Archive for the Bizarro Category

O Cu: Moleza com Sacanagem Total

Posted in Bizarro, Fanzines, Literatura, Quadrinhos with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 8, 2018 by canibuk

Moleza com Sacanagem Total

I.

O deserto tentou me engolir. Pulei fora e rolei em direção de uma grande e úmida circunferência. Tal circunferência possuía um odor característico fácil de ser identificado. Sim, possuía odor de cu. Era um cu gigante logo abaixo de um imenso deserto de pele e não areia como os bobos imaginaram. Tudo estava claro agora, claro como uma trepada gostosa sobre a relva e eu sempre tive razão: O cu era uma circunferência, portanto, redondo. Beijo o cu gigante feliz porque sempre estive certo e os professores é que estavam errados. O belo cu é redondo !!! Re-don-do !!! Olhando diretamente para o buraco que havia no centro de tão enorme e poderoso cu, vejo uma luz no fim do reto. Fiquei deverás curioso, pensando cá com meus ovos, louco para saber o que poderia haver no fundo do cu, se é que cu tem fundo. Será que no fundo do cu haveriam criaturas monstruosas ? Vermezinhos falantes ? Lombriguinhas dançantes ? Bactérias fecais intelectualizadas pela Globo ? Realmente estou muito curioso…

II.

O amor caiu junto da sujeira e ficou sujo. Com um pequeno esforço consegui entrar no cu ciente que se não conseguir ver as criaturinhas do cu – Culenses ? – finalmente ei de saber o que é aquela luz que brilha no interior do cu.

III.

Caminhei sempre seguindo em direção a luz que brilhava no horizonte pomposo. Meus pés afundavam na merda amolecida a cada passo. Cansado sentei num caroço sangrento que havia na tripa grossa. Parecia ser o início de uma úlcera maligna. O sangue meio coagulado, meio líquido, molhou minha bunda. Ironia ou não do destino, mas o fato é que agora havia um cu dentro de um cu, ou seja, meu cu dentro daquele enorme cu solitário no deserto de pele. Melhor um cu dentro de um cu do que um cu com cu. Porém, para minha surpresa, o tal cu gigante possuía vários cuzinhos em seu interior. Suas paredes cheias de remelas e cascas fecais secas possuíam uma imensa galeria de cus de todos os tipos e variados cheiros. E para espanto geral, aqueles cuzinhos pequeninos falavam. Porra do caralho caralhudo, um cu gigante que tem vários cuzinhos e um cuzão dentro dele. Aliás, tem dentro dele um cuzão com seu próprio cu, perplexo, olhando descaradamente para a parede de cuzinhos falantes. Bem, aproveitarei a oportunidade e farei perguntas, como todo bom curioso deve se portar.

IV.

Sentado na úlcera pergunto aos cuzinhos do cu sobre a misteriosa luz que havia a nossa frente. Eles, sempre em coro – depois descobri que todos os cuzinhos faziam parte de um único cérebro pensante e todo poderoso – me respondem que aquela luz é o centro do Universo e que dali surgiu tudo já expurgado para dentro da humanidade. E completam ainda que todos são iguais perante a luz e aqueles que são diferentes são expurgados de volta a humanidade. Pensei: “Porra, eu sou diferente !!! Sou um cuzão humano com um cu e não um cu soberano com vários cuzinhos !”. Os cuzinhos gargalham debochando de mim. A luz, o centro de todo o Universo, faz um estrondo ensurdecedor e gases me carregam para fora do enorme cu que havia no deserto de pele. Enquanto vôo para fora do todo poderoso cu que rejeita os diferentes, fico pensando: “Bem que isso tudo poderia se chamar ‘O Centro Da Humanidade É Uma Luz Sem Forma Com Pequeninos Guardiões Que Falam Toda E Qualquer Língua’ !!!” e no chão caio, batendo minha cabeça no deserto, esfolando meu queixo. Finalmente sei de toda a verdade, mas acho que não irá adiantar nada pois certamente passarei por um profeta do caos enlouquecido e a esmo deverei vagar pela eternidade.

Texto de Petter Baiestorf.

Em 2000 o desenhista Reginaldo criou a HQ “O Cu“, inspirado no texto “Moleza com Sacanagem Total“, que editei no fanzine ARGHHH #29, e versava sobre o cidadão classe média brasileiro. Segue o resgate da HQ aqui:

Rudolf Macho Magazine

Posted in Arte Erótica, Bizarro, erótico, Fotografia, Putaria with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 25, 2014 by canibuk

Ontem eu estava procurando a biografia do Edgar Allan Poe (que tenho guardada numa caixa embaixo da cama) e na minha procura encontrei a revista “Rudolf” (Macho Magazine) que era dos meus tempos de guri. Dei fim da busca pela biografia do Poe e corri aqui digitalizar a “Rudolf” número 1 (editora Ki-Bancas Ltda.) para disponibilizar ela aqui no Canibuk. Achei, também, algumas outras revistas eróticas na mesma caixa e as digitalizarei/postarei mais no futuro.

Boas punhetas com a “Rudolf”, era a pornografia que existia antes da era internet, bateu maior nostalgia!

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A Triste, Porém Alegre, História do Membro de Mao

Posted in Bizarro, canibalismo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 12, 2012 by canibuk

Mao Sugiyama quando criança adorava se vestir com as roupas das irmãs, ao que tudo indicava seria um transformista. Ao chegar na adolescência começou a se considerar o “Assexual de Tokyo”. Assexuais são pessoas que, em teoria (eu, na qualidade de tarado, não consigo imaginar alguém assexuado), não se interessam sexualmente por nenhuma criatura/objeto, seja homem, mulher, animais, enguias ou sofás. Ao completar 22 anos de idade Mao resolveu passar por uma cirurgia de remoção de seu incômodo órgão genital masculino e o guardou na geladeira de sua pequena kitnet. Alguns dias depois, já recuperado da complexa cirurgia, postou o seguinte tweet:

“[Por favor, retweet] Estou oferecendo meus órgãos genitais masculino (pênis inteiro, testículos, escroto) como refeição por 100 mil ienes. Será preparado cozido como desejar o comprador em local à ser combinado.”

No dia 13 de abril (passado), depois que exames comprovaram que o órgão era saudável, o membro de Mao foi cortado em pedacinhos e preparado com cogumelos e salsa italiana, acompanhado de pratos extras à base de crocodilo. Cinco pessoas se deliciaram com o, segundo eles, delicioso pênis de Mao. Uma sexta pessoa que iria participar do banquete desistiu e o evento foi uma atração para inúmeras pessoas que compareceram somente para ver tal ato histórico com seus próprios olhos.

No dia seguinte Mao Sugiyama postou fotos do banquete em seu blog (atualmente fora do ar). Como o banquete causou comoção entre os cidadãos mais conservadores do Japão, as autoridades foram chamadas e acabaram chegando a conclusão de que o banquete foi legal, já que não há leis contra canibalismo naquele país.

Sou um defensor de que as pessoas devem fazer o que curtem e achei que o governo japonês soube entender bem os desejos das pessoas envolvidas. Se Mao odiava seu pênis e hoje é mais feliz sem seu membro, ótimo! E aproveitar o membro num jantar que saciava os instintos canibais de cinco cidadãos livres, melhor ainda. Vivemos numa época que não se permite desperdícios (só não precisava servir carne de crocodilo junto do exótico prato culinário que Seabrook tanto adorou, como vegetariano não aprovo a morte de animais para alimentação). O que me preocupa é a sexta pessoa, que na hora “H” desistiu de experimentar tão rara iguaria, uma pessoa assim, que combina algo e não cumpre, tem problemas e deveria ser investigada.

Preparando o membro de Mao.

Raríssimo manjar já cozido e pronto para ser servido com cogumelos e salsa.

William Seabrook e as Delícias da Culinária Canibal

Posted in Bizarro, canibalismo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on maio 31, 2012 by canibuk

William Seabrook Buehler, nascido dia 22 de fevereiro de 1884 em Westminster, Maryland, foi um jornalista explorador obcecado por descobrir (e relatar) culturas desconhecidas para o público branco médio dos USA numa época em que a informação dependia de jornalistas corajosos e criativos (diferente dos dias atuais em que essa profissão foi dominada por jovens preguiçosos/acomodados que fazem o que seu dono manda). Dado à aventuras, em 1915 se juntou ao exército francês na Primeira Guerra Mundial e, no ano seguinte durante a batalha de Verdun, foi intoxicado por gás alemão. Quando voltou aos Estados Unidos, cheio de cicatrizes e histórias, conseguiu emprego no jornal The New York Times e começou a viajar pelo mundo em busca de histórias de culturas desconhecidas.

Fascinado por ocultismo e satanismo, Seabrook passou uma semana com o charlatão Aleister Crowley no outono de 1919. Crowley vinha de uma família rica e na falta do que fazer espantava o tédio criando textinhos esotéricos para impressionar ricos como ele próprio. Em 1904 ele “recebeu” de “entidades espirituais” o livro “The Book of the Law” (“O Livro da Lei”, muito plagiado por Paulo Coelho e Raul Seixas nos anos 70). Também era pansexual e experimentador de qualquer tipo de drogas naturais ou sintéticas e a farra com Seabrook deve ter sido ótima, já que nosso explorador também era chegado numa boa festa com putaria e drogas. O fato é que este encontro entre duas personalidades tão originais rendeu o livro “Witchcraft: Its Power in the World Today”, onde Seabrook narra este encontro.

Logo se interessou pelas práticas do vodu haitiano e viajou para lá a fim de realizar suas próprias experiências. Jamie Russell em seu livro “The Book of the Dead” (Editora Barba Negra) nos conta que Seabrook foi apresentado aos zumbis haitianos por um fazendeiro local e logo reparou que estes zumbis são “frutos da crença religiosa que domina a ilha, símbolo poderoso do medo, da desgraça e perdição”. Essa viagem resultou no livro “The Magic Island” (“A Ilha da Magia”, 1929, nada a ver com a ilha de Florianópolis, também conhecida como a Ilha da Magia, lógico!) onde o pesquisador descreve os zumbis como “um cadáver humano sem alma, ainda morto, mas tirado do túmulo e mantido por feitiçaria com um semblante mecânico de vida – é um corpo que se faz andar e agir e mexer como se estivesse vivo”. O público americano foi ao delírio, na época, com os relatos emocionates e tétricos desta aventura de Seabrook. Este livro é o responsável por introduzir o conceito “zumbi” na cultura popular e serviu de inspiração para o roteiro de “White Zombie/Zumbi Branco” (1932) de Victor Halperin, estrelado por Bela Lugosi e com momentos bem divertidos.

Cada vez mais sedento por novas aventuras, se recusou a escrever sobre canibalismo até que conseguisse provar ele mesmo a carne humana. Durante uma viagem pela África Ocidental conviveu com uma tribo conhecida como Guere onde pediu ao chefe que gosto tinha a carne humana e, diante de sua insatisfação ao ouvir a descrição do chefe tribal, saiu de lá com a certeza de que experimentaria ele próprio o gosto da carne humana. Pouco tempo depois subornou um servente de um hospital de Paris para que lhe conseguisse um quilo de carne humana, logo em seguida deu entrada o cadáver de um operário que havia sido atropelado e Seabrook conseguiu sua preciosa iguaria. Correu para o apartamento de um amigo e convenceu a cozinheira da casa a assar, grelhar e cozinhar aquele estranho tipo de carne de “bode selvagem” (nome que usou para a cozinheira) que até então ninguém havia comido. Enquanto experimentava a carne humana fez minuciosas anotações onde a comparava com carne de porco e sentiu a necessidade de mais tempero. Escreveu: “Carne leve, boa, sem gosto bem definido. Não muito duro ou pegajoso, uma carne agradável e de excelente paladar!”. Fica a dica!

Man Ray, fotografo e diretor de vários curtas surrealistas como o clássico “Le Retour à La Raison” (1923), relatou que Seabrook pediu para que ele cuidasse seu apartamento uma tarde. Ao chegar lá o fotografo encontrou uma garota nua acorrentada ao pilar da escadaria com um cadeado e instruções para não ser desamarrada pois estava recebendo muito bem por aquele serviço. Seabrook era um sádico sexual dado a cultivar práticas de sexo bizarro gostoso. Diz a lenda que circula em torno de sua figura, que quando viajava uma de suas malas estava sempre cheia de chicotes e correntes para satisfazer suas fantasias sexuais.

No final de 1933 foi internado na instituição mental de Westchester County para tratamento de alcoolismo, onde permaneceu internado durante quase seis meses e, em 1935, publicou “Asylum”, livro onde relatou suas experiências no hospício e que acabou se tornando um best seller. Ainda em 1935 se casou com Marjorie Muir Worthington, uma escritora com mais de 15 livros publicados, incluíndo “The Strange World of Willie Seabrook” (1966). O casamento durou somente até 1941 por culpa do alcoolismo de William e seu comportamento cada vez mais sádico nas diversões sexuais do casal. Em 1961 foi produzido o telefilme “Witchcraft” de Harold Young, com inspirações nos estudos ocultistas de William, filme este que infelizmente ainda não consegui assistir.

Em 1945, no dia 20 de setembro, cometeu suicídio por overdose de drogas. No final da vida costumava afirmar que “não havia visto nada que não têm uma explicação racional e científica”. Em tempos que o cinema americano se encontra tão sem idéias, seria lindo ver uma produção bem feita sobre a vida de Seabrook e suas descobertas macabras.

Receita de Carne Humana Agridoce

Ingredientes:

600 g de carne humana cortada em cubinhos de 2cm

1/2 xícara (chá) de farinha de trigo

1 ovo

1/2 xícara (chá) de açúcar

1/2 xícara (chá) de vinagre

1/3 xícara (chá) de suco de abacaxi

1/4 xícara (chá) de catchup

1 colher (chá) de molho de soja

2 colheres (sopa) de maizena

2 colheres (sopa) de água

1 xícara (chá) de pedacinhos de abacaxi em calda, escorrido

1 pimentão verde cortado em pedaços de 1cm

Óleo para fritar

Sal e pimenta-do-reino a gosto.

Modo de Preparo:

Misture a farinha e o sal. Passe a carne humana no ovo batido e depois na mistura de farinha, até que os pedaços estejam bem cobertos. Frite a carne numa frigideira em bastante óleo quente por 6 a 8 minutos, ou até que fique bem dourada. Retire, escorra e reserve mantendo quente. Em uma panela funda, misture o açucar, o vinagre, o suco de abacaxi, o catchup e o molho de soja e pimenta-do-reino, se desejar. Leve ao fogo e deixe levantar fervura. Misture a maizena com água e adicione ao molho, mexendo sempre. Continue cozinhando até que o molho engrosse. Reserve. Junte ao molho a carne humana quente, os cubinhos de abacaxi e os pedaços de pimentão. Esquente outra vez, mexendo sem parar, por cinco minutos. Sirva enquanto quente, acompanhado de arroz.

* IMPORTANTE: Como Seabrook nos ensinou, não faça este prato em casa, faça-o na casa de algum amigo sem nada falar. Como sou vegetariano não testei este prato.

A exentricidade de Joel-Peter Witkin

Posted in Arte e Cultura, Bizarro, Body Modification, Fotografia with tags , , , , , , , , , on novembro 17, 2011 by canibuk

Eu me xingo todos os dias, me amo e me odeio, amo e odeio o que faço mas acho que isto é normal, pois você deve se colocar no centro e se desafiar. Se você não se desafia… digo, quebrar as regras para produzir algo bom e novo. Algumas vezes eu faço escolhas ridículas, mas eu sou um apostador, um apostador visual. Algumas vezes o resultado é fantástico.”  Joel-Peter Witkin. Trecho de uma  entrevista tirada do site olhavê.com/blog

Fotografando desde os onze anos de idade, Joel-Peter Witkin tornou-se  um fotógrafo americano extremamente inovador, controverso e considerado polêmico por muitos por causa dos temas abordados no seu trabalho. Um fato que, segundo o artista,  lhe serviu como forte inspiração aconteceu quando Joel, ainda criança, presenciou um terrível acidente de carro onde viu uma garota ser decapitada, uma experiência brutal que o levou a retratar a morte e um lado da vida que todos tentam evitar desde que o mundo é mundo. Desde então o “sangue frio” para o horrendo sempre foi uma característica forte do jovem.  Quando adolescente, começou a tirar fotografias de um anão de três pernas para que seu irmão gêmeo, pintor, pudesse usar como modelo. Filho de mãe judia e pai católico, a religiosidade também  sempre esteve presente nas suas obras.  Sua primeira fotografia conhecida foi tirada de um rabino que dizia ter visto e falado com Deus. Em seguida, veio um hemafrodita  que apresentava-se num circo de horrores, isso despertou um fascínio grande no Joel e ali ele teve sua primeira experiência sexual, experiência que o marcou e refletiu-se no seu trabalho.

“Eu acredito que a minha vida e as minhas fotografias são inseparáveis. Em outras palavras, enquanto faço as fotos, e eu acho que isto é verdade para a maioria dos artistas verdadeiros, não em uma base diária, mas através de uma descoberta visual através do anos. Duas coisas acontecem em meu trabalho, comecei a fotografar quando tinha 11 anos e agora estou com 70 anos então tive muito tempo para fazer fotos e pensar sobre as coisas e aumentar o nível de amor. Muitas pessoas pensam que minhas fotografias são muito “dark” e “bla bla bla”, mas na verdade elas não são. Nas fotografias que eu faço minha intenção é mostrar os nossos tempos, o presente tempo que estamos vivendo na Terra, baseado na história da civilização ocidental. ”     Joel-Peter Witkin. Trecho de uma  entrevista tirada do site olhavê.com/blog

Witkin estudou artistas renascentistas como Giotto e simbolistas como Alfred Kubin e Gustav Klint e grande parte de seus trabalhos tem  como referências a arte clássica e religiosa.

Ao se alistar no exército foi incumbido de fotografar as mortes dos soldados que ocorriam durante os treinamentos militares, acidentes causados por manobras ou casos de suicídio, após tal experiência, entre 1961 e 1964  alistou-se como fotógrafo durante a guerra do Vietnã. Perturbado com tudo o que já tinha visto e passado e com o que ainda o esperava pela frente, Joel tentou cometer suicídio.  Em 1978, casa-se com uma tatuadora e é a partir daí que começa sua ascensão.

Muitas de suas obras, em especial aquelas que continham cadáveres,  tiveram que ser criadas no México pois era o único lugar onde era autorizado a utilizar os corpos. Joel ia cuidadosamente escolher os cadáveres no necrotério ou nos hospitais, de acordo com a idéia já estabelecida para a fotografia.                                                            Sua técnica de trabalho consiste em arranhar os negativos, alterar as cores da impressão e uma técnica de impressão com a mãos utilizando alguns componentes químicos, tudo cuidadosamente elaborado.

Formado em Master of Arts pela Universidade do Novo México, Witkin fez sua primeira exposição em 1980, em Nova Iorque. Ganhou grande notoriedade, foi elogiado por uns e criticado por muitos outros. Tratando de temas tabus e usando imagens que a maioria das pessoas desprezam ou consideram chocantes, foi chamado de sensacionalista, blasfemo e despudorado. Sua obra é muito discutida por críticos de arte que questionam se o cara é mesmo um artista talentoso e inovador ou apenas um vendedor de sadismo disfarçado como amor e compaixão, por outro lado, adoradores reconhecem e defendem seus méritos artísticos.

O que sabemos é que é impossível ficar indiferente à suas obras. Ou você adora ou odeia. Witkin faz um trabalho incomum  e os temas não são charmosos,  trabalha com a morte,  sadomasoquismo,  corpos defeituosos, doenças mentais, atrocidades, perversidades sexuais e desajustados, consegue, ainda assim, mesmo usando todo tipo de perversidade visual extrema, dar um caráter belo a sua obra que é carregada de crítica a falta de humanidade e aos padrões estéticos estabelecidos pela sociedade.  Já é considerado um dos principais fotógrafos da segunda metade do século XX, tem diversos livros publicados e suas obras são compradas por grandes galerias no mundo inteiro.

Joel-Peter Witkin

John Willie – O pioneiro da Arte Fetiche.

Posted in Arte Erótica, Bizarro, Body Modification, Cinema, erótico, Fetiche, Fotografia, Ilustração with tags , , , , , on setembro 20, 2011 by canibuk

Considerado o pioneiro da arte fetiche, John Willie (que na verdade se chamava John Alexander Scott Coutts)  nasceu em 9 de dezembro de 1902, em Singapura, cresceu na Inglaterra e mudou-se, por volta dos 40 anos, pra Nova York, onde seu trabalho alcançou mais conhecimento. Desenvolveu vários trabalhos como fotógrafo fetichista, ilustrador e artista bondage.

Willie foi o criador da Bizarre Magazine, revista fetichista e cheia de estilo, que teve seus números publicados entre os anos 40 e 50, e trazia diversas fotografias (grande parte de sua  esposa) e ilustrações de figurinos fetichistas, idéias que ele tirava de cartas que recebia dos leitores, e publicações das próprias cartas dos leitores. Mais tarde ele seria acusado de inventar essas cartas, mas sempre defendeu a veracidade das mesmas. A Bizarre só durou 20 edições e vinha recheada de sadomasoquismo, bondage, salto alto, espartilhos, meias e cinta-liga, acrotomofilia (fetiche por amputados), travestismo e body modification. Uma delícia que realmente faz falta hoje em dia para aqueles apaixonados pelo tema. Após a publicação das 20 edições, Willie mudou-se para Hollywood,  descobrindo em 1961 um tumor cerebral que o fez parar de trabalhar. Inexplicavelmente, ele destruiu todos os seus arquivos e voltou pra Inglaterra onde morreu dormindo em 5 de agosto de 1962.

No cinema, ele pode ser visto no “The Notorious Bettie Page“, filme  de 2005 que conta a história da pin-up Bettie Page, onde foi interpretado pelo ator Jared Harris.

Sem dúvida o cara é referência e fonte rica de inspiração pra todos os artistas e amantes da arte fetiche.

Sangue, esperma, revolta e excrementos.

Posted in Bebidas, Bizarro, canibalismo, Música with tags , , , , , , , , on agosto 10, 2011 by canibuk

Se não existisse algo como rock ‘n roll, Cristo, eu seria, não sei, um Serial Killer, sabe? Alguma coisa… eu tenho toda essa raiva dentro de mim. Vou lhe dizer, minha música sempre soou dessa maneira. Eu não estava a espera de uma moda ou tendência, eu fazia por conta própria.

Depois de passar a madrugada toda ouvindo no Repeat o álbum “Freaks, Faggots, Drunks & Junkies” do GG Allin. tinha que postar qualquer coisa aqui desse podrão, coisa que já queria ter feito tem um tempo, mas sempre fui adiando.

GG Allin tinha pais religiosos e recebeu o nome de Jesus Christ Allin ao nascer no dia 29 de agosto de 1959 (em agosto só nasce gente foda e doida, não? ahahaha), nome que foi mudado por sua mãe logo antes dele entrar na escola. Ela achou que  o nome não combinava muito com a personalidade do filho. Mais tarde o mundo veria.

GG  teve várias bandas punk e acho que a palavra que define bem o cara artisticamente e pessoalmente é CAOS! Os shows eram famosos porque GG exagerava nas bizarrices, cagando no palco e comendo a merda, enfiando microfone no próprio cu, se cortando com cacos de vidro, batendo punheta e daí pra mais. O shows começaram a terminar sempre do mesmo jeito, com a polícia invadindo  e o  levando  preso.  O cara foi banido de praticamente todo o lugar onde tocou. GG era aquele tipo de pessoa que fugia completamente daquilo que a sociedade chama de convencional e, claro, começou a ser perseguido por isso, era perigoso, ia contra o que era pregado como moral e bons costumes. Era o mal exemplo ou “uma celebridade por todos os motivos errados”, como dizia seu boletim da condicional .

“São as pessoas do poder tentando delimitar e cercear, dizendo “ok, isso é aceitável, mas isto não é” e eu sou o que não é aceitável, porque eu não estou em uma grande gravadora. Em outras palavras estão dizendo o que é o underground. Eu sou o verdadeiro undergorund, e eles sabem, mas não querem que você saiba sobre mim, então eles estabelecem o limite. Eles dizem”qualquer coisa pior que isso é ilegal”, então ninguém irá olhar além, mas lá estou eu, eu sou o que está além do aceitável.”

Sua música não fugia do que ele era, uma guerra contra os valores sociais.  Letras depravadas e agressivas, com sangue, sexo,  violência e porrada.

Todos os discos são diferentes, cada um é um retrato do que eu vivia no momento. Eu sempre acho que o último é sempre o melhor.  “Freaks, Faggots, Drunks and Junkies ” ainda é maravilhoso.  Eu estava enlouquecendo na época, tinha gente querendo me matar. Eu estava mandando cartas desaforadas pra todo mundo que eu conhecia na época, xingando todo mundo. “Eat My Fuck” era jóia. A versão original acho que lancei 1500 cópias e fiz as capas eu mesmo durante um dia inteiro.  Eu comprei capas totalmente brancas e aí fiz o contorno do meu pau em cada uma delas com um pincel atômico, depois desenhei o esperma sendo ejaculado. A garota que eu estava na época ficou me fazendo sexo oral o dia todo, aí pude mantê-lo sempre no mesmo tamanho.  Mas isso já faz muito tempo, meu lance agora é muito mais político“.

O cara fazia o que queria e não se arrependia disso, propagava suas idéias e vontades e, claro, pagava as consequências, coisa que qualquer um que decide viver por sua própria conta e cabeça acaba passando em maior ou menor escala, seja sofrendo censura, preconceito, sendo ignorado ou chamado e tratado como louco e ameaça. Você pode mudar e  se moldar todo ou continuar sendo você mesmo, cagando,  jogando a merda no planeta e ficando de cara dura e erguida pra receber os respingos que voltam!

GG Allin morreu de uma overdose de heroína em junho de 1993.

O que você quer que o cidadão comum saiba sobre você?

Que eu estou falando sério. Que eu irei preso, que eu vou morrer pelo que acredito. Mas não sei se eles vão entender. Tire toda a merda do Rock ‘n roll e o que sobra sou eu.  Não preciso de mais ninguém, não tenho influências, não tenho heróis, é só eu mesmo. Eu vou mais além, acho que tenho feito tudo o que me propus a fazer. Faço o que quero. Quantas pessoas podem dizer o mesmo?

Saeki Toshio

Posted in Arte Erótica, Bizarro, Ilustração with tags , , , , , , on junho 8, 2011 by canibuk

Nascido em 1945, Saeki é famoso por seus desenhos e pinturas que abordam violência, erotismo e perversidade. Com diversos livros, é uma grande influência no Japão para muitos artistas contemporâneos. Sua arte recebeu várias advertências do governo japonês por conta da temática, mas nunca foi oficialmente proibida e é sempre consumida com avidez por inúmeros fãs em vários continentes.  Seu objetivo maior é o de chocar as pessoas, e ele faz isso muito bem, trazendo à tona personagens que estão sempre em evidência em alguns fetiches japoneses e que  habitam o lado obscuro da mente humana.  Sem dúvida um dos maiores representantes do Eroguro de todos os tempos.

 

Salvador Dalí

Posted in Arte e Cultura, Bizarro, Entrevista with tags , on maio 14, 2011 by canibuk

Na última quarta-feira (11 de maio),  se estivesse vivo,  Salvador Dalí faria 107 anos e, em homenagem a este gênio e maluco, que tinha como um dos passa-tempos preferidos chocar e chocar mais e mais um pouco, Canibuk posta aqui uma entrevista, publicada originalmente em castelhano, concedida ao L’express no dia 06 de abril de 1971. A entrevista mostra o Dalí como ele sempre fez questão de ser em toda a vida: polêmico.

Divirtam-se com o homem que é o prórpio Surrealismo e que, com muito esforço, jamais passou despercebido…

Salvador Dalí, para muitas pessoas é um dos maiores pintores vivos, um escritor maravilhoso, uma inteligência notável. Mas, para  grande parte do público é considerado um mistificador, apaixonadamente em busca de publicidade.  Você mesmo, como se define?
Eu sou um dos poucos artistas contemporâneos que sempre se recusou a pertencer a um partido ou de qualquer agrupamento político. A história é minha paixão, porque é “mais” por excelência, enquanto a política é apenas a história da história efêmera.

Dentro da história da pintura, não é você, também, uma efêmera história?

Eu disse e repito, eu considero que como  pintor sou um artista medíocre.  Quando me comparo com os grandes pintores do passado, Vermeer, Velázquez, e Gérard Dou, a quem eu descobri no Petit Palais, a exposição do Age of Rembrandt, considero-me uma catástrofe artística.  Mas, pelo contrário, se eu me comparar com meus contemporâneos, então, obviamente, eu sou o melhor. Não é que seja bom, mas os outros são tão ruins que a comparação se revela impossível.

Em que artistas pensas? Em Picasso?                                                                                                                                                                                                           Em todos.  Eles têm duas coisas terríveis. Em primeiro lugar, a lógica herdada de Descartes, uma catástrofe. Em segundo lugar, o que chamam de bom gosto.  Com isso se tem construído o mito da pintura moderna, absolutamente ilegítimo.

Porque és inimigo de Descartes e de seu sistema cartesiano?
Porque Descartes baseia-se principalmente nos fenômenos tradicionais de inteligência, e inteligência está produzindo seu fracasso em todos os lugares.

Você pode esclarecer os sinais deste fracasso?
Teria de perguntar ao príncipe de Broglie, ou Heisenberg. Os escritos de Heisenberg mostram o total fracasso da inteligência.

Você mesmo, se considera inteligente?
Eu sou um monstro de inteligência.  Em uma sociedade como a nossa, é perigoso ter muitos Picasso e Dali. Felizmente, não é o caso.

Lamenta ser inteligente?
Eu sinto muito por minha pintura. Pintores muito menos brilhantes do que eu, por exemplo, Gerard Dou, poderiam ir muito mais longe, por causa da sua própria mediocridade.  Isso me impressionou ao ver, no Petit Palais, a pintura de “balão de Mulheres”.

Por isso modificará sua pintura?
Absolutamente.  Como eu já disse cem vezes, eu gostava de Vermeer. Para mim foi o maior de todos os pintores. Em Gerard Dou nunca quis parar, ao contrário de meu pai que sempre me disse: “Dou é o melhor”.  Mas meu pai morreu há algum tempo… E no outro dia no Petit Palais, pela primeira vez na minha vida, olhei realmente os quadros de Dou, que depois eu soube, foi um dos pintores favoritos de Luís XIV… E então me encantei.  Retiro tudo o que eu disse antes sobre Meissonier, sobre pintores pedestres. A arte máxima de pedestres estava lá, nesse quadro “Mulheres hidrópicas” pintado sem pretensão, mas com uma nobreza que transcende tudo isso, uma série de nuances que você não pode imaginar que um olho humano teria notado. A fotografia nunca será capaz de sutilezas semelhantes. É a alegria total.  Sem dúvida, este é o caminho a seguir.

Você é a favor da honestidade na pintura?
Pela honestidade em tudo.

Qual é a sua definição de pintura?
Fui o único, no período surrealista, que disse: “A pintura é a fotografia a cores do pincel. Nada é mais surreal do que a realidade. A existência da realidade é a coisa mais misteriosa, mais sublime e surreal que se dá. Pintei duas vezes na minha vida cestos de pão.  Eu pensei que eram fotos menos surreais do meu trabalho, já que havia apenas cestas de pão dentro. Mas eu acabei de descobrir, lendo Michel Foucault, o significado esotérico da cesta.  Ambas as naturezas-mortas que, aos meus olhos, no momento em que as pintava, não tinham nenhum significado, são talvez as coisas mais surreais que eu fiz.

Se pode ser surreal sem saber?
Especialmente sem saber.  Além disso, esta foi a opinião de Freud.  Um dia descobriu, antes de mim, que os surrealistas não lhe interessavam.  E como eu estava com medo, sabendo que foram baseadas em cima dele, ele disse: “Prefiro os quadros em que não há  traço aparente de surrealismo. Estes eu estudo. Ali encontro tesouros do pensamento subconsciente”.

Mas você pertence mais à categoria oposta.  Em suas pinturas mais famosas, “A Metamorfose de Narciso”, que está na Galeria Bolsa de Londres e em “O Enigma de Guilherme Tell”, em Estocolmo, o subconsciente está em toda parte, dominam temas psicanalíticos.
Ah, sim! No entanto, eu sou o produto do surrealismo consciente. Mas agora eu descobri Gérard Dou, isso vai mudar.

Como pintará?
Quero fazer  pinturas surrealistas sem saber, tais como cestos de pão.  E para começar, pintar o retrato de Gala, minha esposa, a quem mais amo, com o vestido de Deus levando a noite de Natal.  Um vestido de lamé formado de pequenos flocos de todas as cores.  A coisa mais difícil de pintar do mundo. Leve o tempo que levar. Será o quadro mais caro do mundo.

Você acha que as pessoas que compram Dalí fazem uma boa coleção?
Pergunte  ao Sr. Morse, que vai abrir um Museu Dalí, em Cleveland. Parece realmente nadar em felicidade.

Ainda tem grandes inimigos vivos?
Acho que nenhum. Mas eu gostaria que o mundo inteiro fosse meu inimigo. As pessoas inteligentes que estão contra mim são muito valiosas… O pior, terrível, são as pessoas estúpidas que me defendem.  Os subdalinianos.

Qual escritor estima mais?
Na minha opinião, o maior gênio é Raymond Roussel, ou seja, exatamente o oposto de Jules Verne. Considero Julio Verne  um dos idiotas mais fundamentais do nosso tempo. A humanidade embarcou nas suas meninices… Começando com a conquista do espaço, onde não há absolutamente nada para encontrar, já que o universo inteiro converge em direção à Terra, e a Terra é o único planeta que se manifesta esse fenômeno que se chama vida. Pra quê conquistar a Lua se, inclusive em nosso planeta, existem muitas áreas que não valem nada? A única seção significativa da Terra é, em última análise, a região entre Figueras e Toulouse.  Mas mesmo ali há realmente muito poucas coisas que valem a pena.

O prazer, a festa, qual o papel que desempenham na sua vida?
Um papel essencial. Eu acho que a vida deve ser uma festa contínua. Sou contra Descartes, porque ele era um homem que pensava. Eu nunca penso, jogo. O homem que mais odeio no mundo, eu vou dizer, é Auguste Rodin.  Porque ele é o autor de uma escultura abominável que representa um pensador, a cabeça apoiada em uma mão. Nesta posição, você nunca pode criar. Ou defecar. Você só pode criar as condições para jogar.  Os maiores cornudos de todos os tempos são pessoas como Rodin, Descartes e, sobretudo, o Karl Marx. Um cara que passou, deus sabe quantos anos, escrevendo O Capital.  Tudo o que ele disse é o inverso da realidade. Entre outras coisas, previa a luta de classes: já não há porque as classes desaparecem.  Pelo contrário, ele não tinha previsto a verdadeira luta de nosso tempo, ou seja, a luta das raças.  Na China, o Japão, Israel, o mundo árabe, etc: nada, nem uma palavra. Isso não é surpreendente. Karl Marx, como Descartes, era um indivíduo de infecções respiratórias. Os digestivos são um tipo muito mais interessante.

E você, está entre os digestivos?
Eu digiro cada vez com maior satisfação.  Eu descobri que a coisa mais importante na vida é o momento da excreção. Uma coisa que mexe comigo é a banalidade das latrinas. Seja Kruschev, Stalin, todo mundo está reduzido a usar as mesmas.

Quer mudar isso?
Projetando uma espécie de assento de honra.  Eu desenhei. Vou expor. São os golfinhos.  No sepulcro dos romanos, dois golfinhos entrelaçados pela cauda. Eu coloquei os golfinhos de costas, a cauda para baixo, duas cabeças no ar. De modo que se possa utilizar cada boca para um uso específico.  Isso me lembra uma história maravilhosa que  disse o poeta Federico García Lorca.  Seu amigo, o compositor Manuel de Falla, era muito profundo, muito maníaco. Um dia ele disse ao Lorca: “Eu vou a um show. Você pode preparar a mala?”. Ele acrescenta: “Tome essa tabela e coloque-a no meio” – “Por que?”. “Porque eu nunca misturo o que toca nas partes nobres da buzina com cuecas e meias, sempre separo em minha mala “…

Voltamos a festa. O que essa palavra significa para você?
Para mim, a festa é o fogo de artifício constante. É encontrar pessoas a quem se ver muito pouco, dizendo coisas que influenciam, para mudar sua mente, perturbá-la, torná-lo mais inteligente. Embelezar o feio e estragar o belo. É manipular as pessoas da minha época divertindo-as.

Como suporta a solidão?
Eu nunca estou sozinho.  Eu tenho o hábito de estar sempre com  Salvador Dalí. Acredite em mim, é uma festa permanente.

A pintura faz parte da festa?
E não! Em minha casa em Port Lligat, quando eu pinto, eu sigo o conselho do Rafael, que disse: “Quando você quer conseguir alguma coisa, tem que pensar sempre e acima de tudo em outra coisa”. Então, quando eu pinto, Gala sempre me lê livros, não escuto o que lê, porque eu ouço música, ao mesmo  tempo.  Mas, na verdade, tão pouco ouço a música. Porque eu penso em outras coisas. Ao terminar o dia  estou muito surpreendido com o que fiz, sem saber certamente como saiu… Cada pintura é o produto de uma festa perpétua da minha mente.

A técnica não lhe dá trabalho?
Eu não me preocupo com isso. Quem se preocupa com técnica erra em tudo.

Onde você conseguiu a sua técnica? Aprendeu na escola?
Frequentei a Escola de Belas Artes em Madrid, uma das melhores escolas do mundo.  Mas não aproveitei as lições que me davam, porque naquela época era o cubismo. No entanto, algo deve ficar. Um dia alguém me disse: “Tens uma técnica extraordinária, devia escrever um livro sobre a técnica”.  Então, eu escrevi esse livro. Brincando.  Inventei receitas completamente fantasiosas. Agora, quando quero pintar alguma coisa, me volto a esse livro escrito em tom de brincadeira.  O que significa que, no fundo, eu jamais brinco. Às vezes eu digo coisas para impressionar os jornalistas, para chocar. Muitas vezes, o que eu disse brincando revela-se mais verdadeiro do que julgam.

Você fala sobre as suas festas pessoais. Mas nunca pinta seus quadros para o prazer dos outros?
Não, não. A finalidade dos quadros, realmente, é puramente comercial. Uma citação de Gustave Moreau me impressionou: “Deixo de pintar minha parte, só quando eu ver que o ouro surge da ponta do meu pincel.”. Observo isso ao pé da letra. Inclusive pescadores de Cadaqués, dizem: “Aquele porco do Dali, com seu pincelzinho, faz ouro.”. Sou místico como todos os espanhóis.  Ser místico é fazer ouro.

Não foi esse amor pelo ouro que o tornou impopular com os surrealistas, especialmente com André Breton?
Eu digo com Luís XIV: “O surrealismo sou eu. Todos os outros se enganaram, porque eram românticos.”. Dito isso, eu fiquei realmente surpreso quando recebi a notícia da morte de André Breton, ao ler lá: “Ele buscou o ouro do tempo”.  Isso pareceu muito estranho, vindo de um homem que tanto havia me acusado de desejo e, para me designar, tinha inventado o apelido de “Avida Dollars”, um anagrama de Salvador Dali.  Então eu pensei: “Ele buscou o ouro da época, e eu o encontrei.”

O que o autoriza a dizer que o Surrealismo é você?
Eu sou o único surrealista realmente saído do romantismo. Os outros, com o seu romantismo, provocaram todas as catástrofes. A invasão de Hitler é o produto do Surrealismo, a revolução de maio de 1968 também. Eu sou o único clássico surrealista que vive perto do Mediterrâneo, em regiões claras, enquanto todos os outros estão amarrados pelo romantismo alemão.

Você não era hostil a Hitler?
É uma calúnia. Assim que Hitler chegou, eu  sai. Mas, em pleno surrealismo, eu disse para os surrealistas: “Se são surreais, se amam o romantismo, e sobretudo o romantismo alemão e irracional, então amem a Hitler, que é um louco, um total ser delirante.”. Naquela época, eu mesmo sonhava com Hitler, estava fascinado pela volta de Hitler. Da mesma forma, em outro momento, estive fascinado por Lênin. Hitler parecia ter uma volta muito previsível. Claro, isso foi uma reação puramente irracional e surreal. Eu havia previsto o fim de Hitler com dois anos de antecedência. Eu anunciei, em uma novela. Era realmente inevitável. Porque ele era um masoquista puro. Tinha empreendido toda essa ação wagneriana com a meta inconsciente de perder ou morrer.

E Stalin, o que você acha?
Todos os personagens têm muita autoridade, Mao, Lênin, me impressionaram muito. Stalin, acima de todos os outros, porque era o mais cruel, o mais autoritário que, na história contemporânea, foi verdadeiramente Vulcano forjando o escudo de Aquiles.  Escudo que, por outro lado, servirá para proteger a todos nós. Porque os russos estarão do nosso lado para nos defendermos contra os chineses.

Você tem medo de Mao?
Acho que é um poeta muito bom. Ilustrado por suas obras. Dito isto, tenho muito medo dos chineses.

Qual é a sua posição sobre o General Franco?
Estou convencido de que o General Franco é um grande político. Alguns meses atrás eu tive a honra de almoçar com ele e tive a convicção de que é também um santo. Ou seja, um místico, na tradição dos grandes místicos espanhóis.  Após o almoço, foi lá que percebi que era um santo, eu disse que iria tirar um cochilo, como faço todos os dias, um cochilo de meia hora. E ele foi visitar uma biblioteca de manuscritos antigos, o museu. Mudou seu figurino para começar a voar e, em seguida recebeu 15 ministros. Não há no mundo um jovem capaz de tal energia. Só  é capaz  um homem com a fé em sua missão, como ele é.  É um ser absolutamente extraordinário.

O que teria pensado se no final do processo de Burgos, o General Franco não tivesse concordado com a graça dos condenados?
Pessoalmente, sou contra a pena de morte. Eu acho que um homem não tem direito à vida, a existência de outro homem, assim foi o maior criminoso.  Por outro lado, eu estou muitas vezes com os criminosos mais experientes.  Minha preferência é maior pelos seres cruéis. O arquétipo sentimental, representado pelo cantor Yves Montand, é o que mais desprezo, por que ele é bom e choroso. Metafisicamente, portanto, eu sou contra a pena de morte. Mas se ainda existe a pena de morte em algum lugar, e se alguém acha que ela tem uma missão histórica, creio que acredite que ela deverá aplicar-se aos limites. Vinte  condenações à morte, certamente, é mais barato do que milhares de mortos na guerra civil.

Não acha que é monstruoso o que disse
Tudo que estou dizendo é realmente monstruoso. Mas a guerra civil é monstruosa.  Em um de meus quadros, que é uma premonição da guerra civil espanhola, intitulado “Construcción blanda con porotos hervidos”, figura também um monstro que se auto-devora.

O monstruoso faz parte da festa para você?
E não! Eu adoraria explodir seres vivos. Eu não vou, porque eu sou contra a pena de morte. Mas quando se trata de animais, eu tenho menos escrúpulos. Quanto mais sofrem, mais feliz eu fico.  O que eu mais queria era detonar bombas dentro de 8 cisnes e vê-los explodir.

Como você concilia este aspecto cruel do seu caráter com o amor que professa por sua esposa?
Gala, no entanto, é uma exceção em tudo. Mas eu sempre disse que se a Gala morresse, eu gostaria de comê-la.

A cortaria?
Não. Se fosse possível que, morta,  Gala diminuísse como uma azeitona,  então a engoliria. O canibalismo é uma das manifestações mais evidentes de ternura.

Em que Gala é tão excepcional assim?
Me fez ganhar todo dinheiro que tenho.

O que mais?
Foi a primeira com quem fiz amor. Não é que eu goste muito de fazer amor, mas tinha 29 anos e me achava impotente.  Gala revelou-me a mim mesmo.  Nunca fiz amor com mais ninguém.

No entanto, você organizou “festicholas”.
Nunca. Eu assisti “festicholas”, e eu achei antierótico por excelência.

Politicamente, você se diz monárquico. Porque?
Porque, do ponto de vista científico, é a única forma de governo que corresponde às recentíssimas descobertas das ciências biológicas. Da primeira para a última célula, tudo foi transformado de modo inevitável,  geneticamente. A monarquia é genética. Vem de Deus.

Você é mais que monárquico: é legítimo.
Exatamente. E minhas idéias sobre isso há pouco foi reafirmada pelo Légitimité, um livro extraordinário de Blanc de Saint-Bonnet, eu procurei por anos e finalmente encontrei esses dias.  O autor refere-se a Blanca de Castilla, mãe de San Luis, que disse: “. Eu prefiro ver o meu filho morto antes de saber que estava alguns minutos em pecado”.  Enquanto Letícia, mãe de Napoleão, repetia sem parar: “Aproveita, pois não vai durar.”.  É toda a diferença entre legítimos e ilegítimos.

Você acha que os governantes legítimos são mais honestos, mais desinteressados?
Para falar de uma maneira vulgar, os presidentes das repúblicas têm sempre uma tendência, porque o seu mandato dura apenas cinco anos, a fazer combinações, para pôr dinheiro à esquerda e à direita.  Na Suíça, quem nasce príncipe que não precisa fazer dinheiro, apenas tem que nascer.

Você acredita no restabelecimento das monarquias na Europa?
Na minha opinião, tudo caminha para a monarquia. Inevitávelmente. Na Espanha, é um fato. Roménia vai seguir.  E então eu não sei. O terrível é que os reis atuais não são monárquicos. Eles dizem: seja liberal, falam de socialismo e assim por diante.  Não é assim. Tem que ser absoluto. Mas convencer um rei de que deve ser monárquico é muito complicado. Portanto, eu gostaria de publicar extratos do livro de Saint-Bonnet Blanc e oferecer ao meu príncipe, Juan Carlos.

Você acha que o rei de Don Juan Carlos será um rei monárquico?
Para um rei, a chave não é ser um gênio, e sim o mais legítimo possívell, tendo recebido uma boa educação e acreditar em sua missão. Juan Carlos recebeu uma educação muito boa, estava no Zaragoza. E estou convencido de que ele acredita em sua missão.

Como você vive em casa, em Cadaqués?
Minha vida é muito rigorosa, mas sempre brincando. Eu me levanto muito cedo. Dou um passeio sempre a mesma hora. Eu faço uma sesta de meia hora, eu levo mais meia hora para nadar. Sempre vou pra cama na mesma hora. Em Cadaqués, às 10h30 já estou na cama. Sempre jogando todo o tempo, me divertindo como um louco.

O que joga?
Um monte de jogos. Por exemplo, quando eu escrevo na cama, eu tenho diante de mim uma televisão japonesa. E eu olho para trás para não saber o que acontece na tela, ou coloco um filtro na frente para complicar as imagens. Depois, como torradas com mel. Coloco mel dentro da minha camisa para grudar na pele e sentir meu pelo todo pegajoso.

Por que TV? Necessita de informação?
Não. Para mim, a televisão é uma espécie de tela que você vê tudo o que pode imaginar.

Resumindo, faz suas festas pessoais sem parar?
Sem parar.  Eu tenho medo de morrer de excesso de satisfação. Veja, hoje eu me divirto muito com você.

Em Cadaqués, repete todos os dias o mesmo script?
Nunca! Um dia, pego mel.  Outro, coloco uma abelha debaixo da minha camisa. Uma vez, eu coloquei sob os meus olhos uma caixa de formigas iluminadas por partículas fluorescentes. Alguns dias, eu não faço nada. Outros, me livro de todos os tipos de manipulações com aglomerados de matéria que tiro do meu nariz, ou se não, manuseio, farejo, rodo de um lado pro outro. De repente, a bola escapa. A perco.  Então, aí vem a loucura. Poderia começar de novo, fazer outra, substituir por uma migalha de pão… Mas deve ficar assim.  Porque corresponde a um pensamento cibernético.

Você já experimentou a angústia por outras razões?
Não, nunca. Não experimento qualquer sentimento humanitário. As grandes catástrofes, como o Paquistão, eu exulto. Quanto mais desastres e guerras ao meu redor mais prazer tenho.  Mesmo assim, sendo um cavalheiro católico, apostólico e romano, quando tais coisas acontecem, envio  dinheiro, eu me comporto como devo, melhor que os humanitários sentimentais.  Se me chamam a prestar contas…  precisam estar corretas.

Mas quem poderia lhe pedir contas?
Todas estas histórias, Deus, tudo isso … “Sejamos prudentes”, como dizia Saint-Granier.

Você sentiu a morte de seus amigos? Você gostava de Federico García Lorca.  Quando ele foi baleado, se comoveu?
Eu gostei. Além disso, como eu disse,  como eu sou um jesuíta ao mais alto nível, eu sempre sinto, quando um dos meus amigos morrem, que fui eu quem os matou. Que morreu por minha culpa.  É particularmente verdadeiro para Lorca, porque se ele tivesse me seguido a guerra civil não teria o surpreendido.  E eu disse  para não ir  juntar-se a mim na Itália, onde eu estava, e ele me disse, quando morreu, que não era minha culpa. Mais uma vez  o maravilhoso foi que, de alguma forma, eu sabia que não era verdade. Mas meu sentimento de culpa não dura muito tempo. Eu penso, afinal, já morreram. E isso me faz duplamente feliz.

Tudo o que você disse é humor negro. Lembra do cão andaluz, que rodou com Buñuel em 1929.  Por que não faz filmes?
Primeiro, porque não é uma arte. Uma pessoa não pode se expressar através do cinema, porque existem outros meios. Quando você tem também muita riqueza à sua disposição, é impossível fazer uma obra de arte.  Nem mesmo uma peça.

Quer dizer que a obra de arte é mais coerção?
Tudo é baseado na coerção.   Gérard Dou poderia fazer uma obra-prima porque tinha uma tela, óleo e seu olho.  No cinema, nem bem se fotografa a coisa, foge o mistério.

Na sua opinião, a arte é a coerção. Uma definição muito clássica na boca de um personagem como você.
Ah, mas eu sou de uma rigidez ainda maior.  Eu sou pelos períodos de Inquisição. Quanto mais coerção há, maior é a precisão no que se quer dizer. A liberdade é o esforço. Nosso tempo esqueceu.  Se libertou do tema da pintura, da técnica, da cor, da figuração, da forma. Veja os resultados: quadros  onde há apenas uma cor com uma linha.

Mas você, quando fala, quando escreve, tem uma linguagem muito livre, rejeita absolutamente qualquer coerção.
Porque eu sou um jesuíta, hipócrita, e uso todos os meios para divulgar as idéias que quero impor ao meu tempo.

Você está preparando uma continuação para O Diário de um Gênio?
Não. Concentrei toda a minha atividade literária na tragédia erótica em três atos e um verso, definida na época de Vermeer e Dou. Já fiz dois atos.  Só falta o terceiro.

Você pretende exibir em Paris?
Embora existam regimes democráticos creio que não poderão representar em nenhuma parte.  Isso irá requerer vários anos de monarquia para que  um rei possa permitir a representação de tal abominação.  O Marquês de Sade, para mim, é engraçado.

Você, que ama as catástrofes, as abominações, o que você acha da bomba atômica?
Eu gosto tanto de catástrofes que eu estou pronto para receber uma bomba nuclear na cabeça. Com uma bomba atômica, só se corre um risco, ir de homem ao status de anjo.  Nada a perder, tudo a ganhar.

Você deseja uma espécie de coroação, a apoteose atômica …
Eu realmente gosto do Apocalipse. Além disso, o ilustro. Mas eu sou como Santo Agostinho. Quero que venha o mais tarde possível.  Quando Santo Agostinho fez todas as orgias, a maior orgia que jamais sonhou, orou a Deus toda noite para fazê-lo. Mas terminou a sua oração dizendo: “Mas espera duas ou três semanas.”

Uma última palavra de Salvador Dalí. É um homem feliz?
Você viu muito bem que durante essa conversa eu não fiquei entediado um segundo…  Acima de tudo, não se esqueça de adicionar um pouco de confusão no texto, se as coisas parecerem muito claras …

Arte fantástica de H.R. Giger

Posted in Arte e Cultura, Arte Erótica, Bizarro with tags , , , , , , , , on maio 8, 2011 by canibuk

Fundamental para a natureza de seu trabalho é sua estética biomecânica, uma dialética entre homem e máquina, o que representa um universo ao mesmo tempo perturbador e sublime.“,  Site Oficial H.R Giger.

H.R. Giger é um artista suiço conhecido e admirado pelos seus trabalhos com formas  biomecânicas executadas com perfeição.  Muitos o conhecem apenas como  o criador do alienígena do filme “Alien” (filme americano de 1979 dirigido por Ridley Scott),  sua obra mais famosa e que lhe rendeu um oscar (seu livro mais famoso “Necronomicon” de 1977 foi a principal inspiração para o primeiro filme da série Alien), mas H.R Giger é muito mais que isso.

Sua obra mais famosa, Alienígina criado para a série "Alien".

Com grandes obras que passeiam por diversas áreas e criações artísticas, ele se divide entre os talentos de pintor, escultor, desing de comunicação e arquiteto de interiores. Sua arte, classificada por ele mesmo como surrealista/realista fantástica, é  mórbida e futurista. São formas monstruosas e ao mesmo tempo sensuais e eróticas, de um realismo inquietante e extraordinário.

Giger, já na infância, começou a mostrar interesse pelo sexo e pelo obscuro do ser humano, temas constantes em suas obras. “Desde muito cedo me senti atraído pelo sexo oposto. Os locais que mais me interessavam eram os mais escuros. Por isso, logo que deixaram me vestir sozinho, comecei a usar o preto. O local mais escuro da casa era debaixo da mesa, num porão pequeno e sem janelas, que me servia de quarto de brincar.“, diz o artista.

Aos dezoito anos, e como não conseguia boas notas, foi  mandado para um trabalho não-remunerado em uma associação de arquitetos, o que foi importantíssimo em seu gosto para o desenho, teve aí sua primeira oportunidade de trabalhar como desenhista.

A partir de 1964,  ano em que cursava escola de artes,  começou a ter seus primeiros trabalhos publicados em revistas e jornais. Estudos concluídos, Giger começa a trabalhar como designer de móveis de escritório, mesma época em que casa com a atriz Li Tobler, musa inspiradora de vários de seus quadros. Logo começa a produzir desenhos maiores e faz sua primeira exposição individual.

Em 1979, após muitas exposições e de  uma tentativa frustrada de Alexandro Jodorowski em adaptar o livro “Dune” para o cinema, onde o Giger seria contratado para trabalhar como designer, dando vida aos cenários e criaturas, foi que seu trabalho começou a ser reconhecido pelo grande público, graças àquela famosa criação, já citada antes, para o filme Alien.

"Palácio de Harkonnen" esboço de Giger para o filme de Jodorowsky.

Outra obra para o filme do Jodorowsky.

Em 1998, inaugurou na Suiça, seu próprio museu no castelo de St. Germain onde abriga suas esculturas, desenhos, quadros, móveis e outros tipos de arte de sua autoria. O museu abriga também artes de outros artistas de sua coleção privada, coleção enriquecida com nomes como Salvador Dalí e Joe Colleman.  O museu também aloja sua residência e um bar fabuloso, onde em quatro anos de obras intensas, o Giger se empenhou pessoalmente para que tudo ficasse exatamente do jeito que ele projetou, cada milímetro, cada detalhe! O bar foi reproduzido como uma enorme caverna mórbida e como um interior monstruoso e fossilizado de algum animal pré-histórico, com ossos e vértebras, que, como mostram as imagens, parecem ser de um realismo surpreendente e rico! Pouca coisa, né?! Lugar que, de passagem pela Suiça, vale a pena conhecer e sentar pra tomar uma cerveja, mórbida cerveja!

H.R. Giger – Erotomechanics Art:


Eu venho tendo sempre os mesmos sonhos, e são pesadelos. Eles são terríveis. Mas eu descobri que quando faço desenhos sobre eles, os sonhos vão embora. Eu me sinto muito melhor. É uma espécie de auto-psicanálise“,  H.R. GIGER, o gênio!

H.R Giger – The Official Website.