Archive for the Televisão Category

Don Drácula, O Vampiro Doidão

Posted in Animações, Quadrinhos, Televisão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 26, 2013 by canibuk

Don Dacula & Sangria

“Don Dorakyura” (“Don Drácula”, 1982, 8 episódios, TV) de Ozamu Tezuka, com direção de Masamune Ochiai.

A Cultclassic lançou a imperdível série “Don Drácula” no Brasil, com todos seus oito episódios (estava programado a produção de 26 episódios, mas a falência da agência que cuidava da publicidade da série, aliado a audiência baixa, causaram o precoce cancelamento da série) que se tornaram cults da televisão mundial.

Don DraculaCom direção de Masamune Ochiai, “Don Dorakyura” é uma série hilária com vários momentos bem comoventes. Suas personagens são cativantes, à começar por Don Drácula, um vampiro que adora sugar o sangue de mulheres bonitas, e sua filha Chocola (Sangria, na versão nacional) que sempre age como a consciência de seu atrapalhado pai. Van Helsing, um baixinho invocado que quando tenso sofre de terríveis ataques de hemorroidas, é seu arqui-inimigo; Igor (como não poderia deixar de ser) seu servo e Blonda, uma gorda repulsiva, a mulher apaixonada por Don Drácula que, por sua vez, evita-a mais do que a cruz e o alho.

Don Dracula VHSDestaque para o primeiro episódio, “O Caçador Chegou”, que introduz Van Helsing e seus problemas com as hemorroidas. Em tom de esculacho completo é um prato cheio até para os mais radicais fãs de John Waters dado suas incontáveis piadinhas escatológicas, perfeito para descontrair e gargalhar alto com as trapalhadas nonsense do vampiro doidão. O episódio “O Gigante Que Vendeu Sua Alma” trás uma variação da história do “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde e apresenta ao espectador o passado da gorducha Blonda. Em “A Aliança dos Monstros” somos apresentados aos métodos pouco ortodoxos de Van Helsing em um episódio com nudez feminina e monstrengos na melhor tradição do “Monstro da Lagoa Negra” (“Creature From the Black Lagoon”, 1954, de Jack Arnold). E o melhor episódio, “A Grande Trapaça”, que possuí um tom mais sério do que o resto da série e faz uma denuncia às crianças ao mostrar que humanos adultos são os verdadeiros monstros do mundo. Impossível não se emocionar com a história de Sangria ajudando um filhote de tigre e um panda a fugirem de caçadores imbecis. Pessoas sensíveis devem assistir este episódio e aproveitar o poder rejuvenescedor das lágrimas.

Don Draculla comicsDon Drácula surgiu nas páginas da revista em quadrinhos “Weekly Shonen Champion”, que começou a ser publicada em 1969, especializada no gênero “Shonen” (que é um mangá direcionado aos jovens do sexo masculino, sempre com enredos humorísticos, cenas de ação e a presença de belas personagens femininas nuas ou semi-nuas). Seu criador, Osamu Tezuka, é uma lenda dos quadrinhos mundiais. Nascido em 03 de novembro de 1928, em Toyonaka (na província de Osaka), foi educado por seu pai – que tinha um projetor de filmes – à amar o “Gato Félix”, “Betty Boop” e os animadores Max Fleischer e Walt Disney. Nos anos de 1950 se mudou para Tokyo onde teve a oportunidade de criar “Jungle Taitei” (no Brasil, “Kimba – O Leão Branco”), que em 1994 foi plagiado pela Disney quando produziram o longa “The Lion King/O Rei Leão”. Com o sucesso desta personagem pôde criar seu próprio estúdio, a Tezuka Osamu Production. Em 1963 seu anime “Tetsuwan Atom/Astro Boy” se tornou uma sensação na TV japonesa e ele, definitivamente, virou lenda. Apesar de sua morte ter acontecido em 1989, Tezuka continua vivo em inúmeras produções envolvendo personagens suas, como “Black Jack” (2000) de Yukihiro Tsutsumi; “Metoroporisu/Metrópolis” (2001) de Rintaro (lançado em DVD no Brasil pela Columbia Tristar Home Video); “Astro Boy Tetsuwan Atomu” (série de televisão de 2003) e a mega bomba “Astro Boy” (2009), ruindade dirigida pelo ocidental David Bowers, que em seu currículo só possuí lixos como “Flushed Away/Por Água Abaixo” (2006) ou “Diary of a Wimpy Kid: Dog Days/Diário de um Banana 3: Dias de Cão” (2012).

Don Dracula quadrinhos

No Brasil “Don Drácula” foi exibido na década de 1980 na TV Manchete com dublagem em português, nos privando do áudio original em japonês que, com este lindo lançamento da Cultclassic, volta intacto. Sou contra dublagens (que são um poderoso instrumento de controle do nacionalismo muito usada por governos fascistas que desejam seu povo acomodado).

por Petter Baiestorf.

Você pode ver todos os episódios de “Don Dorakyura” aqui:

The Cube

Posted in Cinema, Televisão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on março 18, 2012 by canibuk

“The Cube” (1969, 54 min.) de Jim Henson. Com: Richard Schaal.

É engraçado ver como alguns cineastas reciclam idéias e as filmam como se fossem suas sem o menor constrangimento. E o público, por falta de conhecimento das obras antigas, acha que está vendo algo original.

“The Cube” é um média-metragem produzido e dirigido por Jim Henson (antes de se dedicar exclusivamente ao “The Muppets”) que foi ao ar pela NBC TV num programa chamado “NBC Experiment in Television”, com roteiro do próprio Henson, em parceria com Herry Juhl, possivelmente baseado no conto “The Squirrel Cage” de Thomas M. Disch, publicado em 1967.

Aqui somos jogados, com um homem cujo nome nunca é revelado (interpretado por Richard Schaal), dentro de um quarto cúbico branco de onde não podemos sair. Somos os cúmplices na agônia do homem que vai ficando cada vez mais desesperado dentro desta caixa/quarto. No decorrer do média-metragem o “The Man” (como passa a ser chamado) é submetido à uma série de frustrantes encontros com uma variedade de tipos humanos em situações surrealistas. E assim Henson encontra meios de criticar a própria televisão emburrecedora de homens, quando um professor explica ao personagem agoniado que ele está em “um jogo de televisão”. Somos os espectadores aprisionados pelas vontades dos patrocinadores dos programas?… Mas claro que “The Cube” não termina assim, a insanidade proposta por Jim Henson vai criando uma sucessão alucinada de situações absurdas que lembram, e muito, o grupo de humor britãnico Monty Python. É uma rara peça de inteligência da televisão mundial. Este filme foi ao ar duas vezes apenas, a primeira em 23 de fevereiro de 1969, com reprise em 1970. Consegui uma cópia dele uns dois anos atrás através de download, mas infelizmente não lembro mais qual era o link.

Jim Henson (1936-1990) foi o criador dos “The Muppets”. Trabalhou em programas de TV como “Sesame Street” (“Vila Sésamo”) e dirigiu longas como “The Muppet Movie” (1979), primeiro de uma série de live-actions estrelados pelos Muppets e produções como “Labyrinth” (1986), com roteiro do Python Terry Jones e, no elenco, participação de David Bowie.

Em 1997 Vincenzo Natali pegou o visual do filme de Henson e re-criou “The Cube” com uma história que excluía o humor surrealista do original e incluía umas mortezinhas xaropes. Virou puro aborrecimento!!!

por Petter Baiestorf.

Como Aproveitar seu Aparelho de TV em 3 Dicas Básicas

Posted in Televisão with tags , , , , , , , , , , on outubro 20, 2011 by canibuk

Gurcius Gewdner nasceu em 1982, está com 29 anos, e se tornou um artista multi-mídia. Em 2003, quando assistiu ao curta-metragem “Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica” (2003, 12 min.), uma produção minimalista da Canibal Filmes sobre um primata lutando contra a escravidão da tecnologia, sua vida mudou. Em 2008 Gurcius Gewdner editou o média-metragem “Vadias do Sexo Sangrento” (2008, 30 min., também uma produção da Canibal Filmes) e a cena das televisões sendo destruidas, “Mate seu Deus!”, causou uma faísca na cabeça do Gurcius Artista e ele concebeu o seguinte manifesto:

Como Aproveitar ao Máximo seu Aparelho de Televisão, em 3 dicas Básicas:

1 – Destrua você mesmo ou doe pra alguma pessoa querida destruir em uma exposição de arte, como essa aqui: FAÇA ALGO ERRADO; E DIGA QUE FUI EU QUE MANDEI FAZER

2 – Depois, vá ao canal de televisão mais próximo e faça o apresentador fazer papel de palhaço perante o país inteiro. Que de preferência ele seja um politico bem paspalhão metido a salvador, e que ainda traga como convidado o futuro prefeito da cidade. Use a Tv de um amigo (que ainda assiste aos programas televisivos) pra grava sua participação e coloque legendas em inglês, pro canal ser esculhambado mundialmente.

3 – Por fim, consiga amigos que confiem em você o suficiente pra te dar o seu PRÓPRIO programa de TV. E deixe claro a cada segundo de programa o quanto televisão é uma bosta e de que formas você pode ajudar a destruí-la.

Pra que serve uma televisão sem VHS ou DVD? Pra NADA!!!

A televisão da foto me viu crescer. Durante anos e anos foi a responsável por corrosões irreversíveis em minha educação. Foi minha primeira professora de verdade e se pudesse falar seria meu mais fiel diário por no mínimo 15 anos. É uma TV de sorte, enquanto a maioria desses aparelhos nasce com a medíocre missão de exibir futebol, biografias de Jesus e novelas, a minha fiel companheira cumpriu a missão exclusiva de destruir minha noção de realidade (e de todos que se aproximaram de mim) para sempre, lentamente, filme a filme.


Criada originalmente como uma máquina a serviço do mais puro mal, ela se rebelou contra sua raça de dominadoras e se tornou uma guardiã da bondade, uma nobre heroína do contrabando de VHS desbotado. Com o advento do DVD, não consegui de jeito nenhum exibir filmes com cores nela (nem indo pro Paraguay buscar um transcoder) e de professora ela passou a mera observadora passiva de minha vida.

Percebendo que seu tempo foi outro e que se tornou obsoleta, optou pela sábia decisão de retornar a sua cidade natal, JOINVILLE, para morrer com classe e tornar visível seu SUICÍDIO/ASSASSINATO na exposição “Faça Algo Errado; e Diga que Fui Eu que Mandei Fazer”. Um ultimo ato kamikaze de amor de um aparelho que nunca sentiu tédio/exibiu futebol e novela em toda sua emocionante vida. Se você estiver em Joinville pode conferir pela ultima vez nossa amiga encerrando & ao mesmo tempo, subindo na vida. Com muita classe, se tornando uma honrosa e radical frequentadora suicida de galerias de arte.

Escrito por Gurcius Gewdner.

Com uma pálida face de felina e sobrancelhas inclinadas para lá!

Posted in Arte e Cultura, Cinema, Fetiche, Televisão with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 25, 2011 by canibuk

Nós do Canibuk adoramos as divas macabras e sexys que marcaram o cinema entre as décadas de 30 e 60, Carolyn Jones (Morticia Adams), Yvonne De Carlo (Lily Munster), Elsa Lanchester (Noiva do Frankenstein) e a mais recente, Cassandra Peterson (Elvira). Mas nesse post vamos falar daquela que certamente inspirou a maioria delas:  Vampira, personagem inesquecível da Maila Nurmi que ficou popular nos anos 50.

Maila Nurmi nasceu na Finlândia em 1922, mas foi ainda bebê pros EUA. Foi  atriz da Broadway,  onde trabalhou com a Mae West na Peça “Catherine Was Great” , sendo demitida pela mesma em 1944, porque, segundo consta, a West temia estar tendo seu brilho ofuscado. Também foi dançarina e modelo, chegando a modelar pro Alberto Vargas (o famoso pintor das Pin Ups) e Man Ray e fez pequenas participações em filmes de baixo orçamento.

A personagem  surgiu em 1953 num anual baile de máscaras que existia em Hollywood naquela época, inspirada no cartoon  “The New Yorker” de Charles Addams,  ela achatou os seios, usou uma enorme peruca preta e pintou o corpo com pó de lavanda pra ficar com aparência de morta. Derrotou, neste baile, vários concorrentes, ganhando o prêmio de melhor figurino. Chamou também a atenção do produtor de TV Hunt Stromberg Jr., que a perseguiu por uns 5 meses, conseguindo enfim seu número de telefone. Tudo isso lhe rendeu o convite para apresentar o programa de horror que se chamaria “The Vampira Show” e seria exibido tardes da noite numa espécie de chamadas que podemos comparar por aqui com o Cine Trash, apresentado pelo Zé do Caixão nos anos 90, e que era do caralho, diga-se de passagem. Pra não plagiar a criação de Addams, ela fez algumas modificações na personagem, tornando-a mais sexy e acrescentando elementos de outras influências culturais. Misturando o penteado e a cigarrilha da “Lady Dragon” dos quadrinhos “Terry and the Pirates“, a maquiagem e sobrancelhas da “Rainha Malvada” de “Branca de Neve“, a cintura fina e as longas unhas de dominatrixes tiradas de revistas especializadas em fetiche e pin ups.

Lady Dragon, os cabelos e cigarrilha - elementos que Maila incorporou na personagem Vampira.

O nome Vampira foi sugestão do seu marido Dien Riesner, que era um roteirista. A mulher alta e macabra de pele pálida, sobrancelhas exageradamente arqueadas, longos cabelos pretos, unhas vermelhas enormes, cintura finíssima, usando um vestido preto com uma fenda que revelava suas pernas vestidas numa meia arrastão, arrebatou de primeira uma legião de fãs, muitos do sexo masculino, com fã-clubes surgindo em todo o mundo. Conhecida como sendo mal-humorada e sem “papas na língua” confessou usar o sexo como sua arma, e que se utilizava, conscientemente, de  seus longos dedos e da cigarrilha pra passar idéia  de símbolos fálicos, –gostei demais dessa parte, ahahaha. Seguiu-se uma sucessão de aparições e shows que só aumentavam sua popularidade, foi indicada ao Emmy em 1954,  apareceu em diversos artigos de revistas e em shows especiais por volta de Las Vegas. O Vampira Show durou apenas um ano. Em 1955, Maila teve seu programa cancelado e foi demitida da TV por suspeita de inclinações comunistas, segundo anunciou um jornal da época.

Tendo chamado a atenção de Bela Lugosi, que quando a viu na TV se declarou fã e confessou a Ed Wood sua vontade de trabalhar com a vampira exótica, foi convidada, então,  para fazer a mulher de Lugosi no filme  “Plan 9 from Outer Space“.  Pouco depois do início das filmagens, Bela Lugosi faleceu, mas o filme foi concluído, pois Ed Wood já tinha filmado um bom material com ele.

Logo após as filmagens  de “Plan 9 from Outer Space“, Maila declarou estar consciente de ter cometido “suicídio profissional”, desacreditava tanto no roteiro do filme que pediu pra não ter falas. Revelou ter pena de Ed Wood e o chamava de “pouco inteligente”.  Ironicamente, hoje ela é mais conhecida  pelo papel nesse filme do que pelos shows e aparições que fez por onde quer que fosse.

No final dos anos 50, sua carreira entrava em declínio. Começou a fazer participações em filmes considerados “péssimos”, numa tentativa de estender a fama.

Em 1981, Maila foi sondada por uma TV de Los Angeles que surgiu com a idéia de reviver a Vampira na televisão. Colaborou com a produção do show onde teria os créditos de produtora executiva, mas, devido a incompatibilidade de idéias, largou o projeto. Em 2005, confessou a Bizarre Magazine que tudo aconteceu porque a emissora tinha contratado a atriz Cassandra Peterson sem a consultar. Como ela detinha os direitos sobre a personagem, não foi possível usarem o nome Vampira, então logo renomearam o show para “Elvira’s Movie Macabre“, com a Peterson como apresentadora. Maila processou Cassandra Peterson alegando que a personagem Elvira juntamente com todos os elementos do show não passavam de plágio.  Peterson se defendeu dizendo que Elvira nada tinha de Vampira, exceto o vestido e cabelos pretos. Maila perdeu o processo. Mas não restam dúvidas que a personagem  Elvira é fortemente influenciada pela Vampira, o que só aumenta a força  e importância dessa personagem que virou um ícone do horror.

The Vampira Show

Do dia 30 de abril de 1954 até 02 de abril de 1955, a rede ABC Television, de Los Angeles, através de sua afilhada KABC-TV, levou ao ar o show de variedades “The Vampira Show”, apresentado por Vampira e criado/produzido por Hunt Stromberg Jr., programa feito ao vivo (por este motivo, cenas com a Vampira apresentando este programa são verdadeiras raridades). Com um salário semanal de 75 dólares, Vampira apresentava para o público da TV vários clássicos do cinema de horror do passado. A música tema do programa foi criada a partir do movimento adagio do “Music for Strings, Percussion and Celesta” do compositor Bela Bartok, misturado com trechos de “The Planets” de Gustav Holst. A série foi cancelada em 1955, quando Maila Nurmi se recusou a vender os direitos da personagem para a rede de TV ABC (e foi acusada de ser comunista).

No youtube há umas poucas imagens do programa original, como é possível conferir no vídeo abaixo:

Após se aposentar, Maila virou pintora e começou a pintar retratos da Vampira.  Os quadros são muito procurados por colecionadores. Morreu dormindo, aos 85 anos, em janeiro de 2008.

Na música ela foi homenageada por bandas como Misftis, com a música “Vampira”:

E no Brasil, pela banda Zumbi do Espaço, com a música “Nos Braços da Vampira”:

Além da própria vampira, em carne e ossos, cantar duas músicas no EP “I’m Damned” com a banda Satan’s Cheerleaders em 1987.

Caça às Bruxas

A carreira de Maila Nurmi foi prejudicada quando ela foi acusada de ser comunista pelos macartistas comandados por Joseph Raymond McCarthy, um político de extrema direita que foi eleito senador pelo partido Republicano em 1946 (após ter sido rejeitado pelo partido Democrata) e, durante os próximos 10 anos de sua vida política, ele e sua equipe tornaram-se célebres pelas agressivas e infâmes investigações nos USA contra os simpatizantes do Comunismo. McCarthy propôs acabar com greves usando a força do exército e queria ainda levar quem se recusasse a trabalhar ao tribunal marcial. O período entre 1950 e 1956, quando as perseguições se tornaram mais fortes, é conhecido pelo nome Macartismo, “terror vermelho” ou, ainda, como “caça às bruxas”, numa alusão ao período da idade-média onde os católicos perseguiam seus inimigos acusando-os de bruxaria. Muitas pessoas tiveram suas carreiras destruídas pelos macartistas, várias chegando a se suicidarem. Por sorte, o senador McCarthy morreu em 02 de maio de 1957, vítima de hepatite aguda.

Filmes com Maila Nurmi/Vampira

Em 1947 Maila Nurmi, antes da fama, estreiou no longa dramático “If Winter Comes” de Victor Saville no papel não-creditado de uma convidada. No ano seguinte, 1948, fez outra figuração na comédia musical “Romance on the High Seas” de Michael Curtiz como uma passageira num navio, também não-creditada. Depois de seu programa na TV (além do “The Vampire Show”, ela ainda trabalhou nos programas “The Red Skelton Show”, “Vampira” (1956) e “Playhouse 90” (1957), este dois últimos, tentativas de retornar à personagem Vampira em outros canais de TV). Segue uma listinha de produções onde a Vampira interpreta personagens que merecem uma conferida:

“The Beat Generation” (1959, 95 min.) de Charles F. Haas, sobre um detetive em busca de um estuprador. Maila Nurmi interpreta uma poetisa.

“Plan 9 From Outer Space” (1959, 79 min.) de Edward D. Wood Jr., uma louca invasão de gays espaciais que pretendem dominar o mundo ressuscitando os mortos. Nurmi aparece creditada como Vampira e faz o papel dela mesma.

“The Big Operator” (1959, 91 min.) de Charles F. Haas, drama de investigação criminal estrelado pela Mamie Van Doren e Mickey Rooney. Nurmi aparece no papel de “Gina”.

“Sex Kittens go to College” (1960, 94 min.) de Albert Zugsmith, comédia adolescente estrelada por Mamie Van Doren onde Nurmi faz o papel de “Etta Toodie”.

“The Magic Sword” (1962, 80 min.) de Bert I. Gordon, fantasiadramática estrelada pelo astro Basil Rathbone onde Nurmi faz um pequeno papel.

“Dry” (1996, 10 min.) de Mika Ripatti, depois de ter ficado por vários anos afastada do cinema (depois de “The Magic Sword” ela só fez uma pequena participação não-creditada no longa “Population: 1” de Rene Daalder, no papel de uma mãe), Maila Nurmi reaparece neste curta “Dry” no papel principal.

“I Woke Up Early the Day I Died” (1998, 90 min.) de Aris Iliopulos, uma comédia com roteiro escrito nos anos de 1960 por Edward D. Wood Jr. e estrelado por Billy Zane, Tippi Hedren, Ron Perlman e Christina Ricci. Nurmi faz uma participação como uma mulher no lobby de um hotel.

“No Way In” (2000, 20 min.) de Sam Mussari, curta-metragem que marca a última aparição de Maila Nurmi no cinema, aqui no papel de uma mulher num bar.

Em 1994 Tim Burton realizou sua obra-prima “Ed Wood”, a cinebiografia do diretor/produtor/roteirista Edward D. Wood Jr., interpretado por Johnny Depp, onde a modelo Lisa Marie encarna, com perfeição, a Vampira e a apresenta para uma nova geração de fãs. Nesta produção de Burton temos um gostinho de como teria sido o programa “The Vampira Show” e sua popularidade em Hollywood durante a curta temporada da série. “Ed Wood” foi lançado em VHS/DVD no Brasil. Item obrigatório na coleção de qualquer cinéfilo que se preze.

Documentários Imperdíveis com Depoimentos de Maila Nurmi/Vampira

“James Dean: The First American Teenager” (1976) de Ray Connolly.

“The Incredibly Strange Film Show: Ed Wood Jr.” (1989) – Uma série de documentários sobre cineastas bagaceiros geniais, sempre apresentados por Jonathan Ross.

“Flying Saucers Over Hollywood: The Plan 9 Companion” (1992) de Mark Patrick Carducci.

“Vampira” (1995) de Mika Ripatti, sobre a carreira de Maila Nurmi, produzido na Finlândia.

“The Haunted World of Edward D. Wood Jr.” (1995) de Brett Thompson.

“Schlock! – The Secret History of American Movies” (2001) de Ray Greene.

“Monsterama: A Tribute to Horror Hosts” (2004) de Ed Polgardy.

“American Scary” (2006) de John E. Hudgens.

“Vampira: The Movie” (2006) de Kevin Sean Michaels, sobre a vida e obra de Maila Nurmi.

La Cabina

Posted in Cinema, Televisão with tags , , , on agosto 22, 2011 by canibuk

“La Cabina” (1972, 35 min.) de Antonio Mercero. Com: José Luis López Vázquez.

Uma nova cabine telefônica é instalada no parque de uma grande cidade espanhola e um homem, que levava seu filho pegar o ônibus escolar, entra nela e fica preso. Policiais, bombeiros e até cidadãos comuns tentam libertá-lo sem sucesso. É o que posso adiantar deste ótimo curta sem entregar nada da brilhante história. “La Cabina” é um pequeno clássico da TV espanhola, suspense de realismo fantástico com ótimos momentos de humor negro (algumas passagens lembram uma cruza inusitada de José Mojica Marins, dos tempos de “O Despertar da Besta” com Buñuel e pitadas de Fellini).

Assista essa pequena jóia do cinema, é verdadeiramente imperdível!

Vincent Price no The Muppet Show

Posted in Televisão with tags , , on fevereiro 19, 2011 by canibuk

Vincent Price não era apenas um ator de filmes de horror, vivia aparecendo (e se divertindo) em todo tipo de programas e filmes. O Episódio número 119 (nos vídeos que achei no youtube diz episódio 19, mas acredito estar errado) do “The Muppet Show” trazia-o como convidado especial, foi ao ar pela primeira vez no dia 31 de Janeiro de 1977. Este episódio foi escrito pela dupla DW McKim e Phillip Chapman (com contribuições de Jogchem Jalink e Dave Ebersole). Vincent Price também apareceu no especial “The Muppets Go Hollywood” (1979). Além de atuar, Price também era chef gourmet e tem extenso material escrito sobre o assunto e apresentou alguns programas de culinária nas décadas de 70 e 80 do século passado. Morreu de cancêr dia 25 de Outubro de 1993.

Vincent Price Tilex Instant

Posted in Televisão with tags , , on fevereiro 10, 2011 by canibuk

Hoje, folhando alguns zines antigos que eu tinha aqui em casa, me deparei com essa propaganda em foto do Vincent Price posando de garoto propaganda para um removedor de manchas chamado Tilex Instant. Procurei, de curiosidade, essa propaganda no youtube e encontrei ela, que posto aqui exclusivamente como curiosidade. Vincent Price é um dos meus atores preferidos de todos os tempos!

A Turma do Chaves

Posted in Televisão with tags , , , , , , on fevereiro 8, 2011 by canibuk

“El Chavo del Ocho” foi uma série de televisão mexicana criada e estrelada por Roberto Gómez Bolaños exibida originalmente entre 1970 e 1980, contando as aventuras hilárias de um órfão que mora num barril e dos moradores de uma vila suburbana fictícia. A série se originou de um esquete do programa Chespirito, produzido pela Televisión Independiente de México, transmitido no canal 8 do México (o que explica “El Chavo del Ocho”). No auge da popularidade em meados dos anos 70, “Chaves” chegou a ter 350 milhões de telespectadores em todo o mundo (principalmente América Latina). Aqui no Brasil “Chaves” é exibido pelo SBT desde 1984 (até hoje continua sendo reprisado) e, já na qualidade de programa cult, em 2010 começou a ser exibido pelo Cartoon Network.

Roberto Gómez Bolaños foi o principal criador e estrela do programa no papel do órfão Chaves. Florinda Meza García foi chamada para ser a Dona Florinda (aliás, Roberto Bolaños e Florinda García são casados desde 1978). O segundo a ser chamado foi Édgar Vivar para os papéis do Sr. Barriga e Nhonho. Na seqüência Ramón Valdés foi contratado para dar vida ao divertido Seu Madruga (que faleceu de cancêr no pulmão, ocasionado pelo fumo excessivo) e Rubén Aguirre virou o professor Jirafales. Carlos Villagrán, um fotografo amigo de Aguirre, inflou as bochechas além do normal numa festa e acabou virando o eterno Quico (ou Kiko). Os últimos atores à se unirem ao programa foram Maria Antonieta de las Nieves (a Chiquinha), Angelines Fernández (Dona Clotilde, a Bruxa do 71) e Horácio Gómez Bolaños (irmão do criador da série) no papel de Godinez.

Os atores do seriado eram bons amigos na vida real. Conta a lenda que Villagrán foi visitar Ramón Valdés e lhe disse: “Nos vemos lá em cima, no céu!”. Ramón se contrariou e, com bom humor, respondeu: “Não se faça de louco, nos vemos lá embaixo, no inferno!”.

Hoje em dia Bolaños é escritor, compositor e continua atuando no México. Florinda García, agora esposa de Bolaños, se aposentou. Carlos Villagrán vive na Argentina com seu “El Circo de Kiko”. Edgar Vivar está aposentado. Rubén Aguirre virou proprietário do “El Circo del Professor Jirafales”. Maria de las Nieves continua sendo atriz de novelas. Horácio Bolaños faleceu de ataque cardíaco. Angelines Fernandez faleceu dia 25 de março de 1994, vítima de cancêr no pulmão e Ramón Valdés, o insuperável Seu Madruga, NÃO MORREU!!!!

Veja uma seleção de bons episódios que Leyla e eu separamos prá este post.

It’s Toasted!!!

Posted in Ilustração, Posters, Televisão with tags , , , , , on dezembro 18, 2010 by canibuk

Dias atrás o Petter me colou umas imagens de propagandas antigas de vários cigarros e falou da idéia de um post sobre isso, porque todo mundo sabe, mesmo aqueles que não fumam, que aqueles cartazes antigos de cigarros eram extremamente bonitos e convidativos. A sensação que tenho ao olhar essas imagens é a mesma que sinto ao ver aqueles posteres de filmes antigos, coisa original, bem feita e sem  tanta tecnologia como vemos em tudo hoje. Decidi então, fazer um post com as melhores imagens do meu cigarro preferido, Lucky Fucking Strike, embora eu fume marlboro vez em quando, o Lucky é sempre minha primeira opção e parto pro Marlboro só quando não tem outro jeito.

O Lucky Strike foi criado em 1871, é um cigarro forte e dono de uma imagem de rebeldia, adquirada por causa de tantas campanhas de marketing. O Lucky superou o Marlboro por muitos anos, resultado de propagandas intensas no cinema, TV e rádio e de algumas mudanças na embalagem de forma que ela atraísse tanto homens quanto mulheres (no começo as propagandas eram voltadas para o público masculino e a embalagem do cigarro era verde). O Lucky era original e inovador, e com slogans de impacto como “Mostre um cigarro com filtro que conserva o sabor e eu comerei o meu chapéu” ou “Lucky Strike separa os homens dos garotos… mas não das garotas” influenciou muita gente e conseguiu vender sua marca e sua idéia.  Marlboro, que estava ficando pra trás, começou a usar da mesma arma investindo em propagandas e em algumas mudanças que a deixou num estilo mais Lucky e, assim, desde 1972 a Marlboro é a marca de cigarros mais vendida no mundo (o que não o faz melhor. Ponto).

Cada uma tem sua história com seu cigarro preferido e um motivo por preferir o mesmo. Comecei a fumar o Lucky porque já não curtia mais nenhum outro, o Marlboro Red, que era o que eu fumava, tava me deixando enjoada e nenhum outro abaixo disso me atraia, mas toda a originalidade do Lucky me atraiu de cara e era uma época onde ninguem fumava essa belezinha então decidi partir praquele cigarro quase esquecido por ali. Não larguei mais. O gosto é melhor do que todos os que já fumei.  E IT’S TOASTED, cara!!!

OBS.: Não venham com discursos saudáveis ou de lei antifumo aqui. Já sei de tudo isso. O blog é meu e do Petter e falamos aqui do que quisermos falar.


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Algumas propagandas feitas pra TV:


Bonzo Dog Doo-Dah Band

Posted in Música, Televisão with tags , , , , , , on novembro 11, 2010 by canibuk

Bonzo Dog Doo-Dah Band, também conhecida como “The Bonzo Dog Band, The Bonzo Dog Dada Band And” ou, simplesmente, “The Bonzos”. Foi uma banda britânica dos anos 60 que combinava jazz, rock psicodélico e arte de vanguarda, se tornando popular quando foram contratados pelo programa de humor infantil “Do Not Adjust Your Set” (onde atuavam os futuros Pythons Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin e Terry Gilliam). Os músicos da banda The Beatles eram fãs assumidos da banda, seu single “I’m the Urban Spaceman”, de 1968, foi produzido por Paul McCartney e Gus Dudgeon usando o pseudônimo coletivo “Apollo C. Vermouth”. O auge da banda ocorreu quando “os Bonzos” excursionou pelos USA abrindo os shows da banda The Who. Logo depois, em 1970, o grupo se desfez. THE END.