2010 em diante Randy se manteve afastado das telas por problemas com a lei dos USA e Canadá, após ter forjado uma assinatura num contrato imobiliário.

Na equipe-técnica de “O Que Há para o Jantar?” encontramos o produtor Mitchell Cannold, do sucesso “Dirty Dancing” (1987), de Emile Ardolino, e do remake fracassado de “E Deus Criou a Mulher” (And God Created Woman, 1988), com direção de Roger Vadim, também responsável pelo original. Entre os músicos responsáveis pela trilha sonora encontramos Angelo Badalamenti, responsável pelas trilhas de alguns clássicos de David Lynch, aqui sob comando do compositor Jonathan Elias, que trabalhou em filmes de baixo orçamento como “Colheita Maldita” (Children of the Corn, 1984), de Fritz Kiersch, e “Vamp – A Noite dos Vampiros” (Vamp, 1986), de Richard Wenk. A direção de fotografia é da dupla Ernest Day, que trabalhou em “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange, 1971), de Stanley Kubrick, e Robin Vidgeon, responsável pela fotografia de “Hellraiser” (1987), de Clive Barker. O editor Bill Pankow é o mesmo de “Os Intocáveis” (The Untouchables, 1987), de Brian de Palma. E Derek Howard, dos efeitos especiais, trabalhou em “A Hora da Zona Morta” (The Dead Zone, 1983) e “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (Dead Ringers, 1988), ambos de David Cronenberg.

“O Que Há Para o Jantar?” teve um lançamento discreto sem boas críticas, mas que com o passar dos anos atingiu o patamar de cultmovie. No Brasil foi lançado na Coleção Dark Side (Vol. 8) da Vinyx Multimidia (antiga Brook Films, London Filmes, etc).

por Petter Baiestorf.

Veja uma cena do filme aqui:

CineBarca Trash em Xanxerê

Posted in Arte e Cultura, Cinema, Entrevista, Vídeo Independente with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 4, 2018 by canibuk

Nessa quinta-feira, dia 06 de setembro, estarei na cidade de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, exibindo alguns de meus filmes no SOS Bar, em sessão organizada pelo fantástico coletivo ABarca.

No mês que a Canibal Filmes completa seus 27 anos de resistência underground no cinema brasileiro, nada melhor do que uma sessão realizada aqui no Oeste, local onde tudo começou em 1991. Na sessão que programamos com ABarca vamos exibir filmes de todas as épocas da Canibal (2000 Anos Para Isso? é de 1996, enquanto Ándale! é de 2017), junto de filmes escritos e dirigidos por outros integrantes de nosso grupo, como O Último Dia no Inferno (2017), de E.B. Toniolli, Até Que… E Deu Merda (2017), de Carli Bortolanza, e, A Noiva do Turvo (2018), de Loures Jahnke. Após a sessão deverá rolar um debate comigo, acompanhado de Loures Jahnke e os atores Elio Copini e PC.

Resolvi fazer uma divulgação diferente deste evento que exibirá meus filmes em Xanxerê, ao invés de ser entrevistado por eles para a divulgação, resolvi entrevistar a Eloisa Almeida, que faz parte do coletivo ABarca, e divulgar este projeto lindo que está rolando na cidade de Xanxerê desde 2016 e que acho que todos deveriam apoiar/prestigiar!

Petter Baiestorf: O que é o coletivo ABarca? Seus objetivos e quem faz parte?

Eloisa Almeida: Fundado em julho de 2016, o Coletivo Cultural Abarca foi instituído com o intuito de desenvolver projetos e atividades culturais na cidade de Xanxerê e região. O coletivo surgiu com o interesse de um grupo de amigos em aprender e produzir arte, com um viés social, e movimentar o cenário cultural na cidade. Tem como principal objetivo fomentar a cultura, e que ela seja acessível. Os eventos, ações, oficinas e atividades promovidas pelo coletivo são realizadas em espaços independentes e também com o intuito torná-los públicos, considerando que todo espaço é cultural. Hoje o coletivo conta com 16 membros e está aberto a quem tiver interesse e disponibilidade para participar das ações culturais, e aberto para novas experiências, participando de intervenções artísticas, desde apresentações de teatro, leitura dramática, cinema, poesia e outras formas de arte que estiverem ao alcance do nosso olhar.

Baiestorf: Conte sobre o projeto CineBarca Trash.

Eloisa: O CineBarca é um projeto do coletivo desde 2017, onde tem o objetivo de apresentar exibições cinematográficas em espaços públicos, procuramos valorizar a cena independente e trabalhos autorais da região para que também possam alcançar um maior público. O primeiro CineBarca teve como tema o Cinema Brasileiro em VHS, o qual foi realizado na Casa da Cultura Maria Rosa, em Xanxerê.

Neste ano, dando continuidade ao projeto com o tema Trash, o coletivo organizou quatro exibições, onde o SOS Bar nos abre as portas para o evento. O bar foi escolhido para o evento, justamente pela identificação do espaço com o tema, sendo considerado um ambiente underground que, além disso, se encaixa com o perfil do coletivo. No mês de agosto foram exibidos os filmes, todas as quintas-feiras a partir do dia 16, com seqüência de “Fome Animal” (Braindead), Evil Dead 1 e 2, e From Beyond. Os filmes foram escolhidos a partir do conhecimento que temos sobre o tema, considerando que se tivéssemos um conhecimento maior sobre esse tipo de trabalho regional, o intuito seria propor essas exibições locais. Para concluir as exibições do tema Trash, acontecerá no dia 06/09 um evento com a participação especial do cineasta Petter Baiestorf, o qual estará exibindo seus trabalhos e dando abertura a uma roda de conversa sobre o tema. O vídeo de abertura do projeto foi produzido pelos amigos do coletivo de forma independente, Murilo Salini e Jéssica Antunes.

Pretendemos dar continuidade ao CineBarca com outros temas seguintes, já estamos nos organizando para o próximo tema de “Futuro Distópico”, seguindo com a ideia de quatro exibições e na última, um evento especial, com a participação do nosso amigo Luis Kohl, apresentando seu trabalho musical autoral Antronic. Logo as datas serão divulgadas.

Em relação ao público, está sendo muito gratificante! Conseguimos atingir um público maior do que o esperado para o evento, e percebe que o nosso intuito em apresentar algo novo e despertar a curiosidade tem sido construtivo. Estamos com grandes expectativas para o dia 06/09, inclusive percebemos a ansiedade do público para este momento também.

Baiestorf: Como é o espaço para a cultura independente em Xanxerê?

Eloisa: Não temos um cenário muito bom para a cultura independente em Xanxerê, quando é pensado em formar um grupo cultural vemos que geralmente é procurado patrocínios ou apoio público. Talvez o interesse na cultura independente tenha relação além disso, com o interesse em não vincular diretamente essas instituições. Vê-se também que o público procura grupos prontos para participar ativamente, ao invés de formar um novo grupo.

Baiestorf: Acho extremamente interessante o intercâmbio cultural entre artista da região Oeste. Vocês tem planos de levar à Xanxerê mais cineastas aqui da região?

Eloisa: Temos um grande interesse em dar continuidade ao projeto, trazendo outros cineastas, porém há dificuldades em entrar em contato com essas pessoas, até pela questão financeira, considerando que somos um coletivo independente, para manter nossos projetos temos um caixa para contribuição dos membros e doações, e nem sempre temos um retorno positivo. Mas acreditamos que possa ser questão de organização e fazer acontecer.

Baiestorf: Num âmbito da cultura oficial/institucionalizada, como é o apoio da sociedade de Xanxerê? Minha pergunta é fazendo distinção entre cultura oficial e independente de modo proposital mesmo, visto o descaso com que a cultura é tratada no Brasil.

Eloisa: Vê-se que não apenas em Xanxerê, mas no Brasil, que a cultura institucionalizada recebe um menor apoio, comparando com a cultura oficial, a qual podemos chamar de popular. Mas acreditamos que a questão de ser uma cultura institucionalizada/independente já carrega esse interesse de não se tornar popular, de atingir as minorias e se manter no espaço underground. No caso do nosso coletivo, levamos em consideração isso também, o fato de não nos vincular à outras instituições as quais teriam interesses capitais através da arte, e o nosso interesse é realmente em propor a arte de uma forma livre e independente. Além disto, a sociedade conhece culturalmente daquilo que se tem acesso, e na maioria das vezes comercializado, pois é dessa forma que essas informações chegam a ela, através da grande massa, do que se é mais popular. Em Xanxerê, apesar disso existe um público considerável que aprecia a arte independente, e acreditamos que isso tem relação à esse público estar aberto para o novo, a formas diferentes de arte, e também o motivo pelo qual a grande parte dos xanxerenses não dar tanto apoio a cena independente, por estar acomodado com o que somente o seu meio social proporciona.

Baiestorf: Este Cinebarca acontece numa semana pesada à cultura/ciência/educação, em que o Museu Nacional foi literalmente reduzido às cinzas. O que você gostaria de falar sobre isso, sobre este descaso secular do brasileiro à cultura, ao saber, à ciência, à educação.

Eloisa: Acreditamos que existem maiores interesses por trás deste descaso, pois a cultura no Brasil sempre foi utilizada como um jogo político, embora existam vários meios de se introduzir a cultura para a sociedade, olhando por esse lado não é espantoso a realidade em que nos encontramos. O caso do Museu Nacional só nos mostra a importância que a cultura tem para o país. Sabemos que a única maneira de preservar a história do país é tendo acesso a ela. Talvez seja necessário para o brasileiro, e principalmente ao poder público, compreender que para se construir um futuro é preciso conhecer e reconhecer o passado, através dele se tem muitas respostas da situação que vivemos hoje, saber que a cultura é algo que vai sendo construído, que para existir o novo é preciso do velho como base para novas concepções.  É lamentável saber que a cultura no Brasil cada vez mais perde o seu valor, mas aí cabe a nós resistirmos e lutarmos por ela, pois a cultura faz parte da essência do homem.

Baiestorf: Pequenas ações, como o projeto A Barca, acabam sendo atos de resistência ao sucateamento da cultura no Brasil?

Eloisa: Quando se pergunta o que é arte, logo vemos que a sociedade vê e aceita aquilo que está dentro dos seus padrões. Conhecer e produzir arte, seja vindo de um sujeito ou coletivo, já por si é um ato de resistência, pois ele está propondo algo novo para o mundo, tudo o que é novo de início traz um certo estranhamento social, para os acomodados é difícil se abrir para o novo. Ser resistência é continuar movimentando a diversidade cultural, é fugir dos padrões sociais, e esse é nosso intuito como coletivo independente.

Baiestorf: O Espaço é seu Eloisa. Convide as pessoas para o Cinebarca dessa quinta-feira:

Eloisa: HEY ESQUISITO! Nesta quinta-feira 06/09 o bar mais underground do velho oeste abre as portas mais uma vez para o CineBarca Trash. Venha fazer parte da resistência da cultura independente, venha dar o seu apoio à cultura que se encontra oculta em nosso país. Teremos a participação especial do cineasta Petter Baiestorf exibindo seu trabalho cinematográfico independente e abrindo uma roda de conversa sobre o tema Trash. Levante do seu caixão e vá até o SOS bar, junte-se com os demais zumbis da sociedade nessa experiência trasheira que tem início às 21h, esperamos por você!

Programação do CineBarca deste dia 06 de setembro (início 21 horas):

A Noiva do Turvo (2018, 5’) de Loures Jahnke.

O Último Dia no Inverno (2017, 4’) de E.B. Toniolli.

Até Que… E Deu Merda (2017, 5’) de Carli Bortolanza.

Ándale! (2017, 4’) de Petter Baiestorf.

2000 Anos Para Isso? (1996, 12’) de Petter Baiestorf.

Primitivismo Kanibaru na Lama da tecnologia Catódica (2003, 12’) de Petter Baiestorf.

Zombio 2: Chimarrão Zombies (2013, 83’) de Petter Baiestorf.